parabéns, pra você!
(Raimunda Pinto, Sim Senhor! [Pellé, KK, Moisés e Jorge Carlo/acervo Harém)
Hoje é Dia D comemorar 29 anos do Harém Pictures de Teatro, ou como é + conhecido, Grupo Harém de Teatro. Beirando à meia idade, o Harém tem dado uma grande contribuição às cênicas locais e, expressivamente, reconhecido nacionalmente por sua linguagem, particular, de humor cáustico, histriônico e que repercute o homem brasileiro no centro da cena, como sempre defendeu um de seus fundadores e diretor de cena e dramaturgia de palco, Arimatan Martins.
(O Assassinato do Anão do Caralho Grande [Bid, Marcel, Layane, Ozanan, Joãos Vascô, KK, Pellé e Fefê/acervo Harém)
Falar do Harém, sem chover no molhado, é dizer da ousadia, persistência, investimento de formação e reforço de plateia local e detentor de números de prêmios e reconhecimento aqui e alhures, para ninguém botar defeito. Mas, caso haja defeito, que ninguém é Deus, e Baco não se nega, é do ofício, da natureza das experiências e, na linguagem dramática, falha trágica para refletir e transformar-se a si mesmo e a quem acompanha, tieta e faz parte do show de cena hareniano.
(A Casa de Bernarda Alba [Fefê, Bid, Maneco, Tércia e KK]/acervo Harém)
Em 19 anos que estive no Harém, mesmo tempo de duração do fenômeno de público, Raimunda Pinto, Sim Senhor!, texto de Chico Pereira da Silva, natural de Campo Maior, com direção de Arimatan Martins, nada a declarar que não sejam elogios, respeito, orgulho e afinidade de estéticas. O Harém urge presença e teatro que representa muito bem ao estado e à nação de dramaturgia, por excelência, brasileira. "Doelha a quem doelha", o Harém se garante e "não está prosa", está prosa , teatro, poesia, luz, sons, fotografia, pintura e os silêncios e respostas da ciência criativa dramática.
(Macacos Me Mordam - A Comédia [Fefê, KK, Kiko]/acervo Harém)
Da diretoria, "hardcore", chega essa informação de memória e história do teatro piauiense, hareniano, que reproduzo abaixo. Obrigado, KK, pela garimpagem que lança a olhares de quem tem fé, crença e atração teatral pelo nome Harém.
(Abrigo São Loucas [Pellé, Fefê, KK]/acervo Harém)
"GRUPO
HARÉM DE TEATRO – ANO 29
O Grupo Harém de Teatro surgiu em Teresina durante a realização da SEMANA CHICO PEREIRA, no mês de Dezembro de 1985, em homenagem ao grande dramaturgo piauiense, reconhecido nacionalmente. O Grupo apresentou a peça Os Dois Amores de Lampião antes de Maria Bonita e Só Agora Revelados, e depois se uniu ao espetáculo Raimunda Jovita na Roleta da Vida, formando junto com Raimunda Pinto, Sim Senhor! e Ramanda e Rudá a tetralogia RAIMUNDA, RAIMUNDA.
A montagem do Grupo Harém teve grande repercussão em Teresina, conseguindo diversificar o público, tornando assim o teatro moderno mais popular. Depois de grande sucesso no Estado do Piauí, o Grupo foi representar o Estado em festivais nacionais, com merecido destaque.
Em 1987 apresenta na abertura do “VII Salão de Humor do Piauí”, o espetáculo A Farsa do Advogado Pathelin, de autor anônimo do Século XVI.
Em 1992 o Grupo monta a peça Raimunda Pinto, Sim Senhor!, de Francisco Pereira da Silva (Chico Pereira), alcançando grande sucesso de crítica e público. Contabilizando mais de 1.000 (mil) apresentações no Piauí e em diversas capitais brasileiras. Participou de 04 (quatro) festivais nacionais, recebendo 14 (quatorze) prêmios, nas mais diversas categorias: ator, direção, música, ator-coadjuvante, etc.
Em Julho de 1994, participa da “Temporada Nacional de Teatro, em Brasília – DF”, que aconteceu no Teatro Dulcina, sendo considerado o Melhor Espetáculo. No mesmo ano faz temporada no Teatro Cacilda Becker e Teatro Noel Rosa, no Rio de Janeiro - RJ. Ainda em 1994 monta o espetáculo infantil O Cavalinho Azul, de Maria Clara Machado, com boa recepção por parte do público piauiense.
Em 1996 monta o espetáculo Auto do Lampião no Além, de Gomes Campos, trazendo para compor a equipe técnica os profissionais: Maneco Quinderé, criador do projeto de luz em conjunto com o iluminador do Grupo; a figurinista Bizza Viana (figurinos e cenário) e a coreógrafa Lenora Lobo para desenvolver o trabalho de corpo do elenco. O espetáculo recebeu 06 (seis) prêmios no “IX Festival Nacional de Teatro de São Mateus – ES” e esse espetáculo foi escolhido para representar o Piauí no “Festival Brasileiro de Teatro de Erechim – RS”.
Em 1997 o Grupo é agraciado com o Prêmio de Mérito Lusófono, concedido pela Fundação Luso-Brasileira Para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa no Mundo / Ministério da Cultura de Portugal.
Em 1999 é convidado a participar da 4ª Edição de “Sementes Mostra Internacional de Teatro Para o Pequeno Público”, em Almada – Portugal, com o espetáculo O Princês do Piauí, de Benjamin Santos, que estreou no dia 30 de Maio no Fórum Municipal Romeu Correia.
No mês de Dezembro de 2005 estreia o espetáculo Harém Conta o Assassinato do Anão do Caralho Grande, uma adaptação da obra O Assassinato do Anão do Caralho Grande, de Plínio Marcos, fazendo uma grande homenagem aos circos populares.
Em 2008 o Grupo é agraciado com a aprovação de um Ponto de Cultura denominado Nos Trilhos do Teatro com a proposta de desenvolver cursos nas áreas técnicas das artes cênicas.
Ainda em 2008 realiza com grande sucesso de público e de crítica o I Festival de Teatro Lusófono (FESTLUSO), ocorrido de 24 a 30 de Agosto com a realização de palestras, mesas redondas, oficinas, apresentações de espetáculos do Brasil, Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e a presença de nomes das cênicas com a atriz Lucélia Santos, o dramaturgo Mário Bortolotto, o diretor de teatro José Martinez Correia – que apresentou uma Palestra-Espetáculo 50 Anos do Teatro Oficina, o encenador Rogério de Carvalho (Portugal), o dramaturgo Júlio Conte, o diretor teatral Hamilton Vaz Pereira, a encenadora Gi Cañamero (Portugal), a coreografa Lenora Lobo, o encenador e ator Do Petro Dikota, a atriz e escritora Isabel João Vicente (Angola), Bárbara Santos (Centro de Teatro do Oprimido), o dramaturgo João Branco (Cabo Verde), o encenador João Vasco (Portugal), o diretor Pedro Domingues e o ator Clemente Tsambe (Moçambique).
No ano de 2009 realiza a segunda edição do FESTLUSO, no período de 22 a 28 de agosto, na cidade de Teresina. Em Dezembro estreia o espetáculo A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca com temporadas no espaço Cultura Trilhos, em Teresina - PI, Fortaleza - CE, Rio de Janeiro - RJ e São Paulo - SP.
Em 2010 estreia em coprodução com o Teatro Extremo de Portugal, Quando as Maquinas Param, de Plínio Marcos, com apresentações em Teresina-PI e 10 cidades de Portugal.
Em 2012 o Grupo passa a desenvolver um projeto de trabalhos autorais denominado de “tetralogia hareniana”, iniciando com o espetáculo Macacos Me Mordam - A Comédia abordando a temática “arte ciência”.
Em 2013 estreia o espetáculo Abrigo São Loucas com a temática “arte e política” em que o autor faz um inventário da política local, que não deixa de ser a nacional." (acervo memória Harém, através de facecastro/acesso 12. 11. 2014, às 10h29)
Salve o passaporte à meia idade hareniana. Que venham + Harém e sua maneira própria de atravessar a cena, cumprir ritos, rituais e sinais de linguagem, e transitar entre popular e academia, de fazer teatral, e manter a chama acesa na Casa do teatro amador piauiense em repercussão da cena nacional.
Evoé, bravos artistas!
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