terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Baile

para tempos de felicidades
por maneco nascimento

Era uma sexta feira de janeiro, 22, mas não uma sexta feira comum. Uma que saltava aos olhos, fantasias, pés, pernas, corpo inteiro, energias vibrantes, espírito de alegria e felicidade foliãs. O Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro recebia, em um dos seus Equipamentos Culturais, O Baile.
(O Baile/fotos: Poliana Oliveira)

Mas não era um Baile qualquer, mas o Baile de Carnaval dos Artistas 2016 – Ano Maria da Inglaterra. Numa realização do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, o evento teve promoção do Complexo Cultural e Secult e deu-se em seu lugar natural das melhores memórias de Salões e encontros culturais desde que o Club é Club.
O Club dos Diários, depois de uma restauração e modernização, aos custos de bem investidos de Oitocentos mil reais (mantidos pelo dinheiro do contribuinte, como garante em destaque a placa de reinauguração), ficou pronto para recepcionar grandes espetáculos alternativos, exposições, convenções e encontros artísticos culturais e, pequenos espetáculos, acomodados no novo Teatro “Torquato Neto”, e, é claro, o retorno merecido do Baile dos Artistas. Este que sempre teve melhor lugar de atuação no Salão do Club dos Diários.
(fotos/imagem: Poliana Oliveira)

Pois foi na noite do dia 22 de janeiro que a cidade compareceu, em ótimo peso e muito boa medida, à festa planejada para tomar posse de sua origem de bailes foliões, em data marcada. 
(fotos/imagem: Jorge Carlo e Poliana Oliveira)

Uma sexta feira que não era a gorda, mas foi a sexta encanto da felicidade de bons carnavais de Salões, com mais de mil palhaços, arlequins, pierrôs, colombinas, heróis, vilões, freiras e padres, melindrosas, rainhas e reis, príncipes e lordes, mocinhas e “raparigas”, descidas do caminhão das memórias de entrudos.
(Cibelly sob ícone a Baile Maria da Inglaterra e vilão e heróis/fts; P. Oliveira)

A recepção musical das Bandas Fervendo o Frevo&Vando do Trombone, em repertório rico e diverso das velhas e memoráveis marchinhas e frevos de outros carnavais; Gabi Carvalho, para reviver as memórias da homenageada póstuma, Marília Pêra, que cantou em áureos musicais como a personagem de Carmem Miranda; Lene Alves&Banda, esse furacão dos hits quentes para toda geração foliã.

(fotos/imagem: Poliana Oliveira e Jorge Carlo)

A escolha do Rei e Rainha dos Artistas 2016, numa acirradíssima e humorada disputa, recaiu sobre a atriz Tércia Maria e o ator Chicão Borges, coroados no corredor de foliões, que os aclamaram entre, pelo menos, vinte duplas de candidatos. Uma eleição popular, aberta, foram aclamados em palmas, silvos, uivos e fiu-fius!

(fotos de Poliana Oliveira e Jorge Carlo)

A atriz Silmara Silva não teve muita dificuldade em ser aclamada, calorosamente, pelo grande público do Salão. Numa inusitada e ousada fantasia, a artista desfilou entre os foliões com uma impactante mis-èn-scene à personagem de Freira Zumbi. O útero aberto da Freira expunha o feto preso ao cordão umbilical e que ela apresentava aos foliões. Uma pausa na alegria para a reflexão da humanidade expiada.
(A Fantasia vencedora - Freira Zumbi -/foto: P. Oliveira)

O impacto gerou empatia e o público elegeu, sumariamente, sem delongas, o que melhor representou fantasia à reflexão temática e, até polêmica da hora e reverbero do depois. A Freira Zumbi venceu, em fragorosas palmas e outros sinais sonoros, com categoria, excelência e folga de margem à uma (im)possível solicitação de repetir o escrutínio.

O Baile dos Artistas venceu o outro lado da força. E a força e energia, atomizadas na arte, cultura e repercussão foliãs, deram o mote para over felicidade, coletivizada aos tempos de dançar e abrir os chacras da alegria positivizada, nO Baile, o retorno.
A sexta feira, daquele 22 de janeiro, ficou pequena, mas na medida matemática e nas simetrias e assimétricos estéticos da cultura do carnaval, corpo brasileiro, do artístico extravasado. 

Pequena idade, terceira idade, média idade, jovens, adolescentes, pais, filhos, netos, artistas, intelectuais, jornalistas, professores, delegados e policiais, publicitários e secretários de estado, et al, toda a gente concorreu a bem comum, viver a alegria do Baile dos Artistas em coletivo de alma foliã.
Ao Baile de Carnaval dos Artistas 2016, só não veio quem já “morreu”, mas como retrucou Siro Siris, responsável pela criação e ambientação do Salão:até os mortos vieram...pois foi uma Freira Zumbi (Silmara Silva) quem levou o Prêmio de Melhor Fantasia e o recebeu na hora, quentinha, a quantia de Dois mil reais.

Que venha 2017 para novas entradas, confetes, serpentinas e muita folia liberada para novO Baile.
Evoé, Baile de Carnaval dos Artistas!


fotos/imagem: (Poliana Oliveira e Jorge Carlo)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Maria, Maria!

da Inglaterra do Piauí
por maneco nascimento

21 de janeiro último, foi uma quinta feira indispensável à cidade, à arte e cultura festejada, ao evento que reuniu amigos, admiradores, produtores culturais, intelectuais, artistas e outro(a)s que seguem a Maria Luiza dos Santos Silva.

Chamada assim, parece que ninguém sabe de quem se está falando, mas, ao citar Maria da Inglaterra, um mundo se abre de carinho, amor, respeito e orgulho dedicados a Rainha das Composições e dona dos hits populares mais simples, inteligentes e de licença poética musicada por quem mal aprendeu a ler e escrever.

Pois foi à Maria da Inglaterra, a quem a cidade devota verdadeiro apreço, que a noite de 21 de janeiro se fez repleta de muita felicidade direcionada à artista popular, lá dos rincões do Piauí, plantada na cidade de Luzilândia.

Maria aniversariou no dia 21 e a festa foi festejada no palco do Theatro 4 de Setembro e no Café Literário "Genu Moraes". 

(o corte do bolo/fotos: M. Aragão)

No palco, a exibição do DVD "Maria entre Amigos" que reúne compositores, arranjadores, músicos, intérpretes, em releitura das composições de Maria da Inglaterra. E, no "Genu Moraes" o parabéns, o corte do bolo, entrevistas, assédio de paparazzis, "abraços e beijinhos e carinhos, sem ter fim", à doce Maria.

(amigos festejam Maria em seu aniversário/fotos: M. Aragão)

No DVD exibido uma pérola, de canções revisitadas, à excelência de melodias e letras salvas de apelos comerciais e ricas de memórias sociais e falas das gentes simples, com cadeiras nas calçadas, para não perder-se de Chico, representadas na força composicional de Maria da Inglaterra inestimável. 

A mulher que não esquece da origem musical e reconta, sempre que pode, como recebeu o nome de Maria da Inglaterra:

"'Tem o Rei do Baião, que é o Luiz Gonzaga. A Rainha do Xaxado, Marinês. O Rei da Bola, Pelé. O Rei da Juventude, Roberto Carlos. E em Teresina tem a Rainha das Composições, Maria da Inglaterra', aponta nas memórias artísticas'. 

O carioca Ricardo Cravo Albin, crítico e pesquisador da música, encantou-se pela cabocla, sem estudo que compunha música e melodia tão bem. Ao vê-la cantar, em sua primeira aparição, em um Festival da Canção Universitário, na  década de 1970 e, a partir dos versos que falavam da Inglaterra, batizou-a com nome tão sugestivo." (material de divulgação)

Maria da Inglaterra completou 77 anos naquele dia e, à noite, foi abraçada em festa caliente. A programação da noite foi promovida por amigos da artista, entre eles José Dantas. O sonoplasta produziu e dirigiu o DVD, junto com Márcio Bigly. Outros amigos doaram sua arte ao resultado do filme em DVD.

Além das belas interpretações de Duda Di, Soraya Castelo Branco, Vanda Queiroz, Rosinha Amorim, Daniel Hulk e Roraima, Chagas Moura, o trabalho aglutina ainda depoimentos históricos de Ricardo Cravo Albin e registros preciosos de João Cláudio Moreno, dos arranjadores Júlio Medeiros e Paulo Dantas, do músico Geraldo Brito, o nosso querido GB e do compositor Carlos Galvão. Cada um desfia uma memória orgulhosa acerca de Maria da Inglaterra. 

José Dantas, Zé Dantas, para os amigos, conseguiu agregar beleza e acuidade técnica em resultado no material captado e finalizado, em filme musical e perseverar na arte e cultura da artista, tão bem preservadas, e com novidades que revigoram o produto cultural de Maria da Inglaterra.

É um resultado recomendável e cheio de surpresas delicadas, seja nos arranjos, interpretações, edição e acabamento técnico conseguido. De encher os olhos de orgulho e desejar levar um exemplar para casa.

Como justificou Zé Dantas, a noite era de exibição do resultado conseguido. E, ao tempo em que se festejava o aniversário de Maria, também se aproveitaria o arrecadado na bilheteria para dispor à artista e também investir na finalização (copiagem, capa, etc.) para lançar, comercialmente, posteriormente.
(a Estrela Maria da Inglaterra concede entrevista/fotos: M. Aragão)

Maria estava feliz, foi muito paparicada, dividiu sua alegria com os amigos e levou consigo mais uma história a juntar com as suas e recontá-las, acrescentando mais esta, sempre com ênfase e arraigados de experiências vividas. 
(fotos: Marcela Aragão)

Agora é aguardar o DVD, que em breve será lançado e poderá ser adquirido na Toccata Discos.

Parabéns a todos os artistas que dedicaram mais essa alegria a Maria da Inglaterra.

Evoé, filhos de Maria!

domingo, 24 de janeiro de 2016

Abre-te Arte!

3 em 1: Arrumadinho
por maneco nascimento

Era o dia 21 de janeiro de 2016 e muitas novidades povoaram aquele dia, entrando pela noite. Pela manhã, a partir da 9h30, o Club dos Diários foi reaberto, após uma ampla restauração e modernização do Equipamento cultural.

Era tempo de pompas e circunstâncias merecidas, afinal ninguém reabre suas portas à comunidade, impunemente. Já de entrada, na calçada/jardim e no Hall do Club dos Diários, autoridades e público convidado foram recepcionados pelo Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Teresina – OST.

Em seguida, já no Salão/Galeria do Club, a assistência teve uma recepção dança valsa temática, com bailarinas da Escola de Dança do Estado do Piauí “Lenir Argento”, em coreografia de Datan Izaká, para Valsa de Possidônio Queiroz, músico natural de Oeiras, Pi.

Dali o público seguiu ao auditório do Teatro “Torquato Neto” que também recebia as boas vindas de reabertura, já que o Equipamento, contido no Club dos Diários, acompanhava todo o investimento sofrido e fazia parte de novo Espaço também reinaugurado.

No palco, o público foi recebido por tempo transversado, em espetáculo litero-musical, de “Geleia Geral”, dirigido por Vitorino Rodrigues, a partir da obra do Anjo Torto e, encenado, por intérpretes da Cia. Conexão Street, que antropofágicos engoliram a platéia.

O Quarteto de Cordas e Gislene Danielle&Edivan Alves, na sequência, entoaram o Hino do Piauí, com toda a resposta de quem bem sabe usar a voz, como bom instrumento, a delicados de estético vocais. O Hino definiu marco para a abertura das falas oficiais de entrega do Prédio restaurado à comunidade. 

As falas inspiradoras vieram de Lari Salles, Presidente do SATED PI, representando a classe artística; João Vasconcelos, Coordenador do Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro; Fábio Nunez Novo, Secretário de Estado de Cultura do Piauí e o Governador do Estado, Wellington Dias.

As falas de representantes e autoridades se entrelaçaram a ampliar olhar e apresentar impressões sobre o fazer cultural, investimento na arte manifestada da cidade e estado e atenções e intenções de manter, em dinâmica moto-contínua, a canalização de ações que repercutam políticas públicas de cultura.

Foi uma manhã artística, cultural e também de política ali direcionada à injeção de ânimo, esperança, vontade de aplicar-se sensibilidade e ação prática ao produto cultural local. Havia uma concorrência pública, bem considerável, que lotou o auditório do reinaugurado Teatro “Torquato Neto”. Também acomodou-se, na Galeria do Club dos Diários, e acompanhou o evento, a partir de telões espalhados no Salão. Era uma luminosa manhã de 21 de janeiro.

Mas o dia não acabou ali. Havia uma programação teatral à noite, no palco do Teatro “Torquato Neto”. A estréia do espetáculo “Arrumadinho – Mostra de Futuros Autores”. O enredo dramático, encenado, reunia nove esquetes selecionados da Oficina de Esquetes de Humor, ministrada por Ísis Baião, no Theatro  4 de Setembro, nos últimos três meses do ano de 2015. 

(a atriz Célia Lopez e a dramaturga Ísis Baião/foto Célia Lopez)

No elenco, Célia Lopez, Giordano Gabriel, Hugo Lenes, Jimmy Charles, Joyce Amorim, Luma Alves e Mary Gonzalez&Gonzalez, mais a intervenção musical do Projeto “Porco Macaco” (Jimmy Charles, Thiago Reis e Wesley Francucci). A direção de Edinho do Monte.

 “Arrumadinho” cumpriu seu papel de apresentar textos produzidos por futuros novos autores, saídos quentinhos da Oficina oferecida por Ísis Baião. Hugo Lenes e Mary Gonzalez &Gonzales representaram os outros colegas, da prática da Oficina, com esquetes de humor super humorados.

A apresentação se deu com quadros de encenação, entrecruzada com a intervenção musical humorada do Projeto "Porco Macaco". O público pode se divertir com os resultados encenados, ou realizados em leituras dramáticas.

O elenco manteve um desempenho muito eficaz, recorte mais expressivo para Célia Lopez e Mary Gonzalez &Gonzalez, que incrementaram uma pintadinha a mais, no caldeirão de humor equilibrado das interpretações das personagens espiadas.

A participação do Projeto "Porco Macaco" acabou impondo uma dicotomia em “Arrumadinho”. Um trio de artistas músicos humorado, em repercutido de músicas variáveis, entre pequenas escatologias, ironia venal, paródias muito risíveis e ritmos e melódicos musicais muito bons.

Havia a parte teatral, que deveria impor a principal ficha do Projeto encenado, e entrava a musical que abria margem a outro espetáculo, muito divertido. Mas, uma quebra na dramaturgia de textos dramáticos dos esquetes de humor, embora com proximidade de linguagem, já que tudo era humor e picardias e ironias estéticas de espetáculos.

“Arrumadinho” acabou 1 X 1. A dramatização dos esquetes e o show de humor musical do Porco Macaco. No “frizzar” dos genes estéticos de humor, duas fichas lançadas no jogo da cena, cada uma a seu turno, realizando arte e cultura à recepção pública.

Do planejado ao dia 21 de janeiro, a reabertura do Club dos Diários e Teatro “Torquato Neto”, pela manhã, e a estréia do espetáculo intervenção “Arrumadinho”, três em um se fez obra e arte realizados:

A reabertura do renovado Club (Galeria de Artes, Teatro “Torquato Neto”, Espaço Cultural “Osório Jr.” e Bar do Club dos Diários); a estréia do Espetáculo de esquetes de humor “Arrumadinho” e o Show musical de humor e picardias do Projeto "Porco Macaco".


Um projeto de novidades necessárias e definitivas de arte e cultura, três em um. Um 3 em 1: Arrumadinho.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Contos da cidade alfabetizada

A lição de cor
por maneco nascimento

O homem recebera uma visita. Uma amiga dos tempos da universidade. A conversa corria livre, natural, brincada. A amiga lembrou-se de uma professora comum, das aulas de teoria literária. E, por cargas d’águas que tinham que correr naquela tarde, insistia que a professora era apaixonada pelo rapaz.

Ele se defendia, dizendo que não era nada daquilo. Tinham-se tornado bons amigos. Havia muito em comum, entre eles, e a professora gostava sim, dele. Fora bom aluno, se destacava em suas aulas, gostava dele como bom amigo que se tornaram. Mas era só uma grande amizade. A amiga insistia, insinuava e não se chegou a lugar comum.

A amiga foi embora e o homem voltou aos seus alfazeres planejados àquela tarde. Quando começou a escrever. Atualizava seu blog. Ouviu do outro lado do muro, na área do jardim do vizinho, algo que o obrigou a deter-se na chamada.

O vizinho repetia, como a compor a melodia de nota só. Enfática e direcionada.
- Viado! Viado! Viado! Viado!...

Repetira, pelo menos, uma dez vezes a atacar, em sua varia de pequena maldade. Na sequência, a velha mulher dele, mais a inquilina, moradora do quintal do casal de idosos, começaram com a lição de alfabetização infantil. A velha dizia.

- Viado. – No que a criança repetia, em esforço natural de aprendiz das primeiras falas. Lutava para conseguir reproduzir palavra tão difícil, lançada a seu vocabulário imberbe de novas descobertas da linguagem. A mãe da criança, com o bebê no colo, repetia a lição à aprendiz de feiticeira.

- Viado. – A menina de apenas um ano de idade repetia o esforço. Saía algo entre língua embolada, murmúrio sonoro que aproximava da informação solicitada à repetição de lição escolar. As mulheres riam. Era divertido o esforço da criança e o som regurgitado, que tanto as fazia felizes, por ouvirem a alfabetização em bom andamento.

E voltava tudo de novo, como a sabatina do beabá, sem os castigos direcionados à aluna que saia-se bem ao primeiro dia de aprender uma palavra nova. – Viado! – dizia a velha. – Viado! – repetia a inquilina. E a criança reproduzia, na sua astúcia de pequena compreensão do que era tão divertido às duas mulheres. Ria, num sorriso infantil, acompanhando a felicidade das adultas.

Até que cansaram de rir. Era hora do recreio. A menina foi deixada para correr o jardim da casa, enquanto as mulheres ainda riam e repetiam uns “uis!”, “ais!” e gracejavam, em orgulho da tarde tão proveitosa de lição escolástica. Também se podia ouvir os sussurros da velha a acentuar.
– Viado safado!

Coda – A menininha não esqueceu o aprendizado. Sempre que o vizinho voltava do trabalho, ou quando ela notava a presença do homem, repetia outra lição apreendida. “Aiaiai!” Podia parecer uma expressão de dor, ou uma singela manifestação da pouca idade de ingênua aptidão. Era a infância manifestada à força da memória de papagaio.

(a lição de cor. maneco nascimento. 17.01.2016 às 19h51)


Contos da cidade enterrada

Corpo caído, corpo recolhido
por maneco nascimento

Da madrugada agitada ao dia seguinte, o velhinho amanheceu morto. Quando o parente foi dar uma olhada no pai, encontrou-o serenamente descansado. Frio, em passagem concluída de última viagem.
O homem gordo se agitou. Andou pra lá e pra cá. Resmungou palavras exasperadas, chamou a mulher. Confirmada a morte do velhinho, chamaram o serviço de recolha de mortos. 

O rabecão chegou e, nesse momento, alguns vizinhos mais de perto já registravam o momento. Os operários do serviço público do IML trataram logo de dar encaminhamento ao defunto. Na hora de recolher o morto, o filho chegou com as mãos vestidas em sacos plásticos. Um enfermeiro, da vizinhança do lado, se adiantou e ajudou os homens a resgatarem o corpo da rede em que o senhorzinho havia morrido.

Estava tranqüilo, rosto sereno. Fora colocado no caixão, sem tampa, preto (popular padiola do necrotério),  e levado aos tramites forenses legais do serviço de investigação causa mostis. Fora a agitação do parente, que parecia realizar uma dancinha de vai e volta e mover os braços, assincrônicos, e a repetir que encontrara o pai morto, de manhã, lá pelas nove horas, mais ninguém parecia prestar muita atenção ao assunto, já monocórdio do filho em insistência atoleimada. Ninguém queria estender conversa. Os burburinhos de curiosos e mexeriqueiros já corriam mesmo no paralelo.


Coda - Recolhido o corpo do morto, seguiu rumo. Aos poucos, os que acorreram ao acontecimento, começaram a deixar a casa do defunto. A novidade já perdera a novidade. Os mais afoitos do disse-me-disse ainda tentavam tirar, ou criar espécie, mas já estava claro. O velho morrera, aparentemente, de morte natural. Era caso encerrado.

(corpo caído, corpo recolhido. m. nascimento/17.01. 2016 às 15h11)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Humor "Arrumadinho"

Na reabertura do Club dos Diários
por maneco nascimento

Neste próximo dia 21 de janeiro, será reaberto o Club dos Diários. 
As atividades começam, pela manhã, às 9h30, com a entrega de todos os espaços que compõem o Club (Galeria de Artes, Teatro "Torquato Neto", Espaço Cultural "Osório Jr." e Bar do Club dos Diários).
A inauguração, com a presença do governador Wellington Dias e de Fábio Novo (Secult).
Os festejos de reinauguração da Casa, começados pela manhã, seguem até à noite.


O Teatro Torquato Neto, também restaurado e modernizado, será palco, às 19h, da apresentação do espetáculo teatral, “Arrumadinho - Mostra de Futuros Autores”.

“Arrumadinho”, também tem vários sabores, uma iguaria feita de nove esquetes, com diferentes temas e autores diversos, que concluíram a Oficina de Esquetes de Humor” com Isis Baião, realizada no Theatro 4 de Setembro, de 27/10 a 15/12/2015, sob o patrocínio do Governo do Estado, através da Secult.

No elenco, Célia Lopez; Giordano Gabriel; Hugo Lenes; Jimmy Charles; Joyce Amorim; Luma Alves; Mariano Gomes e Mary Gonzalez & Gonzalez.

A direção é de Edinho do Monte. A intervenção musical é feita pelos músicos Jimmy Charles, Thiago Reis e Wesley Francucci, do Projeto “Porco Macaco”.

Serviço: 
Dia 21 de janeiro
No Teatro Torquato Neto
*Reabertura do Club dos Diários e Teatro Torquato Neto - 9h30
*Espetáculo “Arrumadinho” – 19h
Informações: 3222 7100

fotos/imagem: 
fachada e galeria Club dos Diários (m. nascimento)
Isis Baião (por Cláudia Ferreira)

mito de Ícaro

o decaído Doralice
por maneco nascimento

"(...) deu quatro passos para trás e num impulso só correu novamente, e correu tão forte que seus pés não mais sentiram o chão, criando asas no espírito que foi amornando ao transpor-se na queda, em que caía, caía e caía. Caiu para sempre, sem nunca conseguir chegar ao fim. Enquanto isso, viu as cores das tais luzes em diferentes nuances e a natureza lhe apanhar com agudos braços chorosos intermináveis vezes, como se o seu parto fosse um sempre. E, as suas asas, em centenas de anos longínquos, foram se desmanchando em faíscas, gastas de baterem em caminho à infinitude." (Trajano, Vanessa. Doralice. São Paulo: Penalux, 2015. 212 p.)

Vanessa Teodoro Trajano abriu asas a mais uma pérola de sua veia composicional. Desta feita avançou as linhas a romance. "Doralice" a menina suburbana que vê seu mundo, sonhos e perspectivas ganharem rumos que jamais imaginara e conluir ao ressecado da alma que, à força da intuição humana, pedia melhor sorte.

(Doralice, de Trajano, recomendável)

Assim corre a vida da menina, em Silvânia, subúrbio de terras serranas de Sonhança. Dora, amparada pela avó, Aparecida, e criada pela pena de Trajano, para nalgum momento da própria existência comum confrontar-se na escolha mais difícil, de saltar ao "indefinível", liberar-se do espírito inquieto.

Vanessa constrói uma narrativa eficaz, curta e afiada, de capítulos enxutos em que o coloquialismo rebuscado, dos primeiros momentos, vai perdendo o vício de composicional textual, com riscos de formal, e libera-se para enredo de vida natural, até atingir no ápice da história contada um quase despretensioso de beletrismo. As contas enredadas, à vontade, deixam a liberdade criativa da autora correr leve e eficiente.

(intrínseco diálogo entre as mulheres, a da autora e a da personagem/divulgação)

A menina diferente, das primas orfãs com quem convive na infância, também tem sonho de Borralheira mas, anti-heroína, acaba, mesmo quebrando o determinismo, sujeitar-se ao emparedamento da sorte  que lhe coube, como salto de existência e queda para o alto.

Da queda para o alto, o abismo da licença profética, de manutenção da própria sorte,se afirma como távola de redenção. Num intertextual de mito de Ícaro, o que voou mais alto que Dédalo, as asas mortais perdem-se em faíscas ao quase contato com a luz da salvação.

E despenca à terra de decaídos, na busca de novo passo às asas pedidas, caso haja essa solução, fora da recuperação das energias da luz primordial. A Doralice, de Trajano, mesmo sem muita consciência, é corajosa, determinada e sempre dona da própria escolha. O livre arbítrio se preserva até o fim do novo começo.

De sonho de Cinderela ao fardo de Ícaro, o drama em tragédia anunciada, nos comentários da personagem-narradora, vai ganhando eixo de boa condução da narrativa. História contada em terceira pessoa. A pessoa da personagem. que abre dialogismo humorado com leitores, quebra o protocolo linear narrativo, brinca com humor e liberdade criativas à lição machadiana.

A escrita de Trajano alinhava expectativas, pelas mãos da personagem-narradora, e revela/esconde, no calor da criação textual, a mora de Doralice.

Em animismo, durante o correr da história, por exemplo, Dora abre a previsão da própria queda, mas a licença poética da pouca compreensão da personagem nada expõe nem a ela, nem aos leitores curiosos que mantêm os olhos na trama.

"Doralice" alça Vanessa Trajano, definitivamente, ao círculo de criadores de boa literatura. Entra no circuito de autoras brasileiras de expressão piauiense, também em prosa, já que poeta.

E, lega aos caçadores de boas leituras uma revelada arte de cumprir arte de escrever.

Filtra temas de memórias cotidianas e reinventa-se ao cunho de criar boa literatura, sem precisar perder o já exercício sincero de compor histórias, em franca expansão das letras ficcionais.

Leitura recomendável a todas as ideias.

fotos/imagem: (divulgação)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Contos da cidade perdida

O descanso
por maneco nascimento

Era madrugada. Trabalhava na conclusão de trabalho acadêmico de conclusão de disciplina. Depois da volta da universidade, planejara concluir o trabalho, não adiar mais para não perder prazos. No avançar da noite, já em princípios de madrugada, a redação fluía boa e nada poderia perturbar o concentrado de Marília de Dirceu e o intertextual com deuses, mitos, heróis e mortais imbuídos entre o Olimpo e a terra de comuns.

Chovia intermitentemente fina, mas contínua, a "molhadeira", como se costuma dizer. As bátegas no telhado ninavam a inspiração ao texto em carruagem acelerada, incontinenti. De mais a pouco, ouviu-se um primeiro sinal a romper o silêncio da noite, embalada pela chuva.

- Anfrísio, Anfrísio...

Do lado de cá da parede, começaram a surgir especulações sobre o que estaria acontecendo para o velho senhor clamar pelo parente, àquela hora. Uma chamada, duas, três... e o silêncio respondia indiferente.

- Anfrísio, Anfrísio, Anfrísio...

Os pedidos repetiam-se, agora mais insistentes e incompassados. A chuva batia no chão, nos telhados e corria em seus filetes de ruídos de água a escorrer. Uma angústia batia pela espera, sem resposta. A chuva, o ruído das águas despencadas sobre mortais protegidos.  A espera. A insistência em chamar pelo filho. O pedido de socorro.

- Anfrísio, Anfrísio, Anfrísio, Anfríííísio...

A voz do velhinho, em insistência de pedido era entre cansada e irritadiça. O silêncio era rei. E o tempo e a hora corriam. Continuava a digitar os arrumados de discurso e persuasão para ganhar força de dominar Marília, imbricada entre romance de amores pastoris da Arcádia brasileira. Tomás Antônio Gonzaga vencera. Ganhara a resistência havida pela lírica árcade. Precisava correr dedos no teclado e ganhar tempo e concluir, ainda àquela noite, o trabalho.

Lá fora, tudo ainda estava como antes e provocado pelas repetidos gritos de socorro.
- Anfrísio, Anfríiiisiooo...

Houve uma mudança. Uma voz de mulher quebrou o frio silencioso da noite e rompeu com uma atitude.

- Anfrísio, teu pai ta te chamando.

Um resmungo veio como atenção à observação da mulher. Mexer-se, levantar-se, riscar fósforo, acender lamparina, abrir de porta, percurso pela cozinha da casa dos reclamados, pelo quintal, abrir de portão de ferro que separava o quintal do casal do quintal da casa do velhinho. Novo percurso, pelo corredor externo de acesso à casa do pai. Abrir de porta, burburinhos de entrada.

- Me ajuda aqui.

O velhinho havia adoecido. De idade avançada já vivera bem e era vizinho dos antigos, do começo da povoação do bairro e rua. Caíra da rede e, sem forças para soerguer-se, ficara ali, estatelado no chão até receber o socorro demorado. Morreu naquele dia, de pneumonia.

Coda – A noite, a chuva, o frio, a demora, a queda. A pneumonia levou o velhinho. Não se sabe se mais rápido pela queda. Foi-se. Descansou, em paz, depois de lutar por socorro solidário, que demorou muito. O socorro chegou para recolocá-lo na rede em que se aquietou, para último sono e sonhos de passagem. Descanso merecido.


(o descanso. m. nascimento. 11.01.2016 às 10h30)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Contos da cidade esquizofrênica

carinho à faca
por maneco nascimento

Às 11h e 39 minutos começou uma discussão na cozinha ao lado.
a mulher - não enche!
A discussão evoluía, envolvia família, ir e vir à casa dos idosos. Era para uma disputa de importância entre parentes, familiares. A mulher veio de lá.
a mulher - Me dá essa faca.
Ouviu-se um estalar. Um som estridente de pano de faca na pele flácida e gorda. O homem aquietou-se de uma insistente conversa que vinha irritando a mulher. Em seguida, ouviu-se um abrir e fechar de portão de ferro corrediço. Barulho peculiar de ferro rompendo ferro, friccionando o trilho. Por duas vezes o portão abriu-se, com meia violência, e depois foi fechado com mais brandura, de contenção nervosa.
Na cozinha havia um bater violento de faca cortando carne. As pancadas reverberavam na base da pia e ganhavam ecos ao tempo e vento. "Tum, tum, tum..."
No resto da casa um silêncio sepulcral, preciso, e colhido à base de violência do pano de faca disciplinador.
As conversas, desde cedo, amiudadas pelo encontro de visitas e outros que seguiram depois, haviam passado. As últimas foram silenciosamente preservadas, interrompidas à força da lâmina de faca tatuada na pele.


Coda - Foi uma manhã de domingo estranha. O mundo está mais violento, selvagem e uns avançam contra os outros, no ambientado da vidinha doméstica, já mais esquizofrênica. É. São tempos de violar respeito e amores prometidos a quem um dia foi a tábua de salvação da vida sonhada.

Coda 2 - Fim de registro da violência amolada a idoso. A faca, esquecer em que carne foi usada.

Coda 3 - O silêncio das horas. De dor e remorsos. De culpas e perdões pensados. De reflexão à mea culpa, ou fingir-se de morto.


PS.: essa é uma obra ficcionada. qualquer semelhança com a realidade seria obra de observação curiosa de personagens saltadas de obras Doyle ou Christie.

Casa nova

Club dos Diários restaurado + Baile dos Artistas
por maneco nascimento

Dia 21 de janeiro serão reabertos o Club dos Diários e Teatro Torquato Neto que, com nova roupagem, poderão acolher as atividades artístico culturais em 2016. 

O Club dos Diários (Galeria, Teatro Torquato Neto e Espaço Cultural "Osório Jr."/BCD), nesta restauração, completa e  de ampliados serviços, terá, junto com Theatro 4 de Setembro, uma das melhores infraestruturas físicas e técnicas para melhor atender a comunidade artístico cultural.

A Inauguração e reabertura:
O Governador do estado, Wellington Dias, entrega oficialmente o Club dos Diários. A entrega das obras concluídas e reabertura do Equipamento cultural será às 10 horas da manhã, no auditório do Teatro "Torquato Neto".

Nas atrações artísticas da reabertura do CB, um trecho do espetáculo litero musical "Geléia Geral", dirigido por Vitorino Rodrigues, com os intérpretes Márcio Felipe Gomes, Alex Cruz, Antoniel Novaiz e Raira Monteiro. 
Também abrilhantam a manhã, o Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Teresina - OST, com Gislene Danielle e Edivan Alves.

A restauração na nova obra:

(CB, fachada, visto da rua/imagem reprodução web)

Os trabalhos de restauração recebidos pelo Club dos Diários incluem uma injeção de reequipamento completo. A última vez que o Club recebeu intervenção foi em 1996, há vinte anos corridos. Pintura, com a cor original do prédio (fachada e área interna), teto recuperado com novas telhas, estrutura de madeira do teto. 

(Club, fachada antiga, visto do jardim/reprodução web)

(novos serviços a novo teto/imagem frank lauro/norma passos)

(novos serviços de forro, pintura e piso/imagem frank lauro/norma passos)


(novos investimentos em todo o Club (Galeria, Teatro "T. Neto", "Osório Jr.", Bar do Club/img. frank lauro/norma passos)

A Galeria recebe piso e novo forro de madeira estilizado à forma do original. Já o Teatro "Torquato Neto" ganha carpetes e revestimento de paredes, forro acústico, camarins e banheiros novos e refrigeração revigorada. E uma nova infraestrutura completa de luz e som.
 (nova pintura, original, piso de calçada e passeio e jardins/imagem m. nascimento)
(obras em fase de conclusão para reabertura da Casa/imagem m. nascimento)

O serviço de Projeção de cinema volta ao auditório do Teatro "Torquato Neto". O novo serviço de projeção recebe a alcunha de "É proibido cochilar" que reativa as sessões de filmes no horário do meio dia que atendem a comerciários e os contumazes cinéfilos do clube do Club dos Diários.

E na noite do dia 21, no horário das 19 horas, acontece o resultado/encerramento da Oficina de Textos Dramáticos - Sketchs de Humor, com o espetáculo "Arrumadinho". As aulas da Oficina foram ministradas por Isis Baião, no período de outubro a dezembro de 2015, no Theatro 4 de Setembro. 

Nos festejos, o Baile:
No dia 22 as baterias estarão aquecidas e voltadas ao Baile dos Artistas. O Baile de Carnaval dos Artistas "Maria da Inglaterra" vem na esteira da inauguração oficial da Galeria restaurada, local do Baile.

O Baile dos Artistas abre o Salão para as tradicionais marchinhas, frevos, fantasias, desfiles e concorrência a prêmios. Começa às 19 horas da sexta feira, 22 de janeiro. O Baile, com histórico tradicional de realização no Club dos Diários, será promovido pela Secretaria de Estado de Cultura do Piauí - Secult e Complexo Cultural Club dos Diários/Theatro 4 de Setembro, numa realização do Governo do Estado.

A animação do Baile dos Artistas, fica por conta de Gabi Carvalho, Vando do Trombone&Fervendo o Frevo, e a Diva foliã Lene Silva&Banda. Também na noite escolhem-se o Rei e a Rainha dos Artistas e a Melhor Fantasia. O prêmio à fantasia mais original, criativa e desenvolta é de R$ 2.000,00 (dois mil reais), entregue na hora.

O passaporte ao Baile é 1kg de alimento não perecível. Os alimentos recolhidos abrigarão duas entidades beneficentes que acolhem e mantém serviços humanitários na capital. 

Serviço:
entrega do Club dos Diários
dia 21 de janeiro, às 10 horas
Baile de Carnaval dos Artistas "Maria da Inglaterra"
dia 22 de janeiro, às 19 horas
entrada 1kg de alimento
informações: 3222 7100/98817 2201/9 9405 0037

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

André de Sousa


Blues soul
por maneco nascimento

Ele toca e bem. De jazz a blues e pop e rock'n soul e instrumentais falantes das cordas de aço de sua guitarra selvagem.

André de Sousa. O músico, compositor e, se cantar, canta bem também. Dos solos, coletivos, band pop, jazz band e variações sonoras outras que pintarem no traço das linhas distendidas e friccionadas das cifras e melodias sentimentais. 

André de Sousa MB. Assim mesmo, com abreviaturas em caixa alta no final do nome, para definir e guardar surpresa, quando a música soltar a voz  à força da virtuose musical experimentada pelo músico.

E, nesta quarta feira, 6 de janeiro de 2016, com a volta do Projeto Boca da Noite, o show fica por conta de André de Sousa. "André de Sousa&Mojo Band" é o nome de assinatura do trabalho solo do artista piauiense. 

Seu show men jazz instrumental será apresentado no Espaço Cultural "Osório Jr."/Bar do Club dos Diários, a partir das 19 horas, no bat local de sempre e para o público contumaz das noites de quarta feira, no Boca da Noite.

André de Sousa é fera nas guitarras, compositor e arranjador, atua no cenário musical de mercado profissional desde 1996. De "sideman" de artistas e bandas, como músico convidado a se apresentar em bandas às quais ele não integra, a artista das próprias composições. No exercício solidário da arte de bem representar já dividiu o palco com diversos artistas em show e festivais, em sua maioria, no Nordeste.

Sendo uno, André é plural e agregador e volta-se ao blues com namoros e levadas de influências de jazz, rock e soul. Múltiplo, acentua talento que o acena à parcerias e divide sonoridades com grandes músicos de blues nacional e internacional. No seu memorial list, Kenny Brown (EUA), Jefferson Gonçalves, Fernando Noronha, Andreas Kisser, Vasco Fae, Donny Nichilo (EUA), Celso Blues Boy, André Matos, Greg Wilson (Blues Etílicos) e Danny Vincent.

No portfólio, dois CDs gravados. O + recente trabalho é "Mojo, Blues e Patoá" que estará disponibilizado ao público ainda neste janeiro. Gravado em Fortaleza (CE) e masterizado em Los Angeles, o CD garante o nome do artista e da arte musical que experiencia em Teresina e alhures.

As homenagens  não poderiam faltar no disco e, lá estão em faixas shows, o rei do baião Luiz Gonzaga e o rei do blues B.B. King, na apresentação de diálogo de aproximação e identidade universal, uma versão, em blues, de "Respeita Januário".

Hoje à noite, 6, Dia de Reis, é também de  blues, jazz e rock'n pop soul de André de Sousa. 

Numa realização do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura do Piauí - Secult, o Projeto Boca da Noite volta com toda força musical neste 2016, sempre nas quartas feiras, às 19 horas, no "Osório Jr."/BCD.

O Projeto garante para a próxima semana a Banda Bugiganga.

Mas, só nesta quarta feira, (6), ela é toda de André de Sousa.



fotos/imagem: (divulgação)