domingo, 31 de maio de 2015

Tudo Formidável!

Genu teria dito
por maneco nascimento

A noite do dia 29 de maio, sexta feira última, foi mesmo Formidável!

Era Tempo de Lançamento do livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo"; Inauguração do Espaço Cultural Café Literário "Genu Moraes"; apresentação do Espetáculo "Ela - Tributo a Genu Moraes"; Exposição de Fotografias "Genu Moraes", por Valdyr Fortes; Piano Bar com Carla Ramos, Hernani Felipe e Mamulengo; Sessão de Autógrafos, com autor do livro, Kenard Kruel e um trânsito livre e concorrido de amigos, admiradores, familiares, autoridades, imprensa e toda a cidade que acorreu ao evento.

(A filha, Lydia Moraes, com a mãe ao fundo, em vídeo/foto: Marcos Montelo)

O Templo aglutinador do público, que festejou em memória viva de Genu Moraes, foi o Theatro 4 de Setembro, a partir das 18 horas. Noite concorrida, com  presenças de, entre outras autoridades e políticos, Regina Sousa, senadora do PT. A piauiense que lembrou de Genu Moraes, em seu discurso no plenário do Senado, quando da passagem do Dia Internacional da Mulher.

(Regina Sousa esteve no Café Literário"Genu Moraes"/ft: M. Montelo)

A noite foi iniciada, já no hall do Theatro. A recepção  musical ficou a cargo dos alunos do Projeto Música para Todos (Luis Sá, Instituto Santa Rita).


(músicos alunos do Música Para Todos/ft: Marcos Montelo)

Seguiu-se com exibição de videos documentários que trazia as falas e histórias de Genu. Drica Veras emprestou seu vídeo, à solenidade, que traduz tão bem a Mulher e o Tempo de Genu Moraes. Também foi exibida uma entrevista, com a homenageada, fruto do programa Cajuína, de exibição em emissora local. A elegante Genu, nas dependências do Karnak, falava sobre aquela Casa de memórias e política local.

Após a exibição dos vídeos, foi hora da abertura solene realizada pelo cerimonial do Palácio de Karnak. Representando a família, falou Jozias Benedicto que agradeceu o feliz encontro e lembrou que o livro a ser lançado naquela noite trazia um registro muito fiel a sua mãe e suas falas.

(João, Jacêmia, Lydia, Jennings, Lúcia, Jozias e Kenard, na noite de 29 de maio/ft: M. Montelo)

Também falou Kenard Kruel, autor da Obra em lançamento. Emocionou-se ao lembrar da proximidade com a jornalista e da escolha de Genu para que fosse ele a registrar suas memórias e história em livro.

Agradeceu aos apoiadores e financiadores da Obra que será de extrema importância a pesquisadores e curiosos. A representante do Governo do estado e Fundac, Jacêmia Dantas, também deu seu testemunho do momento e, reiterando os discursos da hora, fechou as falas oficiais.

("Ela": Mulheres queimadas em fábrica, 1857/ft: Marcos Montelo)

"Ela - Tributo a Genu Moraes", com roteiro e direção dramatúrgica de João Vasconcelos, representou o grande libelo da noite. A peça inicia-se com um excelente depoimento de Genu Moraes, em of, e abre para a representação em dança teatro do percurso da Mulher, ao longo da caminhada da humanidade, conspirando lugar ao Tempo.


(Carla Sousa, Victória Holanda e Cleyde Fernando em "Ela"/ft: M. Montelo)

O elenco formado por Cleyde Fernando, Victória Holanda, Carla Sousa, Jessica Kamilla, Izadora Myrlla e Jonas Alves corresponderam às expectativas das Coreografias, de Valdemar Santos, e à Assistência de Coreografias e Ensaiadora, Beth Báttali.
("Ela", a noiva/ft: M. Montelo)

Aliás, Báttali está de parabéns por revitalizar o espetáculo e trazer juvenilidade, força e novidade no elenco que, reestruturado, não ficou nada a dever aos que já passaram pela montagem.

Depois de fazer uma imersão pelo histórico da humanidade, com tema na Mulher e o Tempo de contar a própria história, o espetáculo se encerra com depoimento, em vídeo, de Genu Moraes, quando da estreia do espetáculo em 2008.

(foto de Marcos Montelo sobre reprodução em vídeo, datado de 2008, estreia do "Ela")

Na ocasião, ao receber flores no palco, ao lado do elenco, Genu agradeceu a homenagem vista em cena e sugeriu que, em próxima apresentação, a convidassem para fazer uma pontinha. Na saída do Theatro, ao ser abordada, fechou a noite dizendo "achei formidável, foi tudo Formidável!"

Uma volta ao Tempo inestimável. E, de volta à Mulher e o Tempo, tema de livro, foi hora de se espremer à inauguração do Espaço Cultural Café Literário "Genu Moraes". Para esse tempo, um Piano Bar recepcionou convidados e um pequeno coquetel foi servido aos presentes.

(Carla Ramos toca na Sala de Diretores do Theatro 4 de Setembro/foto: Marcos Montelo)

A sessão de autógrafos, com Kenard Kruel, e de fotos, tendo como fundo o painel de identidade do Café Literário. Painel este que reúne caricaturas de diversos artistas visuais, cartunista que homenagearam a Mulher Genu Moraes.

(sessão de fotos concorrida, com painel ao fundo/ft: M. Montelo)

Ninguém se torna Genu Moraes impunemente. E a noite de 29 de maio foi a melhor resposta ao Tempo e história da Mulher Genu Moraes. Muito prestigiada, lembrada, geradora de emoções simples e sinceras e, especialmente, muito presente nas falas, testemunhos de convivência e permuta de relações de amizade. Seguramente esteve conosco, àquela noite, e deve ter achado tudo Formidável!

(familiares de Genu na inauguração do Café Literário/ft: M. Montelo)

O Café Literário "Genu Moraes", plantado ao lado esquerdo do Theatro 4 de Setembro, nessa Casa de espetáculos, em pleno coração do centro de Teresina e corredor cultural da cidade, com certeza será Templo de ações literárias e artísticas, porque o Café Literário já é fato e garantirá a boa energia e mote de visibilidade às produções literárias da cidade e alhures.


(Kenard, o autor, e Vasconcelos, coordenador do Complexo Cultural/ft: M. Montelo)

É de casa, é nacional, é local, é arte e cultura que expande fronteiras de interação artística e integração cultural.

Nova estreia

é de "Casimira Quietinha": no 4 de Setembro

Mais uma estreia local abre as portas do Theatro 4 de Setembro e ocorre dentro do Lançamento do Projeto Terça Teatro, a mais nova empreitada de interação artística e integração cultural do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro. 

Dia 02 de junho, às 20 horas, o Grupo Mosay de Teatro apresenta "Casimira Quietinha", com direção de Avelar Amorim. O texto escolhido à montagem foi premiado no Concurso “Novos Autores”, promovido pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, como o Melhor Texto de teatro, de autoria do dramaturgo Waldílio Siso. 

O enredo dramático cômico da peça revela-se em uma Casimira, adolescente de 12 anos, que habita algum lugar fora da nossa contemporaneidade, nos cafundós nordestinos de um tempo quase surreal. A donzela é cortejada, insistentemente, por Benjamim, um rapaz de 19 anos que a encontra por consequência do destino em sua pacata vida cotidiana do interior. 

Depois de muita insistência, a menina parece ceder os galanteios do “caboquinho” apaixonado. O romance poderia seguir, naturalmente, se não fosse o controle das rédeas mantido pelo rude e grosseiro Zé Mourão, pai de Casimira. Este descobre o que seria o início do romance, num ato do encontros às escondidas, do casal, que ocorrem debaixo de pés de pequis. 

A partir daí persiste o impasse em tom e tempo de muita comédia, na tentativa do desenrolar da farsa. Casimira usa máscara de quietinha perante o temido pai, mas deixa transparecer corpo, voz e intenção do cinismo à perversidade, quando expõe garras da persona impura camuflada e personificada. Mas é com apoio de uma figura kit e caricata, de um delegado, que a farsa se desembaraça embaixo de muito jogo de corpo, pedaladas de bicicleta e formas animadas de plástico-bolhas.  A farsa em prosa e versos rimados suspira a estrutura de pura carpintaria dramatúrgica da comédia e do repente, trazendo o imaginário de figuras de uma composição de xilogravura. 

Para o diretor da montagem, Avelar Amorim, "a escolha do elenco foi pensada em reunir atores de excelente domínio cênico do tempo da comédia, como a premiada atriz Edithe Rosa que interpreta a Casimira; Eristóteles Pegado, como Benjamim; Roger Ribeiro, como Zé Mourão e Alex Zantelli que interpreta o Delegado", diz. 

Cada elemento cênico, ainda acrescenta Amorim, foi cuidadosamente escolhido na busca de uma unidade plástica da farsa teatral. A cenografia é assinada por Avelar Amorim; a Trilha Sonora foi composta, exclusivamente, para o espetáculo pelo músico Avelange Amorim. O Figurino é uma parceria entre Avelar e Edithe Rosa e a Pesquisa de Maquilagem e Execução é de Silmara Silva. A Iluminação de Pablo Erickson.

O Grupo Mosay de Teatro vem com um histórico de montagens, em seu repertório, que repercutem sucessos. "Apareceu a Margarida", texto de Roberto de Athayde e direção de Avelar Amorim, é um dos exemplos de sucesso da Companhia. Depois do Prêmio de Melhor Atriz, conquistado por Edithe Rosa, no Festival Nacional de Monólogos "Ana Maria Rêgo", o Mosay de Teatro numa natural empolgação buscou gás de inspiração "em montar seu próximo trabalho num corpo mais técnico e de plasticidade cênica. Para isso, optou por beber das fontes nordestinas e da confiança dramatúrgica de raízes de casa. Casimira Quietinha foi o texto escolhido, uma comédia romântica com farsa, prosa e uma suada luta por beijos", confessa Avelar e finaliza categórico que o texto de Waldílio Siso "já foi alvo de exercício de alguns grupos amadores de Teresina e agora é mote de aposta de sucesso por um elenco de quatro atores profissionais e direção ousada e pitoresca". 
(no elenco, Alex Zantelli, Edithe Rosa e Eristóteles Pegado)

"Casimira Quietinha", para Waldílio Siso, é um grande privilégio de aceitação e montagens de teatro amador. Ele computa, em seu histórico de autor visitado, sete montagens anteriores a de Avelar Amorim. Satisfeito, orgulhoso, o dramaturgo aponta estar muito feliz. E alimenta uma ótima expectativa para essa mais nova versão a sua Quietinha.

É esperar para crer e ver essa leitura quentinha de Casimira Quietinha que chega a Teresina em ventos de junho à promessa de agitar a cena local.

Serviço:
"Casimira Quietinha"
estreia - 02 de junho - dentro do Projeto Terça Teatro
às 20 horas
no Theatro 4 de Setembro
Informações: GRUPO MOSAY DE TEATRO
86-9994-5283





sexta-feira, 29 de maio de 2015

Memórias da cidade

o olhar de Genu
por maneco nascimento

Memórias, história, política, bastidores de gabinetes, decisões da política local em consonância, ou não, com o quadro nacional, visitantes ilustres, amizades célebres e muitas lembranças vividas em viagens, festas, encontros sociais e de lazer, projetos familiares e de negócios e uma particular e, excelente radiografia do mundo dos bem nascidos na cidade, ou interior do estado, que definiram rumos sócio políticos culturais na gleba dos presentes na construção social piauiense.

Memórias dos velhos e novos troncos familiares intrincados na genealogia de Genu Moraes perpassam o livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo" e vêm recheadas de humor, coragem em revelar dados guardados por longo tempo, lembranças de dias e anos dourados, encontros e despedidas de pessoas com quem cruzou laços de amizade e política e práticas comportamentais e revolucionárias para a Mulher à frente de seu Tempo e dona de sua liberdade.

A Obra, organizada a partir de depoimentos concedidos ao amigo e colega de profissão, Kenard Kruel, repercute a vida e obra da jornalista, política, atriz, mãe de família, filha de ex-Governador de estado, escritora, senhorinha carismática e de uma educação para receber e ouvir quem a procurasse na busca de informações acerca da memória da cidade.

Entremeiam fatos políticos, artísticos e culturais que deslizam por toda uma vivência genumoraeseana a árvore genealógica de sua casa de terras, família, propriedade, tradição e revela em rebuscado de memórias contadas, fatos e atos indispensáveis a novas pesquisas, olhares, recortes de academia e ciência que reverberem imersão por caminhos que tragam + luzes aos porões da história local, entrecruzadas com o eixo nacional, seja do século XIX, todo o século XX e dias de conservadas relações nesse nosso XXI.

"Família tradicional nordestina, uma família patriarcal como se lê em romances, e que existia realmente, no início do século XX. O pai de meu pai (meu avô, de quem herdei o nome), o Coronel Jozias, certamente cristão-novo, um mascate que construiu um Império, em um porto longínquo do Nordeste brasileiro, na beira do Delta do Parnaíba: Amarração, a cidade depois batizada Luiz Correia, como seu irmão mais novo, tio do meu pai. Quando meu pai nasceu, caçula de 14 irmãos, o Império já era comandado pelo filho mais velho do meu avô, o maquiavélico Zeca Moraes; meu pai, filho caçula-temporão, era como que neto do pai dele, o que lhe permitia ser um pouco mais moderno, o Antônio, o artista." (Jozias Benedicto IN Genu Moraes - a Mulher e o Tempo [Antônio Severiano de Moraes Correia, pag. 603])

As falas e vozes sociais, da autora retratada à pena da própria memória, ganham cor e respaldo pela riqueza de fatos históricos, dados novos que imbricam o memorial da cidade em construção e da sociedade que representou seu tempo político de tornar-se o Piauí em sua atualidade.

(Genu Moraes, ou, simplesmente, Genu/foto: Kenard Kruel)

O Livro é a própria história dinâmica da jornalista e combativa politica, com riquezas de detalhes e preciosos diálogos entre amigos e pares de convivência saudável, em que não podem prescindir seus bons relacionamentos com figuras importantes do cenário nacional,

"Agora, na missa de sétimo dia de dona Kiola Ferreira de Araújo Costa, mãe de Sarney, falecida em 16 de janeiro de 2004 (...) o Vidigal disse numa roda, em que estava o Sarney, em companhia de seu assessor especial no Senado Federal, jornalista Armando Sobral Rollemberg, e de muitos outros, que, quando ele esteve preso, com o Bandeira Tribuzi, no 24º. BC, em São Luís, após o golpe civil militar de 1964, eu tinha sido a primeira e das poucas pessoas a visitá-los, porque eu era uma mulher de fibra, de coragem, e... não completou a frase, quem a completou foi o Sarney, dizendo... - 'e muito louca, a Genu sempre foi uma mulher muito louca.' Eu disse: - 'ô, Sarney, deixe disso!'" (Genu Moraes - a Mulher e o Tempo [Edson Vidigal, pag. 503])

Ela, "muito louca", segundo Sarney, seu amigo pessoal, era também combativa, solidária e justa e foi assim com Juscelino, o Kubistchek. Lembra das vezes em que ele esteve em São Luis. "Na quarta vez, foi justamente no dia nebuloso de 12 de dezembro de 1968. O Dr. Juscelino Kubistchek, que se encontrava com os direitos políticos cassados e vivera no exílio de junho de 1964 a abril de 1967, foi convidado para ser paraninfo e proferir palestra na primeira turma do curso de Economia da Universidade Federal do Maranhão (...) O Dr. Juscelino Kubistchek foi nosso hóspede. Nunca vi pessoa mais simpática e simples. Passou dois dias conosco na residência do Olho D'Água (...) Antes de fazer o discurso, o Dr. Juscelino Kubistchek me perguntou qual era a tendência do auditório. Eu disse que era eclética, entretanto todos eram JK de carteirinha. Rindo muito, ele disse que estava feliz com a minha resposta.(Genu Moraes - a Mulher e o Tempo [Juscelino Kubistchek, pags. 527, 528, 529])

Essa era e sempre será a, simplesmente, Genu, como alcunhou proximidade com quem a quisesse manter às pompas. Ela está em sua inteireza de ser como sempre foi, franqueza de dizer o que pensava e queria e atitude de livre arbítrio que a tornou Genu Moraes. Está tudo lá, no Livro Genu Moraes - a Mulher e o Tempo.

Sua memória viva e sua história que perpassa pelo casarão da Rua Antonino Freire. "Este casarão representa muito para mim. Tudo nele é sagrado. Não me vejo fora dele. Aqui, em minha volta, eu tenho tudo o que eu quero de maneira rápida e fácil. Por ser central, todos os que passam pelo centro, passam por aqui. De forma que o casarão vive repleto de pessoas. Eu adoro receber visitas. Eu recebo, com a mesma distinção, estudantes, professores, pesquisadores, empresários, políticos, os ex-empregados das fazendas de papai, enfim, todos que me procuram para alguma coisa. Só não tolero mais falar sobre a Praça Pedro II e a Paissandu. No restante, eu estou sempre disponível!"(Genu Moraes - a Mulher e o Tempo [Tudo no casarão é sagrado, pag. 553])

A Obra, "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", é uma sala de visitas à história da cidade de Teresina e do estado do Piauí. Memórias dos guardados da senhora Genu.

É de leitura recomendável, quiçá indispensável a quem se interesse por bens tangíveis e intangíveis da memória social.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Sexta é d'Ela

a Mulher em Tempo
por maneco nascimento

Nesta sexta feira, 29, a noite será d'Ela.

"Ela", espetáculo de dança teatro em Tributo a Genu Moraes. A partir das 18 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro, a Mulher em Tempo será tema de estética, arte, estética, plástica expressionista, ato cênico.
 (Arte do "Ela", criação de Tupy)

 "Ela - Tributo a Genu Moraes" abre a noite de homenagens e festejos a Maria Genovefa de Aguiar Moraes Correia. A dramaturgia e roteiro do espetáculo foram concebidos por João Vasconcelos, que convidou Dona Genu para uma luxuosa participação e, como Ela mesma disse: foi Formidável!

(Genu, a Diva do espetáculo)

Do espetáculo diz-se que:

“Ela”, a ideia original de João Vasconcelos reúne paixão incondicional por Elis Regina, Chico Buarque, Tom Jobim, Joyce (Ela, a canção), dança, teatro, direção de cena e dramaturgia de espetáculos e, essa Mulher que nos pariu a todos e debelou as veredas da salvação para contar seu próprio memorial de destinos.
Da flor rubra, que tem como estrume e raiz de oxigênio a Mulher, nasce o macho. Despencado da alcova do gineceu. Em meio às tempestades da criação, o gérmen criador (a gestação) ganha espacialidade e, no milagre da evolução natural, perde a casca primordial para dar nascença à Mulher primitiva que recolhe as peles transmutadas do rebento. Ela acolhe os filhos na manjedoura (colo) confeccionada dos cabelos de palha da Velha (ancestrais Obaluayê, senhor da terá, da morte e da vida).
A Mulher primordial, Eglantine (do francês, referente a diversas flores, como Dália, Jasmin, Lis, Lótus, Rosa Violeta, entre outras) mimetiza-se na flor rubra e pare novos rebentos, determinantes da revelação, pelo útero (gineceu ancestral), da garantia da continuidade da própria espécie. Em gerações, a Mulher parideira (história, memória, crença da fêmea revelada) confronta o alter ego da Mulher (menina moça) que faz o corte e alinhavos do tecido antropológico da história.
O idílio do acasalamento ilustra momentos de lazer e vaidade naturais das kunhãs, cunhatãs e curuminhas em volta do lago. Preparam-se para as festas da escolha/encontro do parceiro prometido. A emblemática dança das virgens e a apresentação do varão percorrem linguísticas culturais. O abayoni, encontro feliz em yorubá, entre a cunhã e o guerreiro da tribo a quase “uma caça premiada” emprenhará o futuro branco dos centros urbanos e suas fábricas de produção moto contínua. 

À representação do libelo da liberdade, o coletivo de “Ela” transmuta o tempo para o ano de 1857: no dia 8 de março de 1857 “(...) as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas trabalhadas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde se declarara um incêndio e, cerca de 130 mulheres morreram queimadas.” (www.eselx.ipi.pt/cienciassociais/temas/direitosmulher...)
(Elas queimam na fábrica/foto: Cleyde Fernando)

Renascida das cinzas, qual fênix, “Ela” queima o sutiã e revela-se em Ela, a canção de Joyce. O alter ego da Mulher prepara a casa da Mulher contemporânea em seu diverso de sedução ao homem, seu parceiro de memórias. Do oitavo andar "Ela" repassa sua história e flagra o álbum de fotografia em cores.
Serviço:      

"Ela - Tributo a Genu Moraes", espetáculo de dança teatro, com Produção da Trama Cultura. Roteiro e Direção Dramatúrgica, de João Vasconcelos; Direção de Coreografias, de Valdemar Santos; Assistente de Direção de Coreografias e Ensaiadora, Beth Báttali; Elenco, Jessica Kamila, Cleyde Fernando, Victória Holanda, Carla Sousa, Izadora Myrlla e Jonas Alves. Na Produção de palco e apoio de cena, Artenildes Afoxá e Fran Silva.
Músicas tema: “Ela”, de Joyce, na voz de Elis Regina; Figurino Siro Siris; Cenografia: Tupy e João Vasconcelos; Iluminação: Renato Caldas; Operação de Luz: Renato Caldas; Operação de Sonoplastia: Maneco Nascimento; Confecção de Figurino: Aureni da Figurinos e Fantasias e Siro Siris; Consultoria Artística: J. Vasconcelos; Classificação etária: Livre; Duração: 45 minutos.
Sobre quem Trama Cultura do d'Ela
A Trama Cultura surgiu como necessidade de compor, no quadro do contributo sócio cultural de Teresina, arte e cultura na cidade em ações e manifestações que envolvam teatro, dança, performances, música, artes visuais e audiovisual.
Criada em agosto de 2014 a Trama Cultura realiza produções artísticas e monta atos e práxis das artes cênicas et al. Espetáculos produzidos pela Cia.: Mostra CulturaThe (quinze dias de ações que envolveram show de música, teatro, dança, artes visuais, exposição e audiovisual) em setembro de 2014; Comida de Boteco (culinária típica local) dentro do SESI Bonecos do Mundo, em novembro de 2014.


O que acontece nesta sexta feira, 29, quando a noite é d'Ela:
(De Genu pra Genu: a Mulher e o Tempo/reprodução)

18h - Espetáculo de dança teatro "Ela - Tributo a Genu Moraes"
19h - Lançamento do livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", de Kenard Kruel
         Inauguração do Café Literário "Genu Moraes"
         Exposição de Fotografias "Genu Moraes", por Valdyr Fortes
         Sessão de autógrafos.
dia: 29 de maio de 2015
local: Theatro 4 de Setembro
Entrada Franca!

Sala de brinquedos

tempo de infantes
por maneco nascimento

O Balé da Cidade de Teresina estreou, dia 21 de maio último, nova peça em seu memorial de repertório. Dessa vez a chamada de apelo vai à infância e persigna a língua, a linguagem, a fala às vozes dos corpos que brindam o universo conspirador ao tempo de ser criança.

"Cirandar", como se fosse brincadeira de roda, cantigas de roda, brinquedos infantis e memórias afetivas de pequena, média e longa distância de toda a gente que já foi uma criança e que nunca perdeu o tempo de revisitar a criança de cada um.

(um quarto de infâncias/foto: Marcos Montelo)

A cenografia, um quarto de brinquedos. Um tecido (malha) redoma e recorta o ambiente de largados da infância. Um amontoados de dorminhocos a um canto e um monte de bolas de plástico coloridas ao outro. A hora, do sono, vigiada pela preceptora de infantes que vela pelo descanso dos cuidados. À dramaturgia do lúdico, os peraltas despertam e infringem a hora da sesta e desenvolvem um mergulhar nas memórias de brinquedos e brincadeiras do tempo de ser e estar na viber da criança.

(tempo de crianças no quarto de infância/ft: Marcos Montelo)

A luz, Pablo Erickson, vai alimentando a dramaturgia e dinamizando as mudanças e ações dramáticas que elaboram a narrativa de contar velhas histórias vivenciadas. Sutileza e presença expandida retêm na iluminação os pontos de cerzimento dos tempos narrativos.

Os figurinos e maquiagem, Adriano Abreu, consignam estética e expressivo de ligar pontos e plasticizar a história contada às referências e identidade do universo infantil e identificação dos signos sociais que permeiam o mundo mergulhado às vozes de infância e as falas da construção social da sociedade em começo de aprender a crescer.

A coreografia, assinada por José Nascimento, compete à fórmula de propósitos, em repercussão dos efeitos que falam pelo corpo e reproduzem os códigos de linguística infantes, investida às anatomias naturais e adultas do artistas criadores, em linha de rotação na atmosfera da terra de pequenos.

O Balé da Cidade de Teresina, em seus + de 20 anos de atuação na cidade, no estado e alhures, revisita, na maturidade, a linha divisória entre a experiência e a desconstrução desta em imersão nas memórias comuns "(...) de brincadeira de criança, com o é bom, como é bom..."

O elenco versatiliza unidade criativa e expressionismo lúdico temático que não fogem da proposta e reiteram brinquedos e brincantes em aproximação da interação coletiva à recepção fim a quem é direcionada.

(brinquedos e brincantes na sala de memórias afetivas/ft: M. Montelo)

Adriano Abreu, Felipe Rodrigues, Jeciane Sousa, Hellem Mesquita, Natalia Nascimento, Samuel Alvis e Vanessa Nunes compõem estreita qualidade técnica ao mundo conspirado de arte e artista criador em expandido de efeitos cênicos e repertório de falas do corpo que gera o corpus às vozes sociais e linguísticas culturais.

(o corpus que dança do BCT/ft: M. Montelo)

Completam equipe de trabalhos a resultados técnicos estéticos de "Cirandar" e repertório do BCT, na práxis do exercício do exercício aos feitos de propósitos, a ensaiadora Francisca Silva; a produção de Ingrid Gomes; serviços de secretaria, de Edilene Santos e a direção geral da Cia. de Dança municipal, com viés contemporâneo, de Carla Fonseca.




















(arte divulgação de estreia/acervo BCT)

A estreia do espetáculo "Cirandar", dia 21 de maio, no palco do Theatro 4 de Setembro, revitaliza o postfólio do Balé da Cidade de Teresina - BCT,  em marca registrada de + uma entrada do que melhor se produz de dança na cidade de corpus do corpo que fala, enquanto dança.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Esse Boca pega!

música
por maneco nascimento

Esse dia 27 de maio, foi do segundo show (à voz azul), já que o primeiro foi pool de música e músicos e canções à virtuose de convidados (Assis Bezerra, Dimas Bezerra, Jorjão, Machado Jr., Teófilo Lima, José Quaresma, Edvaldo Nascimento)  e que abriu, oficialmente um dos melhores cartões postais da produção local, e o primeiro da ordem de artistas da terra piauiensis que se apresentam no Projeto Boca da Noite deste ano. 
 (Moisés Chaves e Lívio Nascimento são Boca da Noite/foto: Francisco Castro)

Moisés Chaves e Banda correu tempo da voz azul e deu seu recado aos classificados de agenda cultural, das quartas feiras, em seu dia e hora de fazer-se canção brasileira. Já previsível a sua performance que acompanha seu jeito de ser e cantar o que bem mereça, deixando a plateia querer + um gostinho de ser artista, através da arte professada de Chaves.

(Quarta feira lá no Boca sem falta/foto: F. Castro)

Resposta ao tempo de cantar e despejar sua voz tenor, ativando variações contraltadas na vantagem vocal de quem aprendeu o que é bom saber para desentocar o instrumento que há na voz do artista que canta, porque o instante existe e a própria vez, a vida, se refaz e se completa na arte de ser feliz, enquanto exercita cantar.

Até o final do ano, todas as quartas feiras estarão dinamizadas a um artista, uma arte do cantor, de intérpretes, da cantora, músicos, instrumentistas e os variados sons e tons das cifras deslizadas na forma da canção em música da cidade e do estado que compõe e trova melodias e sonoridades afins.

(esse Moisés é de voz azul/foto: F. Castro)

Moisés veio, nesta quarta, 27, e como o das águas dividiu em milagre musical o tempo de reencontros, de público e frequências ativas, no Espaço Cultural "Osório Jr.", após uma ausência do Boca que nem causa qualquer espécie.  Cantou, cantou, jamais cantou tão Moisés assim, e num instante se atomizou e se fez atenção a interagir canção.

Esse Boca pega e pega fogo e segura pelo pé seu público que contumaz volta e divide a alegria de estar na Casa que aproxima arte e artistas em solo consagrado ao artístico nas noites de quartas feira do centro da cidade de Teresina.

A fila anda e, na próxima quarta, já em junho, 3, véspera de feriado de Corpus Christie, o roque vence o marasmo e traz Roque Moreira em doce juventude 'n roll pancada. Aguardemos a semana que vem, por hoje é lembrar que foi bom com Moisés Chaves.

Para melhor expansão do Projeto às próximas edições, um detalhe: banheiros químicos ajudariam muito a tornar o Boca da Noite + mais do que já se propõe. Detalhes tão pequenos de nós todos são coisas muito positivas para tornar grande e não esquecer que, quanto + eficiente, melhor.

Que venham novas edições. Esse Boca pega!

Memória Vívida

Histórias da cidade
por maneco nascimento

Teresina nasceu em fins dos anos oitocentos, do século XIX de Nosso Senhor Jesus Cristo, sob os auspícios de mudança da capital a local que melhor desempenhasse os negócios e comércio a uma capital da Província do Piauí e retirasse o centro do poder de uma cidade do interior, cravada no sertão piauiense e, considerada pelo então Presidente da Província, Conselheiro Saraiva, como inapropriada para a manutenção das coisas do governo.

+ às margens dos rios, um vindo do norte fronteiriço com o Ceará (onde nasce o Rio Poty) e outro deslizado em geografias do sul do estado provincial, de terras do Goiás (o Parnaíba) ao Piauí. As águas se encontravam na zona da mata que, na modernidade, tornou-se zona norte de Teresina.

Rios que hidratavam terras e corriam por logradouros nativos e caminhos das subsistências que, naturalmente, impunham a formação de aldeados e povoamentos ribeirinhos. Nessa terra de proximidade do encontro dos rios é que foi feita a escolha feliz de assentamento do primeiro canteiro da nova capital.

O Rio Parnaíba, em sua navegabilidade, seria um escoadouro de mercadorias vindas do interior sul, que chegariam ao centro da futura capital. Trazida a produção das vilas e cidades, crescidas no eixo ribeirinho, ou próximas dos caminhos das águas, ao vetor da modernidade que seria instalada na Vila Velha do Poty e + adiante Vila Nova do Poty. Para fugir das epidemias tropicais advindas com os alagamentos das temporadas de chuvas de verão, a cidade subiu a terreno + elevado e assentou canteiro de construção na Chapada do Corisco.

A nova capital instalou-se nos limites do entre rios (a primitiva geografia teresinense alcunhada de mesopotâmia nordestina) e, nos dias de hoje, cresce para fora destes. Plantada, à época, a segunda capital com casas oficiais e sede do Governo em local próximo, também, de matas ciliares e babaçuais que seriam matéria prima aos improvisos da emergência de construção de moradias e vida da Vila.

O tempo de adaptação e acomodação instaurou a ideia de construção de cidade planejada, o tabuleiro de xadrez que recebeu a Teresina, esta com nome criado em homenagem à Imperatriz do Brasil, Teresa Cristina.

Dos dias dos oitocentos do século XIX, ano 1852, aos que atualizaram Teresina ao século XX, já com vida comercial, industrial, sócio cultural e política definida, em seu esteio de crescimento e modernidade conquistados, a cidade planejada tomou ares de província organizada e, defendida por seus herdeiros naturais daquela Velha Vila, pensada a princípio às margens do Poty, e que se transformou na charmosa capital, recortada em memórias de Genu Moraes a registros insuspeitos no livro “Genu Moraes – a Mulher e o Tempo”, com depoimentos concedidos a Kenard Kruel.

(Dona Genu e seu Livro em mãos/foto: K. Kruel)

Anos dourados de trinta, quarenta, cinqüenta e alhures trazem novidades sob o olhar atento e curioso da jornalista, política e senhora da sociedade local em construção permanente e dinâmica. Os guardados de memória e experiências vividas são motes de revelações e novidades da construção social piauiense na pena da contadora de histórias à história do Estado.

Das primeiras construções à instalação da sede do Governo provincial, em 1852, aos anos quarenta do século passado, uma coisa em comum. Naquela era primordial, construções a princípio foram feitas a partir de casas de palha.

Nos anos quarenta, ainda havia na cidade muitas casas de palha e que foram geradoras de um dos piores infortúnios registrados. Momentos por demais infames aos moradores de bairros nascidos no entorno do velho centro da Teresina, do Estado Novo, e das perspectivas de belepoquismo, à imitação do Rio de Janeiro, capital federal e sede irradiadora do poder ditatorial de Getúlio Vargas.

Teresina, na década de 40, era ainda uma cidade pequena. Contava com cerca de oitenta mil habitantes. Não havia subúrbio. Compunha-se de poucos bairros. Tínhamos as chamadas ruas centrais, como São Pedro, São José (hoje Rua Félix Pacheco), Santo Antônio (hoje Rua Olavo Bilac). Todo esse espaço, inclusive próximo ao Largo das Dores (Praça Saraiva), era preenchido por casas de palha.
Os proprietários alegavam que a cobertura de palha era proteção para o calor intenso da cidade, mais forte entre os meses de agosto a setembro. Havia quatro mil casas de alvenaria contra doze mil e setecentas de palha, uma encostadinha na outra. Um perigo a céu aberto. Então, os incêndios criminosos começaram em nossa cidade, atingindo as casas localizadas na periferia, em bairros como o Cajueiro, Vermelha, Piçarra, Mafuá e Matinha. Papai acusava o major do Exército Evilásio Gonçalves Vilanova de ser o mandante dos incêndios (...) Papai dizia que o major Evilásio Vilanova era a vingança da cidade de Caxias, no Maranhão, contra Teresina, que se tornou a capital porque Saraiva queria fazer frente ao comércio de Caxias e Oeiras ficava dentro de um buraco, imprestável para o desenvolvimento do Estado (...) possuidor de um caráter frio e sanguinário. Tinha um sarcasmo muito grande ao falar. A característica se manifestava mais fortemente quando estava interrogando alguém importante. Mantinha uma vigilância acentuada sobre toda a cidade teresinense. Seus ‘olhos’ e ‘ouvidos’ estavam em todos os lugares através dos ‘secretas’ que se posicionavam  em lugares estratégicos, como o Bar Carvalho, um corredor entre as lojas Sady e Diacuy Variedades, e Café Avenida (...)” ( Kruel, Kenard. Genu Moraes – a Mulher e o Tempo. Teresina: Zodíaco, 2015. 608 p. [Os incêndios em Teresina, pgs. 363, 365, 367])

Genu retrata com cuidadoso detalhe de memórias, as histórias que ouviu, acompanhou e foi testemunha presente, como boa jornalista que era, dos sinistros que inflamaram bairros e expulsaram famílias pobres para locais + afastados do quadrante e entorno do centro da cidade e, acabaram obrigando a quem detinha posses e casas, terrenos e moradias à base de palha, a construir novas edificações com materiais + apropriados a novo cotidiano e imagem da cidade, nestes locais vítimas de incêndios criminosos.

 “O major Evilásio Vilanova trouxe para ajudá-lo em sua sanha assassina a Adalsina Barcelos de Carvalho, uma perita em explosivos, logo denominada de Gaúcha, por ser branca e loura. Os soldados colocados a sua disposição passavam o dia enrolando pedacinhos de papel com pólvora dentro, que eram, de madrugada, amarrado nas pontas das palhas das casas dos infelizes. É por isso que os incêndios se davam mais entre uma e três da tarde, quando o calorzão do sol esquentava a pólvora – que faiscava e provocava o fogo.  A gaúcha foi tomada de amores por Domingo de Carvalho, guarda civil, seu cúmplice nos incêndios. Ambos foram presos em flagrante, em 1941, pela Força Federal quando estavam amarrando os papeizinhos nas pontas das palhas das casas. Mas, por influência direta do major Evilásio Vilanova, foram transferidos para o quartel  da Polícia Militar , onde receberam tratamento vip, tendo direito a pão, manteiga e bebidas finas. Que destino tiveram? Avionaram para longes terras,  por conta do major Evilásio Vilanova. O processo foi, rapidamente arquivado. Nunca soubemos do paradeiro do casal. Numa ação para despistar a opinião pública, o major Evilásio Vilanova mandou prender, entre outros “Filhos de Ninguém”, o leiteiro Lídio e o Luís Enfermeiro para que, sob tortura, assinassem termo incriminando o Dr. José Cândido Ferraz como mandante dos incêndios, mas eles disseram que podiam morrer, mas não mentiriam (...) O motivo da raiva que o major Evilásio Vilanova nutria por Dr. José Cândido Ferraz, além da história da filha Marísia, era em razão de ele bater fotos dos incêndios e publicar reportagens nos jornais do Sul, acusando-o de ser o verdadeiro mandante do crime (...)”  (Kruel, Kenard. Genu Moraes – a Mulher e o Tempo. Teresina: Zodíaco, 2015. 608 p. [Os incêndios em Teresina, pags. 367, 368, 369])

“Genu Moraes – a Mulher e o Tempo”, o livro, será lançado nesta sexta feira, 29, em homenagens que ocorrem no Theatro 4 de Setembro, a partir das 18 horas. Entre as atividades confirmadas, apresentação do espetáculo de dança teatro “Ela – Tributo a Genu Moraes”; Lançamento da Obra de memória e história da construção social piauiense, sob a ótica de Genu Moraes; Inauguração do Espaço Cultural Café Literário “Genu Moraes”; Exposição Fotográfica “Genu Moraes”, por Valdyr Fortes, e Sessão de Autógrafos.
(Genu em elegância Formidável/reprodução)

Ninguém poderá prescindir da Obra em questão. É um registro de memória viva e bastante representativo dos anos relatados pela jornalista e autora, Genu Moraes, à memória e história de Teresina e Piauí para mote de política, poder, família e cultura memorados.

Serviço:
18h - Espetáculo de dança teatro "Ela - Tributo a Genu Moraes"
19h - Lançamento do livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", de Kenard Kruel
         Inauguração do Café Literário "Genu Moraes" 
         Exposição de Fotografias "Genu Moraes", por Valdyr Fortes
         Sessão de autógrafos.
dia: 29 de maio de 2015
local: Theatro 4 de Setembro
Entrada Franca!

fotos: Genu (acervo pessoal)
          Genu e sua Obra (Kenard Kruel)
          Cartaz (arte Tupy/acervo João Vasconcelos)

terça-feira, 26 de maio de 2015

De Mulher pra Mulheres

Genuuu!
por maneco nascimento

"Será FORMIDÁVEL! Programe-se: dia 29 deste, a partir das 18 horas, no Theatro 4 de Setembro, em Teresina, lançamento do livro Genu Moraes - a Mulher e o Tempo. Ficaria honrado com a sua presença. Convide amigos e amigas. Obrigado. Com fé, esperança e amor." (Kenard Kruel Fagundes 5h/facebook 26.05.2015)

O proclamo de Kruel é para dia 29 de maio, sexta feira, em que a noite será Formidável e toda a cidade deve acorrer para estar presente nas homenagens à Mulher em Sua Hora, a partir das 18 horas. 
(Genu e sua Obra, em mãos/foto: K. Kruel)

De Mulher pra Mulheres, em seu tempo e para além do seu tempo, a homens, políticos, amigos, familiares, afetos e desafetos políticos. Está tudo lá registrado em Livro as memórias privilegiadas de Maria Genovefa de Aguiar Moraes Correia, ou, simplesmente, Genu. 

O Livro, confeccionado a partir de depoimentos da jornalista ao colega de profissão, Kenard Kruel, chega às mãos da cidade e de amigos e admiradores que conviveram com Genu Moraes, ouviram falar, leram a respeito, cruzaram com ela, entrevistaram-na, ou simplesmente têm-na em conta de alguém para não ser nunca desprezada. Ao contrário, respeitada e louvada porque bem merece!
(a doce Genuzinha/reprodução)

"Em 2 de dezembro de 1934, eu tive o prazer de contracenar com Mário Faustino em uma peça teatral em que ele cantava segurando uma bengalinha. Foi na Hora da Arte, que se realizava pela manhã no Theatro 4 de Setembro. Eu tinha sete e ele quatro anos anos de idade. Participações, ainda, de Celeste Silva, Lígia Martins, Dóris Oliveira, Carmelita Oliveira, Sebastiana Santos, Maria de Lourdes Freitas, Maria Helena Batista, Marilda Batista, Eveline Sedlaceck, Carmelita Paiva, Maria Júlia Santos, Maria Alice Rebelo, Maria Haldine Albuquerque, Odmar Barros, Heloísa Campelo, Jandira Gomes e Maria de Jesus Santos. A renda foi em benefício da Igreja de São Benedito.
Mário Faustino dos Santos e Silva era filho de Francisco dos Santos e Silva e de Celsa Veras e Silva, mas foi criado por seu tio Zuquinha Veras. Nascido em Teresina, em 22 de outubro de 1930, aos dez anos de idade foi para Belém, onde continuou seus estudos até o 3º. ano de Direito. Aos 16 anos de idade, já trabalhava no jornal A Província do Pará; depois Folha do Norte. Em 1959, ingressou no Jornal do Brasil. A condessa Pereira, dona do jornal, confiou-lhe a editoria da página Poesia Experiência, do Suplemento Dominical, que revelou e traduziu novos e consagrados poetas de várias partes do mundo. Ele dominava o inglês, francês, Alemão, italiano e o espanhol. Na época chefiou o setor de imprensa do Plano de Valorização Econômica da Amazônia. No Rio, foi também professor da Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas. Entre os anos de 1959 e 1960, trabalhou na ONU. Foi um dos literatos mais instigantes do Brasil nos últimos anos. A morte, que cantou em versos,chegou rápida e fulminante na madrugada de 27 de novembro de 1962, quando seguia para o exterior a fim de escrever reportagens especiais sobre Cuba, México e Estados Unidos para o Jornal do Brasil. O avião em que viajava explodiu perto de Lima, caindo sobre os Andes (Cerro de los Cruces). Publicou O Homem e Sua Hora (1955). Deixou inéditos fragmentos de um poema longo e inconcluso." (Kruel, Kenard. Genu Moraes - a Mulher e o Tempo. Teresina: Zodíaco, 2015. 608 p. [Mário Faustino, pg. 275])

Este, entre outros assuntos, contêm a Obra de memórias e histórias da construção social piauiense relatadas pela própria Genu. Suas experiências políticas, culturais, artísticas, sociais e o mundo conquistado pela Genuzinha de guerra. O livro que, como se apresenta na capa, trará "Surpreendentes revelações sobre a sua vida, a sociedade e o poder. Genu Moraes - a Mulher e o Tempo. Depoimento ao jornalista Kenard Kruel. Zodíaco"

A programação que abraçará A Mulher em Sua Hora de ser festejada:

Às 18 horas, será tempo de "Ela - Tributo a Genu Moraes", espetáculo de dança teatro, com Produção da Trama Cultura. Roteiro e Direção Dramatúrgica, de João Vasconcelos; Direção de Coreografias, de Valdemar Santos; Assistente de Direção de Coreografias e Ensaiadora, Beth Báttali; Elenco, Jessica Kamila, Cleyde Fernando, Victória Holanda, Carla Sousa, Izadora Myrlla e Jonas Alves. Na Produção de palco e apoio de cena, Artenildes Afoxá e Fran Silva.



Às 19 horas, Lançamento do Livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", organizado por Kenard Kruel, acerca dos depoimentos da Genuzinha.

Inauguração do Café Literário "Genu Moraes" e sessão de autógrafos a amigos, admiradores, autoridades, familiares e, comunidade em geral convidada.

A Entrada Franca para uma noite Formidável! 


Serviço:
18h - Espetáculo de dança teatro "Ela - Tributo a Genu Moraes"
19h - Lançamento do livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", de Kenard Kruel
         Inauguração do Café Literário "Genu Moraes"
         Sessão de autógrafos.
dia: 29 de maio de 2015
local: Theatro 4 de Setembro
Entrada Franca!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Curiosa, já jornalista.

e o tempo confirmou
por maneco nascimento

"Fui matriculada no Grupo Escolar Barão de Gurgueia, localizado na Praça Saraiva, que, como os demais colégios públicos de Teresina daquela época,  era provido de ótimas professoras, pessoas da sociedade local.  Aliás, deve-se dizer que era o único cargo público que se permitia a uma mulher exercer. Fui aluna  das professoras Odete Batista, irmã de Jônatas e Zito Batista, ambos da Academia Piauiense de Letras, e da professora Olga Batista; Dagmar Rosa, filha do governador Miguel Rosa, casado com Adelaide Freire, prima do tio Antonino Freire, casado com tia Elvira; e da prima Nair, filha do tio Antonino Freire e da tia Elvira e esposa do des. Pedro Conde.
A prima Nair me conduzia, a pé, de ida ao Grupo  Escolar Barão de Gurgueia e de volta ao casarão. No percurso conversávamos muito. Mais eu do que ela. Eu fazendo-lhe mil perguntas, das quais, algumas deixavam-na muito embaraçada e vexada, até encontrar resposta adequada a uma criança da minha idade. Ainda hoje conservo esse hábito de perguntar. Por isso detesto ficar perto de gente desinformada.
Eu estava sempre que possível junto a papai, que vivia lendo livros de medicina e os clássicos das literaturas nacional e internacional, na maioria escritos na língua francesa. Eu o solicitava que lesse livros de que eu gostava e ele respondia, com paciência, as minhas indagações sobre passagens não compreendidas. Eu amava esses momentos!" (Kruel, Kenard. Genu Moraes - a Mulher e o Tempo. Teresina: Zodíaco, 2015. 608 p. [Grupo Escolar Barão de Gurgueia, pg. 237])

A noite será pequena às homenagens que a cidade prepara para a senhorinha Genu Moraes, nesta sexta feira, 29, no Theatro 4 de Setembro, a partir das 18 horas.

As homenagens de apresentação de Espetáculo de dança teatro, "Ela - Tributo a Genu Moraes" 18h; Lançamento de Livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo" e inauguração de Espaço Cultural, Café Literário "Genu Moraes", 19h, repercutem a figura emblemática da Mulher à frente de seu tempo e que fez história, registrou-a à posteridade, como grande memorialista que sempre foi.

A boa contadora de histórias terá Livro lançado sobre suas memórias, na noite do dia 29 de maio. "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", realizado por Kenard Kruel, a partir de depoimentos da charmosa Dama.

Curiosa jornalista que o tempo preparava desde a infância, soube bem, desde sempre, aproveitar as informações, estar na hora certa nos lugares certos e manter relações saudáveis que fizeram de Genuzinha um excelente canal de informações, história, memória e dona do tempo em que esteve envolvida na vida política, social, cultural e artística da cidade, desde as áureas épocas dos primeiros anos do século passado (XX).

Conseguiu manter um acervo de registros iconográficos, em fotografias, de memórias do século XIX, XX e XXI que detém imagens de até dos primeiros quinze anos do XXI, ano de seu desaparecimento.

Maria Genovefa de Aguiar Moraes Correia - Genu Moraes - sempre esteve à frente de sua história e dá seu depoimento, em memórias frescas e bastantes representativas da construção social piauiense, de experiências bem vividas, de relatos apreendidos, de convivência com quem fez história de sua história e participação ativa na política e vida dos bem nascidos em Teresina e alhures.

"Eu nasci em Teresina, em 15 de Fevereiro de 1927, no casarão da Rua Odilon Araújo (hoje Avenida Antonino Freire), número 1371, que fica entre a sede do poder político - Palácio de Karnak, e um dos centros do poder popular teresinense - a Praça Pedro II, que antigamente se chamou Aquidabã, Independência e João Pessoa. 
Naquela época Teresina não tinha maternidade! No dia 3 de maio de 1941, o Dr. Leônidas de Castro Mello inaugurou o Hospital Getúlio Vargas que, em seu segundo pavimento, prestou este serviço até 25 de maio de 1953, quando foi instalada a Maternidade de São Vicente, onde hoje é o Lineu Araújo. De lá para cá, muitas maternidades foram instaladas, a mais conhecida de todas é a Maternidade Evangelina Rosa, em memória da mãe do governador Alberto Tavares Silva." (Idem. [Uma criança desejada, pg. 147])

Genu Moraes, essa Mulher Formidável! Transitou bem entre seus pares, entre políticos, mesmo os desafetos de seu pai (Eurípedes Constantino de Aguiar, o Euripão), que a tornou uma eximia política, sem perder a ternura. Foi tema de mexericos, mas nem se importava. Sempre foi moderna. Viveu seu tempo e sua hora e foi colega de escola, quando criança, de Mário Faustino, o grande poeta moderno de O Homem e sua Hora. + contemporânea, impossível!

Aos 87 anos subiu nas asas do avião da imatéria e, num salto à eternidade, seguiu para centros estelares. Foi contar histórias e reportar outras experiências, noutras plagas e reencontrar os seus, àqueles com quem conviveu e marcou histórias "que o tempo ninguém +, ninguém mais canta..."

E é dessa Mulher que a noite do 29 de maio, sexta feira próxima, deve tratar muito bem, obrigado.

Às 18 horas, será tempo de "Ela - Tributo a Genu Moraes", espetáculo de dança teatro, com Produção da Trama Cultura. Roteiro e Direção Dramatúrgica, de João Vasconcelos; Direção de Coreografias, de Valdemar Santos; Assistente de Direção de Coreografias e Ensaiadora, Beth Báttali; Elenco, Jessica Kamila, Cleyde Fernando, Victória Holanda, Carla Sousa, Izadora Myrlla e Jonas Alves. Na Produção de palco e apoio de cena, Artenildes Afoxá e Fran Silva.



Às 19 horas, Lançamento do Livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", organizado por Kenard Kruel, acerca dos depoimentos da Genuzinha.

Inauguração do Café Literário "Genu Moraes" e sessão de autógrafos a amigos, admiradores, autoridades, familiares e, comunidade em geral convidada.

Evento franco, como as falas e generosidade de Dona Genu Moraes. A Entrada Franca para uma noite Formidável! 

Serviço:
18h - Espetáculo de dança teatro "Ela - Tributo a Genu Moraes"
19h - Lançamento do livro "Genu Moraes - a Mulher e o Tempo", de Kenard Kruel
         Inauguração do Café Literário "Genu Moraes"
         Sessão de autógrafos.
dia: 29 de maio de 2015
local: Theatro 4 de Setembro
Entrada Franca!

fotos: Genu (acervo pessoal)
          espetáculo "Ela" (Cleyde Fernando)
          Cartaz (arte Tupy/acervo João Vasconcelos)
          Foto folder sobre flores (João Vasconcelos)