domingo, 17 de junho de 2012

Bahia de Todos os Jorges


Bahia de todos os Jorges
por maneco nascimento

Amado pelo Brasil que o conhece das letras, da popularização da tevê e do cinema nacional e estrangeiro, esse Jorge, filho da Bahia de Todos os Santos, é também filho desse país que gerou grandes autores, escritores, jornalistas, compositores, intérpretes e políticos de olhar voltado às vidas sociais e histórias que repercutissem crítica e reflexão acerca de mundão chamado Brasil

 (jorge amado/foto colhida de www.algosobre.com.br)

Faz parte da boa exceção de construção da identidade nacional e da identificação com a causa brasis denunciada, desde o simples homem da terra praiana, cacaueira, dos ciclos urbanos de sobrevivência e das ladeiras e becos de bem viver baiano, até os ciclos de imponência coronelista e empáfia de domínio sobre o outro.

Estendeu sua Tenda dos Milagres às letras de língua portuguesa e, quer seja para Capitães de Areia, Jubiabá(s), ou universo de Tereza(s) Batista Cansada(s) de Guerra, Gabriela(s), Cravo e Canela, Tieta(s) do Agreste, Dona Flor e seus Dois Maridos, ou Farda, Fardão e Camisola de Dormir, foi um Cavaleiro da Esperança à literatura nacional e encantou em loas do político de permanência da espécie e sobrevivência da cultura, raça e estilo brasileiro de ser através de composições à ficção renovada. 
(Mar Morto, de J. Amado/foto colhida de: www.livrarianordeste.com.br)

Seu homem (genérico) de Mar Morto e de todo o percurso de sua escrita trouxe à cena e a sua geração de escritores as falas do brasileiro, descartado do romantismo afeito a melancolia de decaídos. A “queda” das personagens desse autor, sempre repercutiu, a descoberto, a vida comum de qualquer brasileiro. Imprimiu, em sua obra, o verdadeiro homem (genérico) nacional em coragem de apresentação à expiação pública.

A geração dos ciclos literários brasileiros do cangaço, do açúcar, do cacau, do coronelismo, da seca, et all, geraram uma usina de forte emblema social e, não deixaram impune a construção social brasileira,  Ilustradamente, recheada de diferenças, injustiças e violência oficializada. Neste esteio da criação sócio-literária brasileiro está Jorge Amado, o nosso grande escritor regionalista da Bahia. 

Jorge Amado, um dos representantes do ciclo do romance baiano, nasceu em Itabuna, na Bahia, em 10 de agosto de 1912. É considerado um dos principais representantes do romance regionalista da Bahia. Este romancista brasileiro é um dos mais lido no Brasil e no mundo. Com livros traduzidos para diversos idiomas, suas obras refletem a realidade dos temas, paisagens, dramas humanos, secas e migração.” (suapesquisa.com/Jorge Amado/Biografia)

De estilo literário do romance moderno, ganhou o mundo porqueEscritor desde a adolescência (...) Em seus livros existe o domínio do físico sobre a consciência. Suas personagens geralmente são plantadores de cacau, pescadores, artesãos e gente que vive próximo ao cais, em Salvador, capital da Bahia.” (Idem)
(Jorge de fardão/foto colhida de: educação.uol.com.br)

Um dos + exemplares da literatura brasileira, Amado morreu em Salvador, na Bahia de Todos os Jorges, no dia 06 de agosto de 2001, na fina flor da idade, próximo de completar 89 anos de idade. "O estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão. Suas obras literárias conquistaram não só os falantes da língua portuguesa como de outros idiomas: inglês, espanhol, francês, italiano, alemão, etc.” (Idem)

Na Bahia de Todos os Santos, de Amor do Soldado para A Estrada do Mar, de Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da Noite em Os Subterrâneos da Liberdade, ou em Terras do Sem fim, A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água deram notícias de toda a vida (in)comum baiana. E em terras de Cacau, o ABC de Castro Alves, O Mundo da Paz, a Seara Vermelha e o País do Carnaval sempre estiveram protegidos por São Jorge dos Ilhéus.

Nesse agosto, o querido Jorge Amado, por todos nós, completará 100 anos de rebento à terra e confins para brancos, negros, mulatos, “pretos e quase todos pretos” (Cae) e, na imortalidade da sua letra deixa a melhor memória através do mundo das personagens construídas, segundo ele próprio, a partir da verdade das pessoas observadas na vida real.

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