Pincéis associados
por maneco nascimento
A União de Artistas Plásticos do
Piauí – UAPPI está com nova Exposição, na cidade, de 15 a 31 de outubro de 2013. A 6ª. Exposição anual tem sede
no Espaço Cultural “Cosme Oliveira” – Galeria do SESC Campos Sales,
norte. As obras reunidas, neste encontro de artistas plásticos piauienses, se
afinam em homenagem a Carlos Frederico de Moura Ramos - Fredd Ramos.
(homenageado Fredd Ramos/divulgação)
Do homenageado há duas peças, em
acrílica sobre tela. Uma, das sem título, reúne uma mulher, com uma chama sobre
a cabeça, entre um aquário e um espelho, numa devoção a oferta de frutas (natureza
morta) disposta na tigela, de barro, descansada no chão. Na segunda obra, de 1984,
uma licença que aproxima o imaginário para um planetário, uma pipa ou
bumerangue de Deus, em cores sóbrias.
Os artistas da UAPPI apresentam
suas tintas e seus traços virtuosos de pincéis. “Justiça ainda que tardia”,
acrílica sobre tela, de Vilma Mascarenhas. Josett Carmo, com o “Sem Título”,
aponta uma espécie à mulher Eva, em acrílica. Ellen Mourão, uma colagem, “Sem Título”,
sobreposta pela mensagem transcrita “Eu pinto o que gosto e não só o que
poderia ser arte E.M”. Também apresenta uma acrílica sobre tela, intitulado “Livre
Arbítrio”. De Jacinta Ramos, duas peças em acrílica sobre tela “Amor Amor” e “Sem
Título”.
(VI Exposição Anual da UAPPI/divulgação)
A professora Cecília Mendes pinta
“Realidade Hoje”, acrílica sobre tela, de rostos sem rostos, num discurso
emblemático e “panfletário” anônimo das ruas, sob o olhar da artista. Elda
Ribeiro traz um “Sem Título” para técnica mista. A série “O Brasil que eu quero
ter” é assinada por Dora Parente. “Oração à Pátria Amada”, acrílica para uma
mulher deitada eternamente em berço do esplendor das cores brasis do brasão. “Paz
e Liberdade”, técnica mista ao erótico e patriótico.
O sensual de Josefina Gonçalves
está em “A Cidade Adormece”, sonhos e sonos tempestuosos sensualizados.
Portelada assina “Santa Ceia”, acrílica, e Adelaide uma técnica mista ao “Abstrato”
e “Flor do Tempo”. Acrílica sobre tela é “Trabalhadores II”, de Delma Braga. AmystronReis
imprime um “Sem Título” para cavalos e relva. Beth Nogueira, em suas pinceladas
assentadas, expõe duas acrílicas sobre tela “Currupita” e “Cerejeira em flor”.
Uma Instalação expressiva, “Gaveta
de Mnemósine” é proposta de Ellen Mourão, guardados familiares e afetivos de
memória resgurdados. A artista Mafa, em seu acrílica sobre eucatex, relê sinais
de Tarsila do Amaral e sua obra “Operários”, de 1933, e sinaliza com a obra “Manifestação”
num retrato das manifestações de rua do Brasil.
Um “Sem Título”, de Aris Carvalho, está aplicado na técnica mista. “A
morte do Vaqueiro”, de F. Stênio, escultura em cerâmica esmaltada para memórias
afetivas de homens com pés enormes, como os populares e operários de Cândido Portinari,
“O Lavrador de café”, “Café” e “O Estivador”.
Beth Paz se reinventa e não perde
o lúdico em suas duas peças expressivas, em acrílica sobre tela. “Praia com
Bicicleta”, uma licença ampliada de olhar da artista ao mar, “central” da
bicicleta, os raios extensos saídos do eixo(sol). Poética para dia de lazer. “Praia
com Bicicleta II”, o aro (pneu) toma grande parte da tela, o sol do quadro da
bicicleta de ponta cabeça. A obra “O Trio”, de F. Stênio, cerâmica esmaltada
caracteriza a escultura de músicos com grandes pés, a la Portinari.
Em acrílica sobre tela, Arlete
Godinho apresenta um “Auto Retrato”, com sinais de “Uma estudante” e “A estudante
russa”, óleos sobre tela, 1915, de Anita Malfatti, e, num segundo movimento,
assina também a obra “Mariana”, mulher sentada no banco. A série “Nós” I e II, de
Rosely Chaves, acrílica sobre tela para homem e mulher em presença de bustos
sensuais e nus. De Portelada, “Manifestação em Praça”, dançarinos populares manifestam sua arte, enquanto um dos dançantes
traz, às mãos, uma reprodução de Mona Lisa. A obra em acrílica sobre tela.
Delma Braga ainda apresenta “Anjo
Mulher”, acrílica sobre tela, de um divino musicista. Josefina Gonçalves
também, em outra obra, revigora “Janelas do Coração”, acrílica sobre tela, numa
gangorra do sensual visto, na licença pictórica, de fora e de dentro do brinquedo.
Ellen Mourão fez a curadoria para
as obras do homenageado Fredd Ramos e o define “como contemporâneo de si mesmo”.
Do artista, ainda um “Auto Retrato”, de 1979. O humano e a natureza dos bichos
e das plantas se confundem em simbiose com o homem retratado.
Na recepção da 6ª. Exposição
anual da UAPPI, uma Instalação de Ipê Amarelo. A árvore, de flores
confeccionadas com papel crepom à cor + popular da florada e um galho seco,
pintado de branco, está plantada num jardim, módulo praticável também em branco.
Em outros dois praticáveis brancos, duas tigelas brancas, em cerâmica esmaltada,
postas para receber pétalas decaídas. Na educação ambiental “Não deixe morrer
os nossos ipês. Vamos florir.”
Uma ótimo resultado apresentado
pela UAPPI, na Galeria SESC, da Avenida Campos Sales, norte de Teresina. Os
pincéis associados demonstram, ao longo de seis edições, crescimento e
representação da arte pictórica produzida na cidade e irradiando virtuose do
Piauí arte visual.
Uma diversidade de respostas para
sensibilidades matizadas, estilos, traços particulares e ousada insistência em
praticar arte e cultura de representada identidade artística visual. Confirma a
ideia original de produzir e impor-se como ato pictórico do estado.
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