quinta-feira, 31 de março de 2016

Teatro e julgamento

Ato no set da justiça
por maneco nascimento

"Doze Homens e Uma Sentença", se apresenta no palco do Theatro 4 de Setembro, nesta sexta feira, 01 de abril, às 20 horas. 
Em única apresentação, o espetáculo chega a Teresina após se apresentar em São Luís (Ma), dia 31 de março. Depois de Teresina, a peça seguirá para Fortaleza (Ce), quando cumprirá agenda dia 03 de abril. 
(divulgação)

Além da apresentação do espetáculo, ainda serão realizados um Worshop, em dois dias (01 e 02 de abril), e um bate papo, como diretor e parte do elenco, logo após o espetáculo (01 de abril).

O espetáculo tem texto de Reginald Rose, com tradução de Ivo Barroso e direção de Eduardo Tolentino de Araújo. A cenografia, de Lola Tolentino. O elenco, composto por Zé Carlos Machado, Norival Rizzo, Xando Graça, Camilo Bevilaqua, Brian Penido, entre outros.

Sinopse
O calor escaldante do verão de Nova York faz o suor pingar do rosto dos doze homens trancados a chave numa pequena e claustrofóbica "sala de júri" de um tribunal. Depois de dias de julgamento, está em suas mãos decidir a sorte de um jovem acusado pelo assassinato do próprio pai. Todas as evidências apontam para ele como o responsável pelo crime e onze jurados estão convencidos de sua culpa. Porém, um último jurado crê na sua inocência e vai tentar convencê-los de que o jovem não deve ser condenado. O veredicto precisa ser unânime: se os doze enclausurados jurados considerarem o réu culpado, ele será executado, mas se um deles tiver uma dúvida razoável a respeito da culpabilidade, o garoto não poderá ser condenado.

Os ingressos estão sendo comercializados a R$ 12,50 (meia) e R$ 25,00 (inteira), no Theatro 4 de Setembro (Centro) e na Toccata (Rua Angélica, bairro de Fátima).
Informações: 3222 7100/ 9.9974 1937

Bate Papo
com Eduardo Tolentino de Araújo e elenco da peça, após a apresentação.
O diretor do espetáculo, Eduardo Tolentino, na companhia de dois atores da peça, realizam uma conversa franca, acerca da montagem.
(divulgação/reprodução)

Público alvo:
Plateia que assistiu ao espetáculo e esteja interessada nesta conversa, que irá girar em torno das ideias por trás do texto de Reginald Rose.
Local e Hora
dia 01 de abril (sexta feira)
Local: Theatro 4 de Setembro
(Praça Pedro II - s/n - Centro)
Quando? Após o espetáculo.
Workshop
O ator, Brian Penido Ross, realizará o Workshop "A Palavra Em Cena". O artista discorrerá sobre as técnicas de criação e montagens do Grupo Tapa, para falar do texto dramático, em abordagem da palavra em cena.
Brian Penido é professor nos Grupos de Estudos para Profissionais do Grupo Tapa, do qual é fundador. É também membro do corpo docente da Escola de Atores Wolf Maya, com a disciplina de Montagem Teatral.
Público alvo:
Atores, diretores, profissionais de teatro e membros de grupos amadores com ampla experiência em interpretação.
Local e Hora
dia 01 de abril (sexta feira), das 17h às 19h 
e dia 02 de abril (sábado) das 8h às 11h
 – Entrada Franca.
Local: Teatro Torquato Neto (Club dos Diários)
Inscrições: no Theatro 4 de Setembro.

O projeto de Circulação do espetáculo, selecionado pelo Programa Petrobrás Distribuidora de Cultura - 2015/2016 "12 Homens e uma Sentença”, abriu margem a que a peça percorra o Brasil e discuta temática, já de grande sucesso no cinema, numa filmagem da década de 1950.
Informações: 9.9974 1937 (Antoniel Ribeiro) 



fotos/imagem: (divulgação/reprodução)

quarta-feira, 30 de março de 2016

Pocket Soul

"De Última Pocket Show!"
por maneco nascimento

Silmara Silva, Carlos Aguiar, Érica Assunção, Adriano Abreu e David Ambrósio deram um show! E, se não cantores, mas intérpretes de Última, então são de soul, pop, rock, brega, chique, kit, forrós e sertanejo, bossa nossa, axé, swing samba reggae e roll, filho(a)s da canção brasileira e, assim sendo, a arte inspira ousadia, esperteza, inteligência aplicada, lição ensaiada aos melódicos livres e vozes de quem bem canta, pois males espanta.

"De Última Pocket Show" fechou a programação do Ato 27 [Ano 2] Ano Zé Afonso, que começou pela manhã, lá pelas 9 horas, com o Circo Acioly e Palhaço Cascatinha; na sequência, "Boa Noite Cinderela" (Conexão Street/VR Produções), às 10h; no início da noite, às 18h, "Esboço Brazil" (Cia. Luzia Amélia de Dança) e o arroubo de felicidade deflagrada em o espetáculo musical da Batalha do Jenipapo (Secult), às 20 horas.

Quando as 21 horas chegaram, era tempo de dançar, cantar, acompanhar e regalar os olhos com as performances dos artistas/intérpretes do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes e seu bom tempo de recriar canções e cantar como bem podem, porque a voz e a canção foram feitas para serem experimentadas e a experiência do Piauhy Estúdio das Artes é muuuuito feliz de ver.

Bom para quem canta, melhor para quem recepciona. A liberdade em liberdades abre o ato sobre nosotros que espiam a ótima performance de ação cênica musicada. Os figurinos da Figurino e Fantasia (leia-se Aureni Oliveira) compõem bem e enriquecem a dramaturgia pensada, a arroubos estéticos e plásticos, à boa dramaticidade das canções diversas do cancioneiro nacional.

Carlos Aguiar consegue, a seu turno, manter um destaque vocal muito elogiado por músicos e outros artistas afins na arte de cantar e bem ouvir.

(Carlos Aguiar jamais cantou tão lindo assim/foto: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

Adriano Abreu e David Ambrósio não fazem feio, entre o belo e o maldito das transgressões e impetuosidades musicais, dobram os sinos que não tiveram tempo de marcar ouvidos.

(Eles e Elas têm a força e unidos vencem as correntes 10+/fotos: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

E, pelas vozes masculinas, do clube dos vozeirões experimentados, aos dobrados melódicos, estão eles na boa média de serem artistas, logo atores que cantam e se alguém disser que desafinam, saiba que neles existe imenso amor de deflagar arte em expansão, ao atomizado prazer da alegria de compor cultura, que coletivize felicidade e entretenimento saudáveis, através do ato do ator e método atento às matérias lúdicas e licenciadas ao desdobramento artístico intangível.

As meninas venceram, também por sua vez. Érica e Silmara dão-se ao doce deleite e soltam a voz, porque de amarras nem as sandálias gregas conseguiram manter-se tanto tempo seladas, para não esquecer o princípio do teatro ocidental a louvores, cantos, danças, vocalizações cosmogônicas e falas do corpo, pois parte da essência do ato de cenas profanas, ou sacras posterizadas.

(Elas cantam, dançam, atuam porque sabem da cena/fotos: Silmara e Adriano[Estúdio das Artes])

Cantam bem, realizam preenchimento de expectativas de público e oralizam, em canções, sinceras declarações de serem artistas que ousam +.

A Banda, que detém a direção musical de Rubinho Figueiredo e que a bateria que fala horrores, na unificação de propósitos, é também de Figueiredo. As calientes cordas de aço, revezadas nas guitarras e baixos, estão a Caio Leon Vieira e Cauê de Lima; e a percussão harmoniosa fica com Arnaldo Pacovan. 

(o inteiro da Banda da terra/foto: Cornélio Santiago)

Essa Banda que toca por inteiro aos palcos da terra piauiensis, toca ouvidos e corações canalizados aos sinais musicais afiados e expressos melódicos afinados ao Pocket de primeira atenção. É matéria sonora de primeira linha e andeja sons, delicadamente furiosos, aos pocketes de Última.

(intérpretes e Banda, os bam-bam-bans das canções performáticas/foto: Kélcya e Kayro Almeida)

Uma noite memorável. Uma música de primeira à performance "De Última Pocket Show" e um regado, em recado artístico astucioso e expert music show, de alegria contagiante com planos, pauta, cifras, pautas musicais, arranjos e composicionais contemporâneos, à partitura artística dos intérpretes e músicos, que revelaram essa canção que se ouviu no rádio, em tempos de memórias do repertório da MPB que a todos assiste.

Sem pretensão de serem cantores, mas profissionais da arte da cena, os Pocketes show do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes poetizaram cultura, profetizaram ruptura das velhas tradições versadas, mas emboloradas, e deram um salto em Pocket Soul a palcos transgredidos e realinhados a novidades de linguagem, língua, falas de corpo e melodias revisitadas a deleite dos prazeres do espetáculo.

Pocket Soul + Coletivo Estúdio das Artes que brinca de verdade e revela mentirinhas da arte do fingimento, no ato de cantar, por que não?

Brinda a plateia com o cálice da arte de ser feliz, se por um triz perdeu o caminho de tijolos amarelos, e aos que gostem peçam bis. Quem não gostou, que gostasse, ou aprenda a ouvir a canção encenada, pois "De Última Pocket Show é biz!

Deu-se por Ato continuado, em confraternização musical e coquetel, aos artistas presentes na festa da noite do Ato 27 [Ano 2] Ano Zé Afonso. Era o Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. 

E a alegria e fantasia de cantar é, sem sombra de dúvidas, a ótimos resultados em "De Última Pocket Show". Cantante, dançante, envolvente, carismático e atraente.

Eu. Sou + Pocket Soul. 
Evoé, Piauhy Estúdio das Artes!

terça-feira, 29 de março de 2016

O Calar do Sabiá

um libelo à liberdade
por maneco nascimento

27 de março, no Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, desde a manhã, quando o Circo Acioly e Palhaço Cascatinha + a peça "Boa Noite Cinderela" (Conexão Street/VR Produções) abriram os serviços de comemorações ao Teatro e Circo, que já se tinha uma ideia que o dia prometia muito.

Às 18 horas, com "Esboço Brazil" (Cia. Luzia Amélia) reiterou a data e seguiu à risca a trama de bem realizar arte e cultura cênica.

(o elogio de vaqueiros/foto: Kélcya Almeida/Kayro Almeida)

Agora, quando deu-se o tempo da apresentação do espetáculo musical da Batalha do Jenipapo, então a noite estava começando a ser coroada a + felicidade compensada pelo esforço da arte e ofício do ator/atriz, diretores, músicos, técnicos e a magia do universo conspirador do teatro em si.

(imagem: Cornélio Santiago)

Um público extraordinário! Gente no primeiro piso, segundo piso, et al. Todos vinham ver o espetáculo apresentado, em primeiras instâncias, dia 13 de março, no Parque Memorial/ Monumento "Heróis do Jenipapo", em Campo Maior. Dessa feita,  a apresentação foi no palco do Theatro 4 de Setembro, às 20 horas, e ninguém deixou de aceitar que o espetáculo foi o Espetáculo!

Para o elenco que cumpriu todos os rituais e ritos de bem fingir, o público ovacionar, de pé, ao final, foi o melhor presente que pode receber um artista em seu ofício da cena. Gente na plateia, gente nos corredores dos camarins, abraços emocionados. Sinceras declarações ao que viram. Tudo correu bem, porque tudo acabou bem, para sempre lembrar Shakespeare.

Era um domingo, 27 de março. Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. Fechamento de um feriadão brasileiro, em que as pessoas estariam voltando de seu descanso da Semana Santa/Páscoa. Poderiam não ser público do espetáculo, mas estavam lá, aplaudindo, ovacionado e deliberando felicidade de recepção.

(um libelo à liberdade criativa/foto: Cornélio Santiago)

Público garantido, espetáculo bem realizado e a data comemorativa + eficientizada. A encenação, dirigida por Franklin Pires e com direção musical de Edivan Alves. A montagem tem texto de Bernardo Aurélio e realização da Secult/Governo do Estado que acreditaram no trabalho e deram sinal verde à ousadia e quebra das placas ensebadas.

Rendeu, o espetáculo, um libelo à liberdade criativa, à licença poética das vezes de musical e belos resultados que vinham do coro, de 60 atores, reunidos no palco, mais os solos de Edivan Alves, Gislene Danielle, Franklin Pires e Gleyciane Sisley. Uma força musical bem acertada às composições de Franklin Pires e Edivan Alves, corroborada pela presença luxuosa do Quarteto de Cordas da OST.

(um musical eficientizado por belas melodias/foto: Cornélio Santiago)

Era o Dia 27 de março, dia do Ato 27 (Ano 2) Ano Zé Afonso. E o universo conspirou a favor e deu de graça ao esforço t r a b a l h a d o! 

(cena final da bandeiras piauienses/foto: Cornélio Santiago)

Antes da apresentação do espetáculo musical da Batalha do Jenipapo, às 19 horas, houve ainda uma sessão de entrega de Placas homenagem aos artistas, José Afonso de Araújo Lima (poeta, ator, diretor e dramaturgo); a atriz Rainha da Floresta (in memoriam) e Palhaço Cascatinha (Circo Acioly). As falas dos homenageados e representantes, mais a do Secretário de Cultura, Fábio Novo, foram de festa e oxigênio ao movimento artístico local que sobrevive e resiste em manter o teatro e circo vivos.

E, às 20 horas, o palco do 4 de Setembro foi tomado de grande ação e emoções dramáticas que fizeram da releitura da Batalha do Jenipapo, memórias e histórias piauienses do século dezenove, um mergulho estético e plástico de boa desenvoltura do fazer teatral.

Da parte musical, o Solo da lavadeira (Gislene Danielle) em crônica aos campos banhados de sangue até que seja abatida por um tiro, é de uma beleza emocionante. Um calar do Sabiá que testemunhou a épica cena de rara e delicada dramaticidade musical.

Franklin Pires, ao interpretar uma canção de ninar, na contagem dos corpos estendidos às margens do riacho Jenipapo, outro momento impagável. E as grandes intervenções, do Coro, que entremeiam os diálogos, dão uma força estética magistral ao espetáculo.

Numa noite espetacular às comemorações do Dia do Teatro e Circo, um grande espetáculo marcou borderô, de entrada franca, no palco e anais da história do teatro piauiense. Que ninguém sofra por ter perdido essa apresentação, à força do sucesso alcançado, quem sabe não haverá perspectivas de novas investidas no Theatro 4 de Setembro.

"Só sei que foi assim!" O espetáculo musical da Batalha do Jenipapo brindou a cidade, o teatro, os artistas, o público, a história e a memória da construção sócio culturais piauienses, o teatro vivo. A novidade, em releitura de ver esse evento histórico sob outro viés, na ótica de que se pode contar fatos reais e memoriais, também, através de diálogos e música.

Deu foi muito certo. O teatro piauiense tem uma carta nova à manga e a mágica é teatral, não há outro recurso que arte e ciência da cena eficiente.

Valeu, Batalha do Jenipapo! A arte e cultura da cena agradecem.

Um Corpo que Fala

Esboços brazis brasileiros
por maneco nascimento

O Homem, o tempo, a flor na boca. Kuarup, Kraôs, Gueguês, Gurgueias, Tupinambás, Avá Canoês, TupyGuaranis... cunhatãs, curumins, cunhãs, culumins, Peris, Cecis, periguetes, peguetes, abelhinhas, zangões, fêmeas, machos, homens, mulheres, machões, marcados, maculados, frenesis, corpos, mercados da “carne mais barata...”, gentis, insutis, gentios, gentes urbanóides da fina flor nascida à boca da terra brasis, de “Esboço Brazil”.
(um corpo gentio, com a flor na boca/foto: Fábio Novo)

À noite, às 18 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro, o Ato 27 Ano 2/Ano Zé Afonso trouxe, à cena, o espetáculo de novadança “Esboço Brazil”. Uma criação e direção dramatúrgica e coreográfica de Luzia Amélia, numa realização da Cia Luzia Amélia.

Ao vigor de primeiras entradas, papagaios e bandeiras, bichos e gentes e heróis brilhantes das glebas ideais brasilianas, das terras gentis, expiaram o espetáculo de dança que abre a cena para rituais primitivos de marcas e signos primordiais ao som de Um Índio, de Caetano Veloso. Se corpos dançam, porque não falariam? Quando inquietos buscam fugas de prisões, enquanto vociferam “in corpus parla” liberdades, em expressionismos de linguagem da dança.
(o corpo que fala/foto: (Cia. Luzia Amélia)

Luzia Amélia, Andreia Barreto, Giordano Bruno, Francisco Geronço e Francisco Nascimento (Chicão) esboçam brasis em “Esboço Brazil", espetáculo de dança contemporânea que capitaneia os filhos da pátria diversa e suas idiossincrasias e estratos culturais da manifestação social que caiba, a cada um, em seu contexto de atuação antropológica, pela reinvenção da cultura criada pela antropologia social.
(da gênesis ao quadradinho do corpo falante/foto: Cia. Luzia Amélia)

Numa cadeia de evolução das falas do corpo, em suas linguísticas de interação de arte popular, a radiografia antropológica de nascimento da alfabetização corporal às novas formas de expressão ao diálogo de sensual. Sugestões e ressignificação simbólica da arte, de apresentar corpos, às luzes midiáticas pelas novas sugestões de interação sócio-cultural de futuros e mercados.

Um bom peso à abertura, de medidas reflexivas das inquietações que povoam esse tempo de novos olhares e dores às novas sobrevivências do universo urbano, que vende e compra futuros deslumbrantes, ou deslumbrados.

O homem com a flor na boca; o gentio com a dor da forca que mata, sem tirar-lhe a vida; o pardo estarrecido na parda manhã das culturas e suas indústrias culturais que lhe cobrem o corpo, lhe devoram o sopro natural de vida original; o falso branco, o negro, o mulato, o mameluco, o cafuzo, o branco de sangue brasis, extasiados às sobras das tangibilidades do caldeirão da cultura que se lhe torna peculiar.
(licenciados com a flor na boca às falas do corpo/foto: Cia. Luzia Amélia)

No brasão das igualdades, nas diferenças, o corpo induzido aos prazeres domados pela força das temporalidades e simultâneos das linguísticas, que expressam origem, enredo, desorigem, desenredo das vidas e mortes compensadas ao original das veias muito sangue, posto insangue de compor novas histórias ao modus operandis, dos novos rumos intangíveis, da queda do berço original brasis.

Luzia Amélia apela às discussões de pertencimentos, identidade, empoderamento às vias e avessas de perder-se de bem ser, ou não ser, sujeito de própria história objetada a ser estranho alienígena que vindo, de uma estrela midiática, reduz o corpo natural social às sobras capital das indústrias culturais.

O que pareceria uma esteira, trançada a palha e dedos primitivos, tapete de descanso e ascensão ao âmago da consciência, é flâmula reluzente, questionadora e impetuosa à busca da reflexão, acerca das vezes sociais que geram os cotidianos urbanos das periferias e franjas sociais brasileiras, enveredadas ao + da casa grande incorporada ao “mètier” das novas culturas febris.

Amplia olhar sobre posse, domínio de machos sobre fêmeas, ou sobre machos, prostituição, quebra de tabus dos mundinhos perfeitinhos, negação da identidade e da língua que é mãe, é pátria, é aldeia gaudiana. Ou nada nega, só reflete que o homem(genérico) é produto do meio que o instala como bode de expiação, ou tratador do gado tangido.

Às estéticas criativas e criadores do ato dramático, Luzia Amélia e o Corpo, que dança seu mapa dramatúrgico, aspira confiança e talento a corpos que falam, inspira atenção e concentrado da recepção aos efeitos plásticos expandidos, à energia da matéria atomizada, pelo corpus em movimento nas linguísticas cênicas interagidas.

Não cumpre enredo aristotélico, mas dialoga apelos socráticos de dar informação que encontre eco de retorno ao objeto refletido e abre o olhar do sujeito que, animal, é o único que ri de si mesmo, para não perder a máxima aristotélica.

“Esboço Brazil” inflexiona ações de compreensão da própria aldeia expiada e impulsiona discussão sobre o umbigo nosso de cada dia. Luzia, Andreia, Giordano, Geronço e Nascimento (Chicão) expropriam a própria mora e repercutem no eu o outro que detido no bolo social.

A dramaturgia que revela igualdades e diferenças, em corpos distintos, grandes, pequenos, “inadequados”, magros, rechonchudos, longilíneos, belos e “malditos”, imprimem força de ver na diversidade o paradigma da construção social, com suas reais e necessárias diferenças.

Os figurinos, que se vão enredando às ilustrações das marcas antropológicas do “velho” ao + pós moderno e contemporâneo, defendem bem as costuras dramáticas. A luz, Pablo Erickson, aquece os ícones e pictóricos construtivos na sinergia da ação cênica e abstrai qualquer expectativa que fuja do ato dramático. A trilha, de pesquisa adequada, preenche os ouvidos e amplia a sinestesia que decola, aos olhos atentos e audição detida, aos emblemas e signos de corpos embalados à música que inspira as falas do corpus in corpo que dança.

“Esboço Brazil” caso esboce, ainda, projeto de afinação do material dramático a ser concluído, já se basta como Elemental de boa investida. Há + forte zelo cênico à + forte intenção de abrir olhos, desanuviar ouvidos e impingir o ato dramático que quebre o silêncio das línguas mortas, destrua a quarta parede e inclua esse homem(genérico) brasis no olho do furacão, que escafandra a ferida social recoberta por uma pomada de mata e cura, sem efeito xamã curador.

“Esboço Brazil” esboça, numa lente do amor das licenças poéticas e na radiografia social, um esboço do Brasil afeito à efeméride das indústrias culturais que se apropriam de linguagens da cultura e geracionam o kit do espelho da mass media, deus do Narciso retornado.

Pensa, logo resiste. E, se existe é como arte e ciência inconclusivas, mas geradoras de reflexão acertada.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Ato 27 - Ano 2

o Dia das Ações
por maneco nascimento

O Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo abriu as fronteiras das cenas e propôs, à nossa festa, ações no palco do Theatro 4 de Setembro. Ato 27 (ano 2) Ano Zé Afonso começou as atividades às 9 da manhã, com a presença do Palhaço Cascatinha e os Acioly, representando a empresa familiar Circo Acioly.

(os Palhaços Acioly, do tronco Cascatinha/foto: m. nascimento)

Os números demonstrados, à alegria do público infantil e pais, o malabarismo em Tecido; a Bonequinha de pano e os sketchs tradicionais dos velhos  Palhaços de cada picadeiro. Cascatinha e seus dois filhos enriqueceram a manhã, aos tempos da comédia simples , mas eficaz das gagues e atos de bem fazer rir.

Com "timming" de pescar a plateia, à força das picardias simples e insutis de histrionismos de picadeiro, o Palhaço filho em dobradinha com o Palhaço pai (Cascatinha) e mais outro filho deram um ganho de causa ao mote de que todo dia é dia de espetáculo. No Templo do maior espetáculo da terra, em que o artista pinta o rosto para viver e morrer pela arte de escolha da profissão, os Palhaços Acioly brilharam encanto ao riso e felicidade.


Na segunda ação da manhã, às 10 horas, o Conexão Street e a VR Produções cumpriram ritos de, também, atrair o riso das crianças e recepção descontraída de adultos. "Boa Noite Cinderela" puxou risos e gargalhadas saudáveis.

(Júlia Fs.[Cinderela] e Állex Cz.[Gorro]/foto: W. Salmito)

O enredo da Borralheira que tem um amigo "imaginário", em um rato (Gorro), vivido por Állex Cruz, que se mimetiza de móveis da casa e que só fala quando está a sós, com a Cinderela (Júlia Fernandes), é de um lúdico inteligente na recriação da fábula.

As duas irmãs (Eudóxia e Eulinda), vividas por Márcio Felipe e Antonyel Novaiz, são de um gracejo espetaculoso às vezes do teatro elizabetano, revisitado. Entre o velho e o contemporâneo da cena proposta, a valsa dos enamorados no Baile à dança de rua, das irmãs postiças da Cinderela, um salto de aptidões criadoras e criativas para tirar o enredo fabular do lugar comum.

(o Baile street/ foto: W. Salmito)

O número final de apresentação do elenco, na linguagem de street, identidade urbana contemporânea e signos de dança ao dialogismo da tradição e o moderno aproximados para liberdades criativas e atuações que falam a língua das novas gerações e juventudes dinâmicas.

(dança final/foto: W. Salmito)

"Boa Noite Cinderela", com texto adaptado e direção de Vitorino Rodrigues, ainda tira da cartola uma atuação de Rodrigues para uma Mádrasta bonachona e cheia de meneios vocais, variáveis entre o deboche risível e o escatológico adocicado à perversidade de acirrar a recepção infantil e cumprir o ritual das pequenas maldades e deleites domados a proteger a beldade das filhinhas, em detrimento da menina Borralheira.

(a família do barulho/foto: W. Salmito)

A manhã do Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo sorriu à abertura das festas comemorativas da data. Palhaço Cascatinha e Circo Acioly + "Boa Noite Cinderela" foram pontapé de início de partida ao que ainda havia de vir, no correr do Dia.

Estava escrito. Ato 27 - Ano 2 - Ano Zé Afonso. O Teatro e o Circo se garantiram e abriram grandes sorrisos aos rostos e memórias infantis. Encheram de alegria a manhã do Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo.

Estava inscrito nos tablados da felicidade. Estava escrito, das Estrelas da cena às estrelas de brilho, o dramático representativo. 
Macktub!
(elenco de "Boa Noite Cinderela" e Palhaço Cascatinha e Família Acioly/foto: W. Salmito)

Um tango para Jesus

Paixão de Cristo de Bom Jesus
por maneco nascimento

Um diretor de cena e dramaturgo, um autor de dialogismos musicais à cena local de teatro. A empreitada, reproduzir vida, Paixão e morte de Cristo. O palco, o Salão da Serra, em Bom Jesus do Gurgueia. A fonte de adaptação, à releitura da história recontada, os evangelista Matheus, Marcos, Lucas e João. O escafandrista de licenças poético dramáticas, José Afonso de Araújo Lima.
Assim foi a experiência de retorno ao mito do eterno retorno, para lembrar Eliade, quando + uma vez acompanhei o cortejo de releitura da Paixão e Morte de Jesus Cristo, numa realização da Associação de Amigos de Bom Jesus do Gurgueia, que em 2016, assinou a produção da 12ª. edição do espetáculo, no Salão da Serra, local que absorve a + de cinco mil pessoas atentas a reviverem os últimos dias do Senhor, na mímesis das oralidades e escritas trazidas à posteridade dos passos do Filho do homem.

De quarta feira, 23 a sexta feira, da Paixão, 25, os processos de montagem foram a olhos vistos e realizadores de milagres de junta, emenda, costura, sela, aglutina, sedimenta a amálgama da obra feita lirismo e drama às mãos do dramaturgo e diretor apaixonado, Zé Afonso.

Ao passo da primeira passagem de construção da cena, já havia toda uma sinergia de fazer o teatro a que se propunham atores, técnicos, convidados especiais e a nova geração de atores que Bom Jesus vem produzindo, acerca de + uma década.

Na terceira tomada dos Passos de Bom Jesus levado à expiação pública, na reprodução da expiação sofrida, a seu contexto, já havia ocorrido o Milagre dos Peixes resgatado à cena, de origens profanas, assentada à Via Sacra repetida, às vezes de + de dois milanos herdados.

Era a noite de Sexta Feira, santa, e o elenco dirigiu-se à cena rumo ao cortejo final dos últimos dias de aproximação à saga de história e Paixão de Cristo. Com figurinos criados por Bid Lima e adereços assinados por Wilson Costa, a montagem recebe, desde sempre uma forte e rica trilha, apropriada de verdade cênica, pelas mãos de Márcio Brytho. A luz à Luz da Terra, teve o argumento de Pablo Erickson.

Um público ardente aguardava a chegada da Hora confirmada. Antes do início do espetáculo, houve uma demonstração do Grupo de Rabecas, núcleo da Escola de Rabecas de Bom Jesus, que alinhavou, às cordas primitivas de tradição, a trilha original do espetáculo criada por Aurélio Melo.

As canções criadas por Melo, uma de louvores de chegada, que abre o espetáculo (para coro). Os Solos das personagens centrais dão vozes à fúria de Jesus (na persona de João Olicar), ao Templo transformado em mercado; uma ainda para Pilatos (Marcel Julian): “água, quero água pra lavar as minhas mãos...”; uma + para as desditas de Verônica (Vera Leite) ao rosto de Cristo, estampado no pano, e o Solo da Pietá, interpretada por Lari Sales (Maria, a Mãe de Jesus). No intercurso, os cânticos de coro, Hosana (entrada em Jerusalém) e Jesus Vive (arremate do espetáculo), na Ressurreição.

Zé Afonso conseguiu + uma vez, esta foi sua segunda investida, confrontar história e memórias orais posterizadas e criar licenças poéticas às forças dramáticas do teatro a céu aberto, com toda a eficiência, de realizar dramaturgia reunida em elenco de + artistas, envolvidos na cena. Um regalo de ação dramática e efeitos plásticos na estética de interação cênica.

Nas participações especiais, Caio Junqueira (apóstolo Pedro) e Cacau Melo (Salomé) assomaram-se ao brilho da noite de Estrelas (Fábio Novo, Bid Lima, João Vasconcelos, Eliomar Vaz, Rosângela Borges, Francisco de Castro, Beth Bátalli, preparadora de números de dança, e o elencão do núcleo de teatro de Bom Jesus), sob as estrelas e lua cheia que espiaram e guardaram a noite de Paixão e recepção comovida do grande público presente à Mesa da Santa Ceia servida, no Salão da Serra.
(Sinédrio[João, Eliomar, Maneco] e Pilatos {Marcel}/foto: Fábio Novo)

Há sempre um sentimento de dever cumprido, de teatro sempre experimentado e de uma revivificação das memórias primordiais do teatro ao berço ocidental que, a seu contexto, propôs a cena de rituais profanos aos templos de clássicos, sacros, modernos e contemporâneos atos do teatro que a arte e cultura impuseram à reinvenção da cena dramática.
(elencão dos aPaixonados/foto: David Poul)

A Paixão de Cristo de Bom Jesus já detém seu lugar ao sol e céu de Bom Jesus do Gurgueia e atrai olhares de vizinhos, turistas, a comunidade em peso e os demais que somam conspiração ao universo da arte de tradição e ruptura do tempo da cena dramática.
(Marcel, Rosa, Bid, seu Chikin, João, Maneco/foto: Marisa Oliveira)

Evoé, Paixão de Cristo de Bom Jesus!
Para música, textos, mapas de apropriação de palco, estéticas e estilos dramáticos de reviver a cena da Paixão, você fica no lucro das boas moedas que revitalizam a cena do teatro vivo e das forças cósmicas que rendem artista e público ao melhor espetáculo da terra, o teatro nosso de cada Estação das dores e prazeres de bem representar.

sexta-feira, 25 de março de 2016

A estrela da Rainha

A Rainha da Floresta
por maneco nascimento

Neste dia 27 de março, Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, é a nossa querida Rainha da Floresta que será homenageada na área do Teatro. Porque todo Dia Internacional do Teatro é dia de festejar a arte e o artista da cena.
Ato 27 2016 - Ano Zé Afonso, o Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, por meio do Governo do Estado e Secult, faz as vezes das homenagens e festeja a atriz Rainha da Floresta, o Palhaço Cascatinha e o dramaturgo, ator, diretor e poeta, José Afonso de Araújo Lima.
As homenagens em Placas comemorativas serão entregues aos artistas e representantes legais, às 19 horas, no palco do Theatro 4 de Setembro. Pela manhã, às 9 horas, o Palhaço Cascatinha e família Acioly se apresentam no mesmo palco às crianças convidadas. Em seguida, a peça infantil "Boa Noite Cinderela", do Conexão Street/VR Produções.
E, à noite, tem espetáculo de Dança, às 18 horas, "Esboço Brazil" (Cia. Luzia Amélia de Dança). Às 7 da noite, o Teatro homenageia, na linguagem do Teatro, a atriz, mãe, mulher, cômica e dramática, um nome, uma marca, uma arte emblema ao teatro local, em passagem de atuação, pela JW Produções (José Wilson), a artista Rainha da Floresta.
Entre seus registros de espetáculos, ela brilhou em: 
"Encanto das águas", texto e direção de José Wilson, com a Rainha da Floresta, no papel  da Mãe das águas e em "Aids - a maldição do século", texto de José Wilson e direção de Wellington Sampaio.
(acervo JW Produções)
Era uma intérprete nonsense, dramática, simples e sujeita às veias do dramalhão para nos fazer rir e viver a diversão do momento. Como ela dizia, quando desenvolvia seu mote famoso, "Pra mim o que importa é a estéutica!" criava um gracejo muito legal. Com essa frase finalizava sua passagem pela ação dramática.
(A Rainha da Floresta é rainha das águas/acervo JW Produções)
Ato 27 2016 - Ano Zé Afonso é uma Realização do Governo do Estado/Secult e execução do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, terá palco no Theatro 4 de Setembro, a partir das 9 da manhã e segue como última apresentação às 9 da noite.
Depois da entrega das Placas homenagem, ainda acontece o espetáculo musical da Batalha do Jenipapo (Secult), às 20 horas, e às 21 horas, a cena performance musical "De Última Pocket Show" (Coletivo Piauhy Estúdio das Artes).

Ato 27 2016 - Ano Zé Afonso, a noite é da Rainha da Floresta.
Evoé, Rainha da Floresta!

fotos/imagem: (acervo JW Produções)

Dia 27 tem espetáculo?

Tem, sim senhor!
por maneco nascimento

O Palhaço Cascatinha está entre os homenageados no Ato 27 2016 - Ano Zé Afonso. E o Palhaço, o que é? É o Adão da mulher do maior espetáculo da terra!
(a persona Palhaço Cascatinha/foto: Roberto Saboia)

Dia 27 de março é Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, e o Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro abre suas portas às comemorações desta data, festejada em todo o mundo.
As ações que começam às 9 horas da manhã, no palco do Theatro 4 de Setembro, serão do ato do circo. Número de tecido, argolas, boneca de pano, malabares e palhaçadas com os Palhaço Cascatinha e seus filhos Palhaços. 
(os filhos Palhaços/foto:Roberto Saboia)

Circo Acioly, na primeira atração da manhã do Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo. E, ainda, na manhã, às 10 horas, o espetáculo "Boa Noite Cinderela", do Conexão Street/VR Produções.
Quando o assunto for homenagens, o Circo contemplará a persona do Palhaço Cascatinha; o Teatro a de Rainha da Floresta e a persona que leva o nome do Ato 27 Ano 2 é José Afonso de Araújo Lima.
Mas quem é o Palhaço Cascatinha?  
(aos Palhaços, com carinho/fotos: Roberto Saboia)

É Aurenildo Acioly de Assunção, que nasceu para ser o Palhaço Cascatinha, segunda geração, e, aos 54 anos de vida, bem vividos, sob uma lona de circo e sobre o picadeiro do Circo da família Acioly, é homem das palhaçadas, artista de picadeiros itinerantes e autor de alegrias ao mundo da fantasia de crianças.
O Circo Acioly, que reúne já quatro gerações, marca a vida dentro do maior espetáculo da terra. Palhaço Cascatinha faz rir e tem, como parceiros de palhaçadas, dois de seus seis filhos que também desempenham a função de Palhaços, trapezistas, malabaristas, heróis do Globo da Morte.
Entre as filhas, as contorcionistas, malabaristas e estrela do número do tecido. A neta, uma linda boneca de pano, aos cinco anos de idade.
Pais, Irmãs e irmãos também estão às alegrias e aventuras do mundo do circo em que Cascatinha é rei das autarquias do humor e bufões mambembes. Baianos de nascença, os Acioly escolheram o Piauí para radicarem-se. 
Estão a 17 anos morando no Piauí. Daqui partem para outras praças onde montam a empanada da alegria, mas sempre retornam a Teresina.
Como diz o Palhaço Cascatinha, "nasci embaixo de uma barraca. Nasci para o circo e amo ser Palhaço. É preciso ter um dom para ser Palhaço. Sou Palhaço porque amo a profissão e escolhi o Piauí para viver e morrer aqui", revela.
Palhaço Cascatinha será homenageado, neste domingo, 27 de março, como a persona do Circo, no Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo.

Realização: Governo do Estado/Secult
Apoio: Sesc Piauí, Floricultura LI, Tecol, Sated-PI, Paulo Moura(irmãodecriação), Frank Lauro Vídeos.
Siga essa agenda.
Cultura acontece por aqui!

Serviço:
Ato 27 - 2016
- Ano Zé Afonso -
no Theatro 4 de Setembro
das 9 da amanhã às 9 da noite
Entrada Franca!
informações: 3222 7100/9.8817 2201
fotos/imagem: (Roberto Saboia)

quinta-feira, 24 de março de 2016

Ato 27 - II

Ano Zé Afonso
por maneco nascimento

Palhaço Cascatinha e Rainha da Floresta serão as estrelas representantes, homenageadas do Teatro e Circo, dia 27 de março de 2016. No Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, o Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro recebe artistas convidados, no Theatro 4 de Setembro. 

A partir das 9 horas da manhã, começam as ações de comemorações ao Dia. O Theatro 4 de Setembro recebe na primeira atração, a família Acioly e o Palhaço Cascatinha. Cascatinha, filhos e netos se dividem entre números de argola, tecido, bonequinha de pano e palhaços.

Às 10 da manhã é a vez da Cia. Conexão Street/VR Produções Artísticas. “Boa Noite Cinderela”, uma releitura da fábula da Borralheira/Cinderela, em atualizações ao contemporâneo das novas contextualizações, transversalizando fábula tradicional e século 21.

(Boa Noite Cinderela/foto: VR Produções)

Já na noite, às 18 horas. A Cia. Luzia Amélia de Dança apresenta novo estudo de novadança, em “Esboço Brazil”, com coreografias e direção geral de Luzia Amélia.

(Esboço Brazil/fotos: Cia. Luzia Amélia)

Na solenidade de homenagens ao Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, às 19 horas, recebem as placas homenagens, o ator, poeta, diretor e dramaturgo José Afonso de Araújo Lima, que leva o nome do Ato 27 – Ano II – Zé Afonso; o Palhaço Cascatinha, na personagem do Circo e à Rainha da Floresta (in memoriam) na representação do Teatro.

O espetáculo musical da Batalha do Jenipapo (o 13 de Março), será às 20 horas, com um elenco de 50 atores e atrizes que reproduzem a luta pelos ideais da Independência do Brasil. A direção é de Franklin Pires e direção musical de Edivan Alves.

(cena aberta musical da Batalha do Jenipapo/fotos: campomaioremfoco)

Às 21 horas, na Galeria de Arte do Club dos Diários “Nonato Oliveira”, na confraternização da classe e convidados, regada a um Coquetel “babadeira”, será a vez de musical, performance, teatro e dança e intervenções na base do cancioneiro brasileiro. “De Última Pocket Show”, montagem e realização do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, direção de Adriano Abreu e produção de Silmara Silva.

(De Última Pocket Show/fotos: Piauhy Estúdio das Artes)

Os homenageados do Teatro e Circo

José Afonso de Araújo Lima, é poeta, ator, diretor de teatro e musicais, dramaturgo, advogado e cidadão piauiense que orgulha muito a profissão, é um apaixonado pelo teatro e, especialmente, a arte de criar e encenar espetáculos. Zé Afonso, como é conhecido pelos amigos e colegas de profissão é o homenageado do ano 2016 ao Projeto Ato 27. No dia  27 de março, Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, o Ato 27 Ano 2 - Zé Afonso é a pérola da vez, na homenagem das cenas dinâmicas.

Palhaço Cascatinha nasceu Aurenildo Acioly Assunção. Filho da família circense Acioly, nasceu embaixo de uma barraca de Circo. 

O nome Cascatinha, Aurenildo herdou do pai verdadeiro que também era Palhaço Cascatinha. Em herança e memória do pai biológico Aurenildo se tornou Cascatinha para dar continuidade ao Velho Cascatinha. “Me orgulho de ser palhaço. É um dom de Deus. As pessoas xingam. Mas me orgulho de ser palhaço, não é todo mundo que tem o dom de ser palhaço”, declara orgulhoso. Nasceu e se criou no circo, os filhos também nasceram e se criaram no circo, os pais são de circo e os netos também já marcam os pés no picadeiro.

Cascatinha diz que por ele não viajaria mais, mas os filhos querem itinerar e o circo todo viaja. Palhaço Cascatinha, 54 anos de picadeiro, 17 anos radicado em Teresina, três irmãs (uma já falecida) e dois irmãos, seis filhos e mais os netos, diz adotou as terras mafrensinas para nunca mais deixar, “escolhi o Piauí pra viver até morrer”, finaliza.

A outra persona, homenageada na noite do dia 27 de março, é da representação do teatro. Atriz, mãe, dona de casa e irreverente na sua performance de ser do movimento do teatro amador do Piauí. Rainha da Floresta atuou na Cia. JW Produções e sempre fazia o diferencial, durante as atuações. O bancário do Banco do Brasil, José Wilson, dramaturgo, ator e diretor sempre oportunizou o talento de Rainha da Floresta em suas montagens.  

Atriz da região do grande Dirceu, Rainha da Floresta criou um jargão, dentro da cena, que a deixou famosa: “O que eu tenho de melhor é a estéutica”. A atriz morreu em novembro de 2015, por complicações da idade, mas deixou um legado de gracejo, bom riso e simplicidade ingênua de atuar e deixar sua marca no palco piauiense.