sábado, 15 de setembro de 2012

FestDança - 2o. Dia


 FestDança - 2º. Dia
por maneco nascimento

A noite de 14 de setembro, segundo momento do certame ao Festival de Dança de Teresina, também foi de alguma virtuose e outros hibridismos em série à concorrência de números. Pude conferir só o fim da meada entre 22 e 23 horas, quando já se via os últimos concorrentes na categoria avançado.

Teresina sempre com uma produção fordista de movimento em dança. Só Homens Cia. de Dança, S.A Cia. de Dança, Academia Cinthia Layana, Grupo Experimental da Casa da Cultura de Teresina, entre outras manifestadas performances, marcaram o registro de ponto na concorrência.

Já a partir da segunda noite de competição tem-se a clara idéia de que é feito o objeto em dança, que sujeito a valoração e “julgamento” a partir da ousada e incontinenti ação de expor-se à expiação pública. Demonstrar o que, como e para quem está dançando é feito de coragem e os pés, mesmo de barro, estão solidificados à origem primitiva de sopro de energia e dinâmica a movimentos.

Há também, nesse tipo de concorrência, não só o encontro, a troca de intimidades de suas garagens de experimentações na dança, o confronto de vaidades e “técnicas” variadas entre o imaginado e o tornado arte e estética de anatomias flexíveis, mas há também, para solidariedade democrática, alguns arroubos de liberdades e arbítrio consentido.

Então se vê, por vezes, + de uma, duas ou outras assinaturas coreográficas que, quando se atenta à próxima de mesmo artista, já não se sabe se não teria sido a última, ou antepenúltima apresentada. Há um ampliar de braços e pernas para cima, para baixo, para os lados, em parafusos, em fragmentados das articulações, um giro assimétrico/simétrico bifurcado do corpo, um deslizar, arrastar-se no linóleo, variações sobre velhos temas tão banais.

De certo é que o corpo fala e as geometrias, ora confundem-se, ora se destacam em deliberação democrática de acionar a própria dança em subjetivismos de gerar atenção, atração, impor-se conceitual ou de tradição desviada. Mas há dança infantil, juvenil, adulta e avançados sinais de danço, logo arrisco.

A competição gera uma “saudável” disputa, um canteiro de “guerra” por espaço de representação e marca de identidade. Lobos demarcam territórios, mijando na linha divisória da terra alheia, em dissimuladas ações de bom vizinho. Mas, na hora de assumir a autoridade de própria dança, os pés revelam-se de barro para almejo da calçada da “fama”.

Na calçada da infâmia, cortesias de ambiente competitivo. Um adolescente que costuma cruzar com seus pares, pelos corredores da dança na cidade, teria cumprimentado uma colega nos bastidores das apresentações no 4 de Setembro. A amiga, da onça, teria respondido, abre aspas 
Não falo com B. de outras companhias, fecha aspas.

A menina, uma bailarina emergente, componente de academia jovem e virtuosa, nascida com pés fincados no laboratório público de iniciação. O jovem bailarino, integrado em movimentações que variam entre o clássico tradicional e o contemporâneo experimental. Em riscos de vaidades, dobram ação e reação de lado a lado. Nada que o amanhã, depois do balde frio, não recupere a velha amizade juvenil.

Ri-se do ocorrido e transforma-se em mote: “Não falo com ‘pessoas’ de outras danças”. A competição gira na disputa “agressiva” e no “despeito” do complexo do que "não fui eu quem criou". Sorte é que se leva na brincadeira, na saudável reunião de díspares egos e na geração de negar o outro em si mesmo, também na dança.

Nessa segunda noite, teve até virtuosismo que ora confundia-se com boites de emprego a “gogo boys”, cinema pornô ao vivo, ou adolescência retardada de “só me falta ficar nu pra chamar sua atenção”, parafraseando o Roberto. Mas era dança, avançado livre street.

Essa é a democracia criativa que o FestDança possibilita à assistência leiga e à técnica. Dançar faz bem a alma e ao coração do bailarino, do dançarino, do performer street e da família e de apaixonados pelo espetáculo diverso.

Do show "broadway" ao of of of "broadway", o importante é cultivar a felicidade. Dancemos, a vida é um baile. Alguns bailam na cena, outros na curva.

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