por maneco nascimento
Jesus Viana, ator profissional com DRT/MTE e associado ao SATED-PI, sindicato que sinaliza entidade de classe das cênicas, em Teresina, fez estreia de + uma ação de seu teatro para nossa cidade que não tem + fim.
Na noite do dia 04 de abril, foram abertas as fronteiras do Projeto Terças da Casa - Terça Teatro para receber exercício Solo do artista e pedagogo e, se nos aproximar do teatro medievo de genial lusitano Gil Vicente.
Às 19 horas, o Theatro 4 de Setembro cumpriu ritual de receber o artista e dar-lhe vez e voz de sua arte e cultura em cena. O Terças da Casa + Jesus Viana + "O Pranto de Maria Parda", com direção de Rosa Costa.
A dramaturgia de palco optou por semi-arena, na quebra da quarta, quinta e sexta paredes que quisessem prender ator e método, público e curiosidade de colegas de teatro. O ar estava para respirações conjuntas e regurgitos interativos do intérprete a seu público.
Diálogo direto-indireto marcou a espacialidade da personagem Maria Parda, à pele de Viana, e deu margem para "conluio"ou não, com a trama inspirada pelo Viana e sua diretora de cena.
A densidade da atuação marcou equilíbrio horizontalizado e, em alguns aspectos, com cardiograma sem pulsos + ardentes e inflexivos de sangue venoso, que rompessem veias e artérias de carga dramática à fuga do conforto do teatro tradicional e de pouca ousadia, em decaída do lugar comum.
Imergiu, Jesus Viana, na obra de Gil Vicente, dramaturgo português (o nosso Pierre Corneille [pai da tragédia clássica francesa], caso às tragédias, ou o Jean-Baptiste Poquelin, o conhecido Molière [pai da comédia francesa].
Gil + para caso de risos, já que Vicente incursionou bem pela crítica de costumes e ironias e farsesco de carpintaria do humor e histrionismo. Mas, não refutou as tragédias, já que consta em seu repertório criador atos trágicos também
O olhar de Viana e Rosa fincou-se na saga tragicômica de Maria Parda. Em "O Pranto de Maria Parda", Jesus se instala no passeio que o lança a cumprir as memórias e personagens saltadas da lembrança dramática da personagem gilvicentiana, enquanto andeja e amarga entre andrajos, pedintismo e sobrevivência à própria sorte.
[Um texto. Um ator. Uma personagem! MARIA PARDA! Persona/sociedade, sintetiza população excluída do século XVI em terras portuguesas. Uma mulher apreciadora das solidões, dos vinhos, das cachaças, dos guetos, mas principalmente dos sarcasmos.
"Eu sou eu, Maria Parda! Venha beber comigo"] declara a voz da personagem emergida na fala do ator Jesus Viana, que nos presenteia com esse libelo de discurso político, através de uma Maria das terras de Portugal.] (release)
Viana, na estreia, ainda não estava muito à vontade para + liberdades. Aprisionou-se no dramático das linhas e nebulou as entrelinhas e, para o além das linhas, que se lhe poderiam ampliar seu exercício dramático.
Pouco + se vê a personagem do ator, em detrimento da personagem do autor, e às vezes não se pode deixar de perceber um certo emparedamento da regra clássica fechada, da óbvia ação correta e sem franjas de sujeiras peculiares aos regidos na margem do social em expiação.
Há uma concentrada força em manter o ato coesivo e coerência dramática, mas os resultados ficam aprisionados na voz, presa na garganta, na tensão corporal que oscila entre a do intérprete e a que se tatua na personagem, e um quase frasal que pouco varia da linha divisória da compreensão de textual entendido.
Mas, é exercício de cena, exercício de cena local e, especialmente, de um colega que ousa e brinca de fingir e finge persuadindo sua recepção, pois arte e cultura do teatro local que ganha espaço de novos espetáculos na cidade.
Parabéns, Jesus Viana. Por se nos apresentar arte e ofício da cena de Teresina e marcar repertório do teatro que se nos representa.
fotos/imagem: (divulgação)
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