por maneco nascimento
O Equipamento cultural e patrimônio arquitetônico edificado já foi residência particular, Tribunal de Justiça e, por fim, transformou-se em Casa de guardar e abrir margem às visitas que se interessem por intangibilidades e pelas fontes imateriais das memórias materializadas, através de recolhos da construção social piauiense e, quiçá, traço da memória nacional aqui resguardada.
Sua excelência o Museu do Piauí - Casa de Odilon Nunes, surgiu a partir de uma sessão do Arquivo Público (Casa Anísio Brito) que, posteriormente, em 1980, obteve sede própria a acervos no casarão de traços neoclássicos, plantado logo ali na Praça Marechal Deodoro da Fonseca (antiga Praça da Constituição) e, popularmente, Praça da Bandeira.
O Museu do Piauí, em sua atual e permanente morada, abriga memórias patrimoniais históricas e culturais piauienses.
Um acervo eclético, com aproximadamente sete mil peças, integrado por artefatos pré-históricos, como peixes e troncos fossilizados, louças da Companhia das Índias, porcelanas chinesas e inglesas, mobiliário, entre outros artefatos curiosos memoriais de séculos anteriores e alhures... Ah! a famosa tela de “Dom Pedro II”, de Victor Meirelles, também está lá, suntuosa.
Entre os modernos, piauienses de projeção nacional, Afrânio Castelo
Branco, Liz Medeiros, Nonato Oliveira, Gabriel Archanjo, Hostyano Machado,
Amaral, Dalva Santana, Josefina Gonçalves, Dora Parentes, Victor Meirelles de
Lima, et al, marcam assinatura expositiva na Casa de Odilon Nunes.
Após pouco mais de trinta anos (1980 é o ano de contagem) a Casa sofreu grande intervenção e foi reaberta à comunidade de dia 02 de março de 2017.
Climatizado e com peças reorientadas à adequação, suportes apropriados e espacialização melhor apropriadas, iluminação, a partir de estudos e pesquisas realizados pelo Departamento de Artes e Música da Ufpi, sob a orientação do arquiteto responsável pelo projeto Paulo Vasconcelos.
E, como a vida segue bem, na Semana dos Povos Indígenas (de 18 a 20 de abril), uma programação deixou + uma vez a marca da ideia que começou com comemorações ao Dia do Índio, para receber escolas, visitantes e abrir diálogos sobre o tema.
A ideia ampliou os diálogos e, neste abril, três dias deixaram o Museu muito + ativo, interativo e integrado à comunidade visitante, escolar, academia, ciência, artistas e comunidades indígenas que integraram, discutiram e revalorizaram a data e a história e etnia de nossos irmãos comuns, os índios.
Nas ações, recital musical Orquestra de Flautas Música Para Todos; Lançamento do "´Africa Brasil 2017", performance de dança temática; Mesa Redonda (Empoderamento dos povos indígenas: Direito, cultura, Identidade e Memória), com falas de instituições e instituídos ao assunto; Exposição Coletiva com artistas visuais da cidade e do estado (Gabriel Archanjo, Aretusa Bispo, Rogério Narciso, Portelada, Jota A., Aliã Wamiri, Amaral, Dora Parente); Oficina de tramas\confecção utensílios indígenas; Cine Museu: Visitas mediadas.
Para Dora Medeiros, diretora do Museu, a Casa ganhou nova vida, mais espaço de acomodação e exposição de obras que, seguramente, muito mais ambientado para receber o público natural de visitações contumazes.
Nova Casa, melhor equipada à velha Casa. Novos desafios de permanência e preservação do conquistado.
O charmoso casarão está de portas abertas, bem ali no furdunço do centrão e burburinhos moto contínuos do velho centro da cidade, no perímetro da Praça da Bandeira, Mercando Central (Velho) e feiras livres e pregoeiros religiosos, Luxor Piaui Hotel, Igreja do Amparo (Matriz), prédio do Ministério da Fazenda, Casa Anísio Brito, Banco do Nordeste do Brasil, Palácio da Cidadania, Prefeitura de Teresina e Afins, Secretaria de Estado de Cultura - SeCult, Comepi, Shopping da Cidade, Avenida Maranhão e rio Parnaíba (Velho Monge), separando o Piauí do Maranhão, como diria o Torquato.
Visite o Museu do Piauí. A Casa de Odilon Nunes é sua, é nossa, é Templo de memórias e histórias a serem espiadas.
***Histórico
Em 1934, por iniciativa do professor Anísio Brito, foi
criada uma sessão do Museu do Piauí no Arquivo Público. No entanto, o museu só
seria fundado em 1941, e só em dezembro de 1980 ganharia o Palácio da Praça da
Bandeira como sede própria, na gestão do então secretário da Cultura, Wilson
Brandão.
O Museu do Piauí possui um acervo eclético, com
aproximadamente sete mil peças. Integram este acervo artefatos pré-históricos,
como peixes e troncos fossilizados, louças da Companhia das Índias, porcelanas
chinesas e inglesas, mobiliário e quadros do século XIX, como a famosa tela de
“Dom Pedro II” de Victor Meirelles, além de obras de arte contemporânea de
renomados artistas piauienses como Gabriel Archanjo e Dora Parentes, dentre
outros.
Também são encontrados no acervo do museu: cédulas,
moedas, medalhas, indumentárias da guarda nacional, machados primitivos, urna
funerária, arcos, flechas, artesanato piauiense, entre outras peças de
relevância cultural. (fonte: Marco Vilarinho)