segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Foto-nanquim

Arte em si
por maneco nascimento

A Casa da Cultura de Teresina está com nova Exposição, aberta dia 7 e fica em cartaz até 29 de novembro de 2013, na Casa da Cultura de Teresina, Praça Saraiva – Centro. 


A boa sacada cultural praticada, na forma de mostra, está contida na Série Desenho Fotográfico. O trabalho da artista, Keyla Sobral, foi selecionado ao 2º. Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em 2012.
(escova deixada e câmara escura, morada da fotógrafa/foto: g1.com.br)

“A série pensa a fotografia sem a fotografia em si. Feita com nanquim sobre papel, é composta de anotações da artista, de uma relação vivida, na qual a fotografia é a memória afetiva, o único bem que restou.” (material de divulgação)

“Meu álbum de retratos”,  Keyla Sobral, apresenta 14 ideias que deslizam entre o inteligente, o bem humorado, a linguagem apropriada da linguagem, numa intertextualidade da técnica da fotografia à ilustração da memória afetiva da artista, traduzida no distanciamento reflexivo de uma experiência pessoal, conforme é justificada a criação.

Cada recepção da obra, uma obra aberta, queira o olhar de quem a percorre. Na bem humorada forma de apresentar o enredo do desenlace amoroso a artista recria, em desenhos, um álbum de fotografia, para dores, amores, decepções e amargura veladas pela reinvenção do “sofrimento” que contém a historinha que quer contar uma anti-fábula regurgitada. E nas estratégias de revelar o quarto escuro, da experiência, aplica técnica e estética de fotogramas da memória nos traços do nanquim.

Da câmera Kodak, ou a utilitária love, o descarte das informações que passam pelas tecnologias contextuais, de alguma época, até instalações de suportes das novas tecnologias e sua retroalimentação do princípio da comunicação, a partir da imagem que vai se transformando e historicizando temporalidades, momentos memoráveis ou não, mas especialmente possibilidades divertidas, ou por vezes de denúncia intrínseca do sentimento, de contar a própria história experienciada.
(obra de Keyla Sobral/foto: pcn1.com)

Um holograma da paixão “perdida”, croquis da memória reinvestida à arte de representatividade arte visual e destacável distanciamento para recontar novas formas de ver-se a si mesma e contrair, no leitor da Exposição, uma identidade estético-plástica do objeto dissecado às luzes da fotografia, na invisível e visibilidades criativas de aplicar efeitos do traço revelado artístico.

O diário, de anotações e desenhos e fotografias sobrepostas na linguagem, registrado, um doce deleite ao visitante de ver, olhar, sentir, não se incomodar e ri baixinho das boas sacadas que saltam do olho da fotógrafa.  Passa pela câmera escura e, revela memórias burburinhas e cochichos de amores, antes febris, imprimidas no papel para dialogismos abertos e às abstrações e concretas liberdades de sentidos provocados nos pirogramas assinados.

Exposição “Meu álbum de retratos”, da paraense Keyla Sobral, com virtuose em desenhos, gifs animados, objeto e instalação, é show! Só não vê quem não tiver nada a enxergar.

Possibilitada pelo sescamazôniadasartes, a Exposição sediada na Casa da Cultura de Teresina, fica aberta à visitação pública até 29 de novembro, de segunda à sexta feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h.

Visite essa expressão foto-pictórica, click seu olhar e registre sua própria impressão.

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