“A Confissão de Lúcio” no Osório Jr.
O Bar do Clube dos Diários, em seu projeto de arte e cultura manifestadas realiza prática de ocupação cênica, nesta terça feira, dia 08 de novembro de 2011, às 19 horas, no Espaço Cultural Osório Jr., com uma montagem de “A Confissão de Lúcio”, adaptação e direção de Rafael Alves, para o original homônimo do poeta, contista e ficcionista português Mário de Sá Carneiro.
Mário de Sá Carneiro nasceu em 19 de maio de 1890 e morreu na Paris de 26 de abril de 1916. Órfão de mãe aos dois anos de idade, ficou à vigília dos avós. Inicia-se na poesia aos doze anos, aos quinze já traduzia Victor Hugo, aos dezesseis Goethe e Schiller. Aos dezenove, em 1911, em Coimbra, matricula-se na Faculdade de Direito, sem concluir sequer um ano. Em 1912 conhece Fernando Pessoa, seu melhor amigo. Entre 1912 e 1916, já em Paris, realiza sua mais profícua carreira literária. Com os amigos Fernando Pessoa e Almada-Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português, com influências do cosmopolitismo e vanguardas européias, com a pretensão de escandalizar a sociedade burguesa da época. *
(Mário de Sá Carneiro, modernista de primeira linha português/foto: wikipedia)
O Grupo de Teatro ERA, com sede no bairro Vila Bandeirantes surgiu há 3 anos, teve sua iniciação cênica nas dependências do Colégio São Judas Tadeu, no bairro vizinho Primavera Leste. Entre outros trabalhos ao teatro e público escolar, o grupo montou “Beira Rio, Beira Vida”, de Assis Brasil, “Marmotas do Piauí”, de Avelar Amorim, “Iracema”, de José de Alencar e “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco. As adaptações sofridas levaram assinatura de Rafael Alves.
O ERA apresenta-se com a responsabilidade por uma releitura de um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e membro indispensável da Geração d’Orpheu.
(Cena de "A confissão de Lúcio", montagem do Grupo de Teatro ERA/foto: divulgação)
Sobre “A Confissão de Lúcio”, o enredo se compõe para um dos mocinhos, Lúcio que, em 1895, vai estudar em Paris. Encontra outro português, que o apresenta a uma exótica mulher, a americana Marta, e ao poeta Ricardo. Numa festa promovida pela mulher para indescritível sensualidade em que comparecem os três rapazes portugueses, consolida-se a amizade entre Lúcio e Ricardo. O terceiro homem, Gervásio, some de cena. Após dez meses de amizade e bons papos, em 1896, Ricardo retorna inexplicavelmente a Portugal e troca cartas com Lúcio.
Em 1897, no mês de Dezembro, Lúcio também volta a Portugal e encontra o amigo casado com Marta, ou pelo menos vivendo com ela. Durante vários meses freqüenta a casa do amigo e acaba tornando-se amante de Marta. Um dia descobre que ela tem outro amante, sente ciúmes: "aquele corpo esplêndido, triunfal, dava-se a três homens – três machos se estiraçavam sobre ele, a poluí-lo, a sugá-lo!... Três? Quem sabia se uma multidão? ... e ao mesmo tempo esta idéia me despedaçava, vinha-me um desejo perverso de que assim fosse... " Em 1899, enciumado, espiona a mulher e, com o marido (por acaso), vê quando ela entra na casa do russo. Torturado pelas emoções conflituosas, deixa Portugal e volta para Paris.
Essas e outras emoções que se fecham em “A Confissão de Lúcio” do Grupo de Teatro ERA, são o mote do triângulo amoroso formado pelos atores Rafael Alves, como Ricardo de Lourenzo; Henrich Ronyell, como Lúcio Vaz e Dandara Peixoto, na pele de Marta. Dia 08 de novembro, às 19 horas, no Espaço Cultural Osório Jr., o teatro e literatura portuguesa ganham a cena da cidade na terça cultural do Bar do Clube dos Diários.
(Fonte: wikipédia, a enciclopédia livre/ pesquisa: 07/11/2011, às 18h30m)
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