mesmo que tardia
por maneco nascimento
Já que queremos, também entendemos que para a criação da nova pasta, Secretaria da Cultura do Estado, seria necessário a abertura do ano legislativo, exercício 2015, suas excelências de nobreza deputadas deveriam voltar a Casa de trabalho e prestação de serviços públicos coletivos, como representantes do povo e, o governador do estado, na urgência de confirmar discurso de campanha, encaminhar projeto de criação da Secretaria.
Em estado de+ discursos de quebradeira e contas em vermelho, a criação prometida da Secretaria da Cultura do Estado do Piauí, deve seguir ritos de estudos, planejamentos, viabilidades orçamentárias, leis de observação de finanças e obrigações fiscais, confecção textual de clareza e eficiência efetivas e pronúncia pública do governo, em Casa legislativa, creio eu, na minha humilde curiosidade especulativa.
(governador W. Dias/imagem: portalzapnotícias.com.br)
Que o governo vá encontrar dificuldades de implantação da Secretaria, ou tenha que magicalizar fusões e ou xipofagar ações aproximadas de cultura, com outra(s) pasta(s), não parece ser segredo a ninguém, haja vista um aparente inchaço de pastas a secretariáveis coalizados e uma dor de cabeça que não parece ser resolvível com analgésico. Terá o governador que ser pragmático, político e responsável sem parecer imaturo, nem desviar-se do comprometimento político e administrativo.
Sabe-se que poderia, o governo, ser pedra de se toque para existir, bem na fita, em cumprimento de prometido em plataforma eleitoreira, quando o assunto é o eleitor e sua procuração de confiança no político que demonstrou, em detrimento de posturas eleitorais outras, abrir possibilidades e preocupação também com arte e cultura e políticas público coletivas voltadas a assunto que não tem fim e tem mercado, profissionais envolvidos e interesses de produto de absorção comercial e economia longe da cultura popular brasileira de que cultura é a prima pobre de qualquer governo.
Então, com a palavra, o governador do estado do Piauí, Wellington Dias. Algum sinal de fumaça que declare realidade, já que a metáfora não romantiza comunicação gentia, deverá se concretizar à existência formal e oficial da Secretaria da Cultura do Estado, ou não me chamo alfredo, francisco, joão, raimundo, josé, antonio, frank, sônia, jorge, maria, socorro, fátima, fábio, wellington, ou divindade promissora de anseios sociais e de políticas públicas de cultura.
Há alguns artistas que têm, isoladamente, se pronunciado nas redes sociais, a respeito da criação da Secretaria da Cultura do Estado. Em seus perfis e outros suportes tecnológicos do fluxo informacional de notícias ligeiras e repercutidas, em cadeia de amizades transversalizadas, fazem algum barulho. Parece, ainda, que a manifestação desses artistas seja pregar no deserto. Ledo engano. As redes sociais têm também seu papel de provocação, informação, notícia e abertura de porteiras de discussões coletivas a assuntos em pauta.
Para os artistas da cidade de Teresina e do Piauí, em geral, é venal a criação dessa pasta específica dentro do hall de secretarias e orçamentos próprios, no estado, que viabilize, realmente, ações e projetos culturais a quem precisa ver-se representado, como incluído, nesse bolo de recursos e finanças públicas direcionadas a bens imateriais e intangíveis, dentro dessa matéria de execuções financeiras do dinheiro contributado por todos os cidadãos que esperam o retorno de benefícios, também à cultura.
Provocar, insistir, manter a cobrança pela criação da pasta específica de cultura deverá ser a prova dos nove de artistas e envolvidos direta, ou indiretamente, com assuntos artísticos e culturais. Esses mesmos artistas têm tido a experiência desastrosa, de pouca eficiência da Fundação Estadual da Cultura - Fundac, no que diga respeito a mediar ações reais de políticas públicas de cultura.
Local de assentamento de coalizão de interesses e acomodação política de resultados de eleições, parece que a Fundação vem, celeremente, despencando ladeira abaixo. Sem orçamento próprio e dívidas, feito bola de neve, que parecem nunca ter fim, aFundac não consegue nem manter a livre iniciativa de Fundação, ou autarquia, a que estaria talvez denominada.
Dependente, exclusivamente, das migalhas caídas das folhas e canetadas governamentais, ao longo do histórico de sua existência. Com um desfile de presidentes, sem escolho ou independência financeira para gerenciar, não se tem notícia de que tenha tido, realmente, algum momento que a fizesse dona de sua cabeça e de suas decisões, sem ter que pedir a bênção subserviente ao detentor do momento financeiro governamental.
Pecamos nós, eleitores e artistas, especialmente, aqui no uso da culpas de introjecção religiosa cristã, por não sermos organizados na eficientização de cobranças e postura de diálogo com os governos, quando tomam estes decisões que arbitram só o interesse político, em detrimento da arte e cultura do estado. Que artistas continuem se posicionando, este pode ser o momento. Sempre é o momento para ser político e cidadão cônscio de suas responsabilidades em favor de bens coletivos.
O ator Francisco Pellé acredita que se precisa forçar a participação de entidades públicas ligadas à cultura. Que tomem uma posição, ou não (grifo meu). Mas precisam ser + político(a)s e saírem das sua zonas de conforto. Se pronunciem pra gente ver.
Então tomo a iniciativa de perguntar, onde estão o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Piauí - Sated-PI e agremiações afins, Conselho Estadual da Cultura - CEC, Academia Piauiense de Letras - APL, Ordem dos Músicos do Piauí, Associação dos Músicos do Estado, Associação dos Artistas Plásticos do Piauí, Música para Todos, Associação dos Violeiros do Piauí, Representantes da Cultura Popular, intelectuais da cidade, Ongs de viés artístico cultural e associações que lidam diretamente com cultura e arte?
Não seria a hora e a vez dessas empresas civis, sem fins lucrativos e culturais, dizerem a quem servem, ou capitularem de vez? Como diz Maiakovski, se silenciam não precisam de língua. Disse o outro poeta, o brasileiro, que a língua é nossa pátria. Mas é preciso defendê-la, ser parte dela e lavourar para que ela exista e seja real, como devem ser arte e cultura e bens coletivos intangíveis.
Há uma promessa de campanha do governador atual à criação da Secretaria da Cultura do Estado. É preciso que haja forças e cobranças para que essa promessa se efetive. Ou a governabilidade generosa achará que tudo está bem, quando tudo fica bem, acomodado. Sem postura de solicitação veemente dos serviços públicos coletivos, necessários à sobrevivência da sociedade, mesmo em momentos de adversidades, o mundo governamental viverá só refrescos.
A outro poeta é atribuído a alcunha de que "se cai o nível da linguagem, cai o nível da sociedade". Só o cidadão e forças coletivas poderiam reclamar suas próprias necessidades e sobrevivência saudável. A sorte da provocação está lançada.
Agora é esperar, em movimento e nunca manso, que se veja viabilizada a criação da Secretaria da Cultura do Estado. Mas o cidadão deve interagir e forçar que o governo se mexa, senão estaremos sempre fadados ao descaso e sujeitos propícios à queda do nível da linguagem.
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