Cartas de memórias, histórias em ficção
por maneco nascimento
[Cartas para a cidade, agosto 2013]
-
Terceira carta -
(Enviada
para a Imperatriz Tereza Cristina)
“Vossa Majestade magnânima Imperatriz Dona Teresa Cristina,
Oeiras,
05 de outubro de 1851
Não
será sem respeito e devoção que encaminho carta a Vossa senhora, digno pilar na
casa de sua fidelíssima majestade o imperador Dom Pedro II. Também na confiança
e liberdade de encontrar caminhos para corresponder com assuntos que muito
empenham meu trabalho e encontram interesse de Vossa majestade, venho trazer
conhecimento dos planos da mudança da capital de Oeiras para região mais
propícia a novos rumos que a sede da província precisa experimentar.
Desde
a tomada de posse da presidência da província em 23 de junho do ano de 1850 que
amparo o assunto da transferência da capital que encontrada em grande
efervescência para o discutido. Nos primeiros encontros com grupos delegados
das vilas da Parnaíba, Piracuruca e Campo Maior já traziam em seu bojo um
grande número de assinaturas que reclamam a mudança da capital para Parnaíba.
Procurei
estudar o assunto com profundidade e nas pesquisas pude constatar que muitas
eram as sugestões para que fosse plantada uma nova capital nos margeados do rio
Parnaíba. As intenções muito pensadas em quais enviam para a transferência ser
assentada na Vila do Poti e seja para a condição de que uma nova sede esteja na
construção em local a salvo das enchentes que assolam a vila.
Entanto
a mudança necessária vai acabar com o poder comercial que a cidade de Caxias do
Maranhão detém contra o Piauí. A Vila da Parnaíba, no litoral, é uma boa opção,
mas a Vila do Poti mais atende para a nova mudança.
A saber, porque a Vila do Poti mais representa
a decisão, pois
1. Bem
situada graficamente, cria a facilidade da comunicação com o restante da
província e de acordo com estudos feitos sobre a região o local é bastante
saudável.
2. À margem
do Rio Parnaíba também facilita o escoamento da produção e sem dúvida, destrona
Caxias, líder do comércio na região.
3. Mais
perto de Parnaíba pela navegabilidade do rio, há de ser mais fácil contatar
politicamente e comercialmente com a Coroa e outras províncias.
4. Sendo
este o mais agrícola dos municípios, uma política de desenvolvimento agrário
bem executado retira o Piauí do atraso econômico em que se encontra.
5. Porque é naquela localidade a única que promete florescer a margem do Parnaíba
e habituar em menos tempo para possuir a Capital da Província.
A
estas argumentações que a Vossa magnânima senhora apresento é para fazer
conhecimento dos caminhos que o meu governo na Província do Piauí estão em vias
de concretização de mudanças e novos rumos que devem seguir na nova capital a
ser transferida.
Adeus!
Que o encontro das palavras, aqui escritas, estejam no virtuoso respeito que
dedico a vossa dignidade de Imperatriz do Brasil, Dona Teresa Cristina de Bourbon,
das duas Sicílias.
Do
sempre fiel aos atos e vida do imperador dom Pedro II e de sua fidelíssima
Imperatriz Dona Teresa Cristina, me despeço na graça de Deus, nosso senhor.
Conselheiro
José
Antônio Saraiva”
Fonte de Pesquisa:
· História (São Paulo)
História (São Paulo) v.30, n.1, p.90-113, jan/jun 2011 ISSN 1980-4369
Teresina: a Capital sonhada do Brasil Oitocentista1
Teresina: Dreamed capital of Brazil in the nineteenth-century
Gercinair Silvério GANDARA*(http://www.scielo.br/pdf/his/v30n1/v30n1a05.pdf)
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