quarta-feira, 31 de agosto de 2016

FestPerformances 2016

nos festejos de aniversário do 4 de Setembro
por maneco nascimento

O 4 de Setembro aniversaria e, entre as diversas atividades que marcam os festejos está o Festival de Performances 2016. 

As atividades de aniversário começam na manhã desta quinta feira, 01, e seguem  até dia 04 de setembro. Na pauta do dia 02, dia dedicado ao Teatro, tem + uma edição do Festival de Performances.

Durante todo o dia as atrações de Teatro correm espaços do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro. Já a partir das 10 horas, um infantil (Frozen) recepciona o público.

A agenda segue, dia adentro, com apresentações às 15h, 16h30, 17h, 18h, 20h, 20h30, 21h.
A hora do FestPerformances é às 22 horas. Alegria, shows, tranformismo, dublagens, performativos de cena biz, dança, teatro, concorrência livre e o Troféu "Isabelita Kennedy". Tudo no Espaço Cultural “Osório Jr.”/BCD.
O Festival de Performances 2016 recepcionará a grande homenageada, da noite, Isabelita Kennedy, que empresta o nome ao Troféu.  
A artista performer será, também, agraciada com Prêmio Especial-Homenagem, no valor de R$ 1.000,00. Quem concorrer ao Troféu de melhor atuação poderá levar uma das três premiações oferecidas. Os Prêmios (Em Espécie) são de R$ 1.000,00 (Primeiro Lugar); R$ 700,00 (Segundo Lugar) e R$ 500,00 (Terceiro Lugar).
Depois do FestPerformances, às 22h40, ainda no “Osório Jr.”/BCD, festeja-se com música. Show “Bossa Nossa Voz e Violão”, com Vavá Ribeiro para encerrar a noite.
A Artista
Isabelita Kennedy nasceu Jorge Luís Bangoim, na região da Vila Operária, onde ainda vive em companhia da mãe, da avó e de irmãos. 
Jorge começou cedo a frequentar as noites do centro da cidade, as boites e casas de shows performances biz. E, aos poucos, foi ganhando espaço, em sua vida, o nascimento de Jorginha, que mais tarde liberou a artista Isabelita Kennedy. 
Com mais de 30 anos de carreira é festejada pelos amigos, colegas de profissão, empresários de casas de shows, profissionais de maquiagem, bordados e artesanato sobrepostos em tecido e roupas, grupo de atividade em que também trabalha.
Isabelita Kennedy foi voluntária do Lar da Esperança por muitos anos, trabalhou em diversas atividades até se encontrar no serviço de bordados, em roupas, e confecção de bijouterias. Há quase uma década trabalha nas Lojas Zemp, com uma função de destaque, quando o assunto é pedrarias e outros motivos sobrepostos em tecido.
Do criativo e surpreendente mágico, apresentado em shows, sejam beneficentes, ou de contratos à exibição de sua profissão de tranformista e artista de musical biz, Jorginha, como é carinhosamente chamada pelos amigos, ou Isabelita Kennedy, quando reclamada aos palcos, sempre despende alegria de receber as pessoas e nunca nega fogo artístico, quando seus serviços profissionais são solicitados, pois nasceu para brilhar sempre.
Serviço:
Festival de Performances 2016 - Troféu "Isabelita Kennedy"
dia 02 de setembro
às 22 horas
no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD
Entrada Franca.
Contatos: (Isabelita Kennedy, 9.8848 5086)

4 em 4: Música e Musical

na voz da Diva do teatro nacional
por maneco nascimento
No dia em que aniversária o Theatro, 04 de Setembro de 2016, o domingo será dedicado à Música Biz.
À noite as reservas são às homenagens e shows. Às 19h começam os serviços, com a solenidade de Entrega dos Troféus “Theatro 4 de Setembro 122 Anos”. Vinte Troféus agraciam vinte pessoas das artes e parceiras do fazer artístico de Teresina.
Às 20 horas, a grande Diva e dama do teatro brasileiro brinda a cidade com o show “Bibi Ferreira Canta Frank Sinatra”. 
 
A Entrada, 1kg de leite em pó.
No Café Literário “Genu Moraes” e Galeria de Diretores, tem piano Bar, com Gustavo Baião, no “Fino da Bossa Jazz”. 
E, ao final da noite, amigo(a)s, convidado(a)s e fãs de Bibi Ferreira e do Theatro 4 de Setembro confraternizam a data do aniversariante ilustre. 
Theatro 4 de Setembro - 122 anos. Sua memória guarda sua história.
fotos/imagem: (divulgação)

3 em 4: Humor

das estrelas do riso
por maneco nascimento

O Dia do Humor começa na manhã do sábado, 03 de setembro de 2016. Às 10 horas, na Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, o espetáculo de Humor Especial, com Dirceu Andrade, dirigido às pessoas deficientes. Entrada, 1kg de alimento não perecível.
Na mesma tarde, no Teatro “Torquato Neto”, às 17 horas, o espetáculo Infantil de Humor “Bolin e Bolão”. Entrada, 1kg de alimento não perecível.
E à noite, no Café Literário “Genu Moraes”, às 18 horas, ocorre o Lançamento de Livro dramaturgias em Wellington Sampaio - cena piauiense.
No Theatro 4 de Setembro, às 19 horas, será tempo de humor coletivo com os bambas da cidade. Festival de Humor com João Cláudio Moreno;
 Amauri Jucá; 
Carlos Anchieta 
e Guiga Ferreira. 
E no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD, às 21h, o Coletivo Humor Standapiando, com Bruno Lima e Cia.
Durante o Standapiando tem a dj Samantha Menina/Moça/Mulher & Tasso DJ, incrementando o riso. Entrada Franca.

E ainda tem Baile tradição, na Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, às 22h30, festa Gala com a Orquestra Tamoio.
Entrada, 1kg de ração para animais domésticos.

A Festa é Sua!
O Prazer é de todos Nós!

fotos/imagem: (divulgação)

2 em 4: Teatro

no 2o. dia de Festa no Theatro
por maneco nascimento

Na sexta feira, 02 de setembro de 2016, Dia do Teatro, as ações começam pela manhã, no Theatro 4 de Setembro, às 10 horas, com o espetáculo infantil "Frozen Para Sempre", com direção de Franklin Pires (AbraCadabra Cia. de Teatro). Entrada, 1kg de alimento não perecível.
(Frozen/AbraCadabra//divulgação)
No Shopping da Cidade tem ação circense, às 10 horas, com o espetáculo “O Jacá do Caburé”, encenado por Jean Pessoa (Piauí/Rio de Janeiro – RJ)
(Jean Pessoa, esse Caburé/divulgação)
Na tarde quem ocupa o Theatro 4 de Setembro, às 15 horas, é o espetáculo “Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues, com direção de Luciano Brandão. No Elenco: (Ismael) Kaio Rodrigues; (Virginia) Lanna Borges; (Elias) Ronyere Ferreira; Ana Maria (Gleiciane Silva); (A Tia) Clerys Derys e (Hortência) Angélica Araújo. (Grupo de Teatro Procópio Ferreira). Entrada, 1kg de alimento não perecível.

(um Nelson da "Procópio Ferreira"/divulgação)
Às 16h30, ocorre, na Praça Pedro II, em frente ao Theatro, uma cena Performance de Rua – Cortejo – Resultado da Oficina de Palhaço, ministrada pelo ator/clown, diretor e dramaturgo, Jean Pessoa, com alunos da Oficina de Teatro “Procópio Ferreira” e pessoas da comunidade. A ação começa na frente do Theatro e segue até a Galeria do Club dos Diários para a próxima atração.
No Teatro “Torquato Neto, às 17 horas, tem o espetáculo “Dádiva”. Montagem do Núcleo de Estudos Dramático – NED, direção de Chiquinho Pereira (Escola Técnica de Teatro Prof. “Gomes Campos”. Entrada, 1kg de alimento não perecível.
Na noite, volta-se para a Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, às 18 horas, o Grupo Harém de Teatro apresenta “A Casa de Bernarda Alba”, de Garcia Lorca, com direção de Arimatan Martins. Entrada, 1kg de alimento não perecível.

(um universo de mulheres lorquianas/foto: W. Salmito)
No Café Literário “Genu Moraes”, às 20h, Cláudia Amorim apresenta  "Apenas Um Saxofone".Texto adaptado, a partir de obra original de Lygia Fagundes Telles. Ainda compõem a performance, Wilker Marques, no sax, e direção de Wilson Costa.
(Apenas um Saxofone/divulgação)
Mais tarde, às 20h30, no Theatro 4 de Setembro, cenas de “Um brinde à vida, um viva à sorte” e “Como anda o seu negócio”, do Musical “Ardor, Amor”, dirigido por Adalmir Miranda (Grupo Corpos Teatro Independente/Cultura no Campo – UFPI). Entrada, 1kg de alimento não perecível.
(musical por Adalmir Miranda/divulgação)
Às 21h, acontece o espetáculo “Palha Assada”. Direção, Adalmir Miranda (Grupo Oficinão). Entrada, 1kg de alimento não perecível.
(um Palhaço de grandes silêncios/divulgação)
No Espaço Cultural “Osório Jr.”/BCD, às 22 horas, ganha a cena o Festival de Performances 2016 – Troféu “Isabelita Kennedy”. Prêmio Especial Homenageada à Isabelita Kennedy, R$ 1.000,00. Os três melhores classificados no Festival, recebem, respectivamente, Prêmios (Em Espécie) - 1º. Lugar R$ 1.000,00/ - 2º. Lugar R$ 700,00/ - 3º. Lugar R$ 500,00.

E, às 22h40, ainda no “Osório Jr.”/BCD, show “Bossa Nossa Voz e Violão”, com Vavá Ribeiro.
Siga essa alegria!
Entre na Festa.
O Theatro é todo seu!

1 em 4: Dança

Theatro festeja em quatro dias
por maneco nascimento

O Theatro 4 de Setembro entra em período de festa. Nesta quinta feira, dia 01 de setembro, começam as atividades de festejos. E até dia 04, data da aniversário da Casa de espetáculos, muitas atrações passarão pela ponte das estrelas que brilham arte e cultura produzida na cidade. Serão motivos a 122 anos festejados pela arte e cultura.

No próximo dia 04 de setembro, o Theatro 4 de Setembro completa mais um ano, em uma de suas datas de aniversário.
O Complexo Cultural preparou uma semana de festejos comemorativos aos 129 anos (data de surgimento da idéia reclamada de construção de um novo Theatro), primeira data de aniversário. E, se soma aos 122 anos, desde que foi entregue à comunidade para exibições públicas de manifestações artísticas.
De 04 de setembro de 1889, após a confirmação do Governador da Província de que seria construído um novo Theatro, ficou marcado no calendário a primeira data de seu aniversário. No dia 21 de abril de 1894, o prédio foi inaugurado e entregue à cidade, esta a segunda data de aniversário da Casa.
Para este 2016, o Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro reuniu artistas, grupos e companhias, nas diversas linguagens, para quatro dias de ações, que começam dia 01 de setembro e seguem até dia 04, data de oficiais comemorações do aniversário.
As atividades artísticas ganham os espaços da Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”; Teatro “Torquato Neto”; Theatro 4 de Setembro, Café Literário “Genu Moraes”; Auditório “Chico Periera da Silva”, Espaço Cultural “Osório Jr.”/Bar do Club dos Diários e Praça Pedro II.
A programação de 01 de setembro, quinta feira, as ações estão voltadas à Dança. Pela manhãna Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, às 10h, Recepção musical, com um Grupo da Escola de Música do Estado “Possidônio Queiroz”, sob a coordenação de Paulo Dantas.
 
(Grupo musical OST/divulgação)
Em seguida, a solenidade Lançamento Programação Aniversário do Theatro 122 Anos. AberturaExposição – “Bailarinas de Teresina” (Escola de Dança Balé de Teresina/Cia. de Dança Luzia Amélia.
(foto: (Kelson Fontenele)
Nas ações artísticas, as coreografias “Caretas”, do coreógrafo Léo Barbosa (Escola de Dança do Estado “Lenir Argento” e “Paquita”, da coreógrafa Luzia Amélia (Escola de Dança Balé de Teresina/Luzia Amélia. Encerrando a manhã com um Coffe break aos convivas.
(Escola Balé de Teresina e "Caretas": EED "Lenir Argento"/divulgação)
No turno da tarde, na Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, às 17 horas, apresentação da coreografia “África de onde viemos”, da coreógrafa Samara Rocha (Casa Meio Norte). Entrada 1kg de alimento não perecível.
À Noite, Theatro 4 de Setembro, às 19 horas, solenidade/Espetáculo 20 Anos – Casa de Zabelê . Coreografia, "Casa de Zabelê 20 anos: Alçando voos, transformando vidas.", da coreógrafa Kiara Lima (Corpo de Baile Casa de Zabelê). 
(Zabelê 20 Anos/acervo: Casa de Zabelê)
Às 20h30, acontece o espetáculo “Fuga”, do Balé da Cidade de Teresina. Coreógrafo, Dongo Monteiro; música de Philip Glass; poema de Wilker Marques (Balé da Cidade de Teresina). Entrada um 1kg de alimento não perecível.

(Fuga/Balé da Cidade de Teresina/acervo: BCT)
E, no Espaço Cultural “Osório Jr.”/BCD, às 22h, espetáculo musical “Dianas” da Só Homens Cia. de Dança. No final da noite do dia 01, às 22h40, show “Bossa Nossa Voz e Violão”, com Alessandro VieiraEntrada Franca.

 (o Bossa Nossa Alexandre Vieira/acervo Ale Vieira)

Curta essa Festa.
O Theatro convidaa você!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sangue irmão

teatro adentro
por maneco nascimento

Um dos últimos espetáculos acompanhados, por mim, no Festival de Teatro Lusófono - FestLuso 2016 - Ano Júlio Romão, veio de África. A cena do Núcleo Experimental de Teatro - NET (Núcleo Criativo e Fundação Sindika Dokolo/Elinga Teatro), de Luanda, Angola, fez-se luz teatral na noite do dia 27 de agosto, sábado, às 20h30, Theatro 4 de Setembro.

Sangue irmão, norte familiar adentro, decorre para as discussões intrairmãos, paternidades divididas, encontros e desencontros sob o mesmo teto, e um mais de conflitos que queimam a epiderme da convivência entre Morris e Zacarias, os nascidos do mesmo útero, mas não do mesmo dna paterno.

É nesse ambiente dramático que os meio irmãos convivem a cotidiano de adoção amorosa e "ódio" de estorvamento pela impositiva presença de um sobre o outro, ligados por laços de sangue.

[A peça foi escrita no contexto sócio-político sul-africano do apartheid, contudo aborda um tema transversal a todas as épocas e sociedades.]

Texto adaptado do original de Athol  Fugard, "Laços de Sangue" recebe assinatura de adaptador, por José Mena Abrantes, que também dirige o espetáculo.  A direcção de actores é de Rogério de Carvalho, que implementa uma cena de método de variação sobre o mesmo tema e, a cada nova variação, um adicional dramático, que acusa o mapa aos desenhos dramatúrgicos que identificam, ato, ator, método e direcção de cena e intérpretes.

Os atores, Meirinho Mendes e Raúl do Rosário defendem as personagens jornada norte adentro dos conflituosos encontros repetidos, na relação familiar de sangue pagão e nobre mestiçada. Geram conforto na apresentação de suas apreensões e radicais discursivos emblemáticos, de corpo em cena, numa cartografia ambiental corriqueira e usual, a que os actores se mimetizam, ao natural da ambiência, e giram o tranquilo de expressões singulares e econômicas, às vistas de teatro deslocado do dramalhão.

O desenho de luzes (Jorge Ribeiro) enquadra a força das narrativas, em seus vais e vens de cotidiano banho-maria, e emblematiza traços de claros e escuros e arrisca, no menos, um + para marcas sutis de aquecer a aura das personagens e valorizá-las como sujeitos da cena.

A sonoplastia, de Sebastião Delgado, cumpre licença da companhia corrente de dobrar pequenos sinos a quem dorme e acorda, como num delay, ou dejavu do algo que se nega e não se pode negar, pois o sangue pagão fala sempre.

Alex Kangala criou guarda-roupa (figurinos) que estão em compleição de separar o joio de primeira linha, do da segunda linhagem. E, na pespectiva dialética, veste bem, apresenta as personagens em suas diferenças e igualdades e define "poder" e despoder na vestuária que imponencia a um e mantém dignidade a outro.

Não gera, em quem os veste, qualquer desconforto, nem sobrepele infuncional. É uma segunda pele para proteção e vigor de ostentar, em cores sóbrias, identidades funcionais de aproximação de matizes que imbriquem afins de pele, cor e irmandade negada, ou confirmada.

O material humano regurgitado na folha de racismo, mitos de democracia racial, aparentes invisibilidades da questão racial, propriamente, vem em chafurdar na vozes e falas das personagens presas a laços sanguíneos e, inteirizam na extensiva ação, propositada, de voltar ao mesmo ponto do relógio, o marcar tempo de despertar da assistência, germinar um sentido reflexor, na recepção que acompanha o dia e noite, de Morris e Zacarias, em conflito surdo.

Meirinho Mendes e Raúl do Rosário, brincam de fingimento sério e, na técnica desprendida do drama factual, apresentam com clareza e classe particular, de cada um, a tragédia humana aliviada, nos intercursos de realidade e naturalismo, com alguma perspectiva brechtniana de inferir referências intrínsecas, na construção da cena, e mover-se em, talvez, influências invazias de metodologia da práxis teatral universal que a todos abre canais de apropriação.

Há na dramaturgia à cena (Abrantes), direcção de actores (Carvalho) e ato de conspiradores da e na cena (Mendes e Rosário) uma franca cumplicidade, na arte do fingimento e na persuasão cênica pelas estéticas e linguagem aplicadas, a remexer o sangue e aquecer laços que se nos põem no lugar comum, de mesma pátria, cor, nação, etnias e princípios humanos de romper conflitos, mastigando-os e imprimir regurgito de soluções, também humanas, que se colhem das falhas trágicas das personagens para roteiro de ficção, ou de vida real refletida.

Salvo, o extenso da repetição da repetição, que se nos leva ao princípio do exercício do exercício teatral, à lição de cor, aprende-se a apreender o teatro que fala, por si mesmo, e imprimir "Laços de Sangue", em toda a recepção presente.

fotos/imagem: (divulgação)

domingo, 28 de agosto de 2016

Cena cearense

Teatro de desopressão
por maneco nascimento

“Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negro”, da Associação Artística Nóis de Teatro, de Fortaleza, Ceará, marcou pauta indispensável na agenda do FestLuso 2016 – Ano Júlio, com seu teatro político, expressivo, de identidade e pertencimento social de defesa cidadã e cultural de sobrevivência.

No transversal da cidade, comportamentos, fé no humano e religiosidade, como representação de empoderamento na cena, à fórmula de discutir o gargalo da sociedade e seus entraves de vidas corriqueiras, no eixo das cidades visíveis, em detrimento das  invisibilizadas, é o espetáculo licenciado, em exposição dramático expressiva pela dialética da cena do oprimido. O novo navio negreiro e os modelos atualizados de opressão e desova dos herdeiros da Nau castroalvina .

A feliz apresentação de “Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro”, aconteceu na porta do Theatro 4 de Setembro, no  passeio que margeia a calçada da Casa de espetáculos . Às 18h30, um elenco antenado e vigoroso repercutiu a história de Nathanel, seu percurso anti heróico de quem nasceu com tradição do “erro”, numa sociedade brasis de negros, pardos, e negros, em que as desequidades impostas determinam quem sempre estará sujeito à vertiginosa queda livre da Roda da fortuna, que lhe coube como sorte.

Espetáculo pancada, interfluxa sincretismo religioso, música de expressão das periferias brasileiras, discurso panfletário de revisionismo e reparação das diferenças sociais e posição social de ilustração das funções de opressor e oprimido, na construção social determinista brasileira. 

Atualiza política, justiça, polícia, tudo no mesmo cinturão nevrálgico de discussão, crítica e exploração da natureza espírito de porco institucional, a que está submetida uma grande parcela populacional, em sua maioria expressiva negra, no país.

Um drama apropriado da linguagem dramática de repercussão da falha trágica do anti herói e catarse aplicada ao distanciamento crítico, “Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro” consecciona um elenco registrado e tarimbado na práxis do teatro de rua, gerado na identidade de referências augustoboalinas, que influxiona a personagem-público para dentro da narrativa e a torna parte proativa do discurso apresentado, numa representação cênica realístico de impulsionar o cidadão crítico da própria realidade.

Os interpretes Jefferson Saldanha, Doroteia Ferreira, Kelly Enne Saldanha, Altemar Di Monteiro, Henrique Gonzaga, Amanda Freire e Maurício Rodrigues revezam arte, dinâmicas, talento e energia alegre e contundente, ao variarem em personagens que vão e vêm na tessitura do espetáculo que mastiga, engole e joga fora a platéia, para que ela vire regurgito da própria condição de sobrevivência, a partir da particular observação do outro, em si mesma.

Um conjunto de criadores que reúne Altemar Di Monteiro (coordenação geral); Murillo Ramos (direção) e, de novo, Altemar Di Monteiro, na dramaturgia e assistência de direção, em íntima parceria com a cenografia, de Jefferson Saldanha; figurino expressivo, de Miguel Campelo; formas à animação-bonecos, de Carlos César, adereços, de Pádua Oliveira, e maquiagem, Kelly Enne Sldadanha, garantem um dinamismo quente e uma carpintaria de vívida presença criativa e cena viva contemporânea e política.

O Coletivo Nóis de Teatro e o espetáculoTodo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro” cumprem papel social, de arte e cultura, e papel político de interagir estéticas que reverberem vida em comunhão com o fazer artístico e olhar reflexivo.

Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreirocumpre, eficazmente, 
os papéis sociais a que está imbuído na construção cultural da práxis cênica que realiza.



fotos/imagem: (Assoc. Artística Nóis de Teatro)

Cinco em umas

"Efeméride" expiada
por maneco anscimento

Numa parceria do Teatro Municipal de Porto Porto) e o Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo (Cabo Verde – África), o FestLuso 2016 – Ano Júlio Romão, recebeu para o palco do Theatro 4 de Setembro, na noite do dia 26 de agosto, às 20h30, uma cena portolense/caboverdeana que repercutiu três vidas “presas”, numa sala de espera de aeroporto, enquanto recebem liberação para entrar no EUA.

A "efeméride" expiada, na licença poética de uma sala, sem nacionalidade, de um aeroporto internacional americano afirma dramaturgia literária da pecha de José Luis Peixoto (Portugal), com direcção e encenação de João Branco (Cabo Verde) e a ação performance realista, em suspensão lúdico coloquial, direcionadas às “Estrangeiras”  Francisca Lima (Portugal); Janaina Alves (Brasil) e Silvia Lima (Cabo Verde).
(elenco e director/encenador de Estrangeirs/fotos: J. Branco)

Três braços linguisticos de raiz afim, vindos de partes distintas do mundo lusófono, dividem tempo e espaço, no compasso de espera, na expectativa de receberem passagem livre da polícia de fronteira e poderem seguir rumo, em terras americanas, adentro.
O forçoso encontro entre as três mulheres acaba revelando as idiossincrasias e vias de escape e defesa das personagens de muito + coisas aproximadas que o traço lingüístico.

Numa metalinguagem o autor reúne três intérpretes de tronco comum latino português, vindas de sítios geopolíticos diferentes e, três personagens, na busca de um auto enredo de sobrevivência em terras estrangeiras.

Num gracejo de imbricar discurso das personagens na narrativa de desvelar as próprias sortes ali expiadas, coloca vozes na boca das intérpretes, que têm em comum o mesmo espaço geográfico diaspórico das personagens, Portugal, Brasil e Cabo Verde, respectivamente. À medida que as circunstâncias provocadoras vão surgindo, as emigrantes seguem revelando a porção serpente.

A cenografia, uma óbvia sala de espera, fechada, de paredes (neutras ao branco), com a porta trancada, e disposição de cadeiras, nos extremos do metro quadrado do espaço indiferente, desenhando o mapa de área de atuação das, presas, acuadas.

A luz (desenho de Luz João Branco) neutra, acompanha a impessoalidade do ambiente e, revela o ansioso da espera das personagens, no momento em que aquece o subjetivo da angustiosa demora de solução, ao refletir uma aproximação de algum sinal de presença, pelo lado de fora da porta.

A música original, de Caio Terra (Brasil), também corrobora aos expressivos de expectativas de espera e quebra do terreno “vulgar” das domesticidades ali aprisionadas e abrir alegria e ligeirismos de ilustração das personagens e, ou marcas de identidades ladinas, das pessoas comuns e mortais, que atritam as feras enjaulas às próprias existências postas na paleta de curiosidades.

Os figurinos, de Janaína Alves, gesticulam ao habitual das identidades das personagens, sem virtuosismos de fuga do real.

A personagem brasileira, ao contrário do comedido de comportamento proposto pela criação, às outras duas estrangeiras, ressalta uma presença recorrente de moda das franjas sociais brasis que, descida das periferias, ganhou o asfalto e virou expressivo de livre contumaz dos shortinhos, extra curtos, e blusas sobrepostas, reveladores de formas modelo exploração sensual e aceno de ascensão de interesse masculino da marca “piriguete” de vestir.

Presença marcante de Janaina Alves gera uma brasileira (da ficção dramática) ousada, descolada, boca de frasqueira paraguaia e da pá emborcada, seja nas tiradas insutis e de cicuta discreta despejada na apimentada salada, sem rúcula, servida no banquete das imigrantes.

A brasileira, de composição, que se nos é apresentada, fica na média da garota sem Ipanema, nem Leblon, mas de exportação para encanto de turista, ou numa visão + rígida de sobreposição de gênero enviesada, uma provocadora, em potencial, de violência, moral ou alhures. Gracejada ao apelo do riso, detém no “cavalo” da personagem um “timing” de carisma à platéia do gargarejo.
   
As outras duas intérpretes (Francisca Lima e Silvia Lima) afiam o triângulo das lusófonas e ficam na média de PhD 6.98,99, seja à composição de tipos, seja às tiradas de construção frasal inflexional de paradigma das naturezas modelares do teatro que lhes chegou como forma criativa.

A dramaturgia de cena, confeccionada por João Branco, não é desafiadora, nem ressalta novidades, pois não parece querer ser modelo de pólvora chinesa. É de encenação afiançada no real risonho, nas fórmulas naturais de maneirismos dramático cômicos de comunicar, pela facilidade do entendimento que coloquialize a ação que chega imediata à recepção.

A "efeméride" dramática, atrelada na linha discursiva do gênero dramático textual literário, que afia crítica em ressalto de preconceitos, problematizações e contraditórios sócio culturais, apega-se na distância e proximidade geopolíticas e nacionalidades lingüísticas discursivas, de conflitos femininos. Guarda o esforço para gestão de cena peculiar do riso e peculiar de dramaturgia horizontal e de fácil escolho para linguagem de reflexivo, a partir do riso.

Corrobora com o mapa textual que aproxima mulheres comuns, numa DR coletiva de identidade de gênero, em intertextual com os outros gêneros dramáticos intrínsecos na construção dramatúrgica, que coexistem na cartografia de qualquer cena criada.

Cinco vozes, em umas, ao uno das falas de dramaturgia prospectada (José Luis Peixoto, João Branco, Janaina Alves, Francisca Lima e Silvia Lima), “Estrangeiras” não pede muito esforço para ganhar a recepção, nem suscita reflexão cabeção, também não perde práxis de emitir parecer teatral, em foco à linguagem de comédia moderna, com ligeirismos estético coloquiais ao bom riso.

fotos/imagens: (João Branco)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Cena política

memórias de resistência
por maneco nascimento

O Teatro, de Portugal, se representou no Festival de Teatro Lusófono - FestLuso 2016/Ano Júlio Romão, na noite do dia 25 de agosto, às 20h30, no Theatro 4 de Setembro.
O espetáculo limpo e tranquilo, ao viés de distanciamento crítico, na cena dramática narrada, encontra horizontalidade estética premeditada. Discurso de memórias de exceção política, durante a ditadura, repercute história de Portugal, nas vezes de dramaturgia elementada pelo quase realismo-naturalismo concentrado.
"No Limite da Dor" aposta em narrativa mais sóbria, em que possa reflexionar + mensagem e compreensão do discurso informativo didático ao diálogo memorial revisitado e revisionado à licença teatral. 
Montagem da Cia Lendias d'Encantar, de Beja, Portugal, afia as histórias de homens (Luís Moita, Domingos) e mulheres (Georgina, Conceição) que revezam narrativas, de memórias entrecruzadas, na cartografia dramática desenhada, e intercursos, idas e vindas e desdobramentos de presos e monitorados pela polícia da ditadura.
["No Limite da Dor" narra drama, em quatro histórias que se entrelaçam numa peça que traz aos espectadores de hoje, a experiência vivida por muitos portugueses às mãos da PIDE, durante os anos da ditadura.]
A cenografia abre uma discreta aglutinação de ambientes, entre domésticos e grades de prisão, em que as personagens se movimentam na simbiose espacial e vão construindo as passagens e mudanças contextuais da memória, em terreno de limites e liberdades fora dos cercados e dentro da dramatização panóptica da dramaturgia cenográfica.
A luz discreta contribui a essa escolha de resfriar o drama, enquanto aquece as narrativas em sol da meia noite que mantém energia de ascendência sobre o enredo. 
Os figurinos neutros também corroboram a + explicitar as histórias, em que, nestas, o discurso reflexiona humanidade mergulhada e reverbera maior atenção e intenção de olhar.
Dramaturgia documental e depoimental de memória social, transversalizada na arte de intérpretes e persuasão de mensagem. 
Forja, às vias hefésticas de milagre criativo do mito primordial dramático, e reitera cena política, sem aquecer discurso panfletário.
Os intérpretes (Ana Ademar e António Revez) deslizam, com tranquilidade de comunicar cena discreta, em contundente dramático, e legam lição de cor, à recepção, com aptidão aristotélica de práxis da construção da personagem e de intérpretes, pela ascensão do teatro que transformam em verdade, um real histórico ficcionado na licença de cena. 
"No Limite da Dor" dói como efeito de crítica reflexiva e define teatro aplicado para defesa de cena viva portuguesa.

Nortea - última etapa

neste sábado, 27.
por maneco nascimento


No sábado, 27, acontece o último dia da 5a. Edição do Nortea, dentro do FestLuso 2016 - Ano Júlio Romão.
Na última etapa da temporada Nortea, que começou dia 23 e encerra neste 27, a programação da manhã ao Encontro do Núcleo de Laboratórios Teatrais do Nordeste - Nortea renderá Conferência e Mostra de Processo.
Das 9h às 12h, as ações acontecem no Auditório e Sala de Dança da Casa da Cultura.
Das 9h às 11h, no Auditório, ocorre a Conferência:
“Aspectos do Teatro Brasileiro Contemporâneo”.
A comunicação será realizada por Kil Abreu, que é crítico de teatro, já exerceu a função de Coordenador de Artes Cênicas da Prefeitura de São Paulo e, atualmente, é Curador do Centro Cultural São Paulo – SP).
(esse cara, o Kill Abreu/acervo: K. Aabreu)
A Coordenação dos serviços da Conferência será feita por Eraldo Maia (São Paulo).
(Eraldo Maia, à direita, um homem particular de teatro/acervo E. Maia)
Na sequência, das 11h às 12h, na Sala de Dança da CCT, a Mostra de Processo pelo Espetáculo “Casca de Noz”, com Dionizio Cosme do Apodi, ator do Grupo O Pessoal do Tarará (Rio Grande do Norte/São Paulo).
(Apodi, esse Casca de Noz da cena potiguar/acervo: D. Apodi)

Serviço:
Nortea/FestLuso 2016
27 de agosto
das 9h às 12h
Na Casa da Cultura de Teresina

fotos/imagem: (divulgação)