sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Aos novos e necessários

Aos novos e necessários
por maneco nascimento




Quem escolheu ficar em casa, na noite do dia 7 de agosto, perdeu uma oportunidade de diversão e entretenimento em música, canção e novos artistas em expansão. Era dia de Boca da Noite e, como em todo final de tarde, o palco do “Osório Jr.”, no Bar do Clube dos Diários, começava a inflamar os serviços para o show da hora daquela noite. A partir das 19 horas, o público recebeu uma novidade. Renara e Banda, vindos do município de Pedro II, marcaram estreia na agenda do Boca.

Revelação durante o Festival de Inverno de Pedro II. Inscrita no Boca, recebeu um sim. Na  estreia a cantora chegou, ao palco, meio tensa e só quando já corria pelo menos meia hora é que conseguiu ficar + à vontade em sua noite de profissionais. 

O Boca da Noite carrega em seu histórico o abraço aos profissionais locais, cantores, compositores, intérpretes da cidade e estado e, se há inscrições vindas de outras glebas piauienses, antenadas à capital, então é só abrir passagem e conferir a canção se estabelecer.
 
(Renara e Banda/fotos: Adélia Lima)

Renara, com registro vocal de contralto aveludado, variou entre sua interpretação ascendente da MPB de melhor registro em hits e uma canção autoral significativa e de balada romântico pop. O nervoso da ocasião talvez tenha diminuído a performance da cantora. As testemunhas do Festival de Pedro II ficaram cobrando, em justificativa de proteção, o êxito que a moça realizara no evento nacional, promovido em terras piauís.

No Boca da Noite, Renara apresentou um ótimo repertório que, entre sucessos tarimbados, constou de Ana Carolina, Cazuza, et all. No show, uma dificuldade, impossível de ser desviada dos ouvidos do público, foi a extensão pequena das notas interpretadas. 

Um talvez descuido de fôlego, ou tensão da hora, criou semitonalizações e estranhamentos a enredo musical popular, característico de suavidade completa ao ouvido de quem curtiu o pop da MPB de melhor valia. O fôlego curto embarreirou a nota e a bela voz, de contralto, encurtou a extensão natural, tabulada na nota musical.

Ainda assim, nessa primeira experiência a palco profissional e do Boca, onde os já contumazes brincam de reinventar-se, a nova cantora, apenas uma moça vinda do interior, manteve postura e levou sua arte como pode e teve uma aceitação natural do público do Projeto. Quando descansou a garganta, a Banda que a acompanhava deu seu show, particularmente eficiente.
 
(Renara e Banda/fotos: Adélia Lima)

Os meninos do sopro, guitarra, baixo e bateria, numa juventude de brisa que encanta, deixaram claro o porquê de estarem acompanhando Renara. Eles eram muito bons! Como observou Ademilton Moreira, o vocal que interpretou, com os colegas, música de Beatles, tinha uma voz de juvenilidade afinada que reportou às memórias vocais de Dylan, em country de expressão revisitada. Bob e Beatles brindaram a noite, com inteligência musical demonstrada, no coletivo da Banda que parcerizou o show de Renara.

A + nova expressão de intérprete do estado, que veio mostrar suas loas com gostinho de filha de Pedro II, cumpriu seu papel musical e registrou seu nome no memorial do Projeto Boca da Noite, evento manifestado pelo Governo do Estado, através da Fundac. Para o público do Boca, + uma ótima oportunidade de ouvir e prestigiar o artista local no seu diverso de criação musical.

O Boca dá Boca e fala a língua da cidade em seu centro de diversão e entretenimento merecido. Quando completa 16 anos de atuação no cenário da música local, o Boca da Noite, em melhor expressão democrática de abrir vitrine à canção, chega nesse 2013 a caracterizar um Clube do Boca para a música que não quer calar.


Esse é o Boca que a gente quer. E a gente faz a noite se repetir em novos repertórios e artistas festejados. Aos novos e necessários Ele se estabelece musical.

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