Línguas dialogadas
por maneco nascimento
O Teatro Extremo, de Almada, Portugal, em + uma investida no teatro sem fronteiras e reiterando a parceria festejada como o Grupo Harém de Teatro, brindou a cidade de Teresina com “Maria Curie*”, na programação do Festival de Teatro Lusófono – FESTLUSO, com duas sessões de espetáculo delicado e sóbrio para cenas e línguas.
Como texto russo original de Mira Michalowska e Encenação e Dramaturgia do paulista Sylvio Zibber, “Maria Curie” teve vida brilhante em palco local, em duas apresentações, uma no Theatro 4 de Setembro, dia 23 de agosto de 2011, às 21 horas, e outra no Teatro Municipal João Paulo II, dia 26 de agosto de 2011, às 18h 30m.
(Isabel Leitão em "Maria Curie"/foto: divulgação)
O Teatro Extremo, com prática de cena rica já provada pelos sítios de cá, também dessa vez não se deixou intimidar. Em enredo que reúne cenografia de um balcão – laboratório e escritório de uma jornalista narradora, vai-se sendo enleado numa costura da vida da cientista de nascimento em domínios russos e laboratório de experiências francês.
Um caminho de luz que recorta, com precisão dramatúrgica, os ambientes de passagem da cientista em seus percalços e glórias de incisiva decisão de estabelecer-se como gênio de sua área, detém a atenção do público mesmo para texto + narrativo, centrado na história da mulher duas vezes laureada com Prêmio Nobel, de Física (1903) e Química (1911).
Mais de uma hora de história bem contada. Monólogos e solilóquios dialogados para línguas aproximadas em voz segura e projeção refinada de Isabel Leitão. Atriz, de delicados pisares na cena e emoções detidamente econômicas, enleia o público por segurança concentrada e inflexões para detalhes de delicados deleites de refletir a alma da personagem expandida.
(Isabel Leitão: em "Maria Curie"/foto: divulgação)
Tranquila e em sereno abraço da dramaturgia digerida, Isabel Leitão encontra em Sylvio Zibber, desenhador da cartografia desvendada na cena, uma leve e solta desenvoltura para narrativa histórica de memórias recolhidas que, caso não houvesse um detido cuidado e uma estética de bom conhecimento de palco, não garantiria a fuga do enfadonho e do recurso, por vezes, didático.
Há um equilíbrio para balança da química profissional manipulada e uma devida atomização para físicos e maturos desembolsos de corpo contador da história que, para ensaios de resultados testados, reorienta a física da encenação sem perder a experiência para o lúdico e o fantástico do teatro e ciência combinados.
A música pesquisada que ilustra a trajetória de montagem à “Maria Curie” preenche as veias e canais da matéria celebrada em que a verdade nuclear transforma-se em “mentira” premeditada para requintados efeitos da arte de fingir. Isabel Leitão traqueja com liberdade de maturidade de intérprete e encontra porto seguro no mapa do diretor da encenação.
Texto e história de personagem polaca, memórias de França e outras praças, encenação e dramaturgia de diretor paulista, interpretação de atriz portuguesa, palco de representação piauiense e cena de identidade lusófona.
Uma elaborada experiência para respostas diversas e aplicações acertadas.
+ uma vez o Festival de Teatro Lusósofo – FESTLUSO confirma safra a vinho com sabor agradável. Harém de Teatro e Extremo de Teatro reafinam lingüística de cena ampliada e reiteram arte de conhecimento e aproximação para sítios de Portugal, África e + terras abraçadas para oralidades sem tradução.
Serviço: Marie Curie, nome assumido após o casamento por Maria Skłodowska, (Varsóvia, 7 de Novembro de 1867 — Sallanches, 4 de Julho de 1934) foi uma cientista polaca que exerceu a sua actividade profissional na França. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes[1] com um Prémio Nobel, de Física, em 1903 (dividido com seu marido, Pierre Curie, e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenómeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. (Wikipédia, a enciclopédia livre. acesso 29.08.2011, às 11h40m)
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