Milagre do Afeto
por maneco nascimento
A tarde era de 01 de julho, no tempo das 15 horas, o espaço
de aproximação e diálogos necessários, palco e platéia do Theatro 4 de Setembro.
No palco um móvel “canapè”, sofá colonial madeira, uma mesinha consorte com
taça e água mineral e, ao lado esquerdo um longa árvore, plantada em jarro, à
contrarregragem de composição da cena, com copa chorosa entrando no espaço de
visual comunicação com a cenografia montada ao diálogo que incorreria.
Na platéia, o público que esperava Viviane Mosé, 98,98%
artista da cênicas - nova dança e desdobramentos - mais outro/as curioso/as e
leitore/as e internautas da artista (Poeta, doutora em filosofia, psicóloga e psicanalista), ela um cabedal de sapiência nunca vaidosa, nem regurgitadora de saber, apenas uma
comunicadora de mancheia, com humor, conhecimento do que precisava comunicar e
um luxo de carisma à prova.
Chegou, porque já tinha licença e nos encheu de alegria,
humor, conhecimento sem esnobismo, linguagem simples, direta e, acadêmica, quando
precisou, mas de uma ternura e afeto ao falar de afeto, vida, relações sócio humanas
e filosofia fora/dentro do eixo das dificuldades.
Falas de uma facilidade em que se possa
entender que filosofia está na natureza humana, só precisando ganhar
entendimento, compreensão e quebra do paradigma das coisas primeiras gregas,
egípcias, cartesianas, socialista/capitalistas, ritos de humanidade experimentada mas que nem sempre deu muito certo ao real coletivo.
Se nos apresentou a nuvem (do princípio da linguagem e
entendimento humano primitiva à nuvem das novíssimas tecnologias em que
deslocou-se do pensamento (seja Platônico, ideal, etc) ao que tomou corpo do
salto do real à realidade de nossas melhores, ou piores convivências, as redes
sociais (o pulo do guapo pós sapiens sapiens sapiens sapiensis homo).
Das novas viradas humanas ao discurso simples do afeto,
amor, olhar no olho do outro, Ser mais e deter conhecimentos e astúcia, que
ninguém negue à humanidade, sem perder a ternura, nem o afeto, nem o que de
mais importante, a vida como ela é com dores, sofrimento, entendimentos das
dores e sofrimentos, curtir o que há da vida para ser vivida e negar não a vida,
mas o que possa emperrar o que de melhor nos possa, ou não, trazer a vida, e
ter e viver a vida.
Discorreu, em cronologia acadêmica, as fases do conhecimento
do homem (genérico) para nos apontar que temos corpo desnutrido e cabeça obesa de razão e poder sobre todas as coisas às
verdades absolutas. Nietzsche, Foucault, Mosé e todo aquele que embora pense,
fuja de amarras cartesianas, pois desrazão não é crime, mas ampliar o pensamento
fora do modelo que se nos democratizou um mundo “menor”.
A nova ordem, a da democracia da rede, quebra a matéria dura
e nos apresenta quântica mais fora dos laboratórios da ciência sempre exata, razão
e verdade (gregas). A morte de Deus nietzscheneana opera não a morte da
religião, por si mesma, mas da ascensão da ciência como nova divindade que
opera novos milagres (aquela velha lição da queda do teocentrismo ao
antropocentrismo sapiens sapiens, lembra?).
A nova dêiade que sopra o ar dos
milagres panaceicos fluxos informacionais, comunicacionais, tecnológicos em
franca e ininterrupa expansão do piscar do + novo conhecimento.
Mas, conhecimento recheado de afetos e de gentes com cabeção
mais equilibrado e menos gordura do saber/razão e corpo mais alimentado para equidade
de sentimento, emoção, corpo vivo e presente, não só depositário da cabeça
cartesiana.
Na dialética de conhecimento, corpo e mente arte e estética e
discurso se entrecruza e, define corpo e mente também como recepção de maior
verdade da alma e humanidade, além da dança e da cênica que já definem um "green
card", a arte do artista para a cena, e por que não para a vida + ampliada no
afeto.
O Projeto Junta #3 conseguiu feito sobreposto sobre a
dialética da nova dança apresentada nos diversos da agenda e Equipamentos
públicos, por onde Juntou espectadores. #Quem Junta Junta Aqui juntou um diálogo
imprescindível e quem prescindiu do encontro, com Viviane Mosé, ficou se devendo
essa.
Uma tarde que poderia durar três milanos de conversa afiada
e centrada na natureza humana, ciência, lógica, razão (refletida)/desrazão,
estética, arte, corpo, Dança, Corpo que Dança e que pode reconhecer-se mais
humano e mais vetor de recepção de afetos e humanidade libertadora de emoções,
sentimentos e natureza da espécie sapiens, com seus revezes, pois partem da
Vida, que parte da Vida.
Viver a vida e descobrir-se + dono da vida e dos afetos, uma
lição e milagre apresentados nas Falas e vozes de comunicar aproximação de
artistas e artista, toda a gente presente na conversa franca e afiada de
desdizer as regras endurecidas à construção de softweres (matéria mole) das
humanidades que se nos povoam nesse momento.
Parabéns à coordenação/curadoria do Junta #3 por essa
possível e indispensável conversa, criada com a cidade, que recepcionou Viviane
Mosé.
A sua Fala/Palestra
“Subjetividade em Crise” nos diz que se há, e ninguém negue, crises e
crises de subjetividade se deve combatê-las com humanidade direcionada, afeto,
relações saudáveis, mesmo que a adversidade nos trague. Não há sobrevivência,
sem adversidade, nem humanidade real fora do adverso.
N'algumas palavras, Evoé Viviane Mosé! Porque rima e porque abre
sinais a um novo corpo no corpus das cidades invisíveis de cada um de nós.
Em tempo: Parabenizar a produção executiva do corpo a corpo por Josy Brito, essa Pequena Notável da cena de produção, que se nos representa quando o assunto é render melhores resultados. Salve, Josélia!
Em tempo: Parabenizar a produção executiva do corpo a corpo por Josy Brito, essa Pequena Notável da cena de produção, que se nos representa quando o assunto é render melhores resultados. Salve, Josélia!
fotos/imagem: (divulgação)
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