segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Para sempre lembrar


Para sempre lembrar
por maneco nascimento

Noutro dia em conversa com um amigo, falamos sobre trabalho, arte, cultura, experiência e escolha da profissão. Lembrou de quando foi embora para o sudeste do Brasil. Foi estudar e profissionalizar-se na escolha que havia feito para si.

Do seu pai, quando comunicou da decisão de ir estudar fora, ouviu um conselho que definiu e reforçou a escolha. Que o filho deveria manter-se do próprio esforço do trabalho que escolheu.

Este jovem cheio de sonhos e determinação foi, viu, venceu. Tornou-se um dos grandes nomes do balé clássico do Estado do Piauí. Reconhecido no Brasil inteiro, companheiro de tablados e cenas da dança de grandes vultos nacionais e internacionais, o jovem Helly Batista voltou à sua terra e montou seu laboratório de expansão da dança clássica no Piauí.

Sua escola de dança “Academia de Balett Helly Batista” está no mercado há trinta anos, desde quando trouxe a novidade e abriu canal de interação da cidade com grandes coreógrafos, criadores e bailarinos dessa terra chamada Brasil.
 (Helly Batista e Dedila Machado/foto colhida do teens 180 graus)

Conselheiro Brasileiro da Dança no Estado do Piauí, tornou-se nosso embaixador por mérito de conhecimento, relações de trabalho na área profissional abraçada e de domínio das próprias escolhas que o fez quem é para o estado natal.

O conselho de seu pai veio com a sensibilidade, carinho e pragmática visão de quem sabe onde pode chegar quem sai aos seus. Norte da dança por esses lados e fundador de uma das escolas de clássico + tradicionais da cidade, esse jovem artista desapareceu de nosso convívio saudável no último dia 25 de fevereiro de 2012, aos tenros 56 anos de idade.

As conversas amigáveis, divertidas e seu humor natural de lidar com a gente nos vão faltar. Atualmente,  era Coordenador de Dança da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, esteve muito próximo de nós em encontros, trabalhos e projetos realizados não só para a pasta de sua responsabilidade, mas nas atividades interrelacionadas que a todos maior aproximação criava.

Deixa um legado detalhado de como um sonho e uma escolha fazem a diferença quando se sabe o que quer. Formou excelentes profissionais. Continua, a sua Academia, exportando talentos piauienses para que o mundo não esqueça quem foi e quem é Helly Batista.
(bailarina, com bolsa no estrangeiro, Mara Janaina Barros, E. Ferro e Helly Batista/foto  galeria Roberta Rocha/acesse piaui.com)

Com herança cultural muito definida e percurso de formação profissional na dança bem seguro, fica seu filho e orgulho Helly Batista Jr., para manter acesa a chama do sonho de Helly pai. Um dos projetos destacáveis da sua empreitada de dança para o estado e que colocou, à frente, seu filho Helly Jr. é o “Dançar à vida” que facilita a arte de dançar a crianças carentes de diversos bairros de Teresina.

Aluno(a)s da rede estadual e municipal de ensino e crianças de baixa renda que possuem qualidades físicas e talento facilitáveis à arte do balé clássico passam pela “Academia de Dança Helly Batista” e ganham a possibilidade de concorrer, com mérito, a bolsas de estudos em conceituadas escolas de dança do mundo.

Esse é um sonho que não se perde e a boa escolha de Helly Batista fica como melhor referência de que basta querer e correr atrás do sonho, porque a arte tem vida própria e não pretere ninguém, especialmente quem detém energia para não desistir, talento e determinação para vencer.

Helly Batista sabia disso e nos deixa provas de que a humanidade melhor na fita será sempre a que também aposta na arte, na cultura e na reinvenção da história e memória do fazer artístico. As sociedades que desprezam a arte têm menor fôlego de humanidade e carregam consigo pouco de sensível e muito do obscuro.

O querido Helly, na felicidade dessa nova etapa, de certo dividirá rodas de conversas e risadas com Nijinsky, Béjart, Jorge Donn, Lenir Argento, Isadora Duncan, entre outros grandes pilares dessa dança feita obra e arte de corpos que falam.
(Jorge Donn, bailarino argentino, pupilo de Maurice Béjart/foto colhida da wikipédia, a enciclopédia livre)


Por aqui, vai-se sobrevivendo bem. Saudades sempre, para sempre lembrar do amigo, bailarino, coreógrafo, professor e mestre de dezenas de seguidores que hoje a Teresina e o mundo reconhecem enquanto dançam.

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