sábado, 26 de novembro de 2011

Escola de Arte

Escola de Arte
por maneco nascimento
A Diretora de teatro e professora da disciplina de Artes do Colégio Odylo de Brito Ramos, Marina Marques, facilitou uma prática de improvisação que envolveu aluno (a)s da disciplina e o ator do Grupo As Petúnias de Teatro, Elizânio Pedro. Um coletivo de quinze estudantes e aprendizes-intérpretes encenou texto do Grupo Galpão.
Atividade extra classe, promovida por iniciativa de Marina Marques e o empenho do grupo envolvido, aconteceu às 19 horas do dia 25 de novembro de 2011, na Praça Aberta do Teatro Municipal João Paulo II, representou uma cena de evangelização e pregação da palavra de Deus aos infiéis e pecadores do mundo de hoje.
Ponto intenso, a entrada da travesti invertido na pele de Elizânio Pedro. Confronto do discurso maniqueísta de céu e inferno e quebra do dramático apresentado pelo pastor e seu grupo de seguidores, a intervenção da travesti impõe-se como a cidadã que reclama seu direito de livre arbítrio e trânsito regular por pontos de logradouros públicos.
Há um tetê-a-téte entre os dois defensores de convicções sociais e sociabilidades representativas da própria identidade. Reflete postura acerca dos direitos cidadão disputados, já naturalmente, por qualquer pessoa que se julgue prejudicada. Esse tema se desenrola de forma brincada e com humor apreciável para o teatro do improviso e do teste de cena na rua.
Marina Marques, com carreira de professora da rede pública de ensino estadual, desenvolve em paralelo à sua vida de docente um exercício da arte também para a cena e, com a turma desse período, propôs trazer os aluno (a)s para a praça e testá-los ao livre ato de encenar.
Escola e arte transversalizam resultados construtivos de interação, integração de conteúdos teóricos e de cotidianos da sociedade que representam e espelham a comunidade natural de qualquer nicho social.
O que se viu foi uma leve intenção de aproximar temas sociais e comportamentais através da arte de interpretar, tendo como suporte de aplicação o palco da educação formal. Muito louvável o propósito e resultado conseguidos. Que não finalize atores e atrizes, mas abertos precedentes da arte de fingir.
Marina Marques e seus discentes emprestam corpo e discurso a uma das + antigas manifestações do sentimento humano, o teatro. Exercitam a escola de arte e a arte escolar de formar cidadãos mais antenados. Cumprem o papel cultural de informação e formação de novos pensadores sociais.
Parabéns a M. Marques, seus aluno (a)s e artistas da cena que despontam não só à arte de aprender a aprender, mas muito + especialmente à arte de apreender conhecimento e atitudes de cultura de sobrevivência sócio-artística.


Violões in Concert

Violões in Concert
por maneco nascimento
O Projeto Violão na Escola, realizado pela Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, pautou música e melodias concentradas no palco do Teatro Municipal João Paulo II, a partir das 19 horas, do dia 25 de novembro de 2011, com refinado repertório da Orquestra de Violões.
Projeto coordenado pelo músico André de Sousa, concretiza-se como arte final na Orquestra de Violões (orquestra escola) composta por aluno (a)s que se destacam na prática de formação e por professores que os orientam nas aulas realizadas.
(André de Sousa - coordenador Projeto Violão na Escola/foto: divulgação)
A Orquestra nasce do Projeto de Violão na Escola, iniciativa que atende aluno (a)s da rede pública de ensino municipal, a partir de aulas gratuitas de musicalização através do violão. Com 23 escolas atualmente assistidas pelo Projeto, em todas as regiões de Teresina, beneficia 600 aluno (a)s numa prática coletiva de ensino de violão e teoria musical.
 O repertório de violões “in concert” à apresentação do dia 25 de novembro variou do clássico ao popular, períodos e estilos. Os violões orquestrados choraram melodias de Mozart, Pixinguinha, Gonzagão, Villa Lobos e Beatles, entre outros.
(Orquestra de Violões de Teresina/foto: divulgação)
Um belo Concerto de cordas mágicas para aliviar ouvidos surdos e cansados de sons envelhecidos e de burburinhos gastos das sonoridades do mundo mass media e suas indústrias culturais da contemporaneidade com audição comprometida.
As cordas falaram + e muito do tudo que se pode conseguir de um bom violão. Dos baiões de Luiz Gonzaga, enfileiraram melodias de João Pernambuco, Assis Santos, Beatles e sua belaEleanor Rigby”, Mozart, Tchaikovsky, Bizet e sua quenteCarmem” e, fechando com chave preciosa o Concerto, ouviu-se prazerosamente os afro-sambas de Baden Power, com “Berimbau” e “Canto de Ossanhanas mãos e dedos dos menestréis da Orquestra.
O regente da Orquestra, F. Vilarinho, aproveitou a oportunidade para apresentar os professores que assistem aos aprendizes das cordas e confirmou que os resultados prospectados têm força em crianças, adolescentes e jovens que recebem formação e são, naturalmente, alçados à escala profissional.
(Felipe Vilarinho - regente da Orquestra de Violões de Teresina/foto: divulgação)
A Orquestra de Violões de Teresina vibrou cordas e cifras delineadas por compositores e arranjadores e deixou sinal sonoro de que a música que se toca na cidade também toca aos novos músicos-criadores que a cidade lança no mercado cultural.
uma boa novidade acenando arte e cultura na pauta musical da cidade e este sinal de novidade atende pelo nome de Orquestra de Violões. Em suas cordas de aço e virtuose humana impõe-se à Teresina para que a cidade aprenda como é bom ver e ouvir tocar um instrumento.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Estudos de casos

Estudo de casos
por maneco nascimento
Estudo Sobre o Corpo No. 0224” - Valdemar Santos e Da Costa e Silva, é o nome de batismo do Solo, de pesquisa e intenções corporais, que o coreógrafo-intérprete estreou, dia 23 de novembro de 2011, a partir das 19 horas, no Palácio da Música. Projeto facilitado pela OPEQsob olhares externos de Beth Bátalli e Luis C. Valecom produção de João Vasconcelos, chega como reforço do repertório da Cia. de dança revelado.
(arte do "Estudo...."/criação de Dino Alves)
Com uma qualidade de humor e traquejo para atrair a atenção e manter o público interlinkado, o coreógrafo Val Santos, em suas tiradas de corpo, dança, movimento e discurso oral, traz uma natural força de aglutinar olhares de amigos, colegas de trabalho e público curioso. E quando o assunto é: "no meu corpo em que me encontro", está sempre muito à vontade para ousadias e devoluções da natureza inquieta e evoluções latentes do corpo-pulso.
Projeto incentivado pela Lei A. Tito Filho, “Estudo Sobre o Corpo No. 0224” inspira-se numa regressão aos primeiros impulsos de aprender a aprender do fazer o corpo falar. Assim Val Santos dá o testemunho e demonstra a prática do observável em corporalizações, a partir de memórias afetivas e deslumbramento pelos primeiros sinais de dança apreendidos em criança.
("Estudo sobre o..."/foto: divulgação)
Mímesis de coreografias de músicas infantis como, “Passarinho quer dançar”, por exemplo, e performances de paquitas de programa da Xuxa, como também as lambadas de Beto Barbosa e afins, ilustram os contatos iniciais que o levaram a descobrir-se bailarino em pontencial, para depois em evolução de limites geográficos e estéticos saltar de Amarante e sentar marca em Teresina, terra capital.
Aqui, na cidade, como mesmo apontou, teve as primeiras impressões de quem já referenciava a dança àquele momento. Entre os nomes destacados, Frank Lauro, Hely Batista, Sidh Ribeiro, Luzia Amélia e “A Dança do Calango”, Fernando Freitas, Socorro Bernabé, Marcelo Evelin. De todas as tendências e perfis composicionais e identitários dos coreógrafos lembrados, fez uma demonstração bem humorada, mas de tônus estético e plástico para corpo de aprendiz de feiticeiro.
O que parece despretensioso carrega um cuidado e determinação da escolha do fazer dança e compor linguagens de corpo em oralidades. Como mesmo defende, é um mix de realidade, ficção, humor e dança que conforma vida pessoal e profissional e delineia uma trajetória que matura propósitos, perspectivas artísticas e valoração do objeto dança como passe livre de superação pessoal.
Espetáculo autobiográfico que repercute intenções de quem defende que começou a dançar no útero da mãe e nunca + parou, Valdemar Santos define, sem qualquer dúvida, com que passos escreve a própria história e, paraEstudo Sobre o Corpo No. 0224”, mantém o fervor de quem escolheu fazer o que pode produzir da melhor forma e o faz em corpo para corpus cultural. 
Para estudo de casos, anatomias e possibilidades intrínsecas do verbo dançar, aplica regência e transitividades que impõem-se com acertada convicção de que só não aprendeu a lição quem não entendeu. Persegue os próprios limites e formas de, pelas cênicas, convencer o público do teatro vivo.
Uma boa pesquisa de figurino(Danilo França) casa com o prático e contemporâneo roteiro que desnuda o ator e aproxima o artista-criador das gentes que representa e com que se identifica. Sua história, recortes e fragmentos artísticos sofrem reelaborados laboratórios para novas invenções que expiam o bailarino, coreógrafo, ator bem humorado e artista de registro profissional comprovado por força burocrática do número 0224 e pela transversalidade do ato de melhor representar.
Estudo Sobre o Corpo No. 0224” - Valdemar Santos e Da Costa e Silva é obra e arte que não foge nem ao histórico, nem ao dinâmico criativo que valida o criador-intérprete Val Santos. Cumpre o papel do artista e do cidadão promoter de sua pesquisa que desvenda corpo e linguagem apropriados da técnica de se representar.

Seu caminho de pedras amarelas está às vistas.












terça-feira, 22 de novembro de 2011

Porque há sempre um começo

Porque há sempre um começo
por maneco nascimento
O Armazém Companhia de Teatro, fazendo valer cursos e circuitos de arte e cena afinadas, passou por Teresina em circulação nacional premiada, via Ministério da Cultura/Petrobrás, nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2011, às 21 horas para a sexta feira e o sábado e 20 horas para o domingo, com a peça “Antes da Coisa Toda Começar” para Direção de Paulo de Moraes e Dramaturgia de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes.
Segundo o diretor de cena, Paulo de Moraes, “Antes da Coisa Toda Começar surge como resposta à angústia da criação. A arte de gerar arte quando tudo parece estranho e cruel (...) entre os escombros de nossa angústia criativa cantamos a potência das primeiras sensações, o júbilo de sentir-se imortal, a capacidade de enxergar o real no irreal (...) que antes da coisa toda começar sempre há a excitação de ser despudoradamente humano (...)”

(fotografia.folha.uol.com.br/mauro kury/divulgação: "antes da coisa toda...")

O que parece ser um lugar comum à primeira impressão, na abertura de cena do espetáculo, vai ganhando forma e energia equilibrada até que lanças nucleares de luz e sons e vida em vagas entre o real e lúdico poético dominam todo o mapa da dramaturgia pensada. Os cenários funcionais, móbiles e de efeitos à magia de Arquimedes, compõem uma eficácia de significantes e significados para atos de cena. Os cenógrafos Paulo de Moraes e Carla Berri marcam bingo!
Maneco Quinderé, transforma a luz artificial em magia de matizes que ambientam os sentimentos, os silêncios e as horas de (in)desejáveis e necessários prazeres da vida experimentada na cena. Tudo se completa para dinâmicas e impressões que passam pela música ao vivo, com Direção Musical de Ricco Viana e pelos figurinos, de Rita Murtinho, complementares das sensações humanas à sinestesia conseguida.
O uso das novas tecnologias, em projeções mimetizadas sobre a cenografia, recheia de novidade o lugar, aparentemente, banal que ganha marca ilustrada por Vídeo de Rico Vilarouca e Renato Vilarouca. A Operação de Luz e Vídeo, de Marcos Martins, recorta com precisão delicada as nuances e contornos das personagens inquietas e vivas. Sem a Técnica de Palco, de Regivaldo Moraes, talvez as rápidas articulações de cenário não fossem tão precisas.
O texto despretensiosamente bem articulado vai enredando o público e, antes da coisa toda ter começado, já se está completamente dominado pelo ritmo célere e pulso sanguíneo do teatro que quebra todas as barreiras e avança sobre terras obscuras na expansão de supernova.

("antes da coisa toda começar"/foto: chico nogueira)

Celebrando a prática teatral, o Armazém Companhia de Teatro assina um tratado de segurança cênica e detém um gracioso exercício para a cena viva e à elegia da tradição reinventada. O elenco, uma sintonia luxuosa. Patrícia Selonik(Zoé) e Thales Coutinho(Téo), cada um a seu turno, detêm independência criativa e talento assegurado.
Marcelo Guerra(irmão de Zoé), em contracena com Patrícia Selonik(Zoé), elabora uma química dramático-econômica para que se imponham como milésimo elemento da tabela periódica ascendente. Rosana Stavis(Léa), é de um bom humor, carga dramática eficientizada e vozeirão de causar inveja, aponta um furacão em espiral de encanto e determinação depurada.
Verônica Rocha e Karla Tenório complementam a alquimia que transmuta terras fartas em ouro de Tales, forjado nas caldeiras de Shakespeare, poeta e mago da dramaturgia de ocidentes e sentimentos incidentais.
“Antes da Coisa Toda Começar”, mesmo antes de se impor com qualificável traquejo, já carrega consigo um barulho bom que vem assomando reverberações, contidas em começo das coisas, que pululam no universo  e contêm sinais de natureza puramente mortais e curiosos. Há sempre um começo a ser recriado e esta é a melhor cena.


("antes da coisa toda começar"/foto: chico nogueira)

domingo, 20 de novembro de 2011

As cores da arte

As cores da arte
por maneco nascimento
A União dos Artistas Plásticos do Piauí – UAPPI abriu nova exposição, na Casa da Cultura de Teresina, no último dia 18 de novembro de 2011, a partir das 19 horas, para um público bem expressivo. Na programação de abertura, uma performance com os atores Avelar Amorim, Silmara Silva e Eri Pegado.
Espíritos clownescos da hora, Silmara e Eri serviram de assistentes ao terceiro elemento do gracejo pictórico, o pintor A. Amorim, que reproduziu em 10 minutos uma imagem do ícone pop Michael Jackson. Impressionável o expressionismo da pintura “7,8”, de improviso, que recorda, homenageia e detém à memória coletiva um dos + representativos ídolos mass media da contemporaneidade.
A 4ª. Exposição Anual da UAPPI fica para agenda pública até 15 de dezembro de 2011, na Galeria de Arte Lucílio de Albuquerque, com horário de visitação entre as 8 da manhã e as 17 horas. Segundo informação do folder da UAPPI, os uappeiros optaram, para esta quarta versão do produto criado, pelo exercício da liberdade em todas as dimensões.


(lado A - folder arte exposição/acervo: UAPPI)

Apresentam os artistas criadores, em suas telas, “(...) a temática, a das técnicas empregadas, a dos estilos, a dos formatos e suportes ( ...)”. Dos 26 artistas com obras publicadas, há Aris Carvalho, Amystron, Avelar Amorim, Beth Nogueira, Beth Paz, Cecília Mendes, Davi Nogueira, Denise Parma, Delma Braga, Dora Parentes, Dadinha Leal, Elda Ribeiro, Ellen Mourão, entre os treze primeiros.


(lado B - folder arte exposição/acervo: UAPPI)
Os outros treze contidos na exposição são F. Stênio, Jacinta Ramos, Josefina Gonçalves, Josett Carmo, Mafa, Marysette Pacchêco, Nasaré Castelo Branco, Portelada, Reisinha, Sara Pessoa, Suzana Góes Carvalho, Vilma Mascarenhas e Yolanda Carvalho. Há juventude e tradição no exposto.
Para os + críticos, há também um clube de senhoras exercitando um brinquedo novo e, aquele(a)s que sempre estariam revendo a prática e técnica à renovação da própria identidade da cultura pictórica. Há exemplos de mandalas e lagartixas (Cecília Mendes), corcéis e mulheres (Dora Parentes), as cores do diverso de Aris Carvalho, Beth Paz, Jacinta Ramos, Amystron, Mafa, entre outr(o)as.
Há também o personalismo aplicado de Avelar Amorim, as sinuoses e sensualidades direcionais de Josefina Gonçalves, a pesquisa constante de Ellen Mourão, a xilogravura assentada de Yolanda Carvalho, as cores naturais e identitárias de Portelada, o original detalhe da técnica à cerâmica de F. Stênio, os avanços consideráveis de Josett Carmo e a sempre novidade de inquietudes bem direcionadas de Dadinha Leal.
Para que não pareça que, excepcionalmente, a UAPPI é uma agremiação feminina, vicejam benditos entre as mulheres Amystron, Portelada, F. Stênio, Davi Nogueira, A. Amorim e José Junior (Jota). E cumprem cotas de pincéis, tintas e cores numa terra de mulheres que ocupam mercados e oportunidades.
(logo UAPPI)
Mas todo o grupo, de 26 artistas visuais desta exposição, produz expressão e riscos e reproduz caminhos de reiteração das artes pictóricas locais. Cada pincelada e técnica resultantes expressam um reforço da identidade e identificação com a obra, a arte e a cultura em movimento dinâmico de aplicação do traquejo sócio cultural e artístico desvendado.
A 4ª. Exposição Anual da UAPPI está dizendo aos homens e mulheres que aprenderam a interpretar os próprios sonhos, que o mundo acorda para dias comuns, mas a natureza humana e a alma inquieta desdobram-se em reinventar o novo mundo e o da arte não está, nunca, descartado.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O que foi feito da vida...

O que foi feito da vida...
por maneco nascimento
“O que foi feito, amigo,/de tudo que a gente sonhou/O que feito da vida,/o que feito do amor...” (O Que Foi Feito Devera/Milton Nascimento)
As tardes adormecem. As noites descansam? E as manhãs não tardam a chegar. Há sempre um recomeço nas vidas de todas as vivências, sejam das existências ribeirinhas, sejam das de núcleos sociais melhor acomodados. Toda a vida viceja suas esperanças e idiossincrasias de natureza de homens e lobos.
As Rocinhas são invadidas, as populações apóiam as campanhas de ressocialização de suas vidas conturbadas, no alcance de liberdades fora das “benesses” do tráfico de influência e violência de civis criminosos e policial aproximados. Eu, “Nem” sei até onde vai o controle oficial das vilas e favelas dos grandes centros urbanos. Sabe-se, flagrantemente, que chefes de tráfico e traficantes descolados têm apoio compensado de determinados homens fardados e de quadro oficial.
(O "Nem", nem ai./foto do acervo: notícias.R7.com)
O certo é que operações policiais que prenderam Antonio Francisco Bonfim Lopes, o “Nem”, na última quinta feira, dia 10 de novembro deste, e a ocupação da Rocinha, zona sul do Rio, já mantinham ligação com a campanha de recuperação das favelas aos cidadãos comuns, reféns do crime organizado e bem pago. Dias antes, numa dessas empreitadas policiais, ocorreu o fatídico incidente em Antares, não o enredo de Érico Veríssimo, mas a crônica real das periferias brasileiras.*
(prisão sem reação. traficante 'Nem"/foto do acervo: notícias.R7.com)
Em Antares, não a estrela, mas a favela de Antares, em Santa Cruz, zona oeste do Rio, um cerco policial acompanhado pela imprensa acabou culminando com a morte de um repórter cinegrafista, Gelson Domingos, empregado da TV Bandeirantes. Um tiro de fuzil, no dia 06 de novembro de 2011, liquidou um pai de família e seus sonhos de manter o Brasil informado. **
(Gelson em ação, guarnecido por policial/foto reprodução TV Globo/G1.globo.com)
Uma assepsia parece merecer urgência às margens de uma olimpíada e uma copa do mundo no país maravilha, que contém também a cidade maravilhosa. As gentes simples comemoram a chegada oficial da polícia,  como uma vitória de guerra civil. Que não deixa de ser uma vitória social. Retirada a maçã podre que parece haver em qualquer força policial brasileira, sobra uma boa maioria integrada da militar, civil, federal e setores de inteligência dessa força de segurança em prática limpa.
Na vidinha comum da cidade de Teresina, corre a sorte sem muita pressa, pelo menos de má sorte das horas sobressaltadas das favelas do Rio de Janeiro, com suas corridas pela sobrevivência entre o agitado fogo cruzado da polícia, dos bandidos, da milícia, da desjustiça. “Por aqui, vive-se muito bem...” (T. Neto). Também temos nossas vilas e favelas, talvez sem a espetacularização dos morros encostados na burguesia.
Notícias que por aqui circulam, as de um motoqueiro fotógrafo que, após um mês desaparecido, é encontrado em estado de decomposição numa sarjeta de 15 metros de altura e o relato de uma testemunha que o transforma num selvagem sobre uma motocicleta que abalroou três e, na sequência, sem testemunha, desapareceu para reaparecer trinta dias depois, a uma distância de cento e cinqüenta metros do local do choque que envolveu outro(a) motoqueiro(a) e caronas.
(corpo de Delson C. Branco/foto Evelin Santos/cidadeverde.com)
A especulação popular acabou envolvendo-o no misterioso caso da moça que voou do prédio da Procuradoria da República, na avenida João XXIII, bairro São João, zona leste de Teresina. A premiada: Fernanda Lages, 19 anos, estudante de Direito que perdeu-se entre o destro e o esquerdo da vida sonhada.


(sentido horário: reconstituição da morte/sorriso1/sorriso2/sapato perdido da liberdade e o prédio da procuradoria da república, cena do crime/foto: canal13.com)

Agora que o corpo do motoqueiro apareceu, escondido no mato sem acesso aos urubus ou olfato humano, Delson Castelo Branco deverá sofrer a perícia oficial que o afaste, definitivamente, das possíveis aproximações com anjo decaído do mirante de prédio público em construção. Suas fotografias de trabalho, seu quase flerte com a mocinha e ligações de carnavais fora de época não devem ter nada a ver com o complicado fim de Fernanda.
Dorme a cidade tranquilamente... menos tranqüila, a cidade de pais e mães de filho(a)s vítimas de mortes abruptas e fora de causas naturais, esta tem pesadelos. A outra cidade continua sua sorte comum de rotinas comuns, abrindo especulações aqui, desconfianças por acolá e reinventando notícias enquanto a lei faz seu papel natural a seu tempo e sua ordem.
O que foi feito da vida e de tudo que a gente sonhou? La vida es sueno. Mas a realidade da vida é de outra natureza.
Pesquisa: matéria de Marcelo Bastos, do R7 | 14/11/2011 às 05h29 | Atualizado em: 14/11/2011 às 10h17*
                Do R7 | 08/11/2011 às 05h40(m0rte cinegrafista)**


sábado, 12 de novembro de 2011

As cidades das gentes

As cidades das gentes
por maneco nascimento
As cidades e as pessoas compõem a alma das sociedades forjadas. As cidades porque abrigo das pessoas, as pessoas porque abraço das cidades. Sem uma ou outra, algo não se completa. Das primevas experiências de reuniões em eixos sociais, núcleos de união de interesses, intenções e reprodução de hábitos é que se construíram as cidades das pessoas e as pessoas das cidades.
(relíquias de Teresina/acervo: paroquiasantajoanadarc...)
Vilarejos, vilas, cidadelas, cidades, centros urbanos e conglomerados contemporâneos, em todos os estágios em que se estruturaram as sociabilidades físico-geográficas, estágios estes ainda repetidos em qualquer parte do mundo das civilizações, sempre houve a presença do idealizador dessas junções das gentes em ambientes de acomodação e sobrevivência. O engenheiro das vidas protegidas pelas sociedades de construtores e das antropologias edificadas.
(Praça PII e antigo prédio que abriga hoje o Centro Artesanal Mestre Dezinho/acervo: www. skyscrapercity.com)
Assim é que temos as cidades das memórias, das velhas e renovadas histórias, as fisicalizadas e as invisíveis. As cidades acompanham a dinâmica das vidas e de seus pares e vão-se modificando a cada novo lampejo de engenharias sociais. É dessa forma que foram erigidas Tebas,Tróia, Roma, Atenas, Egito, Alexandria, entre outras historiografadas. Umas destruídas e refeitas, outras perpetuadas pela ousadia e defesa de geografias político-bélicas.
A imberbe Teresina em seus poucos + de cento e cinquenta e nove anos, nascida às margens do rio Poti, na Vila Velha do Poti e depois transferida para local mais elevado para melhor sobrevivência social, na Chapada do Corisco, vem assumidamente ganhando contornos de modernidade e emendas com as franjas da cidade, as necessárias periferias que pipocam como natural tábua de salvação às moradias das demais gentes.
(Teresina de hoje - avenida João XXIII/foto: juscelino reis)
A velha Teresina subiu a ladeira, fugindo das inundações ribeirinhas e das infecções tropicais. No alto da Jurubeba ganhou contornos de nova Teresina, com igrejas, primeiros prédios públicos e residências oficiais e civis. E, ampliando-se +, subiu rumo leste para atravessar o mesmo Poti já à região leste/sudeste.
(centro velho da cidade/acervo: overmundo.com. br)
Dos casarios do início do século XX, construções de alvenaria para dois pavimentos, alguns sobrevivem no centro velho da cidade e no que avançou no quadrante da Frei Serafim. Algumas decisões + audaciosas derrubaram, em ação de trator, exemplares de moradia de rigor arquitetônico, plantados dessa região.

(vista áerea da Teresina/acervo: www. skyscrapercity.com)

As gentes + humildes foram empurradas às zonas suburbanas por discurso prático de higiene social. Incêndios da década de quarenta, por exemplo, melhor definiram as gentes do centro e as de outras plagas sócio geográficas. As cidadelas de palha nascidas no Barrocão, Piçarra, Vermelha, Porenquanto, entre outras, sofreram o Fogo! feito chuva ardente e “Chuva!” como metáfora à pira dos infernos.
Atualmente e a cada vez +, menos edificações têm sobrevivido no velho centro da cidade. A memória arquitetônica tem paulatinamente sido substituída por estacionamentos e novas edificações ao sopro da contemporaneidade do crescimento urbano comercial.

As gentes proprietárias dos casarios antigos foram mudando-se para novas regiões e as moradias ficaram à mercê de especulações, fechadas e ou abandonadas. Em casos extremos, destruídas para uso de estacionamento. As gentes, donas originais das casas, desapareceram. Os herdeiros preferem, por vezes, passar adiante as “velhas” moradias. Livrar-se do IPTU e dividir o espólio.
(São Benedito e Frei Serafim de alguns anos atrás/acervo: www. skyscrapercity.com)
As vidas das gentes, moradoras do velho centro, perderam-se no tempo. As casas das gentes donas das antigas memórias perderam seu tempo de vida “saudável” e seguem mortas, sem esperança de recuperação dos tempos áureos de existência edificada. Findam-se às novas especulações financeiras.
(Av. Raul Lopes, Ponte Estaiada Isidoro França e Rio Poti/foto: Juscelino Reis)
As casas das gentes simples nos subúrbios e periferias seguem livres. Com paredes caiadas, com cadeiras na calçada, ainda têm vida compensada às gentes que as preservam à própria permanência. As micro cidades, contidas na macro Teresina, também têm suas memórias e suas histórias que contém tempo de continuidade protegida.
A velha Teresina obscurece sua memória arquitetônica, na contra mão da Belo Horizonte em que a iniciativa privada tem recuperado prédios antigos, apropriando-os de vida nova a centros culturais ou repartições públicas.
(Ponte Estaiada Isidoro França e edfício zona leste/foto: Juscelino Reis)
A cidade verde cresce verticalmente e, em nome do progresso, amplia a cortina de fumaça do esquecimento das vidas das gentes e sua antiga cidade. Progressivamente são encurtadas as cidades visíveis. Não sobra às novas gerações nenhuma perspectiva edificada de memória das cidades invisíveis. Dorme a cidade satisfatoriamente.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Carpe Diem


Carpe Diem
por maneco nascimento
Da Wikipédia, a enciclopédia livre, lê-se: Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. É também utilizada como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

(220px. Yvoire_cadran_solaire/coptado: wikipédia, em 11.11.11)
A Expressão pode ser encontrada em “Odes” (I,11.8) do poeta romano Horácio (65 – 8 a.C). Da tradução ao nosso idioma tem-se:
“Tu não indagues (é ímpio saber) qual o fim que a mim e a ti os deuses/tenham dado, Leuconoé, nem recorras aos números babilônicos./Tão melhor é suportar o que será!/ Quer Júpiter te haja concedido muitos invernos,/quer seja o último o que agora debilita o mar Tirreno nas rochas contrapostas,/ que sejas sábia, coes os vinhos e, no espaço breve,/cortes a longa esperança./Enquanto estamos falando, terá fugido o tempo invejoso;/colhe o dia, quanto menos confiada no de amanhã.” (Trad: ACHCAR, Francisco. Lírica e lugar-comum: alguns temas de Horácio e sua presença em português. São Paulo: Edusp, 1994, p. 88)*
Da história:  Literalmente, essa frase significaColhe o dia presente e sê o menos confiante possível no futuro”. Ela foi tirada de versos latinos do poeta Horácio, interessado no epicurismo e no estoicismo (nas suas Odes, I, 11, 8 “A Leuconoe”). Ela resume o poema que a precede e no qual Horácio busca persuadir Leuconoe a aproveitar o momento presente e dele retirar todas as suas alegrias, sem se inquietar nem com o dia nem com a hora de sua morte. *
Nesse 11 de 11 de 2011, próximo das horas entre 12 e 12 e quarenta minutos, a artista Laurenice França reuniu sua equipe de trabalho das árduas e prazerosas ações frente à Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves e bateu martelo sobre decisão de política de sobrevivência moral  de trabalho e ética de manutenção de relações sócio culturais. Afastou-se da pasta de Presidente da FMC.
(Laurenice França/foto: gp1.com.br)
À frente desse trabalho, desde 28 de junho de 2010, foi uma luminar ao aglutinar artistas, técnicos, administrativos, representantes culturais em redor de um projeto de políticas culturais para a cidade de Teresina. Trânsito livre entre políticos e artistas cumpriu papel invejável de referência à arte de transversalizar cultura de ofício e bens intangíveis.
Foi vencida por futricas de meneios caboeleitoreiras, forjadas por gente apregada a gratificações, status indolente do serviço público. E, especialmente, por "donos" de cargos, arcabouçados de total inapetência à realização de políticas públicas de caráter social, coletivo e de alcance fora da moeda de troca, azinhavrada pelo vício do mal servidor público.
Para aqueles que, mesmo com todo o esforço de pessoas de boa fé e vontade facilitadora do desempenho ao latin democrático, nada apreenderam, fica uma dúvida: aprenderão algum dia que aparelhos facilitadores de cultura não podem estar vinculados a cerquinhas de quintais sujos de barganhas políticas?
Quem se esforça tanto para fragilizar projetos de ressonância cultural eficientes, sabe lá, parafraseando o poeta, “o que seja impulso de humana compreensão?”. A cultura da cidade fica + pobre, não só porque mudou a secretária, mas também e talvez porque os políticos com seus atos incontinentes de resultados de urnas, não aprenderam a lição de que artista também é eleitor.
(Laurenice França/ foto: cabeçadecuia.com)
À Laurenice França, uma energia de desejo: carpe diem. “O mundo é grande e pequeno” e a arte sempre salvaguardou a melhor humanidade.

*(Fonte: wikipédia, a enciclopédia livre/pesquisa: 11/11/11, às 16h 40m)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"A Confissão de Lúcio" no Osório Jr.

“A Confissão de Lúcio” no Osório Jr.

O Bar do Clube dos Diários, em seu projeto de arte e cultura manifestadas realiza prática de ocupação cênica, nesta terça feira, dia 08 de novembro de 2011, às 19 horas, no Espaço Cultural Osório Jr., com uma montagem de “A Confissão de Lúcio”, adaptação e direção de Rafael Alves, para o original homônimo do poeta, contista e ficcionista português Mário de Sá Carneiro.

Mário de Sá Carneiro nasceu em 19 de maio de 1890 e morreu na Paris de 26 de abril de 1916. Órfão de mãe aos dois anos de idade, ficou à vigília dos avós. Inicia-se na poesia aos doze anos, aos quinze já traduzia Victor Hugo, aos dezesseis Goethe e Schiller. Aos dezenove, em 1911, em Coimbra, matricula-se na Faculdade de Direito, sem concluir sequer um ano. Em 1912 conhece Fernando Pessoa, seu melhor amigo. Entre 1912 e 1916, já em Paris, realiza sua mais profícua carreira literária. Com os amigos Fernando Pessoa e Almada-Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português, com influências do cosmopolitismo e vanguardas européias, com a pretensão de escandalizar a sociedade burguesa da época. *
(Mário de Sá Carneiro, modernista de primeira linha português/foto: wikipedia)

O Grupo de Teatro ERA, com sede no bairro Vila Bandeirantes surgiu há 3 anos, teve sua iniciação cênica nas dependências do Colégio São Judas Tadeu, no bairro vizinho Primavera Leste. Entre outros trabalhos ao teatro e público escolar, o grupo montou “Beira Rio, Beira Vida”, de Assis Brasil, “Marmotas do Piauí”, de Avelar Amorim, “Iracema”, de José de Alencar e “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco. As adaptações sofridas levaram assinatura de Rafael Alves.

 O ERA apresenta-se com a responsabilidade por uma releitura de um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e membro indispensável da Geração d’Orpheu.
(Cena de "A confissão de Lúcio", montagem do Grupo de Teatro ERA/foto: divulgação)

Sobre “A Confissão de Lúcio”, o enredo se compõe para um dos mocinhos, Lúcio que, em 1895, vai estudar em Paris. Encontra outro português, que o apresenta a uma exótica mulher, a americana Marta, e ao poeta Ricardo. Numa festa promovida pela mulher para indescritível sensualidade em que comparecem os três rapazes portugueses, consolida-se a amizade entre Lúcio e Ricardo. O terceiro homem, Gervásio, some de cena. Após dez meses de amizade e bons papos, em 1896, Ricardo retorna inexplicavelmente a Portugal e troca cartas com Lúcio.

Em 1897, no mês de Dezembro, Lúcio também volta a Portugal e encontra o amigo casado com Marta, ou pelo menos vivendo com ela. Durante vários meses freqüenta a casa do amigo e acaba tornando-se amante de Marta. Um dia descobre que ela tem outro amante, sente ciúmes: "aquele corpo esplêndido, triunfal, dava-se a três homens – três machos se estiraçavam sobre ele, a poluí-lo, a sugá-lo!... Três? Quem sabia se uma multidão? ... e ao mesmo tempo esta idéia me despedaçava, vinha-me um desejo perverso de que assim fosse... " Em 1899, enciumado, espiona a mulher e, com o marido (por acaso), vê quando ela entra na casa do russo. Torturado pelas emoções conflituosas, deixa Portugal e volta para Paris.

Essas e outras emoções que se fecham em “A Confissão de Lúcio” do Grupo de Teatro ERA, são o mote do triângulo amoroso formado pelos atores Rafael Alves, como Ricardo de Lourenzo; Henrich Ronyell, como Lúcio Vaz e Dandara Peixoto, na pele de Marta. Dia 08 de novembro, às 19 horas, no Espaço Cultural Osório Jr., o teatro e literatura portuguesa ganham a cena da cidade na terça cultural do Bar do Clube dos Diários.

(Fonte: wikipédia, a enciclopédia livre/ pesquisa: 07/11/2011, às 18h30m)

sábado, 5 de novembro de 2011

Dia da Cultura

Dia da Cultura
por maneco nascimento

A Casa do Barão, ou Casa da Cultura de Teresina, plantada na Rua Rui Barbosa, centro da cidade, entorno da Praça Saraiva, comemorou nessa manhã, do dia 05 de novembro, o Dia Nacional da Cultura.


(Casa da Cultura de Teresina/ foto: Paulo Tabatinga)

A Casa do Barão, denominação carinhosa, pertenceu a João do Rego Monteiro, primeiro e único Barão de Gurgueia (Baixada do Riacho dos Cavalos, Estanhado - 01 de maio de 1809/União - 08 de dezembro de 1897). Político e fazendeiro, foi comendador da Imperial Ordem da Rosa e coronel da Guarda Nacional. Deputado provincial por quatro legislaturas. (origem: Wikipédia, a enciclopédia livre/pesquisa: 05 de novembro de 2011, 13h03m)
Localizada à contumaz freqüência de estudantes, turistas, amantes da arte e curiosos, é conhecida oficialmente como Casa da Cultura de Teresina. É inaugurada em 12 de agosto de 1994. Edificação do século XIX(entre 1870 e 1880) foi construída pelo senhor João do Rego Monteiro para sede de sua residência. A história registra ainda como posterior sede de quartel e enfermaria. (http://culturapiauiense.webnode.com.br/news/casa-da-cultura-de-teresina/)

 
Entre 1906 e 1911, o Monsenhor  Joaquim d’Almeida instalou seminário no prédio e, em 1913, os herdeiros do Barão venderam a propriedade à Diocese de Teresina . Fechado o seminário, virou residência episcopal na gestão de D. Otaviano Pereira de Albuquerque. Seu substituto, D. Severino Vieira de Melo, reabriu o seminário e construiu anexo, em estilo original, para sua residência. (Idem)
Transferido o seminário para outro local, a Casa recebeu por muitos anos o Departamento de Obras Contra as Secas – DNOCS Piauí e, em seguida, funcionou o Colégio Pedro II por um bom período. Em 1986 o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Piauí. (Idem)
Em 1993, ocorreram as obras de restauração da Casa em convênio firmado entre a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado do Piauí. Concluído o serviço de restauro, em 1994, foi inaugurada a Casa da Cultura de Teresina pelo prefeito Wall Ferraz e governador Guilherme Melo. (Idem)


(Rui Barbosa, o Águia de Haia, c. 1923/foto coptada de: Rui Barbosa, biografia resumida/wikipédia)

A Casa da Cultura, com realização da Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, promove todo ano festa em comemoração ao Dia Nacional da Cultura. A data de 05 de novembro é estabelecida como homenagem ao dia de nascimento de Rui Barbosa, grande intelectual brasileiro, por Lei Federal No. 5.579, de 19 de maio de 1970.


 Rui Barbosa de Oliveira (Salvador - 5 de novembro de 1849/Petrópolis - 1 de março de 1923). Foi jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Dos + brilhantes intelectuais de sua geração, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República, juntamente com Prudente de Morais. Defendeu o federalismo, abolicionismo e promoveu garantias e direitos individuais. Na II Conferência de Paz, em Haia (1907) defendeu princípios da igualdade dos Estados e recebeu o apelido deO Águia de Haia”. (origem: Wikipédia, a enciclopédia livre/pesquisa: 05 de novembro de 2011, 13h50m)
(Rui Barbosa/foto coptada de: www.paralerepensar.com.br/rbarbosa.htm)
Na Casa, de ligações com ilustres personalidades históricas, pode-se nessa manhã cultural de festa ao cabeção Rui Barbosa reunir uma aula ensaio do Balé da Cidade de Teresina, com a apresentação deAtrás da Porta”, coreografia de José Nascimento.

 Os números das oficinas de dança clássica e contemporânea do Teatro Municipal João Paulo II, à manifestação, foramA Magia da Lâmpada”, “Shibu” e “Pequenas no chorinho”, de Graciane Sousa e “Os 3 Meninos – biscoito de água e sal”, de Beth Bátalli.

Para a poesia, os poetas homenageados foram Carlos Drummond de Andrade, “Morte do Leiteiro” e Salgado Maranhão,Caniboy”, na performance de Maneco Nascimento. Na sequência, o Grupo Corpos de Teatro, com trechos deA Folia de Reis”, texto e direção de Adalmir Miranda.

Nas atividades simultâneas, as oficinas de Cinema, com Monteiro Jr., de Argila, com Jefferson Soares, de Desenho e Pintura, com Gabriel Archanjo e a de Caricatura ao vivo, com Dino Alves.

Para o dia de Rui Barbosa e Dia Nacional da Cultura, nada melhor que arte e cultura manifestadas na Casa da Cultura. Teresina é “must!”

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mocambinho - o filme.

Mocambinho, o filme
por maneco nascimento
Uma das novidades que atraiu convidados à Sala Torquato Neto, na noite do dia 01 de novembro, às 20 horas, foi a sessão de pré-estréia do filme “Mocambinho – o filme”, roteirizado e dirigido por Franklin Pires. Uma “película” que, segundo o diretor, realizada em apenas trinta dias, reúne histórias verossimilhantes com o mundo real do bairro da zona norte da cidade.
Romances entrecruzam-se na ficção e sempre numa picardia de natureza franklinpireana para escorpiões e lacraias. Há uma radiografia daquela micro-cidade com sua noite de gatos pardos, bares, churrascarias, ruas e avenidas e seu movimento de horas e tempo dinâmicos e o comércio natural de vidas e sobrevivências contumazes.
(arte cartaz "Mocambinho- o filme"/foto: divulgação)

A linguagem de Pires está impregnada no texto de roteiro eficaz ao projeto, nas tomadas de claros e escuros das almas e espíritos livres de qualquer bairro e civilização pós-moderna. Como a própria identidade do filme se anuncia, desde as primeiras e bucólicas cenas, tudo está enredado ao drama, romance e comédia. Só não ri quem não quiser, ou estiver no cinema errado, no programa fora de órbita saudável.
(Banda Penosa de "Mocambinho - o filme"/foto: divulgação)

Há, da direção de fotografia, uma boa valorização do bairro. Cenas aéreas, noturnas, ruas suburbanas e suas tiradas de simplicidade, o mercado das carnes, o comércio das frutas e frutos, peixes e víveres de todas as necessidades.
Para os romances transversalizados, tem-se o do vendedor de pastéis com a filha “virgem” do pastor; o da transexual com o dançarino de banda de suing/quebradeira e, no terceiro vértice, o do vocalista da Banda Penosa, “comedor” das mocinhas desprotegidas e macho alfa das dançarinas e das “piabas” da rede.
 F. Pires, também produtor do filme, empresta-se para viver o vocalista da Banda de quebradeira e apresenta-se com um humor de correspondência corporal forjado à veia padrão de personagens de bandas de forró e suingueira. Domina o estilo e convence.
 A vestuária e adereços completam o perfil do vocalista em vias de celebrização. O acompanham, compondo a Banda Penosa, as personagens-dançarinas compostas por Cleide Fernando e Nayara Fabrícia, uma dupla dinâmica necessária e divertida. Fecha o conjunto, Bruno Lima, o dançarino-galã de segundo turno.
Do núcleo família de Claudenor/Karina, destaques para a avó, Edith Rosa, entre o dramalhão e um humor particularmente divertido; Carmem Carvalho (mãe), uma viúva para desempenho assentado. Fica bem no cinema, comove nas cenas dramáticas; João Vasconcelos (tio), um misto dele mesmo com tiradas naturais para efeito do bom riso. E a criança, Nathalia Cavalcanti, no cumprimento do seu papel de interferente na família muito doida, está à vontade.
Gleyciane Pires na pele da transexual, um charme, beleza e elegância ao menino que volta da Europa mulher feita. Desenvolve uma boa química com Bruno Lima, o dançarino da banda que se apaixona pela moça que mija em pé. Numa intertextualidade com “Quanto mais quente, melhor”, de Billy Wilder, o roteiro copta que mesmo nas periferias latino-americanas os detalhes são descartáveis à conversão do final feliz.
(Cenas de "Mocambinho - o filme/foto: divulgação)
No núcleo da mocinha, filha do pastor e seu romance pastelão com o vendedor de salgados, o envolvimento se finaliza ao público. Ítalo Falcão, dentro de sua natural interpretação, preenche o vídeo de plástica consumível pelas indústrias culturais e recebe um reforço de beleza e concentração dramático-econômica, para trocar fichinhas, de Nayara Vanise. O casal água com chocolate desempenha bem suas conotações artísticas e tem em Francisco Augusto, o pastor, um confronto de gerações e diverso de atuação.
O filme, uma colcha de retalhos com alinhavo histriônico em que trinta atores dão seu recado e convertem o público ao riso e entretenimento e recheia o público de novidades corriqueiras, mas de identidade imediata.  Alex Zantelli, dono da Lan House, é show. Valdemar Santos, como o travesti La Toya, abandonado pelo mocinho-dançarino, preenche um riso a + à tragicomédia deslanchada.

Os vizinhos Odirene dos Santos, Ana Carvalho, Nilda Neres, Camila Karen, José Dantas e as demais personagens que vão sendo enxertadas, à medida que o humor e enredo exigem, cumprem seu papel sem “frescuras” e empenham diretrizes de F. Pires.
Completam o time, para ganhar, Madeleine Alcântara, Danilo França, Junior Vieira, Laura Marques, Leo Corpão, Dionny Arthuro, Diana Preta e Dani Lacet. Yara Vaz, a dançarina da boite de  polydance, um espetáculo de performance a olhos vistos.
Mocambinho – o filme, vem com sua força de furacão para desvendar risos, encantamentos, despeitos e graves desejos de que não dê certo. A fórmula é própria e o empenho é coletivo. Quem quiser que invente outro, esse mote já tem assinatura.
Elenco técnico:

Roteiro, direção e edição: Franklin Pires
Pós Produção: Sergio Lima
Imagens: Franklin Pires e Bruno Lima
Produção: Danilo França
Sonorização: Sergio Lima e Reinaldo Fernandes
Colorização: Jean Marcelo