quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Evoé, Teatro "Nazaré"!

bota, no Bolso, novas cenas
por maneco nascimento

Era 13 de dezembro, noite de sábado. Em dia que se comemora o nascimento do Rei do Baião, Luiz Lula Lua Gonzaga, também era aberto, na cidade, um novo equipamento cultural. Uma Casa de espetáculo, independente e fora dos circuitos de espaços públicos oficiais, na região da grande Dirceu.

O Teatro "Maria de Nazaré Néri" nasceu da ideia e persistência do ator, diretor, dramaturgo, Wilson Gomes de Sousa que, num ímpeto de feliz iniciativa, argamassou insistida ação de construir, ao lado de sua residência, uma Casa para receber espetáculos, ensaios e encontros de louvores e chegadas ao deus Baco e sua redimensão da arte e mímesis da natureza humana a espíritos, rituais e ritos da cena dramática.

Em cada tijolo, barro, areia, pedra, cimento, operário e construção, um investimento na ópera ardente, erigindo um templo de arte, cultura em favor do exercício do fingimento e práxis de dizer ao outro o dito e o interdito na linguagem do teatro Casa que acolha o teatro Ato de imitar a própria natureza ampliada à fantasia, lúdico e expressão artística cênica. Expectativas plantadas na arquitetura erguida e feito obra pronta, Teatro "Nazaré".

Naquela noite, de 13 de dezembro, os amigos chegaram, os vizinhos encostaram, os parceiros pequenos empresários, apoiadores de sempre, compareceram, a família confiante e artistas, atores, crianças, velhos, jovens, jornalistas, blogueiros e fotógrafos telemóveis de plantão acorreram à novidade. Todos vieram ver, registrar, participar da alegria de Wilson Gomes que entregava à comunidade um Teatro de Bolso.

No corte de fita, as palavras de recepção de Sandra Farias, em acolhida aos presentes. Eram 20h48 e Fátima Carvalho, amiga de longa data, também fez vez da palavra para confirmar a luta do artista em erguer sozinho, com seu próprio esforço e recurso, aquela que seria, a partir daquele momento, um centro de agregação da arte do teatro. Fita descerrada, público adentra e acomoda-se para assistir ao espetáculo convidado à noite.



"Flor de Mandacaru", texto e direção de André Ribeiro, montagem da Cia Fama Teatro, de Caxias - Maranhão, abrilhantou a solene abertura do Teatro de Bolso. Companhia convidada à abertura do Teatro de Bolso "Nazaré", prontamente aceitou e cumpriu votos cênicos não só ao ritual de passagem de construção à finalização como matéria prima, irmã, mãe, entregue a campo de atuação prática, como também comemorou triplamente a data e os artistas.

Naquele 13 de dezembro, recebiam homenagens o aniversariante da data, o Lua do sertão nordestino, com espetáculo temático variável entre os sucessos de memórias afetivas do agreste e canções do memorial da terra do "Norte" brasileiro; a mãe do ator Wilson Gomes, a dona Maria de Nazaré Néri (in Memoriam) e o próprio artista, proprietário da Casa de espetáculo, Wilson Gomes, em seus 37 anos de carreira ao teatro amador piauiense.

 (Flor de mandacaru e o mocinho, seu amor/acervo da Cia Fama Teatro)

Da Cia Fama Teatro, para "Flor de Mandacaru", um enredo de grupo mambembe que viaja os vilarejos, vilas e cidades, apresentando seus dramas e comédias. Na trama, um drama em tragédia contida na tragédia romântica de morte do mocinho e seguir caminho da mocinha, enredada na perda do amado. O metateatro repete a morte e a morte do bom rapaz, na peça encenada na peça, e na vida real da trupe que representa a vida del'arte na dramaturgia encenada do Grupo.
 

 (cena de Flor de Mandacaru/acervo da Cia Fama Teatro)

O elenco canta, dança passos populares a xotes e xaxados nos pés e geografia espacializada no drama, representa metalinguismo de expressão trágico em deslizar de ações também ao risível e humor provocado ao eixo de intenção clownesca versejada. Sucessos de Gonzaga permeiam a narrativa do Grupo viajor e ilustram adaptação à base do cancioneiro gonzaguiano.

A Cia Fama Teatro engrandeceu a própria arte, enquanto solidarizou performance do teatro caxiense, durante as festas de abertura do Teatro de Bolso "Maria de Nazaré Néri". Alegria, verve de viver e fazer teatro e compromisso, com o movimento de sobrevivência teatral, em município maranhense que envereda dialogismo com a cena e centro de dinâmicas de teatro de persistência em Teresina.

 (elenco da Cia Fama Teatro/acervo da Cia.)

De parabéns estão a Cia maranhense convidada a compor a inauguração do Teatro "Nazaré", convocada a ritualizar festas em louvor aos deuses conspiradores da arte dramática e de labor de mortais, condutores dessa arte que a todos encanta e instrui em manter acesa o ato de ser e estar Teatro Casa e Teatro ação cênica.

Somam-se aos parabéns o proprietário do Teatro de Bolso, Wilson Gomes, os artistas das cênicas da cidade e a comunidade do Bairro Extrema - Parque Jurema, que agora detém sua própria Casa de espetáculos para conferir o que Teresina tem para mostrar lá, em seu local de interação e convivência comunitária.

Wilson Gomes de Sousa e seus parceiros finalistas desse projeto, engajados em virem o sonho do Teatro de Bolso realizado, devemos a eles respeito e admiração por darem à cidade obra concluída, o Teatro de Bolso "Maria de Nazaré Néri".

Evoé, Teatro "Nazaré"!

Serviço:
Teatro "Maria de Nazaré Néri"
inaugurado dia 13 de dezembro de 2014
endereço - Rua Desembargador Antero Resende, 4535
bairro Extrema - Parque Jurema
próximo à Cavalaria do Comando da PMPI
"xis" com o Mercadinho Braz

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