quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Os dias foram assim

no Mostra CulturaThe
por maneco nascimento

Desde 13 de setembro até dia 30, muita arte e cultura expandida passou pela pauta e palco do "Osório Jr."/Bar do Clube dos Diários.

O Projeto Mostra CulturaThe, numa realização da Trama Cultura e João Vasconcelos Produções que Vingam, disse a que veio, viu e venceu. Comida de Boteco, teatro, teatro musical, dança e teatro, música rock, pop, reggae, cine mostra local, lançamento de livro, cartoon, samba bossa nossa e cultura afrobrasil preencheram de alegria contagiosa os dias que eram assim para integração cultural e interação artística.

Dia 30 de setembro, a agenda pediu comédia e o tema foi o espetáculo "Pau de Arara", do Teatro Careta, de Caxias, no Maranhão. A partir das 20 horas, no "Osório Jr."/Bar do Clube dos Diários, foi tempo de riso e entretenimento e o escracho da peça caxiense fez as vezes de alargar o sorriso de quem prestigiou a Mostra CulturaThe.
 (Sardinha [Joelma] e Gorete [Biocncerete]/acervo Teatro Careta)

Jean Pessoa e Maciel Mourão desvendam a vidinha comum de Sardinha e Gorete, e dão à plateia momentos de muita ludicidade histriônica e exercício de ator na tradução do teatro, aparentemente, simples e comum, embora haja um cuidado e planejamento em realizar ação cênica "comercial", ou populacho para a recepção dos comuns.

Os amigos (Sardinha e Gorete) resolvem fugir de casa, esperam vencer a vida no Rio de Janeiro. Na beira da estrada esperam a passagem do caminhão pau de arara que as levaria ao eixo sul do país, terra da esperança e do sonho  de celebrização. Enquanto aguardam a chegada do transporte, inventam atividades para passar o tempo e mudarem o prumo de suas existências.

Nesse jogo de mudança para alcançar o sonho de liberdade, transformam-se em Bioncerete (aglutinada de Bioncè com Gorete) e Joelma (homenagem de Sardinha a sua diva predileta, uma cantora do Pará).

Aguardam a chegada do pau de arara e vão sendo criativas à sobrevivência noite adentro. Vivem as + disparatadas aventuras até o desfecho de partida, de uma forma inusitada. Na ausência de um caminhão pau de arara, seguem viagem de jumento.

(Maciel Mourão [Bioncerete] e Jean Pessoa [Joelma]acervo Teatro Careta)

Maciel Mourão, a diva glamourosa, está impecável no contido da boca populacha e, numa mímesis de estilo e luxo da periferia bem vestida, ancorada na moda da estação de exemplo da novela de tevê.

A peruca, da Bioncerete, de uma ruiva lisa de nascença e a maquiagem completam a alma da personagem divertida e de economia de inflexão para silêncios e tiradas ácidas, quando a natureza pede morder e assoprar a amiga + próxima. Compõe teatro e diversão premeditada para texto direcional a público e riso certo.

No contraponto, Jean Pessoa traz uma"menina" falso ingênua, com suas experiências sensuais, sexuais e sonhos de princesa com seus ficantes, em ruas e becos da expectativa de prazer e felicidade desejadas na expectativa de Borralheira às avessas.

Por baixo do apelo fácil e da demanda, pensada, de atrair a atenção e o riso ao apresentado, a Sardinha (Joelma) é muito humana, sonhadora, moeda comum em qualquer periferia da natureza humana e, também, da natureza homoafetiva.

Jean tem uma preparação às gagues e construção graduada da emoção e sentimento ao cômico que, mesmo quando variável ao mesmo tema, ainda assim consegue ser sujeito de parecer trazer uma novidade. Faz rir e detém a atenção da assistência por demonstrar ator e método na escolha do exercício do exercício de acionar o persuasivo ato do fingimento.

No âmago de sua Gorete/Joelma explode uma alma quente, do princípio do Big Bang, que vem em expansão disfarçada à proposta do espetáculo. Mas que não engana a quem detiver melhor sensibilidade para perceber a personagem, em plena solidariedade da ação em favor da linguagem de atração pelo riso.

Conseguem, Maciel Mourão e Jean Pessoa, uma dobradinha enxuta em varais populares de trapos coloridos na natureza das periferias que fingimos não existir, mas que se movem aos ventos temporais das sociedades assépticas que nos cercam a todos.

"Pau de Arara" parece indispensável sem a presença cativante e madura, no ato de encenar para Gorete e Sardinha, nas pessoas e falas sociais das pessoas de Mourão e Pessoa.

Quem não ri, perde a oportunidade de descer do próprio pedestal da sabedoria cristalizada e acadêmica e doar-se à felicidade festejada, na arte e ato de ator e método, em aproximação da recepção estética, com ruídos e silêncios da comunicação cênica propositados, e afinada prática de liberdade através da arte de fingir.

"Pau de Arara" sabe a que vem e quais os meandros que busca. Está no caminho certo, sua mora mora na filosofia e prospecta a construção social das falas das gentes simples que povoam o universo do diverso.

A Mostra CulturaThe foi fechando sua programação de uma quinzena de ações, com cartas demarcadas pela ações de cultura artística comprovadas. "Pau de Arara" foi + um bom exemplo do Projeto de interações estéticas e integração de artistas e realizadores de seus próprios atos criativos.

O CulturaThe tem o patrocínio do Armazém Paraíba, por meio do SIEC/Governo do Piauí, e realização da Trama Cultura, que definiu que a cidade tem muito + pano na manga, só falta um bom incentivo.

"Pau de Arara", com Maciel Mourão e Jean Pessoa, do Teatro Careta (Caxias - Ma) cumpriu bem seu ritual da cena e parcerizou respostas +, com o CulturaThe Os dias foram assim.  

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