domingo, 16 de agosto de 2015

Yi Ocre, barro da vida

barro dá vida
por maneco nascimento

Homem Texturas Faz e se Desfaz no Chão ou Não”, acena em projeção, na abertura, do espetáculo com homem suspenso na efígie da lua, em sinergia do homem integrado no círculo de barro, no chão. Yi Ocre espetáculo de dança.
 (ícone de identidade Yi Ocre/reprodução)

Manaus, Amazonas Girou, por cá, para palco de interações estéticas, com a obraprocesso de pesquisa do corpo/movimento, a pintura corporal e a performatividade cênica com as possibilidades de movimentos expressivos do corpo como suporte evidenciando a relação e comportamento das pessoas e o meio natural”, assim se assume tempo de cenaYI OCRE”, espetáculo de dança, de Odacy de Oliveira, que se apresentou no Teatro Sala Torquato Neto, dia 14 de agosto, às 15 horas.
(tensão corporal no círculo do barro/reprodução)

Com duração de 40 minutos, o espetáculo de expressionismo de marcas e falas do corpo, um diálogo em sinergia mimético de homem corpo barro, círculo de vida e carne e sangue e pulso e coração da espécie, dialética criacionista e metáforas antropológicas e filosóficas da espécie natural, em ciclos evolutivos de terra e ar, respectivamente.
(seu barro - em círculo - sua terra/reprodução)

Concepção Coreográfica de Odacy de Oliveira e Alan Panteón; Pesquisa Musical, de Marcos Tubarão com interpolação de Alan Panteón e Odacy de Oliveira. A Projeção/Sonoplastia, de Marcos Tubarão e Iluminação, de Carol Calderaro. A Pintura Corporal, de Odacy de Oliveira. A dramaticidade apresentada leva a assinatura dos intérpretes criadores Odacy de Oliveira e Alan Panteón.

A cenografia, dois círculos de barro em que as espécies masculinas, territorializam as narrativas de corpos falantes. As projeções no terceiro círculo, parede ao fundo (lua cheia, de sangue, e ou branca) completa o triângulo da vida circular para céu e terra. 
(o homem da terra e da lua Yi Ocre/reprodução)

Os homens, em perfis do macho, um para antropóide primitivo em reverbero de atos pós contemporâneos, de narrativas expressivas e, o outro em similar impressionismo exteriorizado + para penso, logo cartesiano, mesmo com o pertencimento de igual raiz em arraigo na sinergia com o do primeiro.

A maquiagem, à base de barro e lama primitiva, a segunda pele a signos de aproximação do homem bicho à identidade urbana. Define as personagens ao cerco de sobrevivência e espasmos de expansão lingüística corporalizada que marca os tempos e pulsos de vida expiada. Butô, marinerismo, partitura de olímpica expressão, homo erectus, neandhertal, sapiens e descarteano recoberto de caulim.

A música, cifra de injeção e dinâmica à pulsação vital, inflama a dramaturgia e energiza as personagens construídas e dão + vigor expressionista. Dialoga com o tempo das personagens e com a sanguinidade fluxionada na vida representada na cena

As dublagens às sonoras vazam do neutro denso ao preenchimento do vácuo da matéria e impregnam os corpos alfas e a recepção que os vê e identifica como marca d’água da mesma cepa.

Os figurinos ao corpo nu, o barro criacionista ou caulim evolutivo recompõe a pele e vestem bem as personagens em revisitação do próprio ciclo vital atomizado.

Segundo os intérpretes criadores, a linguagem não está datada a nenhuma estética ou escola. Há uma tendência já natural de criações e montagens que afluem a hibridismo de estilos, é dança, teatro, improviso e recorre sobre as experiências profissionais da equipe da montagem que inclui artistas visuais, músico pesquisador dj, ator bailarino e iluminador.

(arte divulgação espetáculo amazônico/reprodução)

O barro da vida, o barro dá vida. Yi (barro) Ocre, cor terral da natureza que recobre os tempos, memórias e histórias da humanidade e, para efeito religioso, “do barro ao barro”. 

Para efeito de pés na terra sob os pés e sobre a pele, o barro dá vida de arte e cena de Manaus, que por aqui girou. Essa Amazônia é mesmo legal!

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