Hits
da Chapada
por maneco nascimento
Maio bateu as portas e junho já confronta novidades a dias de festas. Mas,
ainda em maio, não custa dizer que as segundas feira daquele mês agitaram as
noites do centro da cidade, Praça da Bandeira, Teatro de Arena. O 18º. Festival
da Chapada do Corisco, o nosso pop “Chapadão” cumpriu seu “mètier”.
Nos dias 7, 14, 21 e, finalmente, 28 de maio tivemos três eliminatórias e
a final, respectivamente, para separar os necessários joios do trigo, este por
vezes, de semente sendo eirada em lajedos, na aridez de espinhos e por fim em
terra musical de bom phd.
O evento manteve práxis que beira à maior idade, com histórico de boas safras
passadas, insistência e preservação no presente e perspectiva do futuro a obra
aberta. Talvez frutos melhores verão porque “amanhã será novo dia...”
As categorias estudante, instrumental e não estudante reverberaram entre
árvores, ruídos urbanos e à ressonância técnica da concha acústica do nosso
Arena, nascido lá pelos idos da década de 1960. Quem concorreu fez crédito à
própria sorte criativa e a valoração dá-se pelo que for considerado melhor
dentro de conceitos técnicos, estéticos, poéticos e musicais.
Os julgadores da final, Roraima, cantor, compositor e agitador pop art
music; José Quaresma, cantor, compositor, carro chefe da Banda Validuaté “(...)
e o pior é que ela é (...)”; Paulo Aquino, compositor, músico instrumentista e
criador de jingles; a cantora agitadora cultural Laurenice França e o diretor
de teatro e dramaturgo da cena local, Arimatan Martins. Equipe abalizada, só
não acredita quem não quer.
Não foi um ano de melhores (e)feitos musicais, salvo o instrumental em que o
músico parece + impregnado de acertar pela sonoridade experimental e factual de
tocar um instrumento apaixonante.
O concorrente estudante esteve + imberbe e o não estudante em franca aspiração
que inspire semente em terra boa. Nada que transpire derrota, só contextos para
pautas sonoras que impregnam pouca virtuose da melhor aldeia.
As composições de categoria estudantil para prêmio, neste ano: a 1ª. colocada,
“Sincero Adeus” – Pedro Igor e Rodrigo Magalhães; a 2ª. “A te esperar” –
Patrick Soares e em o terceiro prêmio “Infância Perdida” – Arthur Pereira.
Taiguara Bruno levou o seu Primeiro Lugar em concorrência livre, “Pra não falar
palavrão”. Os motivos da caixinha mágica e seus desdobramentos de linguagem e
influências mass media.
As composições decifradas que acompanharam o 1º. Lugar, categoria não
estudante, na classificação final, foram “Sedução” – Uhasley Silva (2º Lugar) e
“Segue Dread” – Laura África e Gilsão (3º. Lugar).
A esfinge traduzida ficou mesmo com os melhores no instrumental 2012. Valdir
Coiote soltou os lobos que foram devorando notas e cifras e vomitando sons de
tradição revisitada, levou o 1º. Lugar com “Kangaço”.
Os instrumentos pautados por Gleydyson Freire, um cheiro de flor desabrochada e
sabor de fruto maduro para matiz escarlate. Sua “Flor de Jambo”, virtuose e
poemas em todo tom levou o 2º. Lugar.
O 3º. Lugar instrumental foi de Garem Vilarinho que “Só queria dizer que...” e
disse-o bem. Toda essa gente que se engana e finge que ninguém nasceu para ser
superbacana, não sabe que a cidade já é muito instrumental e sabe sê-lo, para
instrumentos, composições e virtuoses musicais.
É bom também falar do dinheiro, estímulo e fomento a novos criadores e ao
diverso da criação. A premiação para o primeiro colocado da categoria Estudante
foi de R$ 1.500, R$ 800 para o segundo, e R$ 600 para o terceiro. Nas
categorias Não Estudante e Instrumental, o primeiro colocado recebe R$ 2.500, o
segundo, R$ 1.500, e o terceiro, R$ 1.000.
Quem tem voz vai à cena e os melhores intérpretes do 18º. Chapadão foram Wener
Mariz, concorrente da categoria estudante que levou R$ 300, e Letícia Câmara,
da categoria não estudante, com R$ 500.
Esses hits d’agora e novas empreitadas aguardam a cidade musical às futuras
edições do Festival da Chapada do Corisco. Com o objetivo de estimular e
valorizar os talentos musicais da Teresina, bem como promover intercâmbio entre
músicos que vieram primeiro e àqueles que assentam novas campanhas, assim e
assaz a cidade caminha +.
A Prefeitura de Teresina por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor
Chaves cumpre sua obrigação sócio-educativa e de fomento que valoriza a cidade
musical. Parabéns Chapadão pelo seu (per) curso à maior idade.
Expediente:
Cercado de árvores e suas belas copas e raízes, o Teatro de
Arena está plantado no privilégio de parque ambiental. Suas arquibancadas de
arena sobre escadarias, um charme arquitetônico.
Falta só a acessibilidade, não há rampas de acesso a público cadeirante. Na
final Chapadão vimos um cadeirante escalando os degraus para
chegar e sair do evento.
O Arena precisa acompanhar as políticas públicas de inclusão.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
O Ceará, hein!
O Ceará, hein!
por maneco nascimento
Entre 11 de abril e 30 de maio de 2012, o Ceará brindou Teresina com revigor artístico de estética elaborada para agradar até aos troianos, povo do lado esquerdo do berço do teatro ocidental. A ver:
“Bertolt Brecht, para exceções e regras, apareceu com qualidade de exibição a partir de uma obra sua: “A Exceção e a Regra”. A montagem do Grupo cearense “Teatro Máquina” foi vista no palco do Theatro 4 de Setembro, às 20h, com entrada Franca, (...) A peça, ‘O Cantil’, de pesquisa experimental sobre texto original brechtiniano, concorre ao Brasil em projeto de Circulação Nordeste, por cinco capitais durante o mês de abril. Em Teresina, por onde começou a circulação, a temporada se finaliza para os dias 11 e 12 do corrente(...)” (www.vooz.com.br/blogdomaneco: Máquina Teatral/ Atualizada em 12/04/2012 às 17h11)
“Na última terça feira, dia 15 de maio de 2012, às 20h, O Theatro 4 de Setembro em parceria com a Escola de Dança do Estado “ Lenir Argento” apresentaram ao público da cidade a Paracuru Cia. de Dança e seu “Luz”, (...) De uma estética, aparentemente de margem a femininos universos, o “Luz” vai-se delineando para sorte de relações de prazeres e torturas entre homem e mulher, homem e homem, mulher e homem, mulher e mulher, assimetria de paixões de gêneros e humanidades em reflexões de corpos, falas e oralidades à razão e sensibilidades.” (www.vooz.com.br/blogdomaneco: Assimetria de Gêneros/ Atualizada em 16/05/2012 às 17h00)
E, nesse finzinho de maio, em dias 29 e 30, às 16h e 20h, também no Theatro 4 de Setembro, a temporada aberta de bons resultados cearenses fecham o mês com o Projeto da Escola de Artes e Ofícios Vidança.
(acervo fotográfico: Vidança Cia. de Dança do Ceará)por maneco nascimento
Entre 11 de abril e 30 de maio de 2012, o Ceará brindou Teresina com revigor artístico de estética elaborada para agradar até aos troianos, povo do lado esquerdo do berço do teatro ocidental. A ver:
“Bertolt Brecht, para exceções e regras, apareceu com qualidade de exibição a partir de uma obra sua: “A Exceção e a Regra”. A montagem do Grupo cearense “Teatro Máquina” foi vista no palco do Theatro 4 de Setembro, às 20h, com entrada Franca, (...) A peça, ‘O Cantil’, de pesquisa experimental sobre texto original brechtiniano, concorre ao Brasil em projeto de Circulação Nordeste, por cinco capitais durante o mês de abril. Em Teresina, por onde começou a circulação, a temporada se finaliza para os dias 11 e 12 do corrente(...)” (www.vooz.com.br/blogdomaneco: Máquina Teatral/ Atualizada em 12/04/2012 às 17h11)
“Na última terça feira, dia 15 de maio de 2012, às 20h, O Theatro 4 de Setembro em parceria com a Escola de Dança do Estado “ Lenir Argento” apresentaram ao público da cidade a Paracuru Cia. de Dança e seu “Luz”, (...) De uma estética, aparentemente de margem a femininos universos, o “Luz” vai-se delineando para sorte de relações de prazeres e torturas entre homem e mulher, homem e homem, mulher e homem, mulher e mulher, assimetria de paixões de gêneros e humanidades em reflexões de corpos, falas e oralidades à razão e sensibilidades.” (www.vooz.com.br/blogdomaneco: Assimetria de Gêneros/ Atualizada em 16/05/2012 às 17h00)
E, nesse finzinho de maio, em dias 29 e 30, às 16h e 20h, também no Theatro 4 de Setembro, a temporada aberta de bons resultados cearenses fecham o mês com o Projeto da Escola de Artes e Ofícios Vidança.
E olha que o visto em cena elenca respostas de um projeto social da Vidança Cia. de Dança do Ceará, na estrada desde 1981, tendo como carpinteira da dramaturgia social e cênica a educadora/coreógrafa Anália Timbó.
“Como um prêmio, em 2010 aprovamos junto ao MINC, através da Lei Rouanet um projeto de circulação para cidades do Nordeste e saímos em cirandas a dançar em teatros, praças e espaços públicos, criando tempos e espaços novos de fazer arte.” (Circulando/material de divulgação da Vidança)
No palco uma virtuose de juventude que em beleza dança. Crianças, adolescentes e jovens dividem a cena com graciosidade, prazer e orgulho de se representar.
(acervo fotográfico: Vidança Cia. de Dança do Ceará)
Os corpos em energia distendida embalam-se aos sons dos silêncios anatômicos e barulhos reverberados do ato criador para pesquisa de maracatus, bois e capoeira e gingas ribeirinhas, tudo regenciado ao sabor do sal e brisa das marés, geografia social d’alguns intérpretes.
Imagens do homem (genérico) metamorfoseado de rastejante, saltitante esgueiro em terreno praiano, a quase simbiose do primitivismo da criação do mamífero, saído da água para postar-se sobre os pés e disputar limites de seleção da nova espécie transmutada.
(acervo fotográfico: Vidança Cia. de Dança do Ceará)
Em “Catumacã – guerra bonita”, oralidades corporais em contenção e expansão expressionistas da história contada. Beleza plástica de figurinos e maquilagem completa o enredo desenhado e protegido por luz esteticamente organizada. A luz, aliás, permeia todos os espetáculos do repertório apresentado com uma qualidade necessária a motivos cênicos elaborados.
A música ora de pesquisa direcional, ora instrumentalizada pelo grupo percussivo da Cia. preenche de vida, em confronto atômico para novos feixes, a energia material e imaterial do objeto estudado.
“Tambatuque do Vidança”, uma virtuose sonora orquestrada por meninos e meninas que exalam alegria dos instrumentos dominados à facilitação musical. Assim como as performances para “Terreiros de Sol e Lua”, “Quintal de Mangue”, “Visagens do Desejo – a alma afoita de Maria Amélia”.
O que têm em comuns essas composições de pesquisa na cultura popular de apropriação e identidade repercutida à linguagem da dança? A dobradinha mantida entre Anália Timbó e Ângela Linhares na construção da geografia dramática geral dos resultados ao coletivo.
(acervo fotográfico: Vidança Cia. de Dança do Ceará)
Direção, concepção, pesquisa de linguagem, dramaturgia e coreografias parecem conviver bem para dividir ato de criação entre as duas profissionais.
Os figurinos assinados por Anália Timbó detêm cuidadoso olhar que transita entre o utilitário de identidade regional e a estética de aproximação criativa ao elemento de pesquisa arraigado na cultura sócio-histórica das gentes representadas, com seu gingado, ritmos coletivizados na memória de sertão e mar.
Compõem o quadro de facilitação dessa técnica do clássico, reelaborando-se em gestos e emblemas do popular com vigor de novas propostas e ação de propósitos, os coreógrafos Elisilene Mesquita, Marcos Bento, Ramirez Menezes, Socorro Timbó, Vanda Januário, Maria Paula Costa Rêgo, Emerson Dias.
Anália Timbó também assina cenários e adereços (Quintal de Mangue) e adereços (Visagens do Desejo). Adereços de Zé Beto (Catumacã – guerra bonita). Há ainda a música de Heckel Tavares (Catumacã – guerra bonita) e a Percussão de Descartes Gadelha (Catumacã – guerra bonita).
Um conjunto de inspirações feito arte e cultura de privilégio ao público. O Vidança e seu coletivo de cena corporal escrevem a própria história e determinam o artista em sua hora de Ser e Fazer.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Agora tem Teatro, sim!
Agora tem Teatro, sim!
por maneco nascimento
Na manhã do dia 28 de maio de 2012 tive o prazer, como artista e ator das cenas, de visitar as obras em fase de conclusão do Teatro do – Matadouro - Boi.
A última lembrança que mantinha daquela obra fora do ano passado, quando por lá estive. Era um canteiro de obras com paredes de alvenaria sendo levantadas e uma escavação onde seria plantada a caixa cênica, com porão sob o tablado.
Um frejo de operários, sons e ruídos contumazes de construção civil e uma esperança vívida de que, em breve, se teria um bom e novo teatro, na região da zona norte da cidade. A viabilidade de (re)construção do Teatro do Matadouro se dava através do Projeto Lagoas do Norte, com recursos conveniados com o Banco Mundial e contrapartida da Prefeitura de Teresina.
Hoje, ao entrar na obra que recebe os últimos retoques à inauguração, senti uma felicidade larga. Ali está sendo finalizado um projeto que sobremaneira valoriza a região, contempla as comunidades do bairro matadouro e entorno do Teatro do Boi e entrega à cidade de Teresina + uma Casa de espetáculos.
Visto de fora uma boa impressão de fachada, cores que acompanham o matiz do barro e olarias por ali plantado, através das oficinas de rico artesanato e tijolos do Poti Velho. Visto de dentro, uma estrutura técnica invejável. Para não desmerecer qualquer primeiro mundo com suas Casas de espetáculos.
Para + de 140 lugares na platéia, poltronas azuis confortáveis, inclinação natural de platéia para que ninguém fique prejudicado na visão no artista em cena.
Maquinaria estalando de nova e com as varas de luz para pinos, canhões, “set lights”, “lads”, cortinas, ciclorama, bambulinas, etc. Ainda para facilitar os trabalhos de afinação de luz e trânsito de serviços da área de maquinaria e técnica na caixa cênica, uma passarela suspensa sobre a plateia.
A boca de cena na medida certa para o Teatro de pequeno porte e um palco, terra do artista, que me causou uma “inveja saudável”. Paredes, forros, texturas, jardim interno, lanchonete/bar, cabine de operação de som e luz apropriada e a novidade do novíssimo Teatro já quase na contagem regressiva de entrega à comunidade.
No Complexo Cultural Teatro do Boi compondo toda a vida artística ali desempenhada, há um grande e bem equipado estúdio de dança, para clássico, contemporâneo e popular; um segundo estúdio, menor, para espaço auxiliar de dança. Um estúdio para ensaios e montagens de teatro; um estúdio para musicalização e iniciação instrumental; um estúdio para criação de vídeo e cinema; um estúdio para corte e costura e outro para a prática de artes visuais.
A biblioteca comunitária, ampla e bem equipada a consulentes e pesquisadores, completa o projeto sócio-cultural e funciona ao lado da pracinha interna que abriga o Anfiteatro, pequeno palco arena. Esse é o Projeto de encher os olhos de qualquer amante das artes e do fomento à cultura localizada.
As notícias são que, em breve, haverá a inauguração do Parque das Lagoas do Norte e, em seguida, a entrega oficial do Teatro do - Matadouro – Boi. Os buchichos dão conta que deverá ocorrer entre 24 a 28 de junho deste. A cidade artística espera ansiosamente.
Nascido num antigo matadouro municipal, o Teatro do Boi sobreviveu durante muitos anos, improvisadamente, mas com resultados inquestionáveis para investimentos possíveis. A fachada e edificação arquitetônica original foram mantidas, desde a sua invenção para Casa de espetáculos.
(antiga fachada do Teatro do Matadouro/Boi, antes da grande reforma/foto: divulgação)por maneco nascimento
Na manhã do dia 28 de maio de 2012 tive o prazer, como artista e ator das cenas, de visitar as obras em fase de conclusão do Teatro do – Matadouro - Boi.
A última lembrança que mantinha daquela obra fora do ano passado, quando por lá estive. Era um canteiro de obras com paredes de alvenaria sendo levantadas e uma escavação onde seria plantada a caixa cênica, com porão sob o tablado.
Um frejo de operários, sons e ruídos contumazes de construção civil e uma esperança vívida de que, em breve, se teria um bom e novo teatro, na região da zona norte da cidade. A viabilidade de (re)construção do Teatro do Matadouro se dava através do Projeto Lagoas do Norte, com recursos conveniados com o Banco Mundial e contrapartida da Prefeitura de Teresina.
Hoje, ao entrar na obra que recebe os últimos retoques à inauguração, senti uma felicidade larga. Ali está sendo finalizado um projeto que sobremaneira valoriza a região, contempla as comunidades do bairro matadouro e entorno do Teatro do Boi e entrega à cidade de Teresina + uma Casa de espetáculos.
Visto de fora uma boa impressão de fachada, cores que acompanham o matiz do barro e olarias por ali plantado, através das oficinas de rico artesanato e tijolos do Poti Velho. Visto de dentro, uma estrutura técnica invejável. Para não desmerecer qualquer primeiro mundo com suas Casas de espetáculos.
Para + de 140 lugares na platéia, poltronas azuis confortáveis, inclinação natural de platéia para que ninguém fique prejudicado na visão no artista em cena.
Maquinaria estalando de nova e com as varas de luz para pinos, canhões, “set lights”, “lads”, cortinas, ciclorama, bambulinas, etc. Ainda para facilitar os trabalhos de afinação de luz e trânsito de serviços da área de maquinaria e técnica na caixa cênica, uma passarela suspensa sobre a plateia.
A boca de cena na medida certa para o Teatro de pequeno porte e um palco, terra do artista, que me causou uma “inveja saudável”. Paredes, forros, texturas, jardim interno, lanchonete/bar, cabine de operação de som e luz apropriada e a novidade do novíssimo Teatro já quase na contagem regressiva de entrega à comunidade.
No Complexo Cultural Teatro do Boi compondo toda a vida artística ali desempenhada, há um grande e bem equipado estúdio de dança, para clássico, contemporâneo e popular; um segundo estúdio, menor, para espaço auxiliar de dança. Um estúdio para ensaios e montagens de teatro; um estúdio para musicalização e iniciação instrumental; um estúdio para criação de vídeo e cinema; um estúdio para corte e costura e outro para a prática de artes visuais.
A biblioteca comunitária, ampla e bem equipada a consulentes e pesquisadores, completa o projeto sócio-cultural e funciona ao lado da pracinha interna que abriga o Anfiteatro, pequeno palco arena. Esse é o Projeto de encher os olhos de qualquer amante das artes e do fomento à cultura localizada.
As notícias são que, em breve, haverá a inauguração do Parque das Lagoas do Norte e, em seguida, a entrega oficial do Teatro do - Matadouro – Boi. Os buchichos dão conta que deverá ocorrer entre 24 a 28 de junho deste. A cidade artística espera ansiosamente.
Nascido num antigo matadouro municipal, o Teatro do Boi sobreviveu durante muitos anos, improvisadamente, mas com resultados inquestionáveis para investimentos possíveis. A fachada e edificação arquitetônica original foram mantidas, desde a sua invenção para Casa de espetáculos.
Também para essa nova ordem estrutural e patrimonial às cênicas, o prédio original foi conservado e os novos investimentos ganharam corpo edificado como apêndice do antigo matadouro público.
As cores quentes, vivas e emblemáticas dão vigor estimulante da bela arquitetura ali plantada em conformidade com o “velho” da memória de linguística sócio artística edificada.
Agora tem Teatro, sim! Parabéns à Teresina e, especialmente, ao bairro Matadouro. Os artistas agradecem!
domingo, 27 de maio de 2012
Ato Sóbrio
Ato Sóbrio
por maneco nascimento
Com a formação de grupo musical, composta de Diego Magalhães (guitarra, teclado e vocal), Rodrigo Rodrigues (contrabaixo) e Danilo Miranda (bateria) a Banda Ato Sóbrio, com show homônimo, se apresentou no palco do Teatro Municipal João Paulo II neste último sábado, 26 de maio de 2012, a partir das 20 horas, para público fiel e com uma tranqüilidade de estréia profissional invejável.
A Banda Ato Sóbrio que carrega consigo, para rebuscado de repertório, uma influência de hard rock, Los Hermanos, Coldplay, Engenheiros do Hawai e Chico Buarque de Holanda, surgiu em dezembro de 2011 como necessidade, premente , de afinar os dias de laboratórios e ensaios de garagem à realização de um sonho de show profissional.
Para Diego Magalhães, vocal da Banda, esse show seria um desejo confirmado que ganhou forma em espaço físico estrutural profissional. As experiências anteriores foram de investidas em bares, eventos e festas, como primeiros passos de iniciação da carreira.
“Esse momento é de realização de um sonho. Nosso primeiro show profissional. A banda surgiu no final de 2011, agora é investir na carreira, na profissão.”, completa o músico.
O show Ato Sóbrio, traduziu-se à capa de apresentação. Muito sóbrio, músicos tranqüilos em cena e sem qualquer desperdício de energia ou afetação vaidosa. Mesmo as falas de costura e passagem, de música a música, mantiveram uma economia de atenções e intenções ao público de amigos, colegas de faculdade, igreja e familiar.
As composições próprias, na média das influências musicais. Sem desperdício do jogo de palavras e fraseados vazios à cifra composicional. Letras para musicalidade pop e de linguagem de entendimento e recepção direta com a interlocução e público fim.
O vocal de Diego Magalhães afinado, em semi-grave aveludado e de sutilezas sonoras, sem desgaste de voz, nem virtuoses para impressionar. Leve e solto até para intolerantes ouvidos. Canta muito bem o guapo.
Show autoral, com uma abertura de margem a uma composição de um amigo da Banda. A música “Considere”, de Jean de Moura, carrega uma extensão interpretativa de homenagem ao amigo do vocal da Banda, mas não perde o fio da sobriedade musical construída a todo o enredo do show.
Das participações especiais ao Ato Sóbrio, João André acompanhou com seu instrumento musical, a escaleta, um dos momentos do show. E quem fez janela ao trio do Ato Sóbrio foi a Banda “Boteco Veneza” que, performance à parte, compôs muito bem, obrigado, em sua intervenção.
O contrabaixo de Rodrigo Rodrigues muito a favor de todo o show e a bateria de Danilo Miranda não desmereceu qualquer percurso dos arranjos apresentados. Tudo dentro dos tons e sons da juventude que essa banda canta.
Sei que nada será como antes, depois dessa noite do dia 26 de maio, nem muito menos depois que o público, enfim, tietou a beleza e talento, da Ato Sóbrio, demonstrados no palco.
Ato Sóbrio, uma brisa ganhando a audiência sem reservas, também sem nunca impor uma jóia falsa. Não há qualquer falso brilhante no resultado musical apresentado. Nada de cair no desperdício à vaidade de sucesso de apelo e pressa de conseguir aparecer.
Tá no tempo certo, no caminho sério e no sóbrio desejo de conquistar seu chão de estrelas, sem perder-se das origens simples e afinidades comuns de quaisquer jovens reunidos para aprender a aprender a ser artista.
por maneco nascimento
Com a formação de grupo musical, composta de Diego Magalhães (guitarra, teclado e vocal), Rodrigo Rodrigues (contrabaixo) e Danilo Miranda (bateria) a Banda Ato Sóbrio, com show homônimo, se apresentou no palco do Teatro Municipal João Paulo II neste último sábado, 26 de maio de 2012, a partir das 20 horas, para público fiel e com uma tranqüilidade de estréia profissional invejável.
A Banda Ato Sóbrio que carrega consigo, para rebuscado de repertório, uma influência de hard rock, Los Hermanos, Coldplay, Engenheiros do Hawai e Chico Buarque de Holanda, surgiu em dezembro de 2011 como necessidade, premente , de afinar os dias de laboratórios e ensaios de garagem à realização de um sonho de show profissional.
Para Diego Magalhães, vocal da Banda, esse show seria um desejo confirmado que ganhou forma em espaço físico estrutural profissional. As experiências anteriores foram de investidas em bares, eventos e festas, como primeiros passos de iniciação da carreira.
“Esse momento é de realização de um sonho. Nosso primeiro show profissional. A banda surgiu no final de 2011, agora é investir na carreira, na profissão.”, completa o músico.
O show Ato Sóbrio, traduziu-se à capa de apresentação. Muito sóbrio, músicos tranqüilos em cena e sem qualquer desperdício de energia ou afetação vaidosa. Mesmo as falas de costura e passagem, de música a música, mantiveram uma economia de atenções e intenções ao público de amigos, colegas de faculdade, igreja e familiar.
As composições próprias, na média das influências musicais. Sem desperdício do jogo de palavras e fraseados vazios à cifra composicional. Letras para musicalidade pop e de linguagem de entendimento e recepção direta com a interlocução e público fim.
O vocal de Diego Magalhães afinado, em semi-grave aveludado e de sutilezas sonoras, sem desgaste de voz, nem virtuoses para impressionar. Leve e solto até para intolerantes ouvidos. Canta muito bem o guapo.
Show autoral, com uma abertura de margem a uma composição de um amigo da Banda. A música “Considere”, de Jean de Moura, carrega uma extensão interpretativa de homenagem ao amigo do vocal da Banda, mas não perde o fio da sobriedade musical construída a todo o enredo do show.
Das participações especiais ao Ato Sóbrio, João André acompanhou com seu instrumento musical, a escaleta, um dos momentos do show. E quem fez janela ao trio do Ato Sóbrio foi a Banda “Boteco Veneza” que, performance à parte, compôs muito bem, obrigado, em sua intervenção.
O contrabaixo de Rodrigo Rodrigues muito a favor de todo o show e a bateria de Danilo Miranda não desmereceu qualquer percurso dos arranjos apresentados. Tudo dentro dos tons e sons da juventude que essa banda canta.
Sei que nada será como antes, depois dessa noite do dia 26 de maio, nem muito menos depois que o público, enfim, tietou a beleza e talento, da Ato Sóbrio, demonstrados no palco.
Ato Sóbrio, uma brisa ganhando a audiência sem reservas, também sem nunca impor uma jóia falsa. Não há qualquer falso brilhante no resultado musical apresentado. Nada de cair no desperdício à vaidade de sucesso de apelo e pressa de conseguir aparecer.
Tá no tempo certo, no caminho sério e no sóbrio desejo de conquistar seu chão de estrelas, sem perder-se das origens simples e afinidades comuns de quaisquer jovens reunidos para aprender a aprender a ser artista.
sábado, 26 de maio de 2012
Ser artista
Ser artista
por maneco nascimento
O Brasil sempre foi, desde a chegada dos primeiros povoadores, um país do diverso. E com essa diversidade de gentes, raças, matizes e tecido social sendo construído à força do ganhar o próprio espaço, a arte vai ao seu tempo abrindo veredas da salvação e estabelecendo continuidade de culturas.
Em entrevista à Revista Afro B No. 4, de junho de 2011, uma das personalidades expressivas do teatro negro nacional, Ruth de Souza, fala de sua experiência, posição política e olhar crítico à realidade do Brasil brasileiro de negros, pardos, mestiçados e também desse grosso “de brancos” que se sente diferente, mas contém uma pequena parcela com algum livre arbítrio a sincretismo étnico.
Ruth, que completou 66 anos de carreira artística, dia 08 de maio de 2011, com passagem incontinenti pela arte do teatro, cinema e da teledramaturgia nacionais, aponta na entrevista que hoje há bem + atrizes negras lutando, embora para uma profissão de altos e baixos.
Uma corrida constante por um bom trabalho ao sucesso ou fracasso. “E para nós, atores negros, é muito mais difícil. A gente tem que lutar duas vezes para conseguir um lugar ao sol, como minha mãe costumava dizer (...) O negro começou a poder aparecer, por exemplo, no teatro, quando o Abdias Nascimento fundou o Teatro Experimental do Negro, o TEN. O meu sonho era ser atriz.” (Santos, Luis Carlos dos. Personalidade Negra – Ruth de Souza. São Paulo: IPSIS, 2011. Revista Afro B No. 4, 64p.)
Essa dama da cena brasileira foi a primeira atriz, prata da terra, indicada a prêmio internacional, no Festival Internacional de Veneza, em 1954, com o filme “Sinhá Moça”, concorrendo com as três maiores estrelas da época, Katherine Hepburn, Michelle Morgan e Lili Palmer. “(...) perdi por dois votos, mas fiquei muito feliz, como se tivesse ganho o prêmio (...)” (Idem)
Quem não teve a oportunidade de vê-la em atuações sublimes da telona, como em “Vereda da Salvação”, “Terra Violenta”, “Sinhá Moça”, “Filhas do Vento”, entre outros, provavelmente precisaria correr aos colecionadores, cinemateca memorial e tirar o atraso.
Na televisão, media de maior penetração entre um maior público, há registros de Ruth para novelas, minisséries, especiais, sempre com uma presença classuda e inflexões de interpretações tranqüilas e definitivas às personagens propostas.
O(a) profissional negro (a), na teledramaturgia brasileira, não pode ser dispensado(a) do regozijo da memória nacional. Ruth, Léa Garcia ( a Rosa da Escrava Izaura, Globo), Zeni Pereira, Cléa Simões (a saudosa Tia Anastácia, do Sítio do Picapau Amarelo, Globo), Chica Xavier, Solange Couto, entre outras da geração ouro.
(ondeanda.multiply.com/photos/album/Dramaturgia Brasileira - Ruth de Souza)
Da novidade que povoa os dias de hoje Maria Ceiça, Juliana Alves, Camila Pitanga, Taís Araújo, Dani Ornellas e uma fil(h)a em construção à nova geração de atrizes negras que tiveram as veredas abertas por Ruth de Souza e grandes companheiro(a)s de profissão.
“O meu sonho era ser atriz. Encantada com os filmes de Hollywood. Eu queria ser uma estrela, igual as de Hollywood e, por acaso, isso me aconteceu ao pegar a Revista Rio (...) Ela publicou quatro páginas sobre um grupo de negros que estava fazendo teatro, ensaiando na UNE (...) Eu fiquei tão encantada e pensei então: ‘É ai que eu posso ser atriz’. Porque não havia atriz negra. O único ator negro que trabalhava, estava começando era o Grande Otelo, mas atriz não tinha.” (Idem)
Ser artista, no Brasil, não gera qualquer facilidade, especialmente porque cultura aqui é a parenta pobre da política nacional. E, em país de preconceito de cor metaforizado, a mulher de falas políticas, Ruth de Souza, mantém papel de defesa da dignidade e presença da pessoa negra:
“É difícil você encontrar uma mulher negra como vendedora de uma loja, de uma butique, não tem uma bancária. Eu não estou falando de grandes especialidades e ai alguém fala ‘é, mas tem a Dra. Fulana!’ Tem, mas é uma só. Então sobre essa coisa de invisibilidade da mulher negra eu sempre reclamei, sempre procurei dar uma linha de comportamento, mostrando, por exemplo, quando eu ia representar uma escrava.” (Idem)
Essa é a Ruth de Souza que o Brasil respeita e se orgulha de ter no coletivo, não só do Teatro Experimental Negro, como na cultura política nacional de confirmação da raça, cor, cidadania e cena brasileiras.
por maneco nascimento
O Brasil sempre foi, desde a chegada dos primeiros povoadores, um país do diverso. E com essa diversidade de gentes, raças, matizes e tecido social sendo construído à força do ganhar o próprio espaço, a arte vai ao seu tempo abrindo veredas da salvação e estabelecendo continuidade de culturas.
Em entrevista à Revista Afro B No. 4, de junho de 2011, uma das personalidades expressivas do teatro negro nacional, Ruth de Souza, fala de sua experiência, posição política e olhar crítico à realidade do Brasil brasileiro de negros, pardos, mestiçados e também desse grosso “de brancos” que se sente diferente, mas contém uma pequena parcela com algum livre arbítrio a sincretismo étnico.
Ruth, que completou 66 anos de carreira artística, dia 08 de maio de 2011, com passagem incontinenti pela arte do teatro, cinema e da teledramaturgia nacionais, aponta na entrevista que hoje há bem + atrizes negras lutando, embora para uma profissão de altos e baixos.
Uma corrida constante por um bom trabalho ao sucesso ou fracasso. “E para nós, atores negros, é muito mais difícil. A gente tem que lutar duas vezes para conseguir um lugar ao sol, como minha mãe costumava dizer (...) O negro começou a poder aparecer, por exemplo, no teatro, quando o Abdias Nascimento fundou o Teatro Experimental do Negro, o TEN. O meu sonho era ser atriz.” (Santos, Luis Carlos dos. Personalidade Negra – Ruth de Souza. São Paulo: IPSIS, 2011. Revista Afro B No. 4, 64p.)
Essa dama da cena brasileira foi a primeira atriz, prata da terra, indicada a prêmio internacional, no Festival Internacional de Veneza, em 1954, com o filme “Sinhá Moça”, concorrendo com as três maiores estrelas da época, Katherine Hepburn, Michelle Morgan e Lili Palmer. “(...) perdi por dois votos, mas fiquei muito feliz, como se tivesse ganho o prêmio (...)” (Idem)
Quem não teve a oportunidade de vê-la em atuações sublimes da telona, como em “Vereda da Salvação”, “Terra Violenta”, “Sinhá Moça”, “Filhas do Vento”, entre outros, provavelmente precisaria correr aos colecionadores, cinemateca memorial e tirar o atraso.
Na televisão, media de maior penetração entre um maior público, há registros de Ruth para novelas, minisséries, especiais, sempre com uma presença classuda e inflexões de interpretações tranqüilas e definitivas às personagens propostas.
O(a) profissional negro (a), na teledramaturgia brasileira, não pode ser dispensado(a) do regozijo da memória nacional. Ruth, Léa Garcia ( a Rosa da Escrava Izaura, Globo), Zeni Pereira, Cléa Simões (a saudosa Tia Anastácia, do Sítio do Picapau Amarelo, Globo), Chica Xavier, Solange Couto, entre outras da geração ouro.
(ondeanda.multiply.com/photos/album/Dramaturgia Brasileira - Ruth de Souza)
Da novidade que povoa os dias de hoje Maria Ceiça, Juliana Alves, Camila Pitanga, Taís Araújo, Dani Ornellas e uma fil(h)a em construção à nova geração de atrizes negras que tiveram as veredas abertas por Ruth de Souza e grandes companheiro(a)s de profissão.
“O meu sonho era ser atriz. Encantada com os filmes de Hollywood. Eu queria ser uma estrela, igual as de Hollywood e, por acaso, isso me aconteceu ao pegar a Revista Rio (...) Ela publicou quatro páginas sobre um grupo de negros que estava fazendo teatro, ensaiando na UNE (...) Eu fiquei tão encantada e pensei então: ‘É ai que eu posso ser atriz’. Porque não havia atriz negra. O único ator negro que trabalhava, estava começando era o Grande Otelo, mas atriz não tinha.” (Idem)
Ser artista, no Brasil, não gera qualquer facilidade, especialmente porque cultura aqui é a parenta pobre da política nacional. E, em país de preconceito de cor metaforizado, a mulher de falas políticas, Ruth de Souza, mantém papel de defesa da dignidade e presença da pessoa negra:
“É difícil você encontrar uma mulher negra como vendedora de uma loja, de uma butique, não tem uma bancária. Eu não estou falando de grandes especialidades e ai alguém fala ‘é, mas tem a Dra. Fulana!’ Tem, mas é uma só. Então sobre essa coisa de invisibilidade da mulher negra eu sempre reclamei, sempre procurei dar uma linha de comportamento, mostrando, por exemplo, quando eu ia representar uma escrava.” (Idem)
Essa é a Ruth de Souza que o Brasil respeita e se orgulha de ter no coletivo, não só do Teatro Experimental Negro, como na cultura política nacional de confirmação da raça, cor, cidadania e cena brasileiras.
Você conhece o Assis?
Você
conhece o Assis?
por maneco nascimento
Assis, compositor brasileiro a partir da década de 1930, foi um genial criador de sambas que invadiram a vida nacional, na voz das divas da música popular brasileira e de grandes vozeirões da era do rádio. Valente, sabia onde juntar a força da poesia musical para cifras do cotidiano de dores e alegrias na canção.
Como todo mulato da cor do pecado do lado de baixo da linha do equador forjou a própria história sócio-cultural e nunca tava prosa quando compunha, foi prova que o Brasil é país de grande celeiro de composição para música de identidade própria e característica jamais vista em qualquer lugar do mundo.
“‘Sou baiano, natural de Campo da Pólvora, em Salvador. Mas dependendo do meu humor, posso ser também de Patioba, ou Bom Jardim’, ou ainda em Senhor do Bonfim, como teria contado a um de seus biógrafos. Entretanto, há quem garanta que Assis Valente é de Santo Amaro da Purificação.” (Faustino, Oswaldo. Assis Valente – Um gênio de coração angustiado. São Paulo: IPSIS/Revista Afro B No. 4 Junho 2011)
Para o articulista, o estigma da infelicidade associada à pobreza teria marcado profundamente sua infância e teria sido um dos profundos temores em sua vida artística e que seria revelado numa das + famosas e executadas canções natalinas nacionais de todos os tempos.
A marchinha, intitulada "Boas Festas", povoou a memória de toda a gente brasileira e ainda está muito presente no período dos festejos de chegada do menino Jesus:
“Anoiteceu, o sino gemeu/E a gente ficou feliz a rezar/Papai Noel, vê se você tem/A felicidade pra você me dar/Eu pensei que todo mundo/Fosse filho de Papai Noel (...) Mas o meu Papai Noel não vem/Com certeza já morreu/Ou então felicidade/É brinquedo que não tem” (Boas Festas, 1932)
“(...) Valente desejava que fosse gravado por um dos expoentes da época, Francisco Alves ou Orlando Silva. Mas a gravadora RCA preferiu o jovem cantor Carlos Galhardo. O sucesso foi tamanho e foram tantas as prensagens de discos que Galhardo foi obrigado a voltar a estúdio, na década de 50, para gravar uma nova matriz, por causa do desgaste na primeira.” (Idem)
Grandes sucessos tornaram-se populares em vozes como a da pequena notável, Carmem Miranda (samba-choro Camisa Listrada - 1937), do “rei da voz” Francisco Alves e Aurora Miranda(popular junino Cai, Cai balão - 1933), do “cantor das multidões”, Orlando Silva (samba Alegria, composto em parceria com Durval Maia – 1938).
O sucesso do carnaval de 1938, composto em 1937, “Camisa Listrada”, memória do cancioneiro nacional que ainda hoje enfeita bailes. Carmem Miranda ajudou a catapultar esse “hit” expressivamente nacional e da cultura do carnaval e comunidade do samba em dias momescos.
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai/Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati/Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão/E sorria quando povo dizia: Sossega, leão! Sossega, leão!”
Tantas outras peças também foram gravadas entre 1930 e 1950, como o maxixe satírico “Tem Francesa no Morro” e “Não sei pedir seu coração”, ambas de 1932. Também de 32 tem o samba “Pra onde irá o Brasil?”. Carmem Miranda gravou, para uma cornucópia de criações, pelo menos 24 de + de 150 composições, entre elas “Etc.”, “Good bye boy”, “O Mundo não se acabou” e “Recenseamento”.
Do artista, pérolas como “Fez Bobagem”, “Boneca de Pano”, “Um Coringa”, “Lamento” e “Brasil Pandeiro”, de 1940.
“Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor (...) Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros que nós queremos sambar.” Esse José de Assis Valente, nasceu em 19 de março de 1911 e deixou essa terra brasis em 1958:
(foto colhida de Biografia de Assis Valente: letras.com.br)
“(...) assim como também não ligaram as pessoas que caminhavam pela Praia do Russel, minutos antes da 18 horas, ao avistar aquele homem de terno azul e blusa amarela, sentado num banco (...) olhando para o mar e ingerindo o conteúdo de uma garrafa de guaraná (...) ‘Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos e de tudo’. Assim se encerrava bilhete encontrado em seu bolso e endereçado ao também compositor Ary Barroso (...)” (Idem)
Assis Valente vale o peso da velha e boa canção brasileira.
por maneco nascimento
Assis, compositor brasileiro a partir da década de 1930, foi um genial criador de sambas que invadiram a vida nacional, na voz das divas da música popular brasileira e de grandes vozeirões da era do rádio. Valente, sabia onde juntar a força da poesia musical para cifras do cotidiano de dores e alegrias na canção.
Como todo mulato da cor do pecado do lado de baixo da linha do equador forjou a própria história sócio-cultural e nunca tava prosa quando compunha, foi prova que o Brasil é país de grande celeiro de composição para música de identidade própria e característica jamais vista em qualquer lugar do mundo.
“‘Sou baiano, natural de Campo da Pólvora, em Salvador. Mas dependendo do meu humor, posso ser também de Patioba, ou Bom Jardim’, ou ainda em Senhor do Bonfim, como teria contado a um de seus biógrafos. Entretanto, há quem garanta que Assis Valente é de Santo Amaro da Purificação.” (Faustino, Oswaldo. Assis Valente – Um gênio de coração angustiado. São Paulo: IPSIS/Revista Afro B No. 4 Junho 2011)
Para o articulista, o estigma da infelicidade associada à pobreza teria marcado profundamente sua infância e teria sido um dos profundos temores em sua vida artística e que seria revelado numa das + famosas e executadas canções natalinas nacionais de todos os tempos.
A marchinha, intitulada "Boas Festas", povoou a memória de toda a gente brasileira e ainda está muito presente no período dos festejos de chegada do menino Jesus:
“Anoiteceu, o sino gemeu/E a gente ficou feliz a rezar/Papai Noel, vê se você tem/A felicidade pra você me dar/Eu pensei que todo mundo/Fosse filho de Papai Noel (...) Mas o meu Papai Noel não vem/Com certeza já morreu/Ou então felicidade/É brinquedo que não tem” (Boas Festas, 1932)
“(...) Valente desejava que fosse gravado por um dos expoentes da época, Francisco Alves ou Orlando Silva. Mas a gravadora RCA preferiu o jovem cantor Carlos Galhardo. O sucesso foi tamanho e foram tantas as prensagens de discos que Galhardo foi obrigado a voltar a estúdio, na década de 50, para gravar uma nova matriz, por causa do desgaste na primeira.” (Idem)
Grandes sucessos tornaram-se populares em vozes como a da pequena notável, Carmem Miranda (samba-choro Camisa Listrada - 1937), do “rei da voz” Francisco Alves e Aurora Miranda(popular junino Cai, Cai balão - 1933), do “cantor das multidões”, Orlando Silva (samba Alegria, composto em parceria com Durval Maia – 1938).
O sucesso do carnaval de 1938, composto em 1937, “Camisa Listrada”, memória do cancioneiro nacional que ainda hoje enfeita bailes. Carmem Miranda ajudou a catapultar esse “hit” expressivamente nacional e da cultura do carnaval e comunidade do samba em dias momescos.
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai/Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati/Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão/E sorria quando povo dizia: Sossega, leão! Sossega, leão!”
Tantas outras peças também foram gravadas entre 1930 e 1950, como o maxixe satírico “Tem Francesa no Morro” e “Não sei pedir seu coração”, ambas de 1932. Também de 32 tem o samba “Pra onde irá o Brasil?”. Carmem Miranda gravou, para uma cornucópia de criações, pelo menos 24 de + de 150 composições, entre elas “Etc.”, “Good bye boy”, “O Mundo não se acabou” e “Recenseamento”.
Do artista, pérolas como “Fez Bobagem”, “Boneca de Pano”, “Um Coringa”, “Lamento” e “Brasil Pandeiro”, de 1940.
“Chegou a hora de essa gente bronzeada mostrar seu valor (...) Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros que nós queremos sambar.” Esse José de Assis Valente, nasceu em 19 de março de 1911 e deixou essa terra brasis em 1958:
(foto colhida de Biografia de Assis Valente: letras.com.br)
“(...) assim como também não ligaram as pessoas que caminhavam pela Praia do Russel, minutos antes da 18 horas, ao avistar aquele homem de terno azul e blusa amarela, sentado num banco (...) olhando para o mar e ingerindo o conteúdo de uma garrafa de guaraná (...) ‘Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos e de tudo’. Assim se encerrava bilhete encontrado em seu bolso e endereçado ao também compositor Ary Barroso (...)” (Idem)
Assis Valente vale o peso da velha e boa canção brasileira.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Lágrimas de Sansão
Lágrimas de Sansão
maneco nascimento/roraima
Pra não
dizer
que não
senti
não vou
mentir
pra teu
prazer.
ao meu amor,
melhor,
perdi
a mim amei
sem
perceber.
se dar razão
foi minha
morte
viver sem
ti, melhor,
nem sorte
bem quente
em sexo, mas animal
em nós
prazeres de ter romance
ao mel da
tarde
manhã foi
bom
à noite
chorar o mau derramado.
sem minha
costela
por bem
sofrer,
de lá não há
mais meu
remédio.
dali pintei,
pintou pra nós
amor porque
é bom viver
se já não +
solução
dali, lá vai
à solidão.
pra mim
pra ti
pra que
perder,
de amar,
as lágrimas
de Sansão.
Dalila foi,
pra quem
levou
amor que aos
céus
prazer
travou
chorar
porque, também , eu não.
ficar sem
ter
meu coração
mas sem
perder,
pois teu
Sansão.
março/2011
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Esse "Boca" pega!
Esse “Boca” pega!
por maneco nascimento
O Projeto Boca da Noite, de vida longa no palco do Espaço Cultural “Osório Jr.”, tem novidade nesse reinício de temporada, ano 2012.2. Depois do lançamento, dia 16 de maio, semana passada, também lançou no início desta, antes do show da Metraton (23 de maio de 2012) em balanço pop, o Cartaz pautas “Boca da Noite” trimestral.
Ainda para maio, depois da festa do Dia Mundial de Combate à Homofobia (16.05.2012) e show da Banda Metraton (23.05.2012), ainda terá o dia do Terra da terra. Para o dia 30 de maio de 2012, a voz e a vez será do cantor e compositor Terra Francisco.
Quando junho chegar, com suas expectativas para dias de SALIPI e Salão de Humor do Piauí, também será tempo de descer ao “Osório Jr.” e conferir a programação das quartas feiras, sempre no relógio batido das 19 horas. Dia 06. 06. 2012 toca em sua virtuose (de)cifrada musical o instrumentista Paulo Dantas.
Dia 13. 06. 2012, Fátima Castelo Branco com suas Bossas de Verão e outros tons a pedidos, será a estrela da hora. Taiguara Bruno volta ao palco do “Boca”, dia 20. 06. 2012, com sua voz “roukabilly” suave e levemente arrastada para encanto dos fãs e amigos que acompanham seu som de composição e “cover” de tradição.
Os batuques e temas eletrizantes vão envolver a audiência, dia 27. 06. 2012, em augusta matraca ritmada do Batuque Elétrico. E se junho já deixaria um gostinho de “essa dança eu danço”, então julho, que fecha o menu do cartaz “Boca da Noite” trimestral, prepara os dias que antecederão o aniversário de Teresina.
Vagner Ribeiro e Valor de PI fazem a festa para causos e (en)cantos da pesquisa popular, dia 04. 07. 2012. Dia 11. 07. 2012, quem nada tinha a perceber, ganhará a noite com o Reação do Gueto. Cultura de intervenção e juventude catapultada às vozes das tribos e circuitos de transformação sócio-artística do gueto natural.
E para fechar julho, dia 25, Fábio Ribeiro faz suas vezes de “eu canto porque o instante existe...” e a vida, corroborando com a poeta, está completa de sons, tons, música e a voz da canção brasileira em dias de chegança ao ponto musical.
“Esse Boca...” que a cidade ouve e canta, e agora com seu cartaz para três meses e identidade fotográfica dos artistas selecionados, uma novidade que apreende a memória do passado recente, do presente em andamento musical e o futuro em porto de chegada.
E ganham as noites de encontros e repetidas suítes sonoras no terreiro do “Osório Jr.”
O menu do “Boca da Noite” (maio, junho, julho), um sinal tranquilo e sensível de que a FUNDAC também é toda esforço para melhor apresentar seus projetos culturais.
Caso a Fazenda, pagadora, ajude e os cachês artísticos nunca + atrasarem, então um riso em toda noite cobrirá de felicidade plena o prazer de cantar de todo artista que sabe onde merece estar.
Esse "Boca” pega! E a área musical festeja mercados culturais.
por maneco nascimento
O Projeto Boca da Noite, de vida longa no palco do Espaço Cultural “Osório Jr.”, tem novidade nesse reinício de temporada, ano 2012.2. Depois do lançamento, dia 16 de maio, semana passada, também lançou no início desta, antes do show da Metraton (23 de maio de 2012) em balanço pop, o Cartaz pautas “Boca da Noite” trimestral.
Ainda para maio, depois da festa do Dia Mundial de Combate à Homofobia (16.05.2012) e show da Banda Metraton (23.05.2012), ainda terá o dia do Terra da terra. Para o dia 30 de maio de 2012, a voz e a vez será do cantor e compositor Terra Francisco.
Quando junho chegar, com suas expectativas para dias de SALIPI e Salão de Humor do Piauí, também será tempo de descer ao “Osório Jr.” e conferir a programação das quartas feiras, sempre no relógio batido das 19 horas. Dia 06. 06. 2012 toca em sua virtuose (de)cifrada musical o instrumentista Paulo Dantas.
Dia 13. 06. 2012, Fátima Castelo Branco com suas Bossas de Verão e outros tons a pedidos, será a estrela da hora. Taiguara Bruno volta ao palco do “Boca”, dia 20. 06. 2012, com sua voz “roukabilly” suave e levemente arrastada para encanto dos fãs e amigos que acompanham seu som de composição e “cover” de tradição.
Os batuques e temas eletrizantes vão envolver a audiência, dia 27. 06. 2012, em augusta matraca ritmada do Batuque Elétrico. E se junho já deixaria um gostinho de “essa dança eu danço”, então julho, que fecha o menu do cartaz “Boca da Noite” trimestral, prepara os dias que antecederão o aniversário de Teresina.
Vagner Ribeiro e Valor de PI fazem a festa para causos e (en)cantos da pesquisa popular, dia 04. 07. 2012. Dia 11. 07. 2012, quem nada tinha a perceber, ganhará a noite com o Reação do Gueto. Cultura de intervenção e juventude catapultada às vozes das tribos e circuitos de transformação sócio-artística do gueto natural.
E para fechar julho, dia 25, Fábio Ribeiro faz suas vezes de “eu canto porque o instante existe...” e a vida, corroborando com a poeta, está completa de sons, tons, música e a voz da canção brasileira em dias de chegança ao ponto musical.
“Esse Boca...” que a cidade ouve e canta, e agora com seu cartaz para três meses e identidade fotográfica dos artistas selecionados, uma novidade que apreende a memória do passado recente, do presente em andamento musical e o futuro em porto de chegada.
E ganham as noites de encontros e repetidas suítes sonoras no terreiro do “Osório Jr.”
O menu do “Boca da Noite” (maio, junho, julho), um sinal tranquilo e sensível de que a FUNDAC também é toda esforço para melhor apresentar seus projetos culturais.
Caso a Fazenda, pagadora, ajude e os cachês artísticos nunca + atrasarem, então um riso em toda noite cobrirá de felicidade plena o prazer de cantar de todo artista que sabe onde merece estar.
Esse "Boca” pega! E a área musical festeja mercados culturais.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Em hits de Raul
Em hits de Raul
por maneco nascimento
(Raul Seixas/foto de: Theresa Eugenia, colhida da wikipédia em 22.05.2012 às 19h25)
Vem ai uma novidade para astrados e amantes do baiano das nossas 10+ canções para curtir e (re)nascer, seja a dez milanos atrás, ou agora mesmo. Será lançado em 23 de maio de 2012 e com prazo de duração de concorrência até 23 de junho de 2012, o Edital de participação do show “Raul e os Dez Astrados”.
por maneco nascimento
(Raul Seixas/foto de: Theresa Eugenia, colhida da wikipédia em 22.05.2012 às 19h25)
Vem ai uma novidade para astrados e amantes do baiano das nossas 10+ canções para curtir e (re)nascer, seja a dez milanos atrás, ou agora mesmo. Será lançado em 23 de maio de 2012 e com prazo de duração de concorrência até 23 de junho de 2012, o Edital de participação do show “Raul e os Dez Astrados”.
O Edital de concorrência ao show que homenageia Raul Seixas irá selecionar dez intérpretes que defenderão dez canções do nosso + velho e sempre novo ídolo do rock brasileiro.
Aviso aos navegantes, quem for classificado para a defesa de uma composição de Raul não receberá qualquer cachê pelo bom trabalho despendido.
É um evento sem cachê, mas com passaporte livre à arbitrada interpretação. Não precisa ser cantor profissional, só tem que cantar e é melhor que desempenhe bem para recurso de melhor avaliação à seleção.
A divulgação dos selecionados será feita dia 25 de junho de 2012. Os ensaios de preparação para o show começarão logo em seguida ao resultado de seleção.
“Raul e os Dez Astrados” acontecerá dia 3 de agosto de 2012, às 20 horas, no Palco do Espaço Cultural “Osório Jr.”/Bar do Clube dos Diários. A entrada será franca e não será cobrado “couvert” artístico, nem dos fãs, nem dos amantes incondicionais, nem muito menos do público convidado para essa noite de "Gitã" e d’outras belas memórias musicais.
Toda a estrutura do evento (som, luz e publicidade) já está assegurada para apoiar os artistas da terra que (en)cantarão os hits de Raul Santos Seixas, parido às terras brasileiras em 28 de junho de 1945, na Bahia de São Salvador, + precisamente na capital baiana dos velhos e grandes soteropolitanos.
“Raul e os Dez Astrados” estará dentro da programação, extra-oficial, de aniversário de Teresina e por acontecer em 03 de agosto, se assentará entre a data de nascimento de Raulzito (28/05/45) e a de avanço astral (21/08/1989).
Esse “Maluco Beleza”, sem muito esforço nem média requentada, naturalmente tornou-se o Pai do Rock brasileiro, sem qualquer pressa de acertar.
Seus instrumentos, de persuasão e confirmado assento no panteão de célebres da música nacional, foram o vocal, a guitarra elétrica, o violão e o contrabaixo. E, entre todas as virtuoses, expandiu o rock and roll, rockabilly, baião, country, rock psicodélico, folk, folk rock, MPB e acid rock. Raul por Raul, o Cara. Um dos velhos baianos para marcas ou ausências de erros.
A promoção de “Raul e os Dez Astrados” está a cargo de Eliomar Vaz Filho, Ravel Rodrigues, João Vasconcelos e Marcos Emiliano. Segundo João Vasconcelos, Eliomar Vaz Filho é um dos maiores fãs de Raul Seixas e vai dublar “Eu nasci a dez mil anos atrás”, na facilitação da própria performance.
Aviso aos navegantes: o evento está aberto a patrocinadores amantes fiéis de Raulzito. A contraproposta dos promotores do show aos apoiadores será feita através da mídia, banners e dos fãs incondicionais que incorporam o espírito daqueles que se esforçam “pra ser um sujeito normal” e que prefiram ser uma “Metamorfose Ambulante".
(Idem)
Porque como disse o sábio poeta “Ah! Eu que não me sento/No trono de um apartamento/Com a boca escancarada/Cheia de dentes/Esperando a morte chegar... Porque longe das cercas/Embandeiradas/Que separam os quintais/No cume calmo/Do meu olho que vê/Assenta a sombra sonora/De um disco voador...”, é só “Ouro de Tolo” para uma boa canção.
E, na escanção, será servido, do rei Raulzito, vinho da safra ano 1945 aos convivas de “Raul e os Dez Astrados”, nesse agosto que vem, dia 03/08/2012, às 20 horas, no Espaço Cultural “Osório Jr.”. Na escansão só vai dar Raul!
Ah! No que anteceda a hora desejada, para aquele dia, os fãs confessionais podem levar seu disco de vinil e fazer sua própria seleção do nosso velho Raul.
Fonte(s) pesquisa:
www.dicio.com.br/escancao (1)
www.dicio.com.br/escansao (2)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soteropolit… (3)
(1) Significado de Escanção: O que reparte vinho entre os convivas.
Ant. Copeiro que servia vinho ao rei.
(2) Significado de Escansão s.f. Ato ou efeito de escandir.
Música Subida de tons.
Poética Elevação de ritmo.
(3) Soteropolitanos, gentílico criado a partir da junção dos nomes Gregos de sotero (que significa o salvador) e pólis (que por sua vez, é cidade) em grego Soterópolis, ou seja, cidade do Salvador.
terça-feira, 22 de maio de 2012
O Silêncio de Bom Jesus
O Silêncio de Bom Jesus
por maneco nascimento
No último dia 6 de abril de 2012,
período litúrgico da semana santa, um grupo de atores de Teresina deslocou-se à
cidade de Bom Jesus do Gurgueia. Naquela cidade, há pelo menos sete anos, o
diretor Franklin Pires desenvolve uma encenação da Paixão de Cristo.
A empresa que contrata o diretor,
roteirista e dramaturgo (F. Pires) e também o elenco que vai da cidade de
Teresina é a Associação dos Filhos e Amigos de Bom Jesus. A “Paixão...” uma
festa planejada à cidade daquele lado sul do estado e que ganhou maior
visibilidade quando os padrinhos do evento resolveram contratar celebridades.
(Lúcifer, de F. Pires na "Paixão de Cristo em Bom Jesus", 2012/foto: portal 180 graus)
Das estrelas mass media, desse
lado de baixo do equador, que passaram pelo palco da Serra de Bom Jesus, cada
uma teve uma hora de brilho e ovação popular:
“Pela encenação de Bom Jesus já passaram
Thiago
Mendonça, um de “Os Filhos de Francisco”, não o Santo, mas o pai dos
sertanejos, que tinha um Herodes qualificado; Alexandre
Barilari, um Judas chorão e Fernando
Pavão, um “Cristo” + preocupado com a aparência e o penteado da peruca da
personagem. Guilherme
Trajano chegou, viu e venceu. E compunha o judeu, não o romano. Muito branco
e com a novidade de interpretar em terreno acidentado, herdou escoriações e
feridas reais à pele para viver o seu Cristo, sem maquiagens dos estúdios de
tevê. Depois pousou para fotos e autógrafos também (“Paixão 2º.
o Outro”/www.vooz.com.br/blog do maneco/09.04.2012 às 15h52)
(J. Cristo, de Guilherme Trajano na "Paixão de Cristo em Bom Jesus", 2012/foto: potal 180graus)
A “Paixão de Cristo em Bom Jesus”
virou um bom negócio de aceitação popular, de visitas à cidade por moradores de
outros municípios e regiões do entorno, de geração de olhar e curiosidade de
quem ainda se compunha como São Tomé. E não deixa de ser uma vitrine para o promotor
do evento, o ator deputado estadual do PT, Fábio Novo.
Os custos da empreitada são
bancados pela Caixa Econômica Federal. Os atores locais chegam, realizam
maratonas de ensaios para dar margem de acerto, no projeto “tupiniquim”, aos
atores vindos do eixo-sul, com suas agendas espremidas e suas estratégias de
atuação pasteurizadas para estúdio de televisão.
Os esforços são compensatórios.
Ao final de dois dias de ensaios corridos, com pelo menos três encontros por
dia para afinar as idéias da dramaturgia e afinizá-las ao espaço físico acidentado,
mas charmoso. Numa mesa de pedra, no sopé da montanha, a resposta vem como
orgulho do realizado e, naturalmente, profissionalismo do elenco que contracena
com a celebridade.
Há cada ano, parece que a “Paixão
de Cristo em Bom Jesus” fica + esperta. Ganha, com a maturidade da continuidade,
seu brilho natural. A montagem, deste ano de 2012, deu-se para a sexta feira,
santa, dia 06 de abril. Um público extraordinário e os cortejos, no início da
tarde, rumo à serra, é de imagem emblemática. As gentes simples indo ao
calvário re(vi)ver a Paixão. Uma epifania no contemporâneo daquelas gentes.
Tudo parece que acaba no sucesso
da apresentação. Mas ai tem uma falha trágica da produção do espetáculo: o
pagamento dos artistas locais. Seguramente a celebridade, do eixo nacional, não
fica esperando por até 46 dias (data de hoje, 22 de maio de 2012) para receber
seu “pro-labore” pela atuação.
Fica aos artistas de Teresina a
herança de concorrer às falsas expectativas de receber o retorno financeiro de
seu trabalho. Há, pelo menos, + de vinte dias que as evasivas ganham as +
criativas justificativas.
Primeiro havia que reunir as
notas de ISS de todo o grupo, depois o produtor executivo, Carlos Anchieta,
tinha que voltar de Brasília para liberar o dinheiro, já depositado na conta da
Associação dos Filhos e Amigos de Bom Jesus. Essa conversa fiada, que empurra solução a cada
sexta feira de cada semana e o tempo desde a apresentação concluída, jaz 46
dias de espera.
Hoje, + uma vez recorri à equipe
de produção, em Teresina, para obter algum sinal real sobre o pagamento. E, +
uma vez, a justificativa é que o produtor C. Anchieta estará chegando na
cidade, na quinta feira, 24 de maio de 2012, para executar o pagamento na sexta
feira, dia 25/05/2012. Esta será a
terceira sexta feira gerada como expectativa ao pagamento dos atores e técnicos
envolvidos na “Paixão de Cristo em Bom Jesus”.
O que falta aos promotores e
executores do evento, com recurso de estatal que não falha, para pagar os
artistas locais? A CEF terá dado um calote na Associação? Muito difícil, ela
trabalha com rubrica específica para projetos culturais. Então onde está o
dinheiro que, segundo os promotores do evento, já depositado na conta da
Associação dos Filhos e Amigos de Bom Jesus?
(Pedro, de Marcel Julian em contracena com Bruno Lima e Fernando Goldan, na "Paixão de Cristo em Bom Jesus", 2012, foto: divulgação)
(Pedro, de Marcel Julian em contracena com Bruno Lima e Fernando Goldan, na "Paixão de Cristo em Bom Jesus", 2012, foto: divulgação)
Por que é tão difícil a
promotores culturais, que lidam com recurso público e contratam artistas,
cumprirem, eficientemente, sua parte em contrapartida ao trabalho já despendido
pelo profissional da área da cultura?
Bom Jesus está silencioso, porque
não fala mesmo, especialmente nessas circunstâncias que envolvem dinheiro. Mas
a Associação dos Filhos e Amigos tem voz e arbítrio para sanar a dívida com o
elenco contratado para os primeiros dias da semana de abril.
Com a palavra o Presidente desta
Associação que representa Bom Jesus e que, também, deve ter filhos e amigos que
precise honrar. Fala que a gente escuta e só não compreende o que não houver
razão justificável.
domingo, 20 de maio de 2012
Cultura e tradição
Cultura e tradição
por maneco nascimento
A Escola de Capoeira (Mestre Bob)
formou a primeira turma de dançantes da prática, durante evento da I Formatura
da Escola de Capoeira, no dia 19 de maio de 2012, a partir da 17 horas, no
palco do Teatro Municipal João Paulo II.
Na data de liturgia, houve entrega
de cordas para iniciados, formatura de contra-mestres, homenagens a convidados
de outros estados e locais e confraternização dessa cultura de tradição
afro-descendente.
Há sempre uma necessidade de
insistir neste exercício porque a vida é também da capoeira e Teresina já
desempenha uma continuada práxis desse rico ritual de dança de rua e expressão
de corpos que preservam heranças advindas do período colonial, na expressão do
movimento popular chegado ao Brasil através da etnia africana.
A capoeira sofreu algumas resistências
em períodos que compreendem contextos de início do século XX, para depois ganhar
a natural absorção social e hoje capoeira é pop. Com essa nova penetração que também
o século XX possibilitou à capoeira, confirma-se nesse século XXI a abrangência
de transversalização da prática para público diverso.
Aliada está, cada vez +, à
educação física acadêmica e às outras aplicações que envolvam exercício, carpintaria
de movimento e desenvoltura corporal como melhoria da energia física disciplinada.
Também atua na capoterapia e amealha o público da terceira idade como forma de
desenvolver estratégias à contenção e expansão direcional do corpo do idoso.
No sábado (19), no Teatro João
Paulo II, o ato solene reproduziu cultura e tradição e ampliou o olhar dessa
prática na região do Dirceu, ao tempo em que interagiu com mestres e graduados
de outras escolas e grupos de capoeira da cidade.
As agremiações, à medida que se
vão formando novos mestres e seguidores, ampliam os terreiros de facilitação,
aprendizado e reelaboram sociabilidades a novos conhecimentos aplicados à
convivência, prática pública de estética da dança e da cultura específica da
capoeira. A seu tempo, integraliza saúde, força de expressão e cultura de
tradição.
No que pese à educação, cultura,
expressão continuada, desenvoltura de recursos também à pesquisa científica e
status social adquirido a esforço e determinação de arte e cultura brasileira,
a capoeira está + ativa e mantém cordões firmes que realimentam todo o esforço
que mestres brasileiros da capoeira têm disseminado em toda a nação.
Formatura de novos artistas e
futuros profissionais na cena da capoeira e do desempenho do diverso de
aplicação dessa prática, genuinamente nacional, orgulha não só os praticantes
dessa linguagem, como naturalmente toda a comunidade envolvida e partícipe da
cadeia cultural desenvolta.
A Escola de Capoeira (Mestre Bob)
confirma sua abrangência de interagir o fator sociocultural e determina memória
e história da capoeira local.
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