quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

É da República

dos Desvalidos
por maneco nascimento



 Mudança de Planos, estratégias confirmadas. Nova Agenda. Mesma Temporada.

Nesse janeiro de 2015 e início de fevereiro, um dos símbolos de furacão do teatro local senta praça na Pedro II (Aquidabã Sem Número) e ganha o palco do Theatro 4 de Setembro. 

A República dos Desvalidos, produção do Grupo de Teatro Pesquisa - Grutepe, abre temporada no finalzinho de janeiro (30 e 31) e bate às portas da véspera do Dia de Iemanjá, 1 de fevereiro. 

Mas fica só na véspera, em não comprometimento do Dia 02 e, ainda assim, também lisonjeia com teatro conspirado nossa Santa de devoção sincrética, Santa Bárbara, Janaína e minha (nossa) sereia Rainha do mar, porque o dia é da deiade, de domínio a azuis e cor de oceanos, e sobram terras marítimas a nereidas e mitos que geraram o teatro ocidental.

O espetáculo mantém temporada até a véspera de 02 de fevereiro e tudo acaba bem para profanos e divinos, comédias e dramas, teatro e religião vestidas em elegias à cena e vertidas a uma das manifestações + extraordinárias e duradouras do espírito humano, desde que se praticou a mímesis a cultos "profanos", gérmen do mundo dramático carpintado entre o céu e a terra das dramaturgias, pão dividido e mergulhado no vinho de Baco.

 Dias 30 e 31 de janeiro e Primeiro de fevereiro estão na medida. O circo será montado para risos e entretenimento. As apresentações, sempre às 20 horas, no Templo de memórias e histórias recontadas e repercutidas à dramaturgia do teatro nacional de cepa piauiense, a Casa 4 de Setembro.

Dessa vez a direção fica a cargo de Arimatan Martins, leia-se Grupo Harém de Teatro, que empresta seu mapa de geografias e dramaturgias cênicas ao Grutepe, numa parceria de carpintaria de teatro popular construída por texto de José Afonso de Araújo Lima, com a estética hareniana de contínua valorização do homem brasileiro na centro da cena. 
 (Arimatan Martins, o Ari aos amigos de palcos/divulgação)

A República dos Desvalidos traz nessa nova estreia, uma releitura de texto escrito em meados da década de 1980 e que teve início de vida festejada, no palco, em 1986. Essa terceira edição do espetáculo vem na esteira da primeira montagem, de 1986, com olhares de José Afonso de Araújo Lima (Zé Afonso) e, em seguida, de José da Providência (o grande homenageado dessa terceira montagem).

A segunda montagem consta de 2006, vinte anos depois da estreia para palcos piauienses e nacionais e, daquela vez, Zé Afonso abraçou o desafio da direção.
 
(Zé Afonso, autor, diretor, poeta e amante incondicional do teatro/divulgação)

Na iminência de completar trinta anos de memórias e histórias teatrais, um novo mergulho na carpintaria grutepeana gera A República dos Desvalidos, espetáculo que, nas vezes anteriores, detinha título + extenso: Itararé, a República dos Desvalidos.

No âmago das discussões e reflexões sócio afetivas, embutidas no texto de Zé Afonso, uma ação cômico dramática que permeia a política habitacional, as vidas simples de quem constrói a saga de povoar conjuntos populares, ofertados pelo governo, e as interrelações culturais, domésticas de comunidades envolta no novo tempo de viver, existir e cumprir regras mutuárias de manter a casa própria.

Vizinhanças, fuxicos e, mexericos, religião e sincretismo de fé, política comunitária e ditames comezinhos das gentes empurradas às franjas sociais e periferias de resistência do homem e sua construção social. Eixos familiares transversais do novo tempo que se instala no conjunto habitacional. 

Bem humorada, de ironia sagaz, sarcasmos e picardias venais o texto andeja entre dramas e comédias em elogioso efeito à cultura popular, A República dos Desvalidos promete arrebatar corações do público testemunho das versões anteriores e da nova geração de plateia que só ouviu falar.

Em entrevista concedida, em dezembro de 2014, o diretor Arimatan Martins garantiu que não vai ser sopa resistir à nova montagem.

[“É uma peça antropofágica com a mistura do Cabeça de Cuia com o Lago dos Cisnes, rumba e carnaval. É um retrato do Brasil de ontem, hoje e sempre”, explica, enfatizando que nesta montagem, A República dos Desvalidos não se resume a uma região de Teresina. É abrangente por envolver assuntos e temáticas comuns em várias comunidades do país.


Para Arimatan Martins, a peça é algo desafiador para sua carreira. Ele já dirigiu espetáculos de Chico Pereira (autor de Raimunda Pinto, Sim Senhor!), Gomes Campos (Auto do Lampião no Além), Rubens Nery Costa (O Diário de Uma Ladra), Benjamim Santos, e pela primeira vez dirige José Afonso de Araújo Lima, num espetáculo de 30 anos, reconhecido, premiado e que conquistou o público e a crítica.] (entrevista concedida à Isabel Cardoso/www.meionorte.com/blogs/culturaeturismo/a-republica-dos-invalidos-volta-aos-palcos/••• atualizado em 18 de Dezembro de 2014 às 11:31/culturaartep/isabelcardoso)
Depois da curta temporada dos dias 30 e 31 de janeiro e 1 de fevereiro, no palco do 4 de Setembro, o espetáculo deve seguir carreira e se apresentar no Rio de Janeiro, repetindo caminho realizado na década de 80. As apresentações, para noites cariocas, terão vida de gracejos e hilariante círculo de atração total no Teatro Princesa Isabel. O Rio ficará + lindo depois da passagem, por círculos acesos da cena, de A República dos Desvalidos.

Arimantan Martins que dispensa apresentação por ter sido responsável por fenômenos de público, como Raimunda Pinto, Sim Senhor! (Chico Pereira da Silva); O Princês do Piauí (Benjamin Santos); O Auto do Lampião do Além (Gomes Campos); O Vaso Suspirado (Chico Pereira da Silva); O Assassinato do Anão do Caralho Grande (Plínio Marcos); A Casa de Bernarda Alba (Federico Garcia Lorca); Macacos me Mordam - A Comédia e Abrigo São Loucas, peças que assina o texto e direção, entre outras pérolas geradas no laboratório do Harém, agora retorna a colega autor piauiense e abraça Zé Afonso de Araújo Lima. 

A República dos Desvalidos será a bola da vez em sua cartografia de aproximações de estéticas e dramaturgia de propósitos. [Com essa história de sucesso, o diretor dá o seu toque à montagem, trazendo leveza, muito humor, sátira, deboche e poesia. “Tratamos de um assunto bem forte e presente na atualidade, que é a questão da política habitacional, com leveza poética”, comenta.] (Idem)


No centro desse furacão, o elenco se garante. Lari Sales, Vera Leite, Bid Lima, Edithe Rosa, Eliomar Vaz, Marcel Julian e Fábio Costa não estão prosa. É ver pra crer e não perder o riso da vez. 
A produção executiva de Zé Afonso; iluminação de Assai Campelo; figurino de Bid Lima; cenografia de Emanuel de Andrade; adereços, maquiagem e contrarregragem de Wilson Costa; sonoplastia e som direto, Zé Dantas e, na companhia luxuosa de composições, arranjos e direção musical, Aurélio Melo que incrementa músicos ao vivo.

Aviso aos navegantes, marquem suas agendas, confirmem suas entradas e não percam a hora do riso e da felicidade que A República dos Desvalidos poderá lhe reservar nos dias 30 e  31 de janeiro e 1 de fevereiro, no Theatro 4 de Setembro. 
Serviço:
A República dos Desvalidos
dias: 30 e 31 de janeiro
       1 de fevereiro
às 20 horas
no Theatro 4 de Setembro
Ingressos à Venda.
Informações: (086) 3222 7100

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