segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Leitura não faz mal a ninguém

Leitura não faz mal a ninguém

por maneco nascimento

Como se leu ontem ou se lê atualmente a vida, no diverso da informação e comunicação que a própria humanidade forjou para fazer-se entender e desempenhar a leitura do mundo. Perguntas e respostas que hoje só uma boa leitura construtivista poderia decifrar.
Desde o princípio do homem, do sapiens ao sapiens sapiens todas as dificuldades, ou desafios para a leitura e a que entendimento esta levaria, só o salto do futuro respondeu o que o bom leitor pode melhor construir à produção dos novos sentidos.
Do blog “O amante bibliotecário” tem-se que “a leitura, entre outros significados, é o universo do saber que aquele que gosta de ler, mergulhará sem demora e sem dificuldade no mundo dos livros”.
Já, para o dicionarioweb, leitura é: “s.f. ação de ler./ação de tomar conhecimento./o que se lê./a arte de ler”. Entre significados e significantes, ler detém traduções que se finalizam para, por exemplo, a definição trazida pelo Dicionário Priberam da Língua Portuguesa em que “ler (lê) – conjugar. v. int. 1. Interpretar o que está escrito. 2. (Informal) Devanear, disparar. v. tr. 3. Fixar a vista e a mente em (o que está escrito). 4. Proceder à leitura de. Ler por baixo: deletrear”.  
“O amante bibliotecário” corrobora que “ler é a principal fonte de que o ser humano precisa para que ele se engaje no grupo de pessoas cultas, conhecedoras dos mistérios que a vida proporciona.”
Dos mais elementares conceitos às novas perspectivas da leitura, a ciência lingüística e o ato de ler avançaram com natural empenho. E, no atual estágio de mundo e conhecimentos, ao se tratar de leitura seria “um tanto anacrônico ainda se falar em desejar compreender as idéias do autor. Isto é anterior ao formalismo russo e ao estruturalismo” aponta o professor-doutor em comunicação social, do quadro da UFPI, Laerte Magalhães
Como se chega à leitura, efetivamente, ai é que é o doce mistério das descobertas do ato propriamente. Para Laerte Magalhães “a leitura é um trabalho de produção de sentidos. Cada leitor faz as conexões do texto em busca da integralização, preenchendo os vazios com a sua experiência, seus conhecimentos e seus valores.”

Cada leitor seria também um co-autor, como confirma Magalhães, “ao ler, ele vai produzindo na sua memória um outro texto, a sua interpretação. Cabe dizer, no entanto, que a leitura não é aberta a qualquer interpretação, não há relativismo. Apenas, o trabalho da leitura se realiza com maior ou menor transparência a depender do repertório, do horizonte de expectativas de que dispõe cada leitor. Deste modo, cada leitor contribui mais ou menos para a riqueza de sentidos do texto. E por ai vai...,” completa Laerte.

Logo, ler e leituras ganham construções para mesmo princípio ativo, que seja de novas leituras à comunicação e à informação da produção de sentidos. Agora como se pratica a leitura e com que comodidade esse exercício fonte de “engajamento social” se dá? O que precisaria ser feito para que se percorra a órbita do mesmo ciclo das linguagens e linguísticas próprias às comunicações interativas das escritas, dos gêneros textuais estimuladores do ato de ler e das leituras realizadas?

O ator e devorador de livros, Ademilton Moreira, diz que praticamente lê todo dia. Assim como “gosto de ver filme todo dia, leio todo dia, é um vício”, confessa. Lê muito pela manhã, gosta de ler à luz do sol. Dispensa leituras na luz artificial e tem uma maneira particular de entrar no que apresenta como o ritual de aproximação do livro, “namoro, guardo, deixo ele ali e olho várias vezes, até pegá-lo pra ler” defende.
Lê em qualquer lugar, na parada do ônibus e, principalmente, dentro do ônibus. Mas não é todo tipo de leitura. Para ele literatura científica não dá para ler sem uma concentração diferenciada, mas a literatura outra qualquer “leio ouvindo jazz ou clássico”, revela Ademilton que processa um natural cortejo aos livros escolhidos e constrói suas leituras e leitura do mundo.
Agora quanto ao tipo de leitura escolhida, aponta que vai alternando e que “tem época que só quero ler policial. Consigo ler três livros de cada vez. Leio cinquenta páginas de um, paro, leio cinquenta páginas de outro e leio também muitos periódicos e revistas, finaliza.
Já Laerte Magalhães, aponta que seu processo de leitura se dá de forma diversa, sistematizada quando tem como objetivo preparar aulas ou textos para publicação. Lê marcando o texto com lápis marcador amarelo, todos os de outras cores, segundo ele, “são prejudiciais à visão”.
Depois digita o material selecionado com a indicação das referências de autor e publicação, para posterior utilização. Agora quando quer apenas ler, lê de modo assistemático “leio um trecho de um livro, depois pego outro, inclusive, de ficção e ao final não concluo nenhum”, informa.
E quanto à necessidade de silêncio total e local preparado para concentrar leitura, Laerte diz gosta muito de ler ouvindo música, instrumental, jazz, blues, mpb, o que houver de melhor. “Por vezes, até com a TV ligada, só pra ficar ouvindo vozes, sem prestar atenção”, completa.
No fim, os caminhos da leitura têm proximidade de hábitos, mesmo com idiossincrasias necessárias, sempre há um método de apreensão dos textos e mensagens “prescritas” que vão ter com o circuito natural e adverso que a teoria da recepção apregoa.

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