Um aprendiz de Mágico
por maneco nascimento
Dia 13 de outubro de 2011, durante a Semana da Criança no Teatro Municipal João Paulo II, o palco daquela Casa de espetáculos recebeu a adaptação livre, para a cena, de um dos clássicos universais da literatura infantil “O Mágico de OZ”. Com adaptação para o cinema em 1939, essa obra realizou um sucesso extraordinário e causou encanto que se estende até os dias de hoje.
(cartaz original de "O Mágico de OZ", ano 1939/acervo: divulgação cineplayers)
(cartaz original de "O Mágico de OZ", ano 1939/acervo: divulgação cineplayers)
Tanto que o Grupo de Teatro Identidade Própria – IP, agremiação de adolescentes e jovens da região do Dirceu Arcoverde, resolveu fazer sua própria leitura para “O Mágico de OZ”. A Adaptação fecha-se nas personagens da menina Dorothy, O Homem de Lata, O Leão sem coragem, o Espantalho, a Bruxa do Oeste, a Bruxa do Norte, O Mágico e uma assistente que funciona como guardião do castelo de esmeraldas do bruxo “charlatão”.
No enredo do filme tem-se que, após um tornado em Kansas, Dorothy vai parar com sua casa e seu cachorro na fantástica OZ, onde as coisas são coloridas, bonitas e mágicas. Porém seu maior desejo é retornar para casa. Para isso deve encontrar um mágico que lhe mostrará como realizar o desejo da volta para casa. Até chegar ao mágico, Dorothy viverá uma aventura inesquecível, através do caminho de tijolos amarelos. (globo.com/telecine/cineplayers)
No enredo do filme tem-se que, após um tornado em Kansas, Dorothy vai parar com sua casa e seu cachorro na fantástica OZ, onde as coisas são coloridas, bonitas e mágicas. Porém seu maior desejo é retornar para casa. Para isso deve encontrar um mágico que lhe mostrará como realizar o desejo da volta para casa. Até chegar ao mágico, Dorothy viverá uma aventura inesquecível, através do caminho de tijolos amarelos. (globo.com/telecine/cineplayers)
O Mágico de Oz(no Brasil) ou Feiticeiro de OZ(em Portugal) é o nome do personagem fictício dos livros da série sobre a Terra de OZ, fantástico mundo povoado por vários povos e dominado por bruxas más à Leste e à Oeste. A obra, de criação do escritor norte-americano L. Frank Baum. (Wikipédia, a enciclopédia livre)
O Mágico / Feiticeiro surge logo no primeiro livro, "The Wonderful Wizard of Oz", como morador da Cidade das Esmeraldas, fundada por ele mesmo, na Terra de Oz. É apresentado como um velho artista de circo, que tinha sido um mágico ilusionista, que é levado num balão desgovernado para Oz. Ali chegando, para proteger-se das bruxas, finge ser um poderoso feiticeiro e cria, mediante muitos truques, o mito de que é verdadeiramente um bruxo. (Idem)
Procurado pela garota Dorothy Gale, é revelado seu segredo. Após esta ter derrotado as duas bruxas más, o Mágico / Feiticeiro tenta regressar ao mundo real com ela, construindo um novo balão - mas este parte sem ela, acidentalmente. (Idem)
Entre a versão do cinema e, aparentmente, dados do original de L. Frank Baum, o Grupo de Teatro Identidade Própria – IP cria sua atração para crianças. Com truques de teatro(luz) e sonoplastia apropriada(música original do filme) os jovens atores vão incrementando sua versão.
Um Espantalho (Michael Douglas), preso nos ombros por um cabo de vassoura, uma simples e lúdica estratégia de fazer um boneco descer do poste de trabalho. Realiza uma performance engraçada e de boa recepção pelo público infantil. As inflexões vocais têm registros saudáveis.
Um Homem de lata (Márcio Felipe) que, ao azeitar as “juntas” recupera os movimentos ao som e marcas de street dance, aproxima as intenções das atenções contemporâneas da estética de dança de rua. Apresenta registro vocal eficaz, por vezes força um algo + engraçado e apela pelo fácil. O lúdico já está muito presente no enredo natural, seria só aproveitá-lo melhor. Tem uma boa presença em cena.
Uma Dorothy(Andreia Moura) que, a partir da atriz já tem uma proximidade natural de perfil físico emblematizado no cinema, perde essa pecha de imberbe ao insistir no uso de uma “vozinha” caricaturada para criar identidade infantil, beira quase ao infantilóide disfarçado. Talvez usar o timbre natural e concentrar-se na construção da personagem forte que é Dorothy abalizaria melhor desempenho.
O Leão medroso (Amanda Jéssica), está ainda no rompante de hormônios femininos da intérprete que, forçosamente, se atribui um histrionismo intuitivo. Beira ao engraçado que interage rápido com a criança, mas o anseio de conquistar a atenção despreza o texto que sai metralhado e perdido na confusão de corpo barulhento e linguística corporal dispersa e "over".
A Bruxa do Oeste (Iara Carvalho), traz uma atriz longilínea e de maquiagem que aproxima-a da maldade da personagem. Tem texto repetido para intenções ensaiadas e, com maior maturidade de entendimento textual, ganhará fôlego de melhor presença em cena. O Mágico (Anderson Klismann) precisaria também finalizar melhor as inflexões textuais para oxigenar melhor o fascinante perfil da personagem que ganha o nome da Obra e filme originais.
A assistente do Mágico (Claudiene Sousa), guardião do castelo de esmeraldas, na mesma linha direcional de todo o grupo, força um + humor, mas ainda não dominou o simples ato de convencer nas falas que lhe são próprias à personagem.
Há, ainda a Bruxa do Norte - Glinda - exercício de Raira Monteiro, que, num esforço dedicado para estar nas vezes da Fada madrinha dessa leitura particular, é responsável pela volta da protagonista a Kansas, mas não conseguiu, ainda, a responsabilidade de apresentar com + determinação a personagem da Bruxa boazinha.
Há, ainda a Bruxa do Norte - Glinda - exercício de Raira Monteiro, que, num esforço dedicado para estar nas vezes da Fada madrinha dessa leitura particular, é responsável pela volta da protagonista a Kansas, mas não conseguiu, ainda, a responsabilidade de apresentar com + determinação a personagem da Bruxa boazinha.
De modo geral, a Direção (Márcio Phelipe e Andreia Moura) e elenco parecem escolher o caminho + fácil e perdem a lúdica estrada de tijolos amarelos. O enredo de “O Mágico de OZ”, seja em qual for a leitura, já está recheada de uma natural fantasia e lúdico que encantam os infantes sem apelos para gagues de televisão.
Talvez fosse importante brincar de fingir + em linguagem apropriada de signos do público para pequenos e ir, ao longo do melhoramento das experiências, apropriando-se de novas leituras. Ai sim, investir direcionamento, com desenvoltura adquirida, ao humor e histrionismo planejados.
“O Mágico de OZ”, do Identidade Própria tem um coletivo com energia saudável e curiosidade intencional. Caso o elenco veja + teatro e se distancie do fascínio do sucesso imediato, poderá encontrar a mágica presente na insistência teatral e a ciência de realizar um bom teatro.
E, poderá perder, por exigência contumaz, a identidade de aprendiz e alçar-se, com toda magia, a Feiticeiro na cena.
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