Cena aberta
por maneco nascimento
Teresina recebeu na noite de dia 08 de agosto de 2011, dentro das comemorações dos 159 anos de nascimento da cidade, a 18ª. Edição do Festival Nacional de Monólogos “Ana Maria Rego” – Prêmio Zezé Lopes, realizado pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Cultural Monsenhor Chaves. As festas de entrada ocorreram na porta do Theatro 4 de Setembro, a partir das 18 horas.
Nas falas oficiais, um momento especial. O homenageado Zezé Lopes, há + de trinta anos prestando serviço ao teatro local e à Casa Theatro 4 de Setembro, falou de sua emoção, do mimo de ter seu nome na homenagem do 18o. FESTMONÓLOGOS. Grande Zezé!
(Aline Moura: Dona Flor/acervo)
Um luxo musical com a Banda ‘Luiz Gonzaga” e a voz maravilhosa do crooner Chico Rato preencheram a praça de música e melodias em grande estilo. Em seguida, o Grupo Sinos de Teatro, de Jean Pessoa e trupe concentrada, apresentou “Dona Flor e seu único futuro Marido”, um divertido exercício teatral para a rua.
Uma solteirona (Aline Moura), ansiosa por um casamento, vive perseguida por um velho (Jean Pessoa) e solitário desejoso, único pretendente à conquista do coração de dona Flor.
No vai e vem das escaramuças, puxa-encolhe da briga de conquista Jean e Aline vão costurando uma linguagem de cena aberta ao teatro de rua com lampejo de “comèdie de’larte” e bufões apropriados ao nordestinês.
Diverte, entretém e deixa um sabor de liberdade cênica praticada a montagem livre enredada numa paráfrase de obra jorgeamadiana, “Dona Flor e seus dois maridos”. O elenco auxiliar dona Cansansão e seus dois maridos(músicos) completam o lúdico e fingimento premeditado à cena na praça.
O Grupo Sinos de Teatro dobra-se em sons e corpos do memorial popular e espelha exercício de ator intervencionista pregoeiro de loas e paródias farsi-dramáticas. O público corresponde à proposta do Grupo que tem descoberto esse veio teatral pouco exercitado por aqui.
O primeiro espetáculo concorrente ao 18º. Festival de Monólogos “Ana Maria Rêgo”, veio do Rio de Janeiro. Uma versão de “Medéia”, com Claudiana Cotrim e direção de Urias de Oliveira.
(Claudiana Cotrim: Medéia/acervo)
Releitura de um clássico da tragédia grega, apresenta uma transversalização de intérprete distanciada que percorre linguagem de: entrevistas, em vídeo(abertura do espetáculo), com medéias contemporâneas, interação com público no segundo momento e, no palco, a tragédia propriamente.
“Medeia” está no páreo de concorrência e abriu o Festival em grande estilo para o teatro de câmara, vindo na esteira da cena festejada na rua. A capital do teatro promete uma semana cheia de surpresas e virtuose cênica. É esperar pra ver.
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