sábado, 17 de março de 2012

"Crime e Castigo"


“Crime e Castigo”
por maneco nascimento

Da história da literatura mundial tem-se exemplo de livro, considerado maior romance do escritor russo Fiódor Mikháilovitch Dostoievski (1821 – 1881), "Crime e Castigo".

Clássico universal, a obra baseia-se numa visão sobre religião e existencialismo como foco predominante no tema de atingir salvação por sofrimento, sem deixar de comentar algumas questões de socialismo e niilismo. (cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/85917/Crime-e-Castigo-Dostoievski...)

Publicado em 1866, “Crime e Castigo” enreda a história de um assassinato cometido por um jovem estudante, pobre desesperado. O incidente desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra várias formas de tirania. (Idem)

Em literatura de romance, o enunciador e a enunciação ganham a natural proporção autoral a quase papel de Deus, já que o autor define, mata e recupera vidas para exemplos de crítica, reflexão e ou entendimento de que a natureza do homem (genérico) é falha.

Lembre-se que não é Deus.”, seria texto que percorre a lenda de freio ao comportamento dos “divinos” césares e imperadores romanos outros. Um lacaio acompanhava o “Ave, fulano”, numa biga imperial, durante passeio pelos domínios públicos, e repetia a frase no ouvido do senhor da vez. Mas esses deuses eram de outra estirpe e também definiam a vida e sorte dos simples mortais.

A literatura social crítica estoca a ferida da sociedade e o faz em papel de denúncia e lembrança da função política e artística de, também, exigir atenção do público e interesse pelo tema. Do caráter de subjetividade e objetividade criativo, variando entre o eu e outro do criador, deve-se à técnica de construção da leitura crítica e do mundo de afinação do autor direcionada ao leitor.

Quem fala no texto literário é o eu (subjetividade, personalidade) ou é o outro (autor)? E esse outro tornado eu pelos mecanismos da enunciação não será ainda o primeiro de uma série de disfarces utilizados pela subjetividade, pela personalidade do criador, a fim de seduzir o leitor e fazer prevalecer nele uma certa visão do mundo?” (WALDMAN, Berta. Do Vampiro ao Cafajeste – Uma leitura da obra de Dalton Trevisan. 2ª. ed. São Paulo. Editora Hucitec, 1989)

De contextos a contextos, teorias literárias e literatura, propriamente, a vida se matiza de elementos conspiradores à ressignificação da própria vida. Do romance à realidade uma distância do véu para a máscara, do simulacro para o real. Mas não distantes nem os eu, nem os outros.

Na obra de Dostoievski, Raskolnikof, o assassino, fica corroído durante dois anos por sentimentos de culpa de seu ato e dramas psicológicos, sendo incapaz de continuar sua vida após o crime até resolver entregar-se às autoridades, confessando o crime.” (cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/85917/Crime-e-Castigo-Dostoievski...)

Na vida real local, a exemplo, há quem possa empenhar uma articulosa fuga das circunstâncias criminosas e, sem o cuidado de investigações sérias e reais, tudo poderia ficar mais obscuro do que já é da natureza do assassino que arma estratégias de desvio do próprio ato criminoso.

Veja-se o caso da morte da estudante de Direito, Fernanda Lages, assassinada há + de seis meses e que parece “querer” transformar-se em nota de ficção, em cujo enredo seria manipulado pelo criador da trama.
(vítima, corpo e um carro/foto colhida do Jornal da Parnaiba, a notícia que interessa aos parnaibanos!/31/08/2011)

Depois de diversas especulações, falas públicas de investigações oficiais e contestações do Ministério Público do Piauí, com inclusive combate do direcionamento investigativo da polícia civil que transformaria em suicídio o que o olhar + técnico afinado apontaria para homicídio doloso, surge nova luz no final do pântano de neblina espessa.
 (vítima, polícia e imprensa na cena do crime/foto colhida do Jornal da Parnaiba, a notícia que interessa aos parnaibanos!/31/08/2011)

O Ministério Público do Piauí está disposto a oferecer o benefício da ‘delação premiada’ à Nayara Veloso, conhecida como Nayrinha, amiga de Fernanda Lages, presa quinta feira última (15) pela Polícia Federal (...) Duas testemunhas dizem ter visto Fernanda na companhia de um casal em frente a obra do Ministério Público Federal, na madrugada em que a jovem foi encontrada morta. Uma dessas pessoas seria Nayrinha.” (O DIA, Últimas, Teresina, 17 de março de 2012, pag. 5)

Para entendimento do que seja real, literário, ficção ou teorias e filosofias e literatura, o caso Fernanda Lages é o da jovem encontrada morta no dia 25 de agosto de 2011, na obra do Ministério Público Federal, em Teresina. O ou os motivos de sua morte ainda são um grande mistério.

Entre o enredo em livro de autor russo e a realidade de crime local só há, talvez, a metáfora para circunstâncias que envolvam crime e castigo, vivências que arrastam pessoas às armadilhas da morte e falha trágica.

na literatura romantizada os becos da traição, as tabernas de prazer e liberdades e os labirintos cômodos e, por vezes, incômodos às personagens que lutam à busca de dignidade e quebra do diverso das tiranias arraigadas na sociedade asséptica.

O crime e castigo ao caso Fernanda Lages, sem margem de ficção literária, encontra-se em terreno, aparentemente, minado e sem “heróis” acolhidos de remorso ou sujeitos a atingir salvação pelo sofrimento. Também parece abrigar crimes inconfessáveis, ou suspeitos inomeáveis. Em comum com a ficção, só personagens estudantes e mundo pueril entre o potencial e o fato real para ato criminoso.
(cena do crime/foto colhida do Jornal da Parnaiba, a notícia que interessa aos parnaibanos!/31/08/2011)

Em favor do desvendar de mistério para fato real, o papel hercúleo da Polícia Federal em apontar o(a)s culpado(a)s do crime da moça assassinada. E a resposta devida à sociedade para exemplo e reflexão acerca de em que se estão transformando as civilidades de nosso tempo.

Dostoievski foi ex-presidiário e é em Crime e Castigo que escreveu a frase ‘É possível julgar o grau de civilização de uma sociedade visitando suas prisões.’"(cantinhodaliteratura.spaceblog.com.br/85917/Crime-e-Castigo-Dostoievski...)

No país vive-se o eterno conflito dePolícia para quem precisa de polícia(Titãs). A sorte está lançada. Que vença quem pese + para justiça e justos princípios.

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