por maneco nascimento
Uma Batalha a cada dia e uma empreitada em que a arena de olhares de artistas espreita "cristãos", insistentes em manter a fé no deus de seu Teatro e, em teatro paralelo, mundo de narcisos, onde disfarçados de Nereidas, emergem do lago da cena a ato público, a regurgitar a personificação da personagem ao artista do drama à personagem que acredita gerada ao ritual de religião artística... mas Teatro, do palco, do texto, dos discursos, das vozes, das falas, dos corredores, das acomodações de aptos de hotel, das meninges inflamadas aos dramas que creditam ao Teatro para luzes e sombras, sob a luz das ribaltas sobre o ego dos artistas feitos para cenas e Teatro.De 14 a 17 de março de 2018, Teresina recebeu a segunda edição da Semana Nacional do Teatro em Teresina. SeNThe. Que é Teatro e Encontros e Diálogos e Interações Estéticas de Dramaturgias permutadas entre artistas, estados e regiões e experiências reinventadas na arte do Teatro.
Nas falas do coordenador, João Vasconcelos, no encerramento da Semana de Teatro, a certeza repercutida ao último dia, 17 de março, de que "- no encontro dos rios, dos risos e das artes - concluímos mais uma maratona de teatro brasileiro e uma empreitada de diálogos com colegas de cena e com a cidade que nos acolhe pelo Projeto".
Teresina recebeu espetáculos e oficinas de dramaturgia de cena e novidades vindas de Apodi/Mossoró RN; Rio de Janeiro RJ; Fortaleza Ceará; Salvador Bahia; Rio de Janeiro RJ e os municípios piauienses de Bom Jesus do Gurgueia e Parnaíba. Claro que a cena teresinense, também presente, anfitrionou o/as colegas que chegaram de outros cantos brasileiros e disse, sejam todos bem vindos!
Dionízio Cosme do Apodi e sua Cia. Pessoal do Tarará brindaram público e cidade com sua verve de viver e amar o fazer Teatro. Uma overcena no matiz do diverso expressivo de abrir leituras às recepções, que interlocucionaram a arte dramática potiguar. Uma ópera-práxis de excelência teatral dedilhada ao público da cidade.
*Theatro 4 de Setembro. 14 de março [quarta feira], 20h. Grupo Pessoal do Tarará – Apodi/Mossoró RN. “Casca de Noz” /Espetáculo Solo – Dionízio Cosme
do Apodi. Dramaturgia,
Direção e Atuação, Dionízio Cosme do Apodi; Iluminação, Luciana Cosme do Apodi.
*Espaço Cultural “Osório Jr.”/BCD. 14 de março [quarta feira], 20h30 . Grupo Pessoal do Tarará - Apodi/Mossoró RN. “O Andarilho” /Espetáculo Solo – Dionízio Cosme
do Apodi. Dramaturgia,
Direção e Atuação, Dionízio Cosme do Apodi.
*Teatro “Torquato Neto”. 15 de março [quinta feira], 14h. Grupo Pessoal do Tarará – Apodi/Mossoró RN. Leitura
de “Chico Cobra e Lazarino”. Texto
de Racine Santos. Elenco, Dionizio do Apodi e Heitor Vallin.
*Teatro Nazaré [bairro Extrema /Grande Dirceu]. 16 de março [sexta
feira], 19h. Grupo Pessoal do Tarará – Apodi/Mossoró RN. Leitura
de “A Terceira Margem do Rio”, de
João Guimarães Rosa. Elenco, Dionizio do Apodi.
15, 16 e
17 de março. 9h às 12h, Complexo Cultural Club Diários/Theatro 4 de Setembro. Dionízio do Apodi. Apodi/Mossoró Rio Grande do
Norte. Oficina O Pequeno Teatro Que Move
O Rio de Janeiro, através da Cia. Popular Versátil, demonstrou à cidade o seu Teatro de densidade e perfil de termo e forma dramáticos, às desvistas de Brook, com a tradição da cena e revelação de elenco inspirado no mote aristotélico de repetir cena forte e dialogismo de ficcional-realidade discursiva de escolha, [des]sexualidade, aptidões sensitivas despertadas na escuridão do sujeito "morto" e a revalorização do objeto discursivo de educação e identidade homoafetiva, ou não?
*Theatro 4 de Setembro. 15 de março [quinta feira], 20h. Cia. Popular Versátil - Rio de Janeiro RJ.“As Divinas Mãos de Adam”. Texto, Roberto Muniz. Direção, Emer Lavinni. Elenco, Ana
Carolina Rainha, Héctor Medina e Mario Cardona.
Gênese da rua de contemporâneo urbano, na reflexão de nichos, vozes sociais, língua em línguas de fogo pagão, gênero e sujeitos sociais reinventados na ascensão das sociedades brasis, que se movem nas franjas da sociedade e, definem território de sobrevivência na delação do status quo que vende-se no mundo asséptico, desviado das urbanidades pululantes.
O sangue pagão derrama-se sobre a assistência e descora o contente, numa quase escatologia, um caos nietzschiano e humor cáustico, na irreverente estética concentrada do Bagaceira. *Teatro “Torquato Neto”. 16 de março [sexta feira], 19h. Grupo Bagaceira de Teatro – Fortaleza CE. “Meire Love”. Texto, Suzy Élida. Direção, Suzy Élida e Yuri Yamamoto. Elenco, Rafael Martins, Rogério Mesquita e Yuri Yamamoto.
"Pássaros de Copacabana", um libelo de licença poética dramático-musical-confessional documentário social-discursivo de gênero, em simbiose de vida e arte regurgitadas às expensas de enredar público à estética do cancioneiro brasileiro a la Ary Barroso, entrecruzado com as memórias do artista/travesti e cidadão do mundo biz tecnicolor de bastidores da memória.
Um fá sustenido na partitura da vida do artista que encontra no arquiteto da personagem, Marcelo Praddo, um casamento de domínio, eficiência de dramatizar e cantar Ary, ao passo que revaloriza a melopeia da personagem construída.
Gil Vicente Tavares e sua companhia dramática do Grupo Teatro NU aprisionam recepções encantadas, ao enredo deslizado, na fuga do óbvio ululante, enquanto discute questões de gênero, liberdade, exceção e reinvenção da natureza que sobreviveu ao golpe escorpião. Um máximo de teatro para ator e método flexionados na esteira deus Ex-machine de fuga da catarse arrebatadora. Mais Teatro vivo, viva o Eu no Outro.
*Theatro 4 de Setembro. 16 de março [sexta feira]. 20h - Grupo Teatro NU - Salvador BA
“Pássaros de
Copacabana”/Espetáculo Solo - Marcelo Praddo. Texto, Direção e Concepção geral, Gil Vicente
Tavares. Direção Musical, Jarbas Bittencourt. Músico ao piano, em elipse de cena, Elinaldo Nascimento.
Ainda da Bahia, dias 15, 16 e
17 de março, 9h às 12h, Complexo Cultural Club Diários/Theatro 4 de Setembro. Elinaldo
Nascimento, Salvador Bahia. Criação de Trilha sonora e direção Musical de Espetáculo.
O Rio de Janeiro, de Paulo Betti, trouxe uma mala de surpresas e de diálogos e interações que demarcaram agenda extensa. Exibição de filme, sob direção e atuação do ator e diretor de teatro e cinema.
Espetáculo de imersão na biografia particular e memórias afetivas do homem e artista Paulo Betti, mais conversa com estudantes e público acerca da realização do filme AFeraNaSelva e conversa com alunos e convidados na Escola Técnica Estadual de Teatro "José Gomes Campos" e, ainda, passeio livre, desacompanhado de chofer, pelo centro da cidade, em percurso do Hotel ao Theatro 4 de setembro.
Só o homem, o cidadão, o brasileiro detentor de sua arte, sua obra, sua identidade e seu modo particular de ser e conviver entre os iguais, fossem artistas, ou pessoas comuns[fãs] que o reclamassem para um diálogo de convivência.
Na cena, um homem particular, desvendando entre humor, delicadezas e revirar da própria história cunhada, na sua terra brasis, um exemplar de compor e interpretar intervenções e interferências na própria vida, feito obra artística dramática para aproximar estetas, atletas, gregos, troianos, românicos e toda uma sorte de recepção que mergulhe na identidade de humanidade simples e comum expiada.
*Theatro 4 de Setembro. 17 de março [sábado]. 20h “Autobiografia
Autorizada” /Espetáculo Solo - Paulo Betti. Criação,
Direção e atuação de Paulo Betti. Direção, Rafael Ponzi.
Bom Jesus do Gurgueia e a Cia. de Teatro da cidade, apresentou na Galeria dos Diretores[Theatro 4 de Setembro], uma tirada de humor cotidiano, em expressivo da novidade e imberbe dos novos artistas da cena do município ao sul do Piauí, que vem garantir seu lugar ao sol e às agendas de prática dramática.
*Galeria dos Diretores[Theatro 4 de Setembro]. 15 março
2018 [quinta
feira], 18h, Cia. Cênica de Teatro da Cidade de Bom Jesus – Bom Jesus do
Gurgueia PI. "As Fofoqueiras", Texto, Leandro Leão. Adaptação, Felipe Paiva. Olhar externo e orientação de palco, Adelina Barbosa. Coordenação cênica, Beth Báttali.
"Cães e Ratos", do Coletivo Cabaça, da cidade de Parnaíba, enreda a drama reflexional. Uma bricolagem de história e memória da exceção brasileira, com depoimentos documentais de memórias de tortura, prisões e violências contra resistentes ao ato ditador e a dramaturgia de Ryck Costa realiza dialogismo intertextual com um país de nosso agora.
As personagens coisificadas intertextualizam com "Os que bebem como cães", do grande piauiense Assis Brasil e o drama pulveriza a outros elementos, na escala de mais que cinco, a contextos sócio-políticos brasileiros e identidades similares mundi da natureza humana, quando expia poder, domínio, discurso, ideologias e a inexpugnável inessência do ser,que define ação de controle sobre outrem.
Denso, trágico, dramático overcinza, "Cães e Ratos" delibera narrativa discursiva e crítico reflexiva dos Brasis de nossas margem de consciência, compreensão, conhecimento e deslocamento de atenção ao memorial histórico nacional.
*Galeria dos Diretores[Theatro 4 de Setembro]. 16 de março [sexta
feira], 18h, Coletivo Cabaça - Parnaíba PI. “Cães
e Ratos”. Direção/Dramaturgia, Ryck Costa. Elenco, Aléf de Padua, Nill Carvalho, Josi Almeida, Hirlan Kupfer, Ryck Costa. Preparação
corporal, Eugênia Castelo Branco.
SeNThe. Toda Teatro em inspiração da cena brasileira que por aqui fez chegada. Evoé, SeNThe!
fotos/imagem: (Geirllys Silva)
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