por maneco nascimento
Um grupo de 25 atores iniciados e iniciantes, na arte de entreter e convencer, distribuiu-se nos espaços do Shopping, percorrendo as escadas estábiles e rolantes, dividindo-se pelas sacadas dos pisos que absorvem e concentram lojas, fregueses e transeuntes de toda a vida comercial desse mercado de variedades.
A voz dos poetas interagiu e ressoou pelo público dinâmico e misturou-se ao burburinho do varejo da cidade conseqüente. Torquato Neto abriu a manifestação e expandiu-se rua acima, rua abaixo pelo coração do centro comercial repercutido de som e fúria poética. Para o ator e diretor Moisés Chaves, a dramaturgia foi construída numa interrelação entre a Cidade e o Shopping, "Sarau Urbano no Shopping da Cidade".
A intenção seria “mostrar a relação do Shopping com a Cidade e introduzir a poesia e a música produzida por artistas piauienses". Músicas como ‘Modinha para Teresina’ e ‘Rataplã, Rataplã’ compuseram o repertório de poesia musicada, entre outras que têm uma ligação muito próxima com a vida da cidade e seus lances de memória. “A música e a poesia, o poema e o poeta, matéria se autogestando”.(Moisés Chaves)
Atores vestindo preto, com nariz de palhaço reverberando vozes e línguas livres, recheadas de felicidade. Moisés justifica que o nariz de palhaço seria para criar uma relação com o clown, uma coisa de estar interpretando o outro.
Na peça encenada há muito vigor e juventude transviando o contumaz. Jovens falas concentradas na ordem e vez da poesia forjada nas tardes manhãs da composição, arte em letras alinhavadas às linhas e entrelinhas dos autores festejados.
Os proclamos poéticos fecham a cena da dramaturgia construída, com homenagem à Cidade Verde na melodia do ‘Hino de Teresina’, de Cineas Santos e Erisvaldo Borges, ilustrado com bandeiras do Piauí, que coroam os peitoris e as sacadas dos pisos comerciais do Shopping.
Ao final do espetáculo o diretor disse que “Uma cidade só existe quando as pessoas amam sua cidade”. (Chaves) Para entendimento de discurso, o ator, diretor e cantor nos parece querer dizer o que, em outras palavras, teria vaticinado Gaudí, que a verdadeira arte está na raiz.
Moisés Chaves e seus oficinados encheram, na manhã do dia 28 de Janeiro de 2011, o espaço do Shopping da Cidade, de alegria contagiante e poesia evidente, com sorrisos largos ardentes em que cogito e “ (...) eu sou como eu sou agora sem grandes segredos dantes sem novos secretos dentes nesta hora (...)” à feita de Torquato Neto et all.
A boa lição do resultado da Oficina de Iniciação Teatral, ministrada por Moisés Chaves, é a de que a arte não está separada das linguagens, nem dos gêneros textuais saltados da mente e boca do homem(genérico). Ela está nas manhãs de toda criação feita presença da alma, tida como criador e criatura.
Serviço em poesia: Poetas contemplados – Mário Faustino, Torquato Neto, H. Dobal, Cineas Santos, Da Costa e Silva, Renata Gonçalves, Pedro Costa, Mariana Gonçalves e Moisés Chaves.
Músicas envolvidas: de Vavá Ribeiro, Durvalino Couto Filho, Aurélio Melo, Validuaté, Patrícia Mellodi, Glauco Luz, Geraldo Brito e Machado Junior.
Nova apresentação: Dia 31 de Janeiro de 2011, às 11h, no Shopping da Cidade.
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