sábado, 29 de janeiro de 2011

Noite às estrelas

por maneco nascimento
foto: museudatv.com.br
foto: memorialgloriapires.com.br

Nesse mês de Janeiro de 2011, a plataforma para salto ao imponderável esteve aberta para receber duas estrelas das cenas nacionais. Artistas de cinema, teatro e teledramaturgia(as novelas da caixinha mágica), deixaram a vida pueril de estrelas do mapa mortal para compor a geografia do invisível, fora da arte de fingir.


John Herbert Buckup abriu margem à vida em São Paulo, dia 17 de maio de 1929 e despediu-se da matéria efêmera em 26 de Janeiro de 2011, aos 81 anos bem vividos, vítima de enfisema pulmonar, doença que o perseguia.


De troncos - materno e paterno - alemães, o ator, diretor e produtor John Herbert, desempenhou uma rica carreira teledramatúrgica, presente em 44 novelas, “Que Rei Sou Eu?”, de Cassiano Gabus Mendes, é a mais lembrada; 4 minisséries; 4 seriados; 1 direção de novela .


No cinema atuou em 60 filmes, dividindo cena com Oscarito, Paulo Autran, Grande Otelo, Jardel Filho e Cacilda Becker. Dirigiu 5 películas e como produtor da sétima arte foi responsável por 4 inspiradas vidas de cinema.

Com uma boa veia de humor, emprestou o talento a personagens de novelas como “O Machão”, “Plumas e Paetês”, “Vereda Tropical”, “Que Rei sou Eu?”, “Perigosas Peruas”, “O Quinto dos Infernos”, entre outras. À noite das estrelas levou seu carisma histriônico e dramático, fingindo-se de deslocado e, na sua passagem, abriu ponte a outra colega de profissão, Georgia Gomide.


Aos 73 anos, a linda Georgia Gomide, despediu-se dos palcos da vida na madrugada deste sábado, 29 de Janeiro de 2011, vencida por uma infecção generalizada. Internada no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, desde a última segunda feira, deixou saudade da voz rouca, beleza incomum e personagens marcantes na tevê e cinema.


Filha de uma tradicional família de artistas, intelectuais e diplomatas, Elfriede Helene Gomide Witecy nasceu em 1937. Desde cedo sua beleza despertou atenção. Como John Herbert também começou carreira na extinta TV Tupi.


Entre as dezenas de teleteatros, laboratório de criação teledramática tradicional dos primórdios da TV brasileira, foi a vilã Tereza e chegou a apanhar na rua por causa da boa desenvoltura dramática. Em "Calúnia", ela escandalizou a sociedade ao protagonizar uma professora lésbica.

Sua primeira vida de novela foi em “Moulin Rouge, a Vida de Toulouse-Lautrec”, em 1963. Também deixou força marcante como Ana Terra em “O Tempo e o Vento”, da obra de Érico Veríssimo, na TV Excelsior; Clara em “As Pupilas do Senhor Reitor”, na Record, da década de 60 e Clotilde em “Éramos Seis”, na Tupi.


Na Globo, “Vereda Tropical”, “Quatro por Quatro”, “Anos Rebeldes”, “Kubanacan” foram novelas em que dividia-se, generosamente, entre o drama e o pastelão da boa e velha teledramaturgia nacional. Seu maior sucesso foi como Dona Bina, em “Vereda Tropical”. Seu último trabalho na Vênus Platinada foi em 2006, na ópera soap Malhação” em que viveu a Mamma Francesca.


A atriz paulistana Georgia Gomide, em seu álbum à posteridade, produziu um , currículo de participação em 40 novelas, filmes de José Mojica Marins (Zé do Caixão), Glauber Rocha e Renato Aragão.


Geórgia e Herbert despedem-se de seu público e rumam aos camarins e bastidores da Noite das Estrelas levando consigo orgulho de papel cumprido e deixando às luzes da ribalta, sets e estúdios de tevê a carismática herança aos novos fingidores da cena.


Dados de pesquisa biográfica: 1.Wikipédia, a enciclopédia livre/pt.wikipédia.org/wiki/john-herbert/SP/26/janeiro/2011. 2. bing web/cinema é magia/cinemagia.wordpress.com/2011/01/29/georgia-gomide-1937-2011



 


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