segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Parabéns, Piauí.

 Piauí em dia
por maneco nascimento

O Museu do Piauí emprestou acervo da pinacoteca daquele equipamento cultural e, junto com algumas peças particulares de artistas convidados, alojou-os na sala de entrada do Palácio do Karnak.

Uma exposição aberta dia 18, fica à visitação pública até dia 31 de outubro de 2013, no horário das 8h às 18h. A Exposição “Arte da Gente” reúne as melhores assinaturas de arte visuais de Teresina e Piauí, da memória e décadas em tintas, escultura em ferro, madeira, argila.

(imagem: www.flickr.com/pagina Pedro Cavalcante)

Há arte, conceito, artista e estilo para todos os gostos e representatividade cultural local. Escultura em ferro, “O voo” e “Híbrido” (Braga Tepi); talhada em madeira, “Nossa Senhora da Conceição” (Mestre Expedito); pincéis, “Esperança” (Tupinambá Tupy Neto); “Ecologia” e “Explosão” (Dora Parente); “Fim de Baile” (Heloisa Helô Cristina); “Sem Título (M. Kalil); “São Francisco” (João Oliveira); “Pessoas” (Afrânio Castelo Branco).

De Mestre Expedito, a tela “Quadrilha Junina”; Hildo Barros com sua “Madona Negra” valoriza a etnia e a afrodescendência brasis. Mestre Portelada apresenta “Colheita de Laranja”. Fátima Campos e sua cerâmica diferencial traz duas obras “Sem Título” para um painel ceramizado e o que se poderia caracterizar como um conjunto de “cobras”, esculturas de estilo da artista.

O mago, a trabalhos das cores suaves e traços imprescindíveis para ilustrações aquareladas, emprestou sua assinatura à tela “Cabeça de Cuia”. Rogério Albino, da coleção particular, “Bailarina” (escultura) e “Rouge” (tela). Da artista Naza, a obra “Canoas” e, de Dalva Santana, um olhar para “Praça Saraiva”. O grande escultor Mestre Dezinho assinou a peça “Anjo”. Há “Flamboyant” de Lucílio Albuquerque, uma beleza. E de Liz Medeiros, com suas telas oferendadas em orações expressivas, “Irmã Sol”.

Gabriel Archanjo é “Condomínio 6” e Fernando Costa nos apresenta um espelho da alma em angústia expressionista “Sobreviventes nós vivemos”. Não poderiam faltar as xilogravuras de Yolanda Carvalho “Vozes” (acervo particular). Stenio Rocha reproduz entalhes em madeira para cultura popular, “Capoeiristas”; “Retirantes” e “Mulheres Trabalhadoras” (particular). Josefina Gonçalves, uma obra em tela “Sem Título”.

Ainda nessa Sala do Palácio do Karnak, entremeando o acervo exposto, estão algumas telas, de grande dimensão, em óleo, que ilustram não só linguagem apropriada de seu tempo, mas também pincéis que repercutem sacro, registro social e memórias culturais de escola pictórica de tradição, época de cores densas e neutras para luzes e sombras datadas. As obras não trazem assinatura, fazem parte do acervo particular do Palácio de Governo. Ninguém soube informar sobre o artista.

(Palácio do Karnak/divulgação)


A Exposição “Arte da Gente” preenche espaço que, no habitual, parece ser obsoleto, haja vista os gabinetes e salas de políticas daquela Casa servirem melhor aos contumazes assuntos de administração e governos. A ideia de trazer uma exposição àquela Casa e espaço valoriza não só a arte e artistas visuais representativos locais, como também a abertura do espaço para visitação e olhar da comunidade a sítio tão protegido pela segurança e atos governativos. Uma boa ideia.

Ainda compõe a Exposição, que homenageia o Dia do Piauí e mês de seu aniversário, uma “Instalação”, de novos artistas visuais da cidade. A intervenção ocupa área dos jardins de Roberto Burle Max, sob a sombra dos arvoredos dos cercados do Karnak. Ali, naquele espaço, a ocupação artística se impõe por assinatura de
 Wellington Almeida (Dhick), Gardel Mendes (Tibicuera Nativo), Hudson Melo, Washington Gabriel (WG), Henrique das Chagas (DC) e Alana Pereira.

Também presentes,
 Layane Holanda, “Resíduo”; Mara Costa, “Grattage”, Tatiana Araújo, “Que a festa tenha sentido”; Danielle Barros, “Amor”; e aluno(a)s da UFPI, numa proposta de Fragmentos Coletivos de Poéticas Individuais. Neza Nóbrega, “Fases e Faces de mim”; William Júnior, “A imaginação e a obra que enlouqueceu” e “Liberdade”, de Geisa kelly da Silva Santos.

A nova arte das tintas impressionáveis e expressivas tem novas assinaturas e arte visual qualitativa. Não parece ter faltado ninguém. A quem se sinta excluído e apregoe ignorância e desconhecimento, dos realizadores da Exposição, a novos artistas da cidade, vive a velar amargos egos de imposição participativa.

A morrinha degustada, no dessabor das línguas tortas, morde o próprio músculo maltrapilho e fere conceitos, arte produtiva, opinião, entendimento e escolhas livres. A arte sempre foi cabedal de liberdade, desde os registros pictóricos em cavernas.

As curadorias de mostras e exposições têm o livre arbítrio de escolher quem melhor considerar “apto” ou afinizado com o conceito do evento.
 Para a Exposição “Arte da Gente”, emprestada pelo Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes e sediada no Palácio do Karnak, a maioria das peças expostas é do acervo do Museu. Alguns artistas expressivos também foram convocados.

A Exposição está bastante representativa e repercute quem faz arte visual para estar presente naquele momento pontual. Isso se percebe de entrada. Quem não está compondo a “Arte da Gente”, nesse outubro de 2013, de 18 a 31, talvez seja porque não mantenha boa relação com a cidade. Naquela exposição os artistas de hoje e de ontem assinam as tintas do Piauí.

Pinacoteca, reserva de artes visuais de determinada pessoa ou instituição.
 O acervo do Museu do Piauí, composto de obras doadas por artistas visuais do Estado, está contido na Exposição “Arte da Gente”. Então é só conferir e se não gostar, que gostasse, como defendia o discurso setentão.

Exposição: 
Arte da Gente
De 18 a 31 de outubro de 2013
Local – Sala de entrada do Palácio do Karnak
Avenida Antonino Freire, 1450, Centro Teresina – PI 64001–040

Telefone: (86) 3221 5001

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