segunda-feira, 5 de março de 2012

Do pincel e da pena poéticas


Do pincel e da pena poéticas
por maneco nascimento

O poeta William M. Soares (“estado de garça”, 2011) juntou sua poesia às tintas de Gabriel Archanjo e não deu outra. Toda poesia transversalizada.
(capa "estado de garça"/arte da capa ALG publicidade)

As ilustrações de G. Archanjo, outro poema, o das tintas em complemento ao das letras e palavras livres e recheadas de novidades e construções frasais econômicas e determinantes do criador poeta.
  (artista plástico Gabrriel Archanjo do E. S. Neto/foto: arquivo do artista)

Das ilustrações de Archanjo, para interpretações diversas como assim quer a recepção da comunicação:

Umhomem, com seu índio(cocar) no peito de lado direito, de ponta cabeça” (pag. 6); uma planta florida em seu princípio rumo ao céu” (pag. 9) e em seu verso, “nascida na cabeça, feito cocar, de um bípede” (pg. 10); umpeixe caracol, feito homem pensador, com a flor na boca” (pag. 13); “um diálogo de pai para filho, nascido do centro do olho do lado ocidental, enquanto no oriental desse mesmo centro agiganta-se um sol” (pag. 18). São licenças de leituras de recepção.

Ainda das ilustrações, “uma mulher com uma flor no chapéu” (pag. 21) e no verso (pag. 22) “sua sombrinha aberta que descansa sobre o ombro esquerdo”; “um caranguejo uçá com vaso de flores na cabeça” (pag. 25); “chapéu de vaqueiro com duas antenas e sob o chapéu um sol do Japão” (pag.26). Vê-se o que quer na arte pictórica livre.

E mais, “sol espalhando calor à praia” (pag. 29); “perfil de homem com olho vazando e língua presa” (pag. 30); “o ‘radical`, de cara cerrada olha p’ro norte” (pag. 37); “a montanha e sua sobrevivente mata ciliar” (pag. 41); “caranguejo gentio, de ponta cabeça, em sermão crustáceo” (pag. 42).

Ou “três picos na cadeia da montanha, nascida na cabeça do índio” (pag. 46); “discurso de pai para filho, n’arena, em ponta cabeça, ou dois anzóis em pesca de canoa aérea” (pag. 49); “um rosto deitado, de papo ao ar, com olhar voltado p’ro céu, ou montanha com última mata ciliar” (pag. 54).

Possibilidades de olharno close, rosto deitado de olhar ao céu e mata que nasce do olho e boca” (pag. 57) e aárvore, no close, nascida do olho” (pag. 58). E muitas e muitas outras impressões de livre arbítrio à interpretação dos pincéis e traços de Gabriel A.
 (artista plástico Gabrriel Archanjo do E. S. Neto/foto: arquivo do artista)

Numa parceria entre os pincéis bem traçados e, detidamente fora do convencional e academicismo, a graça e o poético das tintas se encontram com bem traçadas linhas e letras vivas para garças e poesia, Gabriel e William.

E como diria o poeta, para nunca perder rica poesia(...) duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom, a que chamamos aurora.” (Andrade, Carlos Drummond de. Morte do Leiteiro In A Rosa do Povo, 1945)

(poeta William Soares/foto colhida do portaldifusora.com)

De Drummond para W. Soares só um risco da poesia. E, na analogia poética, de Soares para Archanjo, nova aurora de reinvenções da arte e cultura premeditadas.

Traços e cores, letras impressas no caminho das tintas e novos dias apreendidos para garças e poesia.

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