sexta-feira, 31 de julho de 2015

6 & Meia, Vinil e Rock

é no Corredor Cultural da cidade
por maneco nascimento

Agosto já começa soprando novos ventos culturais no Corredor Praça Pedro II/Theatro 4 de Setembro/Club dos Diários/Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD. E os bons ventos vêm na esteira do mês de aniversário de Teresina. 

Nas segundas feira (Clube da Radiola); numa das quintas feira de cada mês (Quinta Cultural Rock); também na segunda feira (086 Trio e Convidadose em quatro terças feira e uma quinta (Projeto 6 & Meia). 

A Arte e Cultura da cidade pipocam no Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD e no palco do Theatro 4 de Setembro. Só não curte quem já esqueceu como é bom reunir galeras, trocar risos e boas doses de conversas afiadas e ainda encontrar amigos e se divertir.

O Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro também agita o mês de aniversário de Teresina e, lança, com o apoio de realização do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura, três ações culturais da arte e do entretenimento

Tudo aqui, no centro da cidade em aproximação da comunidade ao Corredor Cultural Praça Pedro II, Theatro 4 de Setembro, Club dos Diários/Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD.

Projeto Seis & Meia, com toda força, à Casa torna. E, a +, os Projetos Clube da Radiola, todas as segundas feira, às 19 horas, com estreia nesta segunda feira, 3; o 86 Trio e Convidados, estreia dia 10, às 19 horas e o Quinta Cultural Rock, com estreia prevista para 20 de agosto, no horário das 20h30. 

(fachada 4 de Setembro Seis & Meia/imagem original: www.teresinapanoramica)

Na segunda feira, 3, estreia o Clube da Radiola, às 19 horas. Voltam as noites culturais dos amantes da música do vinil. Reunidos clubes, agremiações, associações e djs vinil para tocar e ouvir o velho som limpo e encorpado das 24 rotações.

(imagem radiolas contemporâneas/reprodução)

Para essa edição de entrada, o Clube da Radiola terá o apoio cultural do Galvão Júnior, que empresta seu som radiola pancada.

(vinil é arte/reprodução)

A música preferida, o pedido, a agenda na fila da espera. Escolha a sua canção que toca no Clube da Radiola. Nas segundas feiras de agosto.






(imagens cultura vinil/reprodução)

Dia 10 de agosto estreia o Projeto instrumental "086 Trio e Convidados" que reúne três bambas, da nova geração da música piauiense, para pop, jazz, blues e outras + variações musicais que pintarem na pauta do instrumento.
(arte divulgação 086 Trio e Convidados/acervo 086 Trio)

Lívio Nascimento, Alexandre Rabelo Jr. e Bruno Moreno prometem deixar as noites do "Osório Jr."/BCD muito mais musicais.
Eles serão a Banda base jazzística e, à companhia luxuosa, outros feras, convidados, a bem tocar sons em tom instrumental.

Mas agosto também dá rock. E a estreia é dia 20 e o Projeto é Quinta Cultural Rock. O Projeto abre parceria da Secretaria de Estado de Cultura com o Movimento AutoralRock às noites embaladas a rock'n roll, numa quinta feira, a cada mês. O bat local, o Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD. 
(arte divulgação do Quinta Rock/acervo AutoralRock)

O Movimento AutoralRock fica responsável pela produção e agendamento das Bandas aos shows. O Coletivo, de produtores do rock autoral local, já mantém ação continuada, de agitação em palcos e praças alternativos da cidade. Reúne uma galera que constrói às novas gerações o rock'n roll de Teresina.

Agosto é de festa e de novos Projetos certificados ao agito do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro. As noites do centro da cidade nunca + serão as mesmas, no Corredor Cultural de Teresina. 

A arte e cultura da cidade é produto de valor a ser festejado e visibilizado e o melhor lugar do mundo é aqui e agora, professa o poeta.

Serviço:
Agosto
- estreia dos Projetos -
Clube da Radiola
086 Trio e Convidados
Quinta Cultural Rock
Informações: 86 3222 71 00/86 8817 2201/ 86 9405 0037

Sanfona de 11

ou + foles orquestrados
por maneco nascimento

 "Se a linguagem não for usada com correção, então o que é dito não é o que se quer dizer. Se o que é dito não é o que se quer dizer, então aquilo que devia ser feito deixa de sê-lo, se fica por fazer, a moral e a Arte ficam corrompidas, a Justiça age mal. E se a justiça age mal, o povo é conduzido a uma irremediável confusão." (Confúcio IN Dolabella, Carlos Eduardo. Meus queridos fantasmas: Rio de Janeiro, Casa-Maria Editorial/LTC - Livros Técnicos e Científicos Ed., 1990)

Parta-se da sabedoria confuciana para que se dê justiça a quem mereça ser dada. Louve-se o que bem mereça, lembrando o Poeta, e que se diga o que deve ser dito com correção, o que se queira dizer ou registrar, por necessidade de marcar na memória, para que a Arte sempre encontre amparo em boas e desinteressadas intenções ao ato cidadão e solidário, na fuga de dias corrompidos.

(o Príncipe da Sanfona, o Velho Dominguinhos/imagem wikipédia)

A 2a. Edição do "Viva Dominguinhos!", ocorrida na noite do dia 30 de julho, no palco do Theatro 4 de Setembro, marcou + uma ação que reúne a arte do artista, em solidariedade consignada ao outro e o desempenho artístico cultural de grandes músicos, intérpretes, fazedores de canções e ou representantes da memória social e histórica da MPB que não perde vantagem, nem se esgueira na poeira do tempo. 

(2a. Edição do Show Solidário/arte Paulo Moura[irmãodecriação])

Uma noite memorável para revisitar o Mestre e sua obra. Seu Domiguinhos, do cancioneiro popular e de uma das + profícuas produções, de cunho regional expandido que, segundo Adelson Viana, feita pelo maior compositor popular do mundo. 

Na vez de brilhar, em memória do sempre vivo Dominguinhos, Adelson cunhou "o pipocar de sanfonas" e, confessou, que, sentado lá no fundo da plateia, enquanto aguardava sua vez de prestar loas ao Mestre, achou, em gracejo, que só seria quando o dia amanhecesse. 

"E tome xote, Mariquinha, e tome xote, Sá Zefinha e tome xote, ôi e tome mais", baião, xaxado, forró para pés de serra e + liberdades da poeira levantar no salão e tamboretes de forró e foles graciosos e bossa jazz e mãos mágicas de repetir, reproduzir e alegrar na toda felicidade de tocar os acordes de "Abri a Porta"; "Lamento Sertanejo"; "Quando chega o Verão" e tantas e + e clássicos, em virtuose de arranjos e notas alegradas, para "Noites Sergipanas", esta instrumentalizada por Adelson, para lembrar as também eruditas do Velho Dominguinhos.

Pelo palco das sanfonas do show Solidário, passaram boys, girl, e as baladas inesquecíveis, deslizadas nos acordeões de sete cordas, oito, nove, dez, onze cordas ou +, da arte dos artistas que abraçam sua sanfona com fé de profissão e amor de tradição passada de pai para filho e cantam sua terra, que também sabem ser de todos os outros que ali se reuniram para prestigiar a 2a. Edição de "Viva Dominguinhos!" 

E passaram pela porteira musical e assentaram melodias, no pátio das sanfonas, os artistas em coletivo sanfoneiro, a Orquestra Sanfônica Seu Dominguinhos que encheu os olhos e ouvidos, da assistência, de beleza rara instrumentaliza.

Depois, quando a hora foi para solos, trios, duplas e outras variações generosas de ser artista e dividir a música, a reunião de um triângulo, um zabumba e a velha Sanfona de guerra, ah, seu Gonzaga, seu Domingos não deu pra ninguém, sô moço! 

As vezes, vozes, acordes e sensibilidade musical depuradas foram de Isac do Acordeon; Bel LimaJailson de Holanda, o Zé Colmeia; Marcelo Bahia; Flávio Augusto; Ivan Silva; Antonio Vagner e Valor de PI, Luís Gonzaga Lu; Adelson Viana, Marinaldo do Forró que fez a voz de anfitrião e apresentador do evento; todos os tocadores do simples, mas indispensável, triângulo; os zabumbeiros e novos sanfoneiros que também brilharam, em suas participações de acompanhantes, ou solistas da apresentação.

Um público razoável, mas concentrado na melodia expressada por mãos e foles e belos sanfonados melódicos, em imersão no córrego cristalino, deslizado suave sobre pedras e folhas e sob sombreado de fontes sertanejas, nesse inesgotável de memórias musicais dominguinianas. 

Ah, que saudade e alegria ao imergir nessas doces melodias festejadas na noite de "Viva Dominguinhos!"

Marinaldo do Forró fez a prestação de contas, do apurado à causa solidária. Uns mil e poucos reais + o leite em pó. Convidou Soraya Guimarães, produtora local do evento, para entregar o dinheiro aos representantes e ou beneficiados do Show Solidário.

Dona Rosalina Sousa, camareira aposentada do Theatro 4 de Setembro, presente na plateia, foi uma das alcançadas com a arte solidária. A mãe do comunicador cadeirante, Marcílio Barros, uma mãe de ouro e coração de tigresa, também foi convocada a receber sua parte deste contributo cidadão. O Lar da Esperança, que apoia pessoas convivendo com AIDS, ficou com o arrecadado de leite em pó.

Noite memorável, para lembrança das Sertanejas e Sergipanas, tocadas em toda sua essência melódico musical apresentada. Projeto idealizado e organizado, por Marinaldo do Forró, encontra eco em Teresina, na pessoa luxuosa dos músicos e artistas solidários, na atenção de Napoleão Filho amigo de Dominguinhos, de Adelson e, por extensão, dos demais sanfoneiros que compuseram os festejos dominguinianos e, claro, na pessoa da plateia que não se fez de rogada, esteve voltada, sem pestanejar, à 2a. Edição de "Viva Dominguinhos!"

"Sardade, já num mata a gente", porque a memória guarda os bons momentos, enquanto aguarda a terceira edição, já muito desejada.

Estamos de parabéns, pela felicidade alcançada na obra de profissão professada no fole da Sanfona, dos grandes artistas que passaram pelo 4 de Setembro, na noite de 30 de julho, data emblemática. Marinaldo disse que o evento que ele teve como ideia, mas que poderia ter sido de qualquer um em qualquer lugar do Brasil, na verdade é nosso, de cada um.

Teresina já adotou como seu também e ninguém tasca. Dominguinhos é patrimônio natural da humanidade brasileira, cidadão da música do mundo e é bem daqui, do Nordeste, terra da felicidade alcançada, também, através do grande esteio musical, Nele plantado e germinado, como fonte de água fresca que corre a alimentar quem bem precisa.

Salve José Domingos de Moraes, esse nordestino porreta, garanhunsense do sertão pernambucano, que venceu a infância na busca da felicidade musical e fez-se verbo na melodia sertaneja de sentimentos nacionais de brasis de vários nortes alcançados e doutros pontos cardeais visitados.

Sua majestade, o Príncipe da Sanfona! Instrumentista, cantor, compositor, exímio sanfoneiro, que aprendeu a acarinhar os foles da sanfona com seu pai.

Teve como Mestres, Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. E, na formação musical de influências, voltou curiosa atenção compensada ao baião, bossa nova, choro, forró, xote e jazz. Esse é o nosso patrimônio intangível Dominguinhos.
 (patrimônio de memória sempre-viva Dominguinhos/reprodução)

Viva a música popular brasileira. Viva Dominguinhos!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Frank, eternamente

rock'n rolless
por maneco nascimento

Foi a noite de Frank Farias e Banda, no Boca da Noite.

A edição da quarta feira, 29 de julho trouxe o setentão e roqueiro garagem psicodélico, o Frank que a gente conhece de cor e de performance impactante.

Marcado para as 19h, horário contumaz do Projeto Boca da Noite, o começo de "Tá pensando o quê...?" se deu às 19h45 e, Farias impacta desde a entrada, com sua diferença de entrar em cena e dizer a que veio, nas canções autorais e seu rock presença forte e teatral de cantar sua gente, a cidade, a vida e o tempo de identidade do povo que também está contido na própria pele e discurso do artista.

Não poderia faltar a saída triunfal, do cantor, de dentro do caixão sob efeitos de fumaça, pira ardente e clima de suspense, "terror" e, quem sabe um dialogismo com "A Meia Noite Levarei Sua Alma", de José Mojica Marins, de 1964.

Como diria João Vasconcelos, ele, Frank, não é Zé do Caixão, mas também tem o seu. 

(rock garagem psicodélico, Frank Farias é show/foto divulgação)

Frank Farias tem domínio da cena, do palco, da canção denúncia e de reflexão social. Músicas fortes, determinantes e cheias de energia criativa e artística. Carismático e presente quente no palco, o cantor e músico consegue arrastar o seu público cativo, em cada espaço onde apresenta seu show biz rock man.

Foi um Boca da Noite animado, interativo e, sem sombra de dúvidas, bastante musical e artístico. As canções tradicionais da sua pauta, composições do artista, que marcaram sua vida de palco e de cantor da cena rock da cidade de Teresina, com início de carreira em 1978, no cunho de perolar louros nos Festivais da canção.

Frank Farias assume a idade, a tradição, a sua música engajada na linguagem que determina sua arte e fideliza seu encontro com a ideia de expandir seu estilo, identidade musical e sua presença inconfundível.

O roteiro de desenvoltura na cena, às músicas e ao performático ato de engajar a canção e expressar emoção cantada, sempre denso e recheado de intenções corporalizadas e que recebem suporte, em figurinos expressivos e repercutidores da ilustração dramática que embala o tempo e ação do show.

"Tá pensando o quê...? é de um Frank provocador que abre interrogações, aponta reflexões nos roteiros das canções e deixa a seu público um misto de fascínio, deslumbre e motivação para interação, naturalmente, com a cena apresentada.
(cena de expectativa para início do Show de Frank e Banda/foto: jefferson corvo)

O Boca da Noite, desta quarta feira, 29 de julho, foi Show! Só deu FRank FArias e seu tempo de melhor persuadir o público e ganhá-lo com estilo performático e cheio de charme em ser só Frank Farias.

"Tá pensando o quê...?", quem curtiu, curtiu. Quem não curtiu, que curtisse, diz o mote setentão.

E viva a canção brasileira para rock'n roll pancada de Frank Farias! 

Você engana, sim.

Fingimento eficaz
por maneco nascimento


A Tucunzeiro Estúdio de Teatro fez, oficialmente, estreia do espetáculo "Você não engana Ninguém", texto de Adriano Abreu e direção de Will Silva, na noite do dia 29 de julho, a partir das 21 horas. 

A estreia ocorreu no Theatro 4 de Setembro para um público pequeno, mas fiel, tal qual Deus.

O espetáculo de duração de um pouco + de 40 minutos traz um Roberto Portela muito concentrado na práxis do fingimento e em muito boa desenvoltura das personagens que a dramaturgia original de Adriano Abreu suscita.

Roberto engana sim e engana muito bem. Aprendeu de cor a lição de desempenhar a arte do ator e o método de bem compor e dizer verdades, de mentiras cênicas, com acuidade de compor e engajar a construção da personagem.

Varia entre o coxo, ou sequelado de derrame (avc), no corpo falante do dono do Bar e, noutras vezes, se transmuta para o bêbado. Consegue unir as tramas de encontro e desencontros das personagens com uma sutileza, na passagem de tessitura da narrativa encampada ora pelo coxo, ora pelo bêbado.

Está bem. O tempo de contar, inflexionar as falas, improvisar variando dentro do tema, com distanciamento, sem perder o norte do enredo, marca simetrias dos pontos cardeais ligados ao efeito de melhor fingir.

No contraponto, está o colega Rutênio Mota que mantém-se ligado na cena, partícipe, e num desempenho surpreendente. Diz o texto com tranquilidade, na fuga do afobamento, voz encorpada e grave e clara e contextualizado com a geografia dramática facilitada por Will Silva. Consegue ganhar nível com Portela e, contente está por acreditar no teatro que faz e deixar marcas de convencimento na assistência. 


(Roberto & Rutênio/ fotos divulgação Tucunzeiro)

Percebe-se que há uma técnica encorpada na desenvoltura, do ator estreante, para a cena. A preparação de ator, atribuída a William Tito, se faz sentir na segurança de mover-se, o intérprete, e estar à vontade nas vezes de solar, ou abrir diálogo com o protagonista. 

Uma medida em coreografia de marcas, empenhadas pelo mapa de dramaturgia de cena, vê-se confluir para deixar a linguística espacial preenchida pelo ator que inicia sua arte, de ocupar tempo de palco, sem desmerecer a maior experiência que Roberto detém para atuar e até ser generoso com o colega iniciante.

O texto, Adriano Abreu, bem desenhado, para entendimento auto reflexivo, encontra nas falas dos atores correspondência de ocupar as intenções autorais e um esforço compensado de dizer bem e determinar a compreensão da literatura dramática, à dramaturgia de assinatura de diretor e intérpretes. Estão na mira do olho da mosca e cada um acerta pontos nas marcas rotacionais da ação do fingimento.

A direção de Will Silva garante equilíbrio à narrativa e se espalha em cenografia, de magia clownesca, de uma mala que vira um bar, com suas garrafas stábile aprisionadas na solução cenográfica de economia e pragmatismo de efeito,

Afora a mala/bar, há uma flor, para as vezes de uma memória de mulher, com quem o dono do Bar dialoga e depois a expia na contagem de pétalas da sorte a bem e mal me quer.

Will equaliza a desenvoltura dos atores na cena fechada, num quadrado invisível, com fugas brechtnianas. Neste território imaginário, as personagens se encontram, acionam cumplicidade e solam seus (des)mandos da vida, como ela é, na história dramática em que estão convocados.

Silva não perdeu o desafio de dirigir Roberto e Rutênio. Os acorda na dupla dinâmica de tragicomedizar o real da fantasia em "Você não engana Ninguém".

Os intérpretes cantam, bifurcam os turnos de falas,expandem a partitura do corpo em coreografias detalhadas de andar, dançar e definir a marca de pisar com consciência do corpo.

E, seguramente, o diretor tem um papel destacável nesta aproximação de duas gerações de atores e seus particulares feitos ao dialogismo, ao lúdico e racional do artístico de bem fingir. Claro que a preparação de ator, pelo ensaiador, também deve conter soluções no resultado visto no palco. Estão de parabéns os técnicos de equilíbrio do ator em método.

Os figurinos, da segunda pele, que vestem as personagens, roupas escuras e luvas brancas, geram um contraponto sutil, do branco destacável no preto dominante. Dialética estética de feição clownesca que marca o ator, mas neutraliza qualquer possibilidade de contrapor a essência da atuação, que está no intérprete, e não deslocada ao vestuário.

Mas, ainda assim, detém uma sutileza de atender ao palhaço minimalista que, sob a segunda pele, está vicejando alegria, mesmo que sugerida no trágico que cintila no céu escuro.

A luz é de abrir brechas a impulsionar o ator. Está na boa média de recortar o drama e o cômico e ambientar as nuances que simetrizam as atuações. A música ao vivo, de gogó, em alguns momentos, ou eletrônica distendida à forma samplada, na nova tecnologia, ilustra e interage com os efeitos tragicômicos constituídos.

"Você não engana Ninguém", com Roberto Portela e Rutênio Mota, engana e muito enquanto exercita a arte de persuadir e convencer pelo fingimento. Estreou bem o espetáculo, nessa noite de 29 de maio.



Têm aí um novo espetáculo, na cidade, a ser replicado em novas oportunidades, reproduzida a cena local para ampliação do leque de montagens a percorrerem espaços em busca de seu público.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Cena tragicômica

"Você Não Engana Ninguém"

Tucunzeiro Estúdio de Teatro apresenta um espetáculo para texto de Adriano Abreu e direção de Will Silva, com Roberto Portela e Rutênio  Mota.

 "Você Não Engana Ninguém", nesta quarta feira, 29, no Theatro 4 de Setembro, às 21 horas, depois do Projeto Boca da Noite.

Enredo tragicômico para a história de "João do Rosário", dono do bar, seu sócio "Manezim" e o músico "Carne Assada", dentre outras personagens que perpassam na trama.

O sexto elemento, no enredo, um "demônio" que atormenta a vida do dono do bar.

No desenrolar da tragicomédia, a história das personagens se revela em expiação das desilusões de vida e a angústia, acerca dos sonhos que não se realizaram.



(Roberto Portela e Rutênio Mota/acervo Tucunzeiro)

O espetáculo é uma realização do Tucunzeiro Estúdio de Teatro , localizado no bairro Mafuá, zona Norte de Teresina. O Projeto é coordenado por Roberto Portela.
(arte divulgação/acervo Tucunzeiro)

Só nesta quarta, 29, depois do Boca da Noite.

Serviço:
"Você Não Engana Ninguém"
dia 29 de julho
às 21 horas
no Theatro 4 de Setembro
Preços Populares:
R$ 10,00 (meia)/R$ 20,00 (inteira)
Informações: 86 3222 7100

Música Solidária

Show Solidário "II Viva Dominguinhos!" 

A segunda Edição, chega a Teresina.

Vem aí, neste 30 de julho, a partir das 19 horas, no Theatro 4 de Setembro, o Show Solidário "II VIVA DOMINGUINHOS!" 

(arte divulgação/visual arte Paulo Moura-irmãodecriação)

Nesta nova edição, confirmadas as atrações, Adelson Viana, Antonio Vagner Ribeiro e Valor de PI, Luis Gonzaga Lu, Ivan Silva, Jailson Holanda (Zé Colméia), Marinaldo Do Forró, Bel Lima, Isac Do Acordeon, Marcelo Bahia, Flávio Augusto.

Projeto, idealizado e organizado pelo sanfoneiro Marinaldo do Forró, que, em 2014, tocou em Teresina, durante os Folguedos, na companhia de Chambinho do Acordeon, artista que viveu o Rei do Baião no cinema.  

(Marinaldo do Forró, idealizador da homenagem/divulgação)

O Show Solidário não fica a dever nada aos grandes eventos à memória do Príncipe do Forró, Dominguinhos.

"Vai ser um evento primoroso e que muito nos orgulha em fazer parte do elenco de artistas, bem como na organização do evento", confirma o cantor e compositor Marinaldo do Forró, que faz campanha de divulgação do grande show por onde corre sua arte.

Um dos maiores mestres da sanfona, Dominguinhos, será toda noite de homenagem, em Teresina, durante o show "II Viva Dominguinhos!". 

O evento recebe o apoio dos artistas envolvidos e tem fins beneficentes, direcionados ao jornalista cadeirante do bairro Parque Piauí, Marcílio Barros, para que consiga fazer adaptações em sua casa à sobrevivência. O jornalista sofre dificuldades, há quatro anos e meio, desde que sofreu um acidente, enquanto trabalhava na Rádio Picos.

Atualmente o cadeirante, sem adaptações apropriadas em casa, tem a ajuda da mãe para ser deslocado no ambiente doméstico. A outra pessoa beneficiada será dona Rosalina Sousa, camareira aposentada do Theatro 4 de Setembro e a Instituição Lar da Esperança.

O show de estrelas não só relembra a partida do artista Dominguinhos , como presta momento especial à memória musical brasileira em que mantém viva a música do artista.

O "II Viva Dominguinhos!" inspira manter acesa a cultura da MPB e assim fazer com que as novas gerações conheçam a música e a história de Dominguinhos, sua arte e canções de raiz nordestina. 

Além de prestar a homenagem, o evento tem o cunho de ajudar pessoas que precisam do apoio da sociedade e a sociedade dos artistas reunidos estará se apresentando para uma bilheteria de preços populares de R$ 10, 00 reais, a meia entrada, e R$ 20,00, a inteira, mais um pacote de leite.

O show recebe também apoio cultural da Secult/Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro , na liberação da pauta. Na contrapartida dos promotores, a renda será investida 50% a um cadeirante e 50% a uma camareira aposentada. O leite será doado ao Lar da Esperança que apoia pessoas vivendo com AIDS. 

José Domingos de Moraes, mais conhecido como Dominguinhos, faleceu no dia 23 de julho de 2013, em decorrência do agravamento de um câncer de pulmão, que já durava seis anos. 

(o poeta do acordeon, Dominguinhos/divulgação)

Dominguinhos foi instrumentista, cantor e compositor brasileiro e teve como mestres Luiz Gonzaga e Orlando Silveira. Nasceu em Garanhuns, agreste pernambucano e foi incentivado pelo pai a tocar sanfona.

Aos seis anos de idade já se apresentava em feiras livres e portas de hotéis em troca de algum dinheiro, junto com dois de seus irmãos, Moraes e Valdomiro. Conheceu Luiz Gonzaga quando tocava no hotel em que o Rei do Baião estava hospedado, em Garanhuns. Gonzaga se impressionou com a desenvoltura do menino e o convidou para ir ao Rio de Janeiro.

Ao longo da carreira, Dominguinhos foi juntando prêmios como o Grammy Latino em 2002, prêmio TIM em 2007, prêmio Shell de Música em 2010 e mais um Grammy Latino em 2012 pelo melhor álbum, com CD e DVD. 

Serviço:
Show Solidário "II Viva Dominguinhos!"

dia 30 de julho
às 19 horas
no Theatro 4 de Setembro
Ingressos a Preços Populares:
R$ 10,00 (meia)/R$ 20,00 (inteira) + 1 Pacote de Leite
Informações: 86 3222 7100/ 86 99946 2613/99514 8466(whatsap)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Falas do "Poeta"

William Melo Soares
por maneco nascimento

A humanidade ainda detém lampejos de liberdade expressiva, sensibilidade conservada, poesia decantada e linhas de pura expressão poética. 

O “Poeta” desfralda as bandeiras do coração, do sim e do não, da paixão, da fantasia, dos amores desejados, das memórias revisitadas, da ecologia, das garças, auroras, águas, ventos, céu, maio, potros, rios, rua, lua, azul, humanidades intangíveis.
(o "Poeta" e sua Obra/imagem página da Bienal Editora)

inicio o poema/lapidando pedra/até fagulhar/versos de encanto(labor, pag. 10), segundo poema, de uma série de 51 reunidos + o “eu te levo...”, em texto de Paulo Moura que fecha o livroNadança dos Peixes Antologia Provisória", de William Melo Soares, edição, Bienal Editora

Na gestação da poesia, o poeta, como descobridor de fogo, lapida o inanimado para animar a fagulha poética, em versos de encanto poema, e lavoura como o segundo na linha de apresentação, escolhido à antologia provisória in "Nadança dos Peixes”. O primeiro, da linha, postula tudo, poeticamente, "a poesia/não resolve/revolve" (postulado, pag. 9)

"Nadança dos Peixes" é de uma singularidade de poesias reunidas, mensagens (in)diretas, (in)discretas, claras de metáforas livres, poesia.


"William Melo Soares faz parte da geração dos poetas dos anos 1970, em que a arte de escrever era feita com apurado cuidado para enganar a censura, pois tudo era visto como subversivo. Nessa época, tentou fazer poesia engajada mas o lirismo que trazia no peito falou mais alto e a sua expressividade se revelaria através das coisas simples, dos amores, aromas, cores e sabores de uma vida vivida em sua essência..." (texto da contracapa, assinado pelo projetista gráfico, Paulo Moura/irmãodecriação)

Assim a Antologia Provisória williamelosoareana lua acima, rua abaixo vai ganhando seus leitores em gestos simples, colhidos do cotidiano em seu frescor poético e de percepções artísticas, que só o poeta, que sabe do ofício, consegue cozer linhas e versos e riscos de falar da vida, numa simplicidade expressiva de quem brinca de reunir beleza, estéticas de estilo e lirismo moderno e versos contemporâneos de boa tradição.

De estética e plástica também apuradas é a confecção do livro. A capa, de fundo azul danúbio, mar "revolto" impressionista à "Nadança dos Peixes", traz um casal de peixinhos em amarelo, sobreposto pela variação gradada e sutil do vermelho, lilás e rosa sóbrios. 

O casal de peixes nada, na dança, em sentido anti horário ao desenho do yin/yang que principia união de duas forças e energias fundamentalmente opostas e complementares, em si, ao dual poético que guarda também o criador em seus lampejos poéticos.

O risco, das palavras que sanduícham a Obra, também amplia recepção de leituras e neologismos de brinquedo do universo conspirado linguístico. Às recepções de leitura, o título "Nadança dos Peixes" abre precedentes para, estar na dança, ver, interagir, testemunhar, a dança dos peixes; ou ainda um superlativo poético que sugeriria uma nadança, um nadar grande, um popular entendimento à dança dos peixes: "uma nadança muito bonita e prazerosa se deu naquele rio infinitamente azul para peixinhos amarelos".

Ainda da capa, o nome do poeta, autor, no rodapé superior, grafado na cor branca sobre o azul da cor daquele mar, em fins de tarde. Abaixo dos peixes na dança yin/yang, o título do livro grafado em amarelo, letra cursiva, o subtítulo vem na cor branca, em caixa alta. No rodapé, fundo esquerdo da capa, o nome da editora, para letras divididas entre o branco dominador sobre o preto. 

Na orelha esquerda, da capa,  o currículo em obras editadas do autor. As letras grafadas do azul escuro sobre o celeste, céu de maio, contido em alguns poemas do livro. A orelha direita, da contracapa, está livre, só domada de azul celeste. A apresentação de autor, contumaz da orelha esquerda, ficou na contracapa. Texto de Paulo Moura, em letras na cor azul escuro (danúbio) sobre a sobriedade do azul celeste. 

No rodapé fundo, esquerdo, o ícone do apoiador cultural. Um hospital de excelência do coração, em Teresina, aparece, iconograficamente, na cor vermelha, em que o único (ó) do nome da instituição é representado por um coração tomado de vermelho puro sangue. Fechada a arte visual do invólucro do livro.

Depois vêm a segunda capa, a terceira, o sumário e a apresentação do recheio com um Manoel, dos brasileiros poetas por excelência, o de Barros, queridíssimo. "As coisas que não têm nome são pronunciadas por crianças." (Manoel de Barros, pag. 7)

Ai começa uma delicadeza expressiva, uma poesia limpa de gorduras, um lavor de espécie livre das amarras canônicas, só produto poético simples, leve, e de memórias resgatadas, reveladas à imersão de tempos e saudades. 

Os galos aparecem em "aurora" e lembram tantos galos, o de Mauro Mota, Antonio Carlos Secchin, Ferreira Gullar, Machado de Assis, João Cabral de Melo Neto, Aramis Ribeiro Costa, Hélio Pólvora e Benjamin Santos, piauiense de Parnaíba com seus "(...) canteiros floridos e galos da madrugada (...)" e o de William, "os galos/anunciam/a aurora/e a manhã/explode/em pássaros" (aurora, pag. 11)

As radiografias das horas, tempos e sítios e olhares distintos de felicidade contemplada ao registro estético a "encontro das águas", observado em fluência ao mar; alegria e crianças e infâncias em ventos e cores, infância trágica, memórias do menino do campo e do urbano, em "folia dos ventos" (pag. 13); "risco" (pag. 27), "revivendo" (pag. 47), "poema da infância trágica" (pag. 50), "sertão do alto longá" (pag. 55), "Teresina, anos 70" (pag. 61).

Também amplia falas sociais a ecos de natureza perdida e reflexão ecológica, "semente" (pag. 17); "voraz" (pag. 24) à ecojornalista Tânia Martins; "br-o-brós" (pag. 25); "sempre" (pag. 26); "caneleiro" (pag. 28); "amazônia" (pag. 30) a Thiago de Mello; "orla" (pag. 37) ao ecologista Alcide Filho; "piau" (pag. 41), o talvez último peixe que aguaniza no anzol; "cumaru" (48); "ninho" (pag. 54); "céu de junho" (pag. 56); "ternura" (pag. 57).

O "Poeta" intertextualiza poetas e revira a fórmula poética,  em "labor" (pag. 10) e "corpo a corpo" (pag. 31), talvez encontre-se presença de Drummond em seu "Consideração do Poema" (pags. 21, 22, 23, A rosa do povo, 2005), ou em "Procura da Poesia" (24, 25, 26, Idem) e lembra o gauche, poeta das sete faces em "tributo a CDA" (pag. 36). 

E dialoga com "Poeminho do contra" dos versos quintanares e marioquintanianos ao novo poeta, em transmutação sensível à aurora de homens e pássaros, "aurora" (pag. 11), "amazônia" (pag. 30), "passo a pássaro" (pag. 34). Dobal, com suas tardes quentes, de bichos ruminando o silêncio das horas lentas e potros alegres em chuvas de verão, pode abrir chave, em William, na inquietude da construção poética para "indomáveis" (pag. 23).

Soares desliza sobre águas, cios, rios e memórias do campo e urbana, "(...) rios fluindo/orlas douradas/do Poty ao litoral (...)" (encontro das águas, pag. 12); "de algum lugar distante/até onde a vista alcança/margem de rio/ou vazante (...)" (estado de garça, pag. 18); "elegante/a garça pousa/na ramagem ribeirinha (...)" (céu de maio, 19); "(...) um rio morno/ribeirinha/minha infância (...)" (Climério, pag. 21); "rio morno/assoreado/lâmina/d'água/à flor da areia (...)" (br-o-brós, pag. 25).

E, ainda para o tema, "desce o rio margeando/o plantio das vazantes/alimentando em seu leito/essa gente ribeirinha (...)" (rio poty, pag. 32); "não há nada de novo/na orla dos rios/ nenhum sinal de alegria/nenhum cheiro de água-viva/os rios andam morrendo/pela boca dos esgotos" (orla, pag. 37); "(...) eternas em mim as águas do rio Gameleira/deslizando em paz (...) navegando no silêncio/de um lugar" (alto longá, pag. 40); "(...) no vai-vem das cidades/o parnaíba fluindo/rumo ao congresso/das águas" (ponte metálica, pag. 44); "(...) passe pelo cais do rio/de um vapor que evaporou/pro remanso de outras águas/deixando ondas no peito/do Mano Velho barqueiro (...)' (lua acima rua abaixo, pag. 46).

E a encontros e cios das águas e memórias de veios d'água, "(...) varrendo o mal pras lonjuras/juntando as águas da fonte/pra lavar nossa amargura (...)" (encontros, pag. 49); "somos filhos das águas do rio/nossa linguágua/banha a terra até o mar/o fruto que colhemos em pleno cio/acalmará a inquietude desse amar" (cio das águas, pag. 52); "(...) olho d'água cristalina/lá na fonte/do frei pedro (...)" (sertão de alto longá, pag. 55); "(...) volley bar/gente bonita/lâmina d'água/à flor da areia" (volley bar, pag. 59) e "(...) coroas do Parnaíba/piau frito e peladeiros (...)" (Teresina, anos 70, pag. 62).

Do "Poeta", também, contar dos amigos e parentes, de vida e morte e trilhas de lembranças perdidas sobre os trilhos da memória, "o tempo vai/tangendo amigos/pras lonjuras (...)" (Climério, pag. 21); "(...) vem de longe/um som de flauta/dentro da noite vadia//livre feito um passarinho/um passageiro do bem/viajou ao som da flauta/rumo aos confins do além" (dentro da noite vadia, pag. 29, Para Netinho da Flauta); "eterna em mim/a lembrança de teus olhos/vagueando pela imensa brancura/do pendão dos canaviais/de Alto Longá (...)" (alto longá, pag. 40, em memória de meu pai Teófilo Ribeiro Soares) e "rua dos trilhos/silêncio/de ferro/palavra/partida/num trem/para a morte" (sina, pag. 43, Para Zémagão). 

E "Nadança dos Peixes" não poderiam faltar poemas que viraram belas canções, "Caso você siga/lua acima rua abaixo/percorra toda a cidade/por entre becos e esquinas/procure um rastro de estrela/no céu de Teresina (...) no movimento das barcas/me envolva num abraço/só não toque no meu manto/de solidão e cansaço" (lua acima rua abaixo, pag. 46) e "nosso amor é um encontro/de vaga-lumes na noite/alumiando veredas/feitas por bichos e gentes (...) nosso amor é como um bando/de aves na primavera/inaugurando manhãs/abrindo uma nova era/movendo ventos e nuvens/abrindo os braços na espera" (encontros, pag. 49)

e os amores, paixões e sinestesias e licenças de sensual e desejos regurgitados, "meu coração/sabe o valor/do seu ofício/e se encontra/em pleno/exercício/de sua função" (amar, pag. 14); "eu te levo/tu me levas/nós levitamos" (eu te levo, pag. 20);  "(...) estou aceso/pra viver/eterno tempo/quero você/além do bem/aquém do mal/melhor da lida/mulher da vida/malinando no meu peito//hoje amanheci/só pra te amar/é que o tempo/anda bonito pra chover" (bonito pra chover, pag. 25);

"(...) te paparico/em meus sonhos/janelas abertas/luz da lua//em que rua/andam teus pés/pisando em meu desespero?" (paparico, pag. 38); "ficou teu cheiro em minha pele/e a lembrança dos abraços/conversas dentro da noite//restou uma afeição sem fim/misturando corpo e alma/no tempo afoito do amor" (ausência de Zoely, pag. 39); "o amor maduro/colhido/em tempo de safra" (fruto, pag. 42); "você chega assim/desse jeito/abrindo veredas/no meu coração (...) você chega assim/ desse jeito/abrindo/invadindo/acendendo uma chama no meu coração" (madrugada adentro, pag. 60) 

Poema voraz, poesia audaz, "Nadança dos Peixes" dá asas para leveza agressiva "com asas de borboleta/e língua de fogo/o poeta lambe arco-íris" (asas, pag. 33) e se encaminha no poético porque "(...) segue o rio/vida aflora/pela nadança dos peixes" (rio poty, pag. 32, para Menezes y Morais) porque colore a vida em expiação  "quero a vida/linda e leve/feito sonho/em aquarelas/de borboletas/ao vento" (aquarela, pag. 17).

William Melo Soares, o "Poeta", é poeta por excelência de lavor garimpado nas minas ermas das palavras, em descanso de espera da poesia. Brinca de encantar através das palavras e, "Nadança dos Peixes" mergulha-se, com ele, e se ganha prazer de imersão poética que, ora nos revela, ora nos encobre de singela operação cinzelada na palavra, feito ofício na poesia.

É leitura recomendável a qualquer leitor, indispensável a todas as idades da razão e sensibilidade.

domingo, 26 de julho de 2015

Frank Farias

estrela do Boca da Noite
por maneco nascimento

O Boca da Noite, dessa quarta feira, 29, apresenta o cantor, compositor, músico e poeta Frank Farias. Irreverência, atitude, performance, letras fortes e reflexivas de um show man rock, artista e “monstro” de mil faces à canção popular brasileira.

Farias carrega consigo carreira musical, desde 1978, registrada no livro do rock local. Vencedor de diversos festivais, aqui e além fronteiras piauienses. A crítica e seguidores o definem como um dos mais irreverentes e polêmicos artistas do Piauí, A maneira de compor e interpretar seu rock é de identidade inconfundível.
(Bar do Frank/acervo F. Farias)

Vem, da grande Dirceu, esse famoso artista que mantém Bar temático, na região, muito bem frequentado. Farias começou seu tempo de brilhar, nome e carreira artística, cantando no Festival de Música do Parque Piauí – FESFAPI, em 1978. 

(identidade do Bar do Frank/acervo F. Farias)

Daquele Festival tirou o primeiro lugar,  de Melhor Intérprete. A composição de sua autoria era “Drácula”. Em seguida, começou a juntar + vitórias. 78 novos prêmios em diversos festivais e ainda outros 35, como ator performático.
(o artista performático Frank/acervo F. Farias)

Performático, criativo e os seus shows ambientados com cenário que podem aproximar o escatológico e o bizarro impactante, Frank também tem seu caixão como o Zé Mojica (Zé do Caixão). Seu palco abriga caixão, caveiras, velas, efeitos pirotécnicos e elementos cotidianos que caracterizam o discurso de suas composições provocadores.
 
(o show man rock em grande estilo/acervo F. Farias)

Carisma que referencia as gerações + jovens, fazedoras de rock. Ele é, aos 36 anos de carreira, um Frank Farias que não perdeu a ternura, nem o talento de se impor na cena musical. 

(um rock, uma canção, a canção de corpo e alma/acervo F. Farias)

Farias estará + uma vez no palco do Espaço Cultural “Osório Jr.” para embalar os fãs com canções performáticas. “Encima do Muro”; "Entre a Cruz e a Espada" e "Vagalume", estão entre os grandes sucessos.

As músicas, na licença poética, suscitam os espíritos das trevas em hora de encarnar nas pessoas comuns e povoarem o tempo de medos, temores, pesadelos e agruras, como definiu a Revista Zaboomba, na matéria e entrevista com o artista, em 13 de fevereiro de 2015. 
(performer rock'n roll/acervo F. Farias)

Lá pelas seis horas da tarde, quando sol se põe, é nessa hora das trevas que a alma de Frank Farias é atormentada por muito dos seus outros eus, espíritos capazes de gritar letras melodias que falam da morte, da solidão e da realidade renegada por todos, por ele inclusive, é que surge o monstro das sete faces.

Esse artista, um “performer monster”, que faz de seus shows um grande espetáculo para fascínio de seu público e curiosos. Os anos que viveu nas décadas de 70 e 80, grandes trunfos musicais que até hoje reverberam sua arte. 

Atualmente, continua fiel a sua arte enquanto assume maturidade da profissão, na canção de identidade representativa. As personagens encarnadas, no palco, um salto de sedução e fascínio artísticos, na pele do Drácula, o Monstro, a Morte, o Profeta do apocalipse, a criatura em pessoa da Pessoa de Farias.

Na década de setenta, período da ditadura, foi censurado. A música do caixão foi proibida de exibição em 1978. Essa memória que carrega consigo faz também, de Frank Farias, uma grande diferença dentro do movimento da música local. 

Quebra paradigmas e enfrenta com coragem e atitude a manutenção da música e arte, na qual sempre acreditou. Irreverência, transgressão, fidelidade ao rock expressão e de denúncia social, Frank nasceu em Teresina e canta porque o instante existe para o rock, a MPB, em toda sua expressão artística.

O roqueiro setentão, Frank Farias, vai brilhar dia 29 de julho, a partir das 19 horas, no Espaço Cultural “Osório Jr.”/BCD, do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro. Será a celebridade que preencherá o Boca da Noite de muita felicidade artística 

O Projeto Boca da Noite visibiliza a arte e cultura musical, no centro da cidade. Cantores, compositores, músicos e produtores culturais, da música local, encontram no "Osório Jr." palco de apresentação e divulgação da produção gerada na canção brasileira de Teresina.

Serviço:
Frank Farias & Banda
- Projeto Boca da Noite –
Dia 29 de julho
Às 19 horas
No “Osório Jr.”/BCD

Entrada super Franca