por maneco nascimento
A Semana Nacional do Teatro de Teresina - SenThe começou muito bem, obrigado. Na tarde da Pedro II, às 17 horas, a alegria e o histrionismo ganharam a Praça que é de todos e o público que foi se achegando, devagarinho, não perdeu agenda do bom riso e do entretenimento.
"A Verdadeira História de Romeu e Julieta", com Grupo de Teatro Jovens em Cena - CotJoc, segurou o público, tirou boas gargalhadas e marcou uma interação maravilhosa com crianças, jovens, adultos, passantes e quem + chegou na Praça Pedro II para a primeira atração da SenThe.
O Teatro popular de Rua e os tipos tradicionais da mis-en-scène da cultura de feira, a la comèdie del'arte, e um texto sui generis (Jean Pessoa), pra lá de divertido, que reinventa Shakespeare e regionaliza os tipos, personagens e territorialidade dramática enleiam a plateia e laçam-na para o centro da narrativa humorada.
Do cômico ao farsesco livre, que afiam o tempo de bem fazer rir, atua o elenco na grata surpresa do teatro sem paredes e arte do ator sem escamoteios, ou invisibilidade dramática. Um real lúdico e um distanciamento brechtiniano nas fugas ao humor.
Janá Silva, a espevitada Julieta, e Wagner Santos, o anti-mocinho Romeu, formam uma dobradinha irrecusável na trama. A Ama, num misto de caipira e Joana Trancosa, não descora a ótima composição de Gessyvane Rubim.
Um Rei empertigado e majestoso brincante, de Lucas Nunes e o Príncipe (Waldfran Soares), com nome super difícil de pronúncia e morador da zona leste de Teresina (Jockey Club) fecham um redondo do conjunto do elenco e uma dosagem de felicidade, em atuar e gerar cumplicidade com a recepção.
A direção de Alinie Moura repercute a linguagem, pesquisa e fidelidade ao mote teatral popular e tradição do Teatro de Rua que se apresenta.
Seu assistente de Direção e sonoplasta, ao vivo, Arimateia Bispo, corrobora para uma resposta que fecha os vértices e cura os poucos afeitos à alegria. Não há como não participar e rir das peripécias aprontadas no enredo a final feliz, como toda boa narrativa fabular.
Moura, em sua facilitação ao resultado conseguido, ajunta elenco apurado, em juvenilidade cênica aliada à técnica de encenar e cumprir ritual histriônico clownesco, pelas gagues insutis da cena popular.
É um bom trabalho. Dá gosto desarmar-se e ir envolver-se na cena e mover-se ao "feedback" provocativo do corpus de encenação de "A Verdadeira História de Romeu e Julieta" do CotJoc.
Bom início da SentThe.
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