quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O vício do vício

pratique em casa
por maneco nascimento

Vivemos, graças a Deus, sociedades + liberadas em que mulheres, no RS, podem correr nuas e livremente nas ruas; podemos alardear, publicamente, nossas convicções políticas, religiosas, de orientação sexual; de livre arbítrio às conquistas cidadãs que, declaradamente, os direitos humanos buscam, lutam e reverberam ao olhar de sensibilidade e apreensão que valorizem a natureza humana e suas, também idiossincrasias, caso estejam na pauta da defesa de direitos cidadãos.

Mas nem tudo poderia ser liberalidades, caso não se tenha ainda passado por discussões populares + afirmativas e ou declaradas por Leis, ou discriminação. Seria o que rezam as convenções sócio democráticas. Senão, vejamos. O uso da maconha é de natureza humana. De coptação das civilizações primitivas, o uso desse entorpecente ganhou o urbano e virou negócio de negócios, seja do tráfico, violência disfarçada, da dependência que movimenta o capital de outrem, seja do prazer que possa dar ao usuário.

Aliás, enquanto ciência, pesquisas e direcional à saúde, o uso da maconha para fins medicinais é um bem necessário e a humanidade, seguramente, agradecerá os avanços científicos e humanitários a partir da “cannabis sativa”, mas usar em afronta aos espaços de convivência de quem também não usa, nem é apólogo de drogas, beira ao discurso que precipitaria, talvez, ao passo em falso de liberdades.

Sem moralismos, use quem quiser e como quiser. Mas, enquanto não discriminado o uso dessa substância que dá “um barato”, o “chá”, a “bolacha”, o “beque”, ou qualquer outra designação criativa que venha a levar, a maconha ainda estaria reservada a lugares + particulares, domésticos, familiares, de grupos fechados, ou em veias de adrenalina perseguida, porquanto ainda for tabu fumar maconha em qualquer lugar.

Fumar maconha em mesa de bar, plantado dentro de Complexo Cultural do Estado, seria no mínimo descortês com outras pessoas que, necessariamente, não precisam conviver com usuários de drogas, ainda ilícitas. A administração do Bar e demais clientes não precisam deste expediente, haja vista o local não ser clube de usuários de maconha.

Alguns meses, ou dois anos atrás, o mesmo estabelecimento sofreu um incidente similar. Uma professora pedagoga achou natural acender um cigarro de maconha no balcão do Bar do Clube dos Diários. À época, o mesmo administrador concessionário do Bar combateu a atitude libertária da professora pedagoga, solicitando que ela procurasse outro local para fumar seu prazer.
(espaço de convivência sócio cultural/imagem reprodução)

O assunto foi tornado público, através das redes sociais, ela desapareceu do estabelecimento por alguns meses e retornou quando as eleições indicavam a volta, pelas urnas, do governador eleito pelo PT. Arvorada de militante das fileiras petistas e gozando de proximidade com o senhor governador/senador e futuro governador do estado do Piauí a partir de janeiro de 2015.

Falar alto, riso + alto ainda, discutir teorias de senso comum como se cantasse a pedra de roseta, tornar-se centro de atração pelo desgaste do muito ruído na comunicação e barulho estridulante, por nada, às vezes, incomoda quem aprendeu a, pelo menos, sonhar com “o silêncio das línguas cansadas” (tavito e zé rodrix: casa no campo).

Assim a professora pedagoga, que parece ter aprendido ao risco das orelhas de livro a pedagogia que leva para vida, vai empurrando às custas da barriga seu modus operandis, de gritar para intimidar e fazer parecer que se está falando é com ela e que quem não gostar, que vá reclamar pro vazio. Mas, o mundo é de bons ouvintes, pois a pedagogia da construção de troca, de aprender a aprender e ouvir +. Melhor ainda seria um mundo interacional, de boas conversas, didáticas e dialética de aproximação, agregação e não de resistência à pessoa da pessoa que se se apresenta ao convívio comum das horas de diversão e entretenimento seu e dos outros também.

Na noite do dia 11 de novembro de 2014, a professora pedagoga voltou a atrair a atenção para seu maneirismo de parecer vítima, quando não parece conseguir a sintonia de quem precisa sobreviver a partir de regras de boa convivência e observação de direitos e deveres na relação social.
(BCD/imagem reprodução)

A professora pedagoga sentou-se à mesa do Bar do Clube dos Diários e, lá para tantas em companhia de uma ex-aluna da Escola de Teatro do Estado, acenderam um “beque” e, na proximidade da mureta que dá acesso à rua 13 de Maio, marcaram pontos à própria felicidade. O concessionário do Bar foi reclamar da ação das moças e, num acesso de zelo pelo espaço que está sob sua tutela, acabou, segundo a professora pedagoga, ofendendo-as.

A profa. pedagoga disse ter sido tratada como moleca e que estava vindo do trabalho, saindo da sala de aula e o que “tem eu ter o meu chá?” e gostar de usar. Não se questiona as preferências, gostos, usos e satisfações. 

O que talvez esteja em questão é que, enquanto não seja discriminado o uso de maconha, em qualquer espaço da cidade e do país, regula-se em suas particularidades para usufruto de seus prazeres entorpecentes em seus espaços contumazes, que não é o Bar do Clube dos Diários.
(equipamento cultural Clube dos Diários/imagem reprodução)

Local de frequência distinta e diversa, é espaço para artistas, professores, pedagogos, militares, agentes comerciais, fazendários, turistas, curiosos, transeuntes, pedintes, engraxates e toda sorte de passeantes, inclusive usuários de maconha, mas seguramente não é clube de usuários.

Então, por que a ofensa por receber a reclamação? Ofendido ficasse o concessionário do Bar, afinal não faz apologia ao uso de drogas. O que no senso comum já seria espaço de "libertinos", acaba contribuindo, a atitude da professora e da aluna, em acentuar imagem que não gostaria de ter o espaço de livres iniciativas culturais. Com dez testemunhas, só amigos presentes, ou nenhuma pessoa “careta”, o Bar não deveria abrir referência de local a uso de drogas.

A professora pedagoga, ainda alegou que não deixaria de frequentar o Bar, que aquele seria o único espaço que reúne artistas e amigos comuns e que alguns artistas vivem amarrados ao medo de perder espaço.

Senhora professora pedagoga, invista na pedagogia das leituras do mundo, sem se vitimizar e fazer parecer que o mundo é “careta” e estaria contra suas atitudes. Não. O que não é possível, é que pareça natural que uma profissional das fileiras da arte de educar e formar cidadãos queira deformar o discurso alheio, a partir da imposição do próprio discurso de liberdades protegidas pelas expectativas de cargos e legendas políticas e poder de sombra à afeição política.

+ trabalho, + pedagogia da construção social de direitos e respeito aos deveres sociais e política de tangenciar-se entre os iguais e diferentes, sem ostentação de poder alheio encamisado em benefício próprio. Não se discute a quem “pertencerá” o Bar do Clube dos Diários, quando janeiro chegar.

O que se espera é que se sonhe, sempre, com a liberdade de manter um equipamento cultural da cidade e do centro, quase morto de Teresina, como um local que receba a todos, indistintamente, mas que mantenha os hábitos naturais dos que vêm pra ficar e os que vão para sempre voltar. Sem ter que conviver com usuários de maconha, impondo seu prazer e tendo, ainda, como testemunhas pessoas que não precisam conviver com essa preferência, e até meninos, em situação de vulnerabilidade, arriscando encostar para pedir um “tapinha”.

Senhor futuro e já eleito governador do estado do Piauí, excelentíssimo W. Dias, o Bar é público e pode naturalmente ser ocupado por quem quer que sua caneta apontar, é justo, democrático e da decisão do cargo que ocupará. Mas, seguramente, não é laboratório de formação a clube de dependentes químicos. Eu, embora artista e não “careta” não vejo como normal, acender um cigarro “de chá” em mesa de bar do Complexo Cultural Clube dos Diários/Theatro 4 de Setembro.
(Clube dos Diários/imagem reprodução)

E, tenho dito, meus peitos não tão grandes assim servem para exercício muscular de respiração, proteção frontal de pulmões e órgãos circunvizinhos e, quando brade, que seja por questões + de construtivismo social e nunca de apelo coitadista de ofendido(a), por receber reclamação ao usar drogas em equipamento cultural do estado.

Diz o ditado popular que "o vício de casa se leva à praça", que tal mudar-se essa ideia de senso comum e reorientar-se posturas para melhor convivência social e interação e diálogo + produtivos nas relações humanas e sócio culturais?

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