Teatro é magia
por maneco nascimento
por maneco nascimento
Muito se diz que as sociedades moderno-contemporâneas perderam o encanto e sedimentaram resistências às magias, fábulas e ao olhar do fantástico fora da simetria das ciências cartesianas.
Quem cria que as ciências medievais perderam o valor de natureza positiva, porque primitivas, e que tudo que não estivesse nem próximo da linha divisória entre a razão e a intuição não tinha valor científico, perdeu o bonde da vida que vagueia entre a realidade e o sonho e que nem sempre precisa de justificativa lógica.
Há o mundo de antes e após a penicilina (Alexander Fleming, fungo penicillium Chrysogenum notatum: 1928), cada um com sua singularidade e seus revezes para resultados de contextos de sobrevivência. Com as magias primitivas, curas, “bruxarias”, pajelança e xamanismo o mundo evoluiu até esbarrar na ciência e sua indústria, indispensável, de curas químicas.
A vida foi ficando + cartesiana, mas a história tem seus caminhos alternativos para que o homem (genérico) não se transmute em máquina. Um desses caminhos leva ao teatro e sua magia para encantos, fantasia, lúdico e também ciência da literatura e dramaturgia de cena praticadas.
Das primeiras iniciativas à mímesis de rituais religiosos pagãos até às tragédias aristotélicas, muitas vidas e emoções fingidas ou reinventadas, para deleite da assistência, ganharam a prática da cena que os dias de nossas memórias registram ao contemporâneo. Um bom teatro continua contido na magia e contém traços do genoma primitivo gerado na perna de Baco. É ciência, é matemática e jamais deixará de ser mágico.
(o deus Baco em Cambados/origem:wikipedia, a enciclopédia livre)
(o deus Baco em Cambados/origem:wikipedia, a enciclopédia livre)
O Grupo Ribalta de Teatro, coordenado por Paulo de Tarso, e quem tem em sua condição de registro sócio-cultural a prática de repertório para linguagem infantil de teatro, traz em sua história para as cenas locais as montagens de “O Palhaço triste”, “A Princesinha e o Plebeu”, “Dois Piratas birutas e uma Bruxa maluca”, “A Menina e o Boizinho”, entre outras para encanto das crianças.
Durante domingos do mês de setembro e início de outubro de 2011, o Grupo Ribalta de Teatro brindou o público da região do Dirceu Arcoverde com seu teatro de repertório. Nos dias 11 e 18 de setembro e dia 02 de outubro do corrente, a peça “Dois Piratas birutas e uma Bruxa maluca” marcou borderô dentro do Projeto Temporadas Infantis do Teatro Municipal João Paulo, às 18 horas.
Volta à cena espetáculos que fogem da prática fácil de atrair público infantil com intuito de computar números e negligenciar quem paga a conta. O Ribalta de Teatro desempenha um cuidado e respeito ao público para qual se propõe deixar marca na cena. Montagens simples, mas com a poção da magia que prende a atenção da criança e envolve também os pais, são exemplos do que o Ribalta apresentou no palco do João Paulo II.
Nos dias 09 e 10 de outubro de 2011, às 18 horas, dentro da programação da Semana da Criança no Teatro Municipal João Paulo II, a companhia de teatro infantil Ribalta ainda fechou parceria com a Casa de espetáculos e interagiu com a verdade do artista e o fingimento à cena, com qualidade de atuação e convencimento do público.
Dia 09, domingo, abrindo a Semana da Criança repetiu “Dois Piratas birutas e uma Bruxa maluca” e dia 10, numa segunda feira, reestreou “A Menina e o Boizinho”.
Crianças participativas e imbuídas de opinar no enredo apresentado deram mais brilho às apresentações vistas no TMJPII. A contemporaneidade não está toda cética, pais e filhos ainda riem e mergulham no universo da fábula, da magia, do encanto e da fantasia do teatro feito para crianças.
E como o teatro, mesmo trabalhando o mundo da fantasia, não desprende-se da razão aplicada à dramaturgia planejada, viva a ciência das cenas que tem função e relação com o espírito livre que a arte e cultura impõem à humanidade.
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