quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Novo Dança

Dança Branco
por maneco nascimento

A "Lenir Argento" fez 31 anos de passos e práxis de dança e as comemorações de 26 a 30 de setembro de 2016 correm em curso. "Dançaaaaaaaaa Lenir" é assim o sentimento das comemorações que se instalaram para resultados na Escola Estadual de Dança "Lenir Argento" e Theatro 4 de Setembro/Galeria do Club dos Diários "Nonato Oliveira".

Dias 27 e 28, no período da noite, às 18h30, ações se concentraram no Theatro 4 de Setembro. No primeiro dia, dessa temporada em dança, na Casa de espetáculos, se apresentaram o Balé Popular, com  coreografia "Catirinas" e o Balé da Cidade de Teresina - BCT, com a coreografia "Fuga" e, + um bolo e velinhas + show com Bia e Os Becks, na Galeria do Club dos Diários "Nonato Oliveira".

Já em dia 28, a partir das 18h30, o palco recebeu dois exercícios contemporâneos com aluno(a)s da Escola. Entre os números, o resultado "Casco", intérpretes em criação iniciados do 5o. e 6o. Ano B, com facilitação do professor Ireno Junior.

As apresentações dos aspirantes a aprendizes de feiticeiros cumprem a busca em alcance da linha divisória entre a tradição (clássico) e a ruptura (nova dança/contemporâneo). Estão na lona, concorrendo às improvisações brancas, como em apologia a rimas brancas, mas para as falas do corpo em corpus do coletivo apresentado, ainda sem métrica afinada.

O texto de apresentação para "Casco", projetado no telão ao fundo da cena, justifica-se por si mesmo, mas as respostas ao tempo do visto à exploração dramática livre ainda não consegue, nem se aproximar do discurso teórico, nem desafiar a prática iniciática.

Talvez, o(a)s intérpretes, por não deterem, ainda, um maior domínio da nova técnica do novo dança, marquem e repassem as velhas marcas, de escolho, a parecer deixarem perder-se do velho e sem, consentir, com efeito de crédito, no novo que busquem.

As improvisações brancas e livres ficam no desenho de partitura que ainda não apreendeu a apreender o arbítrio do corpo e manifestar-se em falas próprias e vozes que estão contidas no próprio corpo. Às margens das intenções de manifestar o improviso ainda concorrem ao círculo de giz da lição escolástica + presente. Os aprendizes de feiticeiros não descobriram o salto da alfândega ao Sol da Meia Noite, mas devem crescer para melhor compreender aonde podem chegar, ou não.

O último número da noite, "Nova - Improvisação", que reuniu um coletivo de aluno(a)s e professores, surtiu uma liberdade criativa e uma sinergia de sentimentos, emoções distanciadas, improvisações garantidas pelo intercurso de ação e reação, encontros de foco e dialogismos em corpo e ação e falas e movimentos e música e sonoridade e e método e práxis de criar, sem métodos. Só com o que se propuseram ao novo e o improviso.

Instigante, envolvente, aeróbico-dinâmico, indutivo a manter a recepção envolvida e atenta à novidade que se vai apresentando e construindo. Um construtivismo estético e um diálogo aberto e interativo dos corpos no corpus que dança e das personagens da dramaturgia que se vai formatando e envolvendo o público atento ao que vai surgindo.

Capitaneado por Soraya Portela (de experiente passagem pelo Núcleo do Dirceu e outras propostas desdobradas) e Ireno Júnior, "Nova - Improvisação" corresponde muita eficazmente à feição de propósitos sugeridos. Bom de ver, bom de perceber que há um sinal de nova dança, quando o intérprete-criador já consegue perceber como pedras construtivas marcam seu percurso, em passos de novo dança.

31 anos de "Lenir Argento", desde aquele núcleo da “Escola de Dança do Theatro 4 de Setembro” (criada em 5 de agosto de 1985) etransferida das dependências do Theatro 04 de Setembro para o prédio da Central de Artesanato "Mestre Dezinho" (1987). Ali já se instalou com o nome de Escola de Dança do Estado do Piauí e, posteriormente, em 2001 recebe o nome de Lenir Argento.

Em suas + de três décadas a "Lenir Argento" tem formado profissionais da dança, aberto fronteiras para passos de dança do Piauí ao mundo e criado trânsito a novos diálogos que interagem o Novo Dança Dança Branco.

Das licenças dramáticas ao poético de corpo falante a "Lenir Argento" segue século 21 adiante.

fotos/imagem: (disp. mvl. m. nascimento)

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