por maneco nascimento
Um escaravelho negro, asas ilustradas com bandeirinhas volpianas, pousado sobre capa grená define a arte do disco que Ravel Rodrigues deve lançar, em Teresina, nesse janeiro de 2015.
Projeto Gráfico de Cavalcante Veras e arte de Joniel, a primeira pele do CD Ravel Rodrigues se impõe em delicadeza plástica, economia estética, cores emblemáticas se complementam e atraem o inseto em movimento, que de cérebro vazado à cor de domínio da arte capa se instala e se comunica aos tons e matizes que o absorvem.
(capa cd Ravel Rodriges/divulgação)
"Louvando love" abre o disco e amplia um xote contemporâneo com variações suingadas que reverbera ao amor, beijos da boca do acaso, sejam de bocas banguelas ou rememorem imagens de velas da procissão. "Pé d'Água" desliza memórias afetivas que cardiogramam atenção a instrumentos naturalizados em pesquisas de identidade musical e extemporâneas sonoridades composicionais a umas e outras memórias nativas.
A terceira faixa, "Bom Combate", um bom ritmo "suinguing" que cutuca a fera e fere a mão no embalo da canção autoral e personalizada, reflexiva de educação ambiental e crítica ao metanimal que abriga "feromônios" e tem coração (in)alcançável, mas humano. A canção se finaliza em vozes de pássaros, licenciando poesia.
A quarta faixa traz o "Recado", romântico pop de horas (in)certas, relógios, paradas do tempo do coração que assertiva encontrar-se amando, sentado no banco da praça. Música para contemporâneos concretos da nova canção que por aqui se experimenta e surte sons.
"Fica a dica", quinta faixa, "só tô te dando toque pra você ficar também" ligado na sincopada "eletrônic mangue beat" a baixo e guitarra assinaladas que dão toques de atração sonoras. "In De Gente" fecha o disco que Ravel Rodrigues apresenta em seis faixas pulsantes.
A sexta canção vigora a ritmos e pulsos de linguagem rap concentrada no próprio estilo de visitar e relê caminhos da mesma cepa linguística da música que universaliza poeta, poesia, melodias e exercita sampler a brinquedos renovados a leituras de autor e compositor, com gosto de juventude que essa nova brisa canta.
Rodrigues se desdobra na arte de compor, cantar, violão, guitarra, baixo, percussão, teclado, programação, produção, gravação, mix e master para afinar seu próprio projeto de protestar cultura de subsistência, sobrevivência e agressiva atuação sem perder a ternura jamais.
Foge do comercial e se desvia das indústrias culturais de tradição de mercados e futuros, mas emplaca voz discreta, canção de Ravel aos Rodrigues e outros sobrenomes que compõem a aldeia cultural da cidade verde matiz de propósitos e esperança artística.
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