sexta-feira, 31 de março de 2017

SolRisos

na praça do humor
por maneco nascimento

Neste domingo, 02 de abril, o Projeto SolRisos abre temporada de um dia, com o espetáculo “Prazer Convida”, no Theatro 4 de Setembro, às 20 horas. 

O Show de humor reúne uns bambas da piada, que ganham a praça da piada eficiente. Aurineide Camurupin, Vinícius Karkan e Carlos Anchieta dão o ar da graça e chamam o público à alegria. 

A entrada será (01) um quilo de alimento não perecível, destinado a instituição filantrópica Lar da Esperança.

O Projeto SolRisos propõe a promoção de espetáculos de humor, com artistas nordestinos, e agrega convidados do Piauí e Ceará e quem os anfitriona é o humorista Carlos Anchieta, piauiense radicado há 20 anos, em Brasília, DF.

O SolRisos “Prazer Convida” quer aglutinar a cultura humorística nordestina e, ao ganhar entrada como Caravana, passear especialmente pelo interior do país, para virar caixa de ressonância a outras experiências Brasil afora.

Integrar cidades e identidade do povo nordestino, a cultura, hábitos, crenças e a alegria contida no talento de humoristas que, conhecidos na região, concorrem à ampliação das plateias, alargá-las a potencial maior, ir aonde o povo estiver, viajar às remotas paragens e alegrar locais isolados, que estejam fora do roteiro dos grandes centros urbanos.

O SolRisos, ao virar Caravana à cata do riso, declara carta do humor ao interior do Piauí. Através dos fazedores de felicidade, Luís Antônio (e sua Aurineide Cumurupin/Ce), Vinicius Karkan e Bruno Lima (stand up comedy piauienses) e, Carlos Anchieta (Brasília, DF) endossam a piada.







O "SolRisos" é uma Realização da Associação Amigos da Arte e da Cultura do Piauí, com apoio do Governo do Estado e Secretaria de Estado do Piauí, através do Sistema de Incentivo Estadual à Cultura - SIEC.

Serviço:
“Prazer Convida”
Domingo, 02 de abril,
no Teatro 4 de Setembro
Acesso: 01 kg de alimento não perecível.
Informações (86 9.9801 6603 \ 9.9406 8310 Mariah Santos)

quarta-feira, 29 de março de 2017

Ter Ato

Leitura Dramática
por maneco nascimento

O Ato 27 Ano 3 que começou, logo pela manhã do dia 27 de março (Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo) e compunha conjunção com a Semana Nacional do Teatro de Teresina - SenThe, deu-se para encontros, inaugurações, discursos, Teatro de Rua na P2, Leituras Dramáticas e, noite adentro, espetáculo SenThe-Teatro de Câmara ("Aldeotas" da Cia. Tertúlia de Acontecimentos, com Gero Camilo e Victor Mendes) e ainda RetroHits (Kiko vieira et al), na confraternização dos artistas reunidos.

E, na hora do Ciclo de Leituras Dramáticas, por Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, para obra oitentona bricolagem dramática rubenslimaneana, foi tempo de Teatro, arte, impulso de vida rediviva na cena instalada e, um muito de memórias reativadas, na homenagem, proposta pelo dr. Viriato Campelo ao amigo Rubens Lima (in memoriam) e nas boas recordações da ousadia de texto surrealista, concreto, poético, lúdico, em recortes de passeios por leituras que marcam humanidades.

"Mata-me com Teus Beijos", de Rubens Lima, em sua trajetória de encenação recebeu quatro montagens para a cena, três do Grupo Raízes de Teatro e uma do Grupo Fantástico de Teatro. E, nesse século 21, recebe uma nova Leitura, quente, atraente, e com frescor de nosso tempo de agora, para quem não viu, ouviu, nem sequer sabia de que tratava-se "Mata-me com Teus Beijos".

Das acepções de licença de recepção textual da chamada ao texto, uma possibilidade de salto, voo, delírio de "vampiro", ou "encosto"  que salva, delira, "mata" com a ousadia de beijos ardentes, ou presas que não largam a presa sujeita ao deus que vê, enxerga, domina, toma a posse e brinca de metáforas, de brinquedo ao discurso de terras baldias, ermas, intrínsecas, visitas ao eu de nossos + delirados estágios de ser/estar na orla do conflito humano.

Das intertextualidades e falas e vozes dilatadas das leituras à dramaturgia compilada ao "Mata-me com Teus Beijos", línguas, linguagens, linguísticas de apropriação e mergulho que passam pelo teatro surreal e ou do absurdo de Arrabal (O Arquiteto e Imperador da Assíria), Becket (Esperando Godot), FRncisco Pereira da Silva (Ramanda e Rudá) e recortes que vociferam sopros de tradição trágica aristotélica e ruptura dramática na vezes de distanciamento crítico, em Brecht et al.

Todas as montagens vistas têm o mesmo impacto, pois reúne deuses e demônios, Anjos e decaídos Irmãos, homens e homens na angústia de reinventar, reverter, compreender-se a si mesmo e a própria sorte regurgitada. Sempre tem um pedal nova a arquitetar a dinâmica da leitura de Rubens Lima à leitura de "Marta-me com Teus Beijos".

E, para a Leitura Dramática da 25a. visão do Ciclo de Leituras Dramáticas, do Piauhy Estúdio das Artes, uma feliz atuação e toda atenção à obra, ao autor e às estratégias estéticas desempenhadas pelo Coletivo que não chegou, a sua vigésima quinta edição de Leitura, impunemente.


Elenco concentrado na aura da exaltação da harmonia de texto voraz, agressivo, dramaturgia, autor, intérpretes, discurso, compreensão e apreensão da natureza também freudiana que perpassa pela obra observada, dissecada às vozes das personagens volatizadas à boca, língua e extensões de Ato de Silmara Silva (Anjo negro), Carlos Augusto Aguiar (Viajor), Állex Cruz (Vozes/Rainha de Todas as Coisas e de Todos os Lugares),  Waldfran Soares (Viajor), Deusa Melo (Anjo branco) e Érica Anunciação (Vozes).

Se presente, doutor Rubens teria amado, pois presente na cena, no texto, em nós outros presentes, nas memórias, no Teatro de sua geração que perpassou pela nossa vida em comum, no tempo e na memória que não nos abandona.

Um exercício dramático que faz bem ver e + um Ciclo de Leituras confirmando a boa cepa do Teatro de expressão piauiense da cena brasis e uma delicadeza, dedicada em direcionar e facilitar boas Leituras, essa assinatura de Adriano Abreu, que marcou a cena em "Mata-me com Teus Beijos".

Evoé, Ciclo de Leituras Dramáticas!

Lúdico

em "História de Lenços e Ventos"
por maneco nascimento

O Projeto "Cena Aberta" faz temporada nas quintas feira, 30 de março, e 06 de abril, no Teatro "Torquato Neto", às 18 horas, com o espetáculo "História de Lenços e Ventos", com texto de Ilo Krugli, sob a tutela da Escola Técnica Estadual de Teatro "Gomes Campos". A Entrada é Franca.
A montagem é resultado de finalização de curso técnico em Teatro e vem preencher as agendas do Projeto "Cena Aberta" planejadas para ocupar as quintas feira do ano de 2017.

As práticas de montagem que se tornam repertório da Escola de Teatro "Gomes Campos" ganham uma ponte de diálogo, com a comunidade, quando se tornam peças em temporada no Teatro "Torquato Neto" e
demonstram os resultados da práxis escolar que são desenvolvidos no curso de Teatro da instituição.

"História de Lenços e Ventos" poderá ser visto dia 30 de março e, mais uma vez, em 06 de abril, quando sairá de cartaz para ceder espaço a outra peça, do repertório da Escola de Teatro, à ocupação de pauta da Casa de espetáculos.

O espetáculo "História de Lenços e Ventos" - 1974, tem texto do artista plástico, educador, diretor, autor e ator de teatro Ilo Krugli, argentino naturalizado brasileiro, desde 1962, traz toda a magia e complexidade do universo infantil, recriando momentos de surpresa, medo, coragem, amor e solidariedade.
Nos anos da ditadura militar, Ilo está no palco com "Histórias de Lenços e Ventos", peça que marcou a trajetória do teatro para crianças no Brasil. Utilizando bonecos, lenços, latas, instrumentos musicais e
objetos, a peça conta a história de Azulzinha (um lenço) e seu amigo Papel (um pedaço de jornal) que enfrentam o poder do rei Metal Mau.

Sem impostação e ambientada nos quintais da infância, a peça fala de liberdade, afetividade e uma vida melhor, baseando-se em textos de autores, como Federico García Lorca e Victor Hugo.

A peça criada toda a partir de objetos reciclados conta a história feérica de personagens em busca de autoconhecimento e crescimento pessoal, da realização de sonhos e busca pela liberdade.

Nesta montagem realizada pela Escola Técnica Estadual de Teatro Gomes Campos "por alunxs atores/atrizes do módulo III noite, 'História de Lenços e Ventos' busca por uma estética inconformada com o eurocentrismo e vícios do “grande Teatro naturalista oitocentista”, celebra a liberdade do jogo cênico e uma revolta aos processos alegóricos infantis do brincar-de-ser, neste sentido, o processo de desespetacularização do teatro é, portanto, assumidamente o anti espetáculo em cena", declara Edinho do Monte.

Na ficha Técnica, o Professor orientador, Edinho do Monte e os intérpretes Aracélya Jardiele, Cairo Bruno, Cleide Nascimento, Ewerton Moraes, Franciellen Lustosa, Gilssimar Araújo, Kaio César, Marlúcia Meneses. A parte musical leva a assinatura de Vanda Queiroz e Jardel.

O "Cena Aberta", partiu de uma ideia de Chiquinho Pereira, diretor da Escola Técnica Estadual de Teatro "Gomes Campos". A ação tem apoio do Governo do Estado e Secretaria de Estado da Cultura, e parceria de recepção logística do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro.

"História de Lenços e Ventos", acervo de memória de repertório das montagens, realizadas pela Instituição de ensino, em práxis de montagem-finalização do curso técnico em Teatro, é resultado final da Turma "Ivonildes Verçosa", Ano 2016/2.
Serviço: 
"História de Lenços e Ventos"
quinta, 30 de março
quinta, 06 de abril
às 18 horas
Teatro "Torquato Neto" (Club dos Diários)
Entrada Franca
Classificação Livre.

fotos/imagem: acervo (ETETeaGomes Campos)

Palhaço...

o Príncipe da Alegria
por maneco nascimento

Jean Pessoa, ele é ator, autor de textos dramáticos, para infantes e à outras discussões que "falem do Teatro de Verdade", como defende o artista.

É Palhaço, daqueles que nos encantam, prendem e não há + saída à plateia, senão ser cúmplice de sua verdade e exercícios de Palhaçarias.

Um Jeca do circo de sempre e do maior espetáculo da terra em reimersão, uma célula zigota que divide-se a dois, quatro, seis... todos os sinais e performer das lembranças de outros velhos Palhaços, pois que o novo nascido da conformidade do velho, máxima poundiana, gera tempo de felicidade.

Jean Pessoa é SenThe. Sim, ele e sua Cia. Cabeça de Sol também estiveram assinando alegria durante a Semana Nacional do Teatro de Teresina - SenThe, de 21 a 27 de março. 


Na tarde de 27 de março, Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo - em horas que corriam o Ato 27 Ano 3/SenThe, a Praça que é de Todos recebeu um libelo de felicidade, às vezes do Palhaço Caburé.

"O Jacá do Caburé", de, e com, Jean Pessoa + Alinie Moura, na operação das incidentais músicas e sons da dramaturgia encenada, fechou a tarde às atenções das peripécias e liberdades poéticas e dramático-cômicas do carismático Caburé.

O espetáculo começou na Praça Pedro II, às 17 horas, e num movimento de tempo, atmosfera e conspirações do universo às excelências teatrais do Teatro da Rua, na hora da SenThe-Teatro de Rua, foi instalada a alegria e felicidade conjugada até a hora em que a chuva ameaçou a se impor.

O tempo fechou, o arco-íris chegou, chuviscou, ela vinha e não vinha e o Caburé na toda.


Até que, em consenso com seu público, "O Jacá do Caburé" foi deslocado ao Hall do Theatro 4 de Setembro, onde continua sua graça e harmonia da cena que encanta e faz rir e gargalhar e chama a recepção a desarmar-se e voltar a ser espírito de criança e mergulhar na fantasia do Palhaço.

O Caburé, seu jacá de memórias, herdado da avó, e as surpresas tiradas de dentro dele e as legendas das cenas que vão sendo anunciadas, ou descartadas, e as vidas e histórias e estética e linguagem e técnica e amor e verdade de cena e distanciamento, idas e voltas à personagem e ao Teatro popular, a quem chega pra ficar e a quem passa pra não mais voltar.


Uma tarde de lavagem da alma, de chacoalho do espírito embrutecido pelas horas de urbanidade devorada. Riso contagiante, cumplicidade sem porteiras e uma feliz reunião de arte, artista, alegria, interação de culturas e recepções abertas.

"O Jacá do Caburé", no Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo (braço de língua, fala, vozes e linguagem da trama da Cabeça do Sol aos votos circenses), não poderia ter sido melhor presente, em representação do Palhaço de todos os tempo, na pessoa do Palhaço de Jean Pessoa, um Palhaço Príncipe da Alegria.

Tarde super feliz, com felicidade, chuva, arco-íris, Teatro para infantes e crianças, contidas em adultos, que ali teimaram em estar e permanecer para ver aonde ia dar as vezes do bom Palhaço. 

Showriso foi SenThe-Teatro de Rua!

Bravos!

domingo, 26 de março de 2017

Ração de drama...

razão de Conflito
por maneco nascimento

Das significações, significantes e significados também geradoras de conflitos e pensamentos e ideias surgem + ideias. Senthe. Que a ideia é essa!

         "O teatro existe, e sobrevive, para unir as pessoas." (Adriano Abreu 3 h · )
[DESDE SUAS ORIGENS TEM COMO ELEMENTO FUNDANTE. A ação teatral ou ação. cênica. E o que lhe confere como uma forma . genuína e específica de ARTE é a representAÇÃO interpretAÇÃO. ApresentAÇÃO de uma matéria prima humana reconhecida em todas culturas que codificamos ou decodificamos de CONFLITO.
Algumas formas teatrais contemporâneas se firmaram descortinando a AUSÊNCIA DE CONFLITO...
Contudo, o que em todas as épocas, circunstâncias culturais, políticas e econômicas o que mais lhe fortalece como forma peculiar e perene de ARTE é exatamente a sua materialização no AQUI E AGORA.
Então, o Teatro UNI e REUNI porque agrega e aceita a pessoa com os seus CONFLITOS.]
(Augusto De Souza Neto IN page Adriano Abreu 26.03.17 3h) 
       A noite do dia 25 de março, na Galeria de Arte "Nonato Oliveira", às 21h30, a agenda da SenThe- Teatro Espaço Alternativo trouxe uma real surpresa a impactos, "prisão" da atenção, "incômodo", ou destinação de deixar correr, porque arte é subversiva, por natureza inquestionável, e a noite votava Teatro. 

O Grupo Pavilhão da Magnólia, de Fortaleza, no Ceará, apresentou sua visão de baldio. O espetáculo "baldio", dirigido por Héctor Briones para dramaturgia de Astier Basílio e colaboradores Edivaldo Batista e Luisete Carvalho. Um quente, denso, estornado de sentimentos de impotência e ou denúncias de naturezas humanas reveladas na cena, campo de lutas da vida a suas rações de drama.

Do significado de dicionário [baldio adjetivo 1. que não vale a pena; infrutífero, inútil. "b. esperanças" 2. sem cultivo; agreste; "terreno b."]

"baldio", o espetáculo, assim mesmo grifado em minúsculo, poderia andejar por todos esses significados e significantes, mas a minha recepção se afina com, talvez, [ infrutífero, inútil. "b. esperanças"/ sem cultivo; "terreno b."] 

A dramaturgia, por sua vez, frutifica muitas portas abertas à reflexão e ao choque de atenção e recepção ao que possa ser observado sem o estarrecimento, a catarse de dramático trágico, mas com um distanciamento à discussão da natureza humana e conflitos das perspectivas que se se possa estar levando ao infrutífero, inútil das relações, sufocamento das esperanças, perda da arte de natureza de cultivo e cativação de si ao outro e à esterilidade de terreno baldio.

O espetáculo tem a Assistência de Direção e Preparação Corporal, de Edivaldo Batista, em que a essa preparação, o mapa dramático que permeia uma ação contínua e de dinâmicas intensas devota corpos neutros, em neutro de falas do corpo que definem esse, talvez, largado que a metáfora de baldio revelado na dramaturgia de cena.

Pessoas coisificadas, alimentadas à condição "dos que bebem como cães" e, tratados feitos bichos recebendo lavagem, ou "tratamento de choque" no terreno baldio das "pocilgas"/canis em que estão bichos, por que perderam o Ser?

Os intérpretes, dessa saga conceitual de dramático real, licenciam na cena a metáfora de forma, que forma o entre-comum das naturezas, de comportamento humano, a gerar conflito e recepção pensante do objeto dissecado. Detêm concentrado de interagir na fórmula que se aplica ao sujeito discursivo e provocador.

Denise Costa, Eliel Carvalho, Jota Junior Santos, Nelson Albuquerque e Silvianne Lima antropofagiam a recepção com sua neutralidade, ao dramático intenso, e forçam as vozes das falas intrínsecas das cinco "personagens em busca de um autor" deus Ex-machine às veredas de salvação da espécie expiada na terra de "baldio".

Toda a técnica corrobora para resultado que aprisiona o público para negar, ou aceitar o desafio de estar dentro, estar fora de "baldio". Iluminação, Wallace Rios; Trilha Sonora, Ayrton Pessoa (Bob); Concepção de cenário (Héctor Briones) e Desenho de cenografia (Elaine Nascimento); Cenotécnica, Ricardo Barroso; Direção audiovisual, Lenildo Gomes; Figurino, Li Mendes e a assistência de Denise Costa, um reiterado de direção conjugada de tecnologia, ciência, arte e sensibilidade estética ao que se nos é apresentado.

O espetáculo desliza ardente pelos olhos da plateia e geraciona um olhar de jogo de pingue-pong para não perder a bolinha lançada de lado a lado, na partida interacional de reclamar, repetir, testemunhar, dar voz às vozes que, talvez, peçam socorro dentro do fundo e largo obscuro da natureza escorpiã, que se guarde dentro de nós mesmos, espelhados na construção das personagens inspiradas no coletivo Pavilhão da Magnólia e seu texto de experiências intrínsecas, regurgitadas na vida dada em "baldio".

Fui ver, vi, venci as expectativas e, creio que uma quase repetição da repetição, que alarga a "tortura" do expressionismo dramático imposto, é o que talvez premedite efeito, feito tatuagem que marque, e deixa o rastro ao regurgitamento, a posteriori, da maneira encontrada pelo Grupo para exprimir essa natureza humana que se nos acerca.

Salvo, está o intertexto da filosofia que impregna a ordem discursiva do teatro apresentado, pois também Teatro.

fotos/imagem: (divulgação)

A luz da alegria

é Lume
por maneco nascimento

O Lume Teatro, de Campinas, São Paulo, deitou e rolou às expensas de palhaçadas, alegrias e teatro interativo entre a gague, o clown, em anarquia provocativa do caos dramático a equilíbrio de dramaturgia circenses contagiante, e "magias" e "erros" ao riso empático provocado pelo ato do Palhaço, definitivamente, dominante do público presente, na noite de 25 de março, no 4 de Setembro, às 20 horas.

Com um prólogo, em que o Palhaço Teotônio (Ricardo Puccetti) chega à cena, pela porta lateral, vindo da rua, já abre uma boa margem das surpresas que vêm povoar a hora de roubar riso da recepção.

Para um espetáculo de 90 minutos, de atuação presentemente dinâmica e recheada de novidades histriônicas, a cada nova cena do mapa cômico apresentado, o Palhaço andejou plateia acima, plateia abaixo, mexendo e integrando seu teatro à plateia, entre surpresa e desejosa de partilhar a experiência das quartas, quintas, etc, paredes debeladas.


Um fôlego de humor e de criativo estimulador da participação do público, Teotônio conseguiu não só excitar a plateia infantil, como dialogar direta e, por vezes, "ríspido feliz" com os infantes que não o deixavam correr, facilmente, com o roteiro.

As magias e truques reveláveis e os sketchs elementares do mundo do circo ganham uma força espetacular na arte e método do ator de bem fazer rir.

É preciso ter muita tarimba para manter presa uma boa plateia, como a presente àquela noite, por uma hora e meia de palhaçadas. E Ricardo Puccetti teve de sobra esse "timing"e, se deixasse vir a quebra do protocolo do riso, pensado na Criação e Concepção (de Ricardo e Nani Colombaioni), certamente teria + elementos para muito + tempo de riso e às gargalhadas provocadas.

A Cenografia e acessórios, de Ricardo, Nani e Abel Saavedra, e o Registro audiovisual, de Alessandro Soave, soam felicidade compensada ao equilíbrio da cartografia e respostas sinérgicas da atuação e determinantes do diálogo eficaz do intérprete/Palhaço e público, na verdade do fingimento risível e na indivisível comunicação entre, os cúmplices da cena, recepção e artista.

Lume é Luz apropriada, no exercício da arte dramática e define bem a tradição cunhada, na história e memória do teatro brasileiro construído, para a identidade da própria cena que catapulta a ação dramática proposta por esta Companhia paulistana.

Um Palhaço, na forma simples de atuar, mas o simples é complexo e exige escola, técnica, arte, repertório e conteúdo experientia. Ricardo demonstra que sabe, porque ama amar o que bem faz. E, nos faz, a todos, a plateia muito feliz.

Uma cena memorável. Um espírito feliz lavou alma do público que acorreu a ver o Lume e seu "La Scarpetta". As crianças, estas devem estar regurgitando, até agora, a hora feliz de pingue-ponguear com o Palhaço Teotônio os bons momentos do espetáculo, aplicado à SenThe-Teatro de Câmara, no 4 de Setembro.

Evoé, Puccetti. Faça-se Lume!

fotos/imagem: (divulgação)

SenThe. Que é alegria

para infantes
por maneco nascimento

A tarde de 25 de março (sábado), no Parque da Cidadania, o SenThe-Módulo Teatro de  Bonecos teve sua primeira etapa de risos e fantasia, lúdico e alegria espevitada do Teatro de Formas Animadas. 


A tarde planejada para quatro apresentações, por quatro companhias distintas de Teatro de Bonecos, teve que ser interrompida pela metade, porque SenThe. Porque se chove diversidade de Teatro, mas também precipita-se chuva dos céus que nos protegem.


Antes que a chuva chegasse, depois de duas primeiras ameaças de chuvisquinhos, ainda houve tempo da criançada, pais, e transeuntes do Parque da Cidadania, acompanharem as alegria aventurescas e fantásticas de mocinhos, cobras, histórias trancosas, mocinhas, homem da cobra, valentões e outros circunstantes das narrativas de Animados.

As Companhias que deleitaram público, até ser interrompida a agenda do riso, foram O Grupo de Teatro de Bonecos Fantochito, de Teresina, Piauí (Afonso Miguel e Chico da Nona), com as histórias felizes de fantoches e ventrílonecos e a narrativa histriônica de "A Flor do Mamulengo", numa dramaturgia, direção e encenação do próprio Afonso Miguel, 

(Afonso Miguel e seu Fantochito/por Francisco de Castro)

e "As Aventuras de Jeca Valentão", Grupo de Teatro Biboca (Teresina, Piauí) para texto e direção de Wellington Sampaio; Atores-manipuladores, W. Sampaio e Waldilio Siso e a música incidental, ao vivo, de Gilvan Oliveira.

As crianças interagiram, interferiram, deram sua contribuição e os Bonecos retornaram, com o que sabem, de melhor, encantar e envolver infantes e adultos na mágica fórmula de fazer rir e puxar plateia ao enleio do mundo das tendas e histórias conspiratórias do universo da alegria, de Bonecos, fantoches e animados.

Uma pausa, forçada pela ameaça de chuva iminente, as apresentações de "O encontro", do Teatro Lambe-lambe, de São Paulo SP, e "Um buraco no céu", do Teatro Balbinas Beduínas, de São Paulo SP, foram reagendadas para a tarde do domingo, 26.

Os Grupos paulistas entram antes da apresentação do espetáculo "Palha Assada", montagem de libelo circense a mergulho na pantomima, de clown clássico moderno, revisitada, do Grupo Teatro Oficinão/Corpos Teatro Independente.


O que se viu, na tarde de sábado, já deu uma ideia do que viria na hora da alegria do SenThe-Módulo Teatro de Bonecos. O restante das atrações, contar com o tempo de São Pedro e a boa agenda a ser compensada na tarde do domingo, 26.

SenThe. Que ainda tem Teatro nacional cumprindo tabela na cidade.

fotos/imagem: (divulgação)

sábado, 25 de março de 2017

Porque Teatro

é também da Rua e muito +
por maneco nascimento

Na sexta, 24, o dia SenThe começou com toda alegria. Pela manhã, às 10h, o SenThe Social visitou  o Lar da Esperança e encheu de alegria o público morador da Casa de abrigo a pessoas convivendo com AIDS/HIV, os convidados e crianças do ensino fundamental de uma Escola municipal da região.

Quem coloriu a manhã do público, no Lar da Esperança, foram as vezes de Palhaçaria do ator clownesco Jean Pessoa e seu "O Jacá do Caburé". 

Cada sorriso e satisfação nos olhos da criançada e toda a gente da recepção, um momento singular e marco nas ações da Semana do Teatro e seu ato SenThe Social.

Acertada agenda em todas as apresentações cunhadas nas instituições filantrópicas, Casa Frederico Ozanan; AMA; Lar da Esperança. Prazer, presença, serviço de interação e integração comunitária, SenThe Social.

No horário das 17 horas, era a vez da Praça Pedro II receber o SenThe-Teatro de Rua, às 17h, mas a chuva que se formou levou público e espetáculo a se alojarem no Hall do Theatro 4 de Setembro. Ali, numa arena improvisada, assentada dentro do retângulo-hall da Casa de espetáculos, deu-se a magia do Teatro.

"Dona Flor e Seu Único Futuro Marido", do Grupo Fama Teatro, convidado chegado de Caxias, no Maranhão, cumpriu o rito da cena clownesca, o ritual de fazer rir e gerar felicidade.

Dona Cansação, Seu Carambela, a solteirona Dona Flor e os + palhaços da carpintaria para a Rua deram seu tempo de incensar arte, cultura e cultuar amor ao fruto das glebas de Baco.

Com direção de André Ribeiro, que também encarna o velho Carambela, pretendente à mão de Dona Flor, e texto de Jean Pessoa, o espetáculo detém os ritmos de força, linguagem e licenças de apropriação e improvisações, que moeda de uso às cenas do Teatro de Rua.

Para a apresentação do dia 24 de março, havia um pequeno breque na dinâmica, talvez pela improvisação de encaixar o espetáculo no hall do Theatro. Mas nada que deponha contra a sinergia de empatia com seu público.

Um elenco redondo e deslizando na práxis de brincar de fingir e fingir na brincadeira de persuadir, ganhar a assistência e trazê-la para dentro da cena, enquanto se desenrola enredo de humor e picardias popularescas que afinam identidade imediata com a plateia.


Adriele Bezerra (dona Flor); André Ribeiro (Carambela); Aurélia Souza (dona Cansação), Francisco Alencar, Rodrigo Oliveira e André Nascimento (músicos), cada um a seu turno despendem sua emoção cartografada na partitura da personagem consignada para a hora do brilho. Têm o "timing" provocador do riso e da gargalhada retribuída pelo público. Garantem a língua e linguagem do Teatro.

Lá fora caia a chuva e cá dentro, público e artistas, arte e recepção interagiam a cultura do Teatro. O SenThe-Teatro de Rua não deixou barato, na agenda dos espetáculos da linguagem de Rua. Todos defenderam seu quinhão de boa presença cênica.

Para as 20 horas, o Theatro 4 de Setembro recebeu "O Açougueiro", com Alexandre Guimarães, do Rio de Janeiro RJ/Recife Pe.

O texto, encenação e plano de luz, de Samuel Santos; figurinos, maquiagem, falas do corpo, adereços e as vozes que falam das personagens, aliados à performance de Alexandre, dão calor ao espetáculo. Personagens povoam a cena, todas construídas na partitura de Guimarães.

O narrador, o açougueiro, a mulher do açougueiro, o próprio homem antropomorfo do boi (a coisificação do cidadão), entre outros, ilustram fazer teatral de premeditada ação de vigor. As toadas de vaqueiro, momentos sublimes da encenação.

Na Galeria de Arte "Nonato Oliveira" (Club dos Diários). às 21h30, o tema veio da Escola Técnica Estadual de Teatro "Gomes Campos", num resultado do curso técnico de Dança. "História da Dança" apresentou uma viagem pela construção da linguagem que fala pelo corpo.

Chiquinho Pereira, diretor da montagem, dá um tom de regra aristotélica à cena.

A direção artística de Márcio Gomes e Marconi Lima e coreografias de Marconi Lima, Riomar de Jesus, Márcio Gomes, Martins Filho e Leonardo Barbosa aplicam esteira de revelação, aos intérpretes-bailarinos que narram a cena, na linguagem do corpo.

Foco, dança, corpo, simetrias e assimétricos linguísticos falam no corpus que dança.

Para o final da noite, a SenThe-Programação Musical afiançou instrumental poderoso e sonoros em sopros metal, às 22h30, agenda do Espaço Cultural "Osório Jr."(Espaço de Convivência "Rubens Lima"). 

"Quarteto Theresina SAX", com direção musical de Abiel Bonfim, preencheu os céus e chão e vagas aos sons e melódicos que se pode provocar, em estilo e arte musicais, música saída de metais Sax. Bela noite aos ritmos e hits que marcam som e canções que a humanidade criou. Bravos!

E, SenThe. Não perca o foco. Porque até segunda feira, 27 de março,  Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, SenThe. É o que não vai faltar. Teatro conspirado e posto à prova da cena brasileira!

fotos/imagem: (grupo SenThe/ m. nascimento// André Ribeiro// ascomSeCult)

sexta-feira, 24 de março de 2017

SenThe. Ria...

e chore porque o teatro vence
por maneco nascimento

"As Sete Irmãs", do Humanitas de Teatro, fez as vezes do bom riso. No horário das 18h30, no Teatro "Torquato Neto", sete irmãs destrincham as próprias limitações de freiras "enclausuradas" nas próprias sortes regurgitadas ao ambiente de fé e convento.

Júnior Marks, Iarla Ribeiro, Sandra Lima , Marcelo Rêgo, Solange Santos, Vitorino Rodrigues, Maycon Douglas já azeitam suas performances a contento.

E, à surpresa da nova retomada, desde as temporadas de estreia, é ver o ator Roger Ribeiro que dourou boas doses de risos, com tiradas de inflexões intencionais da personagem, defendida, na apresentação feita à agenda da SenThe, na noite do dia 23 de março.

Humor econômico e um trânsito histriônico dosado nas falas de Ribeiro.

Há em "As Sete Irmãs" um conjunto sinalizado a mesmo propósito, acercar a recepção com as pequenas ironias e detalhada ação individual de cada intérprete canalizada à força da personagem. Walden Luiz, o autor, deve ficar feliz, em ver sua obra pulsando vida e alegria ao método de encenação. 

A direção de Júnior Marks cartesianiza uma geografia para um realismo-naturalismo-lúdico aos encontros que margicizam a cena, que constroem os intérpretes para a cena do teatro ao gargarejo e às recepções do público que constrói a formação de plateia na cidade.

O Humanitas e sua montagem de "As Sete Irmãs" tem espaço na cena brasileira.

Depois de "As Sete Irmãs", correu a peça do horário das 20 horas, no Theatro 4 de Setembro. "Fiéis", da cidade de Floriano Piauí.

Na Programação Musical do horário das 22h30, no Espaço Cultural "Osório Jr."(Espaço de Convivência "Rubens Lima"), Carlos B. Filho Show deitou e rolou em hits MPB e maneirismos do próprio artista que canta, porque não aprendeu a voar, mas voa enquanto canta.

+ uma noite se realizou, no dia 23 de março, para o público que veio concorrer às agendas lançadas a Teresina, na SenThe - terceiro dia.

SenThe. Evoé, tempo do Teatro.

fotos/imagem: (ascomSeCult// Humanitas de Teatro)

Sexta feira é da SenThe

SenThe. Só o que temos para hoje...
por maneco nascimento

Sexta feira gorda! Hoje, 24 de março, a Semana Nacional do Teatro de Teresina continua gerando teatro na Praça, na Galeria de Arte "Nonato Oliveira" (Club dos Diários) e no 4 de Setembro. 

Começa, já no finzinho da tarde, com a SenThe-Teatro de Rua, às 17 horas, na Praça Pedro II. O espetáculo do Grupo Fama Teatro, de Caxias Maranhão traz a alegria na Praça com "Dona Flor e Seu Único Futuro Marido". 

A encenação de Rua é para texto de Jean Pessoa e a direção é de André Ribeiro. Geram o riso os intérpretes, Adriele Bezerra, André Ribeiro, Francisco Alencar, Rodrigo Oliveira e André Nascimento. 

Dona Flor é uma solteirona que quer muito se casar e seu desejo a faz passar o dia sonhando com um Príncipe encantado. Depois de muitos anos de espera, seu único pretendente é o pobre Carambela, um senhor que nunca desistiu das investidas na solteirona, sempre pediu sua mão em casório e ela se fez de rogada. 

A solteirona não dava o braço a torcer e aprontava pouca e boas com Carambela, até ser vencida pelo cansaço. Enredo de texto inspirado em Jorge Amado (Dona Flor e Seus Dois Maridos), transversaliza picardias para cena de Rua com os requintes bufões e comèdie del'arte ao universo caipira e nordestinês bem humorado.

Na preparação do elenco, Francisco Alencar; Ambientação sonora do Grupo; Maquiagem, André Ribeiro; Auxiliar, Adrielly Castro. Produção executiva de Jaqueline Mesquita e a Produção e realização do Grupo Fama Teatro. Classificação livre para 40 minutos de espetáculo.

Já no Theatro 4 de Setembro recebe, para o horário das 20 horas, quem toma a cena é "O Açougueiro", vindo de Rio de Janeiro RJ e Recife Pernambuco. N'O Açougueiro a interpretação fica por conta de Alexandre Guimarães. A assinatura de texto, encenação e plano de luz é de Samuel Santos.
Amor, preconceito e intolerância regem a narrativa da peça. A história de Antonio ( homem de infância pobre, que realizou o tão sonhado projeto de abrir o próprio açougue) e de Nicinha, sua mulher, ex-prostituta do pequeno vilarejo fincado no coração árido do sertão nordestino. 

O ator Alexandre Guimarães dá vida para nove personagens em enredo dividido entre, diálogos, cantos e manifestações da cultura popular do nordeste, como o aboio, cantigas do reisado e toadas de vaqueiro. 

Na preparação vocal, Nazaré Sodré, e na Corporal e composição de figurino, Agrinez Melo. Plano de maquiagem, Vinicius Vieira; Wilma Uchoa assina as costuras e os adereços em Origami são de Mariana Mazza. Opera a luz, Nardônio Almeida e a Realização é Alexandre Guimarães Produções. São 50 minutos de monólogo adulto ao drama e a classificação é para 16 anos.

A Galeria de Arte "Nonato Oliveira" (Club dos Diários) é ao tema história e memória da dança. O espetáculo "História da Dança" é um exercício do Curso Técnico de Dança da Escola Técnica Estadual de Teatro "Gomes Campos". A direção geral é de Chiquinho Pereira e a direção artística de Márcio Gomes e Marconi Lima.

O enredo para o mapa de dramaturgia dançada é sobre a cultura da dança, seu desenvolvimento cultural e artístico da sociedade no decorrer na linguagem manifestada, conceitos que regem a linguagem desde a pré-história, escolas do clássico, moderno e contemporâneo. 

A história da dança em seus momentos lineares e saltos evolutivos da arte que fala pelo corpo e interage com toda sociedade ao redor do mundo. As coreografias são assinadas Marconi Lima, Riomar de Jesus, Márcio Gomes, Martins Filho e Leonardo Barbosa. O elenco é formado por ex-alunos e alunas da "Gomes Campos" e os figurinos são da Fashion Fantasias. Pesquisa musical e edição, Márcio Gomes. 40 minutos de passeio pela história da dança e a classificação é livre.

A SenThe Programação Musical, após os espetáculos, começa às 22h30,  no Espaço Cultural "Osório Jr." (Espaço de Convivência "Rubens Lima"). Na noite desta sexta feira a SenThe recebe o Quarteto Theresina SAX, que tem a direção musical de Abiel Bonfim.

Quarteto de metais que reúne um seleto grupo de músicos de sopro da cidade, também integrantes da Orquestra Sinfônica de Teresina - OST, e que detém um repertório afinado de clássicos populares e eruditos e melódicos orquestrados às canções de salões e partituras de tradição reinventadas ao pop music.

Serviço:
hoje, 24 de março
***às 17 horas/Praça Pedro II - "Dona Flor e Seu Único Futuro Marido"
na praça que é de todos.
***às 20 horas/Theatro 4 de Setembro - "O Açougueiro"
***às 21h30/Galeria de Arte "Nonato Oliveira" - "História da Dança"
(a apresentação no 4 de Setembro tem interpretação simultânea em LIBRAS)
ingressos nas duas Casas
: (01) um a lata de leite em pó ou (01) pacote de fraldas descartáveis.

***às 22h30/EC"Osório Jr."(EC"Rubens Lima") - quarteto Theresina SAX
entrada Franca.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Drama

para gregos e Brook
por maneco nascimento

A quinta feira, 23, às 20 horas, no Theatro 4 de Setembro, recebeu uma montagem vinda de Floriano, Piauí. Com texto dramático (César Crispim), com forma de romantismo e recheios de época, "Fiéis", traduz na linguagem textual e, em mapa corroborado da dramaturgia de cena, uma encenação dramático tradição, para algumas reincidências de dramalhão.

Homens presos numa casa (fortaleza de acorrentados a uma sina), dois filhos e dois irmãos (o pai dos adolescentes e o tio dos novos machos da prisão familiar). As mulheres da trama acabam, "acidentalmente" mortas.

Na desenvoltura do enredo, os atores Alisson Rocha, Denis Silva, Everk Amorim e Kassyo Leal. Derramados de culpas, dúvidas, crimes e pecados, as personagens vão enredando-se na própria confirmação da "sina", uma maldição criada pela hierarquia masculina que os transforma em "deuses", ou "demônios" ao definirem os seus e os destinos dos pares ligados por uma "maldição".

A direção de Rosivaldo Olliveto optou por uma cartografia dramático-concêntrico, em tempo de tortura monocórdia a gerar uma atmosfera ralentada, nas inflexões das personagens, nas marcas cartesianas ao aristotélico de teatro que foi vencido pelo discurso renovado de Peter Brook.

No desenredo do cotidiano dos homens da casa, a narrativa vai criando verossimilhanças com as enclausuradas de "A Casa de Bernarda Alba" (Lorca); (in)sutilezas, alguma quase atmosfera homoafetiva, adultério entre "parentes", traição, os "desvios" nelsonrodrigueanos; ciúme e crime passional (feminicídio) em aproximação shakespeareana de Otelo invertido.

Há, ainda, uma talvez aura de Glória Magadan nos tempos, silêncios e retomadas abruptas dos turnos de falas das personagens, entradas e saídas de cena e uma formalidade nos caminhos e ações narrativos, a quase roteiro teledramatúrgico.

A iluminação (China Mix), de luz branca em grande parte da trama, parece optar em passivizar o tempo das emoções e conflitos geradores da tragédia que os envolve. A luz vermelha sobre a mesa como assinatura do final do espetáculo para a morte, em semi-black out, quebra um pouco da simetria do set dramático. Uma mesa de sangue, no momento da luz vermelha, quebra o comum de quase todo restante de vida da casa.

A cenografia (Everk Amorim e Rosivaldo Olliveto) acompanha o viés da forma de representação encenada. Marca cenário realista, de época, e de função representativa imagética do tempo real e preenchimento espacial dramático.

A sonoplastia (Jafah Barbosa) inteira a proposta e aciona o eixo das sucessividades trágicas do enredo. O figurino leva assinatura da dupla (Everk Amorim e Rosivaldo Olliveto) e sinaliza ao conjunto de estética que tradicionaliza a dramaturgia criada para "Fiéis".

Denso, tenso, atores demarcados na trama que os enreda ao dramão de infiéis à postura de leitura mais brechtiana. O sapato não aperta o pé, nem o corte da roupa elegante que os veste cria qualquer incômodo, ou alergia.

Tudo está a contento da cartografia desenhada a homens sujeitos a emparedarem-se na escuridão da casa de Bernardos, condenados à solidão a
que a carpintaria os aprisiona.

Graça na Praça

SenThe-Teatro de Rua
por maneco nascimento

Existe lugar + democrático que o campo da arte, das artes e culturas criadas, recriadas, reinventadas, forjadas nas oficinas de Baco, meio irmão de Hephestus, o ourives das grandes criações adornadas a fogo e magia? 

Mas o fogo do Teatro está em Dionysus e, dele, aos herdeiros da cultura universal onde entram nosotros, cá do lado de cá da linha do equador.

Pois a grata surpresa da Semana Nacional do Teatro de Teresina está, muito bem representada, na praça que é terra de Todos! Na Praça Pedro II, onde às tardinhas, a partir das 17 horas, a agenda é para o Teatro de Rua, as vezes e o ato de Teatro está na graça e na felicidade dos espetáculos que ali já se têm apresentado.

Na abertura da SenThe, dia 21, o Grupo de Teatro Jovens em Cena - CotJoc nos presenteou com uma deliciosa comédia bufona ao texto de Jean Pessoa e direção de Alinie Moura e assistência de direção de Arimateia Bispo. "A Verdadeira História de Romeu e Julieta" ganhou calçada a passeio e passeou com a recepção super envolvida com a trama que ali premeditou roubar risos e gargalhadas de todos os presentes.

foto: (Margareth Margô Leite)

Mas já há um consenso, a programação SenThe - Teatro de Rua está demais! A quarta feira, 22, foi a vez de outra companhia de Teatro que cunhou uma pérola para a linguagem de Rua. "As Aventuras de Nego Chico e Catirina", com texto e direção de Chico Borges não deixou pra ninguém.

foto: (Tarciso Carvalho)

Ganhou risadas, curtiu a interação direta da plateia e fechou a cena, em final de ato, com uma alegria contagiante que cirandou teatro e quebra de paradigmas, barreiras, paredes, alegrou a tarde. Uma boa tarde ao riso e a felicidade compartilhada.

Tudo conspirou para respostas certificadas à arte do ator da cena popular. A tendinha colorida que guarda e revela as fugas das personagens. A cenografia e os figurinos (Chico Borges) convergem à linguagem da trama enredada. Cor, alegria e despojamento ganham a segunda pele das personagens e asseguram a identidade que se amplia ao histrionismo da arte do ator aplicada à zona que leva o deus a Ex-machinar picardias e levezas da arte popular de Rua.

O texto, numa transversalização da lenda natural do Piauí, o Bumba Meu Boi, com as vozes, falas, costumes e registros da cultura oral de feira, mercados, terreiros e sítios rurais das melhores memórias afetivas, trama a narrativa feliz que Borges afia na carpintaria teatral construída.

O elenco impagável. A sorte está lançada e eles testemunham que vencem e, tudo acaba bem quando começa bem, para não esquecer Shakespeare. Chico Borges (numa espécime de Coronel-Pregoeiro, Padre); Mayra Sousa (Catirina da pá virada e das liberdades consentidas); Állex Cruz (mãe de Catirina, um arrojo de graça e humor radicados ao histrionismo quente e impactante de revelar o ator. show!); Geirlys Silva (o retrato fidelizado do malandro das fábulas orais nordestinas e gracejos trancosos e malasartianos. Compõe um Nego Chico muito empático e de destreza apaixonante)

Tem, ainda, Tércio Pedrosa que reitera o conjunto, na formação de elenco afinado na trama e no dramalhão comédia popular, na força da cultura de tradição descentralizada das mídias do ócio do consumo e dos congelados e conservantes vendidos por celebridades.

A música que infiltra as narrativas é de temática nordestina, naturalmente, e passeia também pelos dramas de quintal e repercute os meandros de memórias afetivas das festas de terreiros. "As Aventuras  de Nego Chico e Catirina" é um gracejo feliz na cena na Rua que chegou para Teresina.

Através da SenThe, as cenas de Rua realizam a prerrogativa da Semana do Teatro que é democratizar espetáculos e visibilizar montagens que correm por fora das mídias e das oportunidades que só medalhões abocanhem.

Depois da agenda SenThe-Teatro de Rua, era hora de concorrer às peças de Câmara. Às 18h30, no Teatro "Torquato Neto", o Grupo de Teatro Nazaré apresentou "O Diário de uma Feirante", espetáculo solo aliviado pelo ator Wilson Gomes. Uma dignidade de cena e em cena.

O intérprete consegue aproximar recepção e manter os vasos comunicantes aplicados à arte do ator e seu método para persuadir a plateia. A direção de Claudenice Santos quebra as barreiras dos ruídos da comunicação e consegue, na dobradinha, com W. Gomes, realizar uma interlocução limpa e um jogo de cena em que plateia e persona se  enfrentam e dão-se as mãos para a visível invisibilidade da arte do fingimento e gerador de atenção da recepção. Parabéns Wilson Gomes.

A segunda pílula dourada, da noite, ocorreu no Theatro 4 de Setembro. O medalhão que estreou em 16 de março, durante o Lançamento da Semana Nacional do Teatro de Teresina - SenThe, voltou à cena na noite de 22 de março.

"As MalDitas", com Carlos Anchieta e Franklin Pires, para dramaturgia de cena facilitada por Arimatan Martins e texto de Saulo Queiroz, vem arder a plateia do gargarejo, mas é de prender público e vigorar um delicado jogo de render riso e minunciar as cores do teatro do humor e da economia, aplicada à arte do ator e método de gerar dramaticidade que chegue in loco ao público.

E, na SenThe - Programação Musical da noite, quarta feira foi do Projeto "Quanto Vale O Show?" - março rock'n roll - as Bandas Elétron e In Nature pancada pop sons e matizes musicais aos consumidores de cultura que ficaram no "Osório Jr."/Espaço de Convivência "Rubens Lima".

Creia. É SenThe. É vida e cena brasileiras que transitam no Corredor Cultural da cidade da cena brasis.

SenThe é terra de teatro, é campo de arte e cultura da cena brasis. É cena da cidade que inspira, aspira e conspira pelo universo em favor da cena nacional.

fotos/imagem: (divulgação)