segunda-feira, 3 de julho de 2017

Viviane Mosé

Milagre do Afeto
por maneco nascimento

A tarde era de 01 de julho, no tempo das 15 horas, o espaço de aproximação e diálogos necessários, palco e platéia do Theatro 4 de Setembro. No palco um móvel “canapè”, sofá colonial madeira, uma mesinha consorte com taça e água mineral e, ao lado esquerdo um longa árvore, plantada em jarro, à contrarregragem de composição da cena, com copa chorosa entrando no espaço de visual comunicação com a cenografia montada ao diálogo que incorreria.

Na platéia, o público que esperava Viviane Mosé, 98,98% artista da cênicas - nova dança e desdobramentos - mais outro/as curioso/as e leitore/as e internautas da artista (Poeta, doutora em filosofia, psicóloga e psicanalista), ela um cabedal de sapiência nunca vaidosa, nem regurgitadora de saber, apenas uma comunicadora de mancheia, com humor, conhecimento do que precisava comunicar e um luxo de carisma à prova.

Chegou, porque já tinha licença e nos encheu de alegria, humor, conhecimento sem esnobismo, linguagem simples, direta e, acadêmica, quando precisou, mas de uma ternura e afeto ao falar de afeto, vida, relações sócio humanas e filosofia fora/dentro do eixo das dificuldades. 

Falas de uma facilidade em que se possa entender que filosofia está na natureza humana, só precisando ganhar entendimento, compreensão e quebra do paradigma das coisas primeiras gregas, egípcias, cartesianas, socialista/capitalistas, ritos de humanidade experimentada mas que nem sempre deu muito certo ao real coletivo.

Se nos apresentou a nuvem (do princípio da linguagem e entendimento humano primitiva à nuvem das novíssimas tecnologias em que deslocou-se do pensamento (seja Platônico, ideal, etc) ao que tomou corpo do salto do real à realidade de nossas melhores, ou piores convivências, as redes sociais (o pulo do guapo pós sapiens sapiens sapiens sapiensis homo).

Das novas viradas humanas ao discurso simples do afeto, amor, olhar no olho do outro, Ser mais e deter conhecimentos e astúcia, que ninguém negue à humanidade, sem perder a ternura, nem o afeto, nem o que de mais importante, a vida como ela é com dores, sofrimento, entendimentos das dores e sofrimentos, curtir o que há da vida para ser vivida e negar não a vida, mas o que possa emperrar o que de melhor nos possa, ou não, trazer a vida, e ter e viver a vida.

Discorreu, em cronologia acadêmica, as fases do conhecimento do homem (genérico) para nos apontar que temos corpo  desnutrido e cabeça obesa de  razão e poder sobre todas as coisas às verdades absolutas. Nietzsche, Foucault, Mosé e todo aquele que embora pense, fuja de amarras cartesianas, pois desrazão não é crime, mas ampliar o pensamento fora do modelo que se nos democratizou um mundo “menor”.

A nova ordem, a da democracia da rede, quebra a matéria dura e nos apresenta quântica mais fora dos laboratórios da ciência sempre exata, razão e verdade (gregas). A morte de Deus nietzscheneana opera não a morte da religião, por si mesma, mas da ascensão da ciência como nova divindade que opera novos milagres (aquela velha lição da queda do teocentrismo ao antropocentrismo sapiens sapiens, lembra?). 

A nova dêiade que sopra o ar dos milagres panaceicos fluxos informacionais, comunicacionais, tecnológicos em franca e ininterrupa expansão do piscar do + novo conhecimento.
Mas, conhecimento recheado de afetos e de gentes com cabeção mais equilibrado e menos gordura do saber/razão e corpo mais alimentado para equidade de sentimento, emoção, corpo vivo e presente, não só depositário da cabeça cartesiana. 

Na dialética de conhecimento, corpo e mente arte e estética e discurso se entrecruza e, define corpo e mente também como recepção de maior verdade da alma e humanidade, além da dança e da cênica que já definem um "green card", a arte do artista para a cena, e por que não para a vida + ampliada no afeto.

O Projeto Junta #3 conseguiu feito sobreposto sobre a dialética da nova dança apresentada nos diversos da agenda e Equipamentos públicos, por onde Juntou espectadores. #Quem Junta Junta Aqui juntou um diálogo imprescindível e quem prescindiu do encontro, com Viviane Mosé, ficou se devendo essa.

Uma tarde que poderia durar três milanos de conversa afiada e centrada na natureza humana, ciência, lógica, razão (refletida)/desrazão, estética, arte, corpo, Dança, Corpo que Dança e que pode reconhecer-se mais humano e mais vetor de recepção de afetos e humanidade libertadora de emoções, sentimentos e natureza da espécie sapiens, com seus revezes, pois partem da Vida, que parte da Vida.

Viver a vida e descobrir-se + dono da vida e dos afetos, uma lição e milagre apresentados nas Falas e vozes de comunicar aproximação de artistas e artista, toda a gente presente na conversa franca e afiada de desdizer as regras endurecidas à construção de softweres (matéria mole) das humanidades que se nos povoam nesse momento.

Parabéns à coordenação/curadoria do Junta #3 por essa possível e indispensável conversa, criada com a cidade, que recepcionou Viviane Mosé. 

A sua Fala/Palestra “Subjetividade em Crise” nos diz que se há, e ninguém negue, crises e crises de subjetividade se deve combatê-las com humanidade direcionada, afeto, relações saudáveis, mesmo que a adversidade nos trague. Não há sobrevivência, sem adversidade, nem humanidade real fora do adverso.


N'algumas palavras, Evoé Viviane Mosé! Porque rima e porque abre sinais a um novo corpo no corpus das cidades invisíveis de cada um de nós.

Em tempo: Parabenizar a produção executiva do corpo a corpo por Josy Brito, essa Pequena Notável da cena de produção, que se nos representa quando o assunto é render melhores resultados. Salve, Josélia!

fotos/imagem: (divulgação)

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