Teatro de Títeres
por maneco nascimento
Em sua política de aproximar não só línguas de mesmo tronco lingüístico, mas também linguagens diversas do ato de teatro produzido aqui e alhures, o Festival de Teatro Lusófono – FESTLUSO ganhou público para todas as idades ao confirmar João Andirá, de Curitiba, no Paraná, e seu fabuloso teatro de marionetes, títeres e outras vidas animadas.
Com “Antenor e o Boizinho Voador”, João Andirá possibilitou à cidade de Teresina uma aula de prazeres elementados na fantasia, no lúdico e uma nova ânima à assistência enlevada com a mágica simples e duradoura na memória de quem conviveu com os bonecos de sopro de vida alegre e riqueza de emoções transferidas do artista/manipulador para seres (in)animados.
Com apresentações realizadas, dia 25 de agosto de 2011, às 21 horas, no Theatro 4 de Setembro e dia 27 de agosto de 2011, às 18h30m, no palco do Teatro Municipal João Paulo II, “Antenor e o Boizinho Voador” ganhou asas da imaginação e contagiou todas as almas em expectativas livres de envolver-se no mundo encantado de títeres.
(João Andirá: em desmanche de "o vivo carregando o 'morto'"/foto: divulgação)
Uma tenda comum; um vivo carregando o “morto” em as duas efígies do teatro; uma caixa de surpresas de onde surge a vida de encantos; um ator-contador de histórias que reinventa interações e “linka” a empatia do público ao aparelho de simplificadas magias à caixa cênica, terreno dos manipulados, e a polifonia das vidas ensejadas ao fantástico proposto.
A arte popular de mamulengos e títeres parece ter melhor sustentação no gesto apaixonado de quem domina a técnica. João Andirá e seu ofício andejam pela brincadeira com uma segurança invejável e para cada personagem trazida à cena, uma graça particular e um desejo incontido de sempre quebrar a quarta barreira da marca tradicional. Mérito alcançado, aparentemente, sem esforço.
Um menino sonhador que deseja ter seu boi voador; uma mãe quase gigante de amor para o filho e suas fantasias; um boizinho com decisões próprias, mas solidário com a fé fantasiosa de seu dono; um avô paciente; um macaco zuadento e esperto; pássaros falantes; desertos e rios desconhecidos e uma boa dose de mágica imaginação traduzem a fórmula muito eficaz por onde traqueja João Andirá.
As imagens e o texto popular enredam crianças e adultos para memórias inesquecíveis e risíveis do encantado mundo de linguagens e falas para pequenos. “Antenor e o Boizinho Voador” segue uma linha tradicional da técnica de manipulação com interação direta com o manipulador em corpo e alma mimetizados.
Uma aula prática de eficiência e paixão pela arte de convencer que poderia ser melhor absorvida, com maior afã de integração, pelos profissionais específicos locais e ou artistas da cena de modo geral.
Quem perdeu as duas apresentações de João Andirá e seu “Antenor e o Boizinho Voador” fica-se a dever nova oportunidade de aprender a aprender exercício prático e de beleza simplificada, doado por ator e sua metodologia coletivizados.
Parabéns ao FESTLUSO por flexibilizar oportunidades de encontros que integram culturas e línguas, linguagens e atos de cena diversos e deixam memoráveis alegrias em quem divide sua identidade artística com a cidade.
Evoé, aos artistas que levam consigo lembranças dos melhores ecos por cá repercutidos, as respostas do público presente ao Festival de Teatro Lusófono, e deixam na terra um pouco da diversidade de suas representações.
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