terça-feira, 13 de junho de 2017

Éramos Seis...

Erasmo Seis&Meia
por maneco nascimento

Ele vem de um histórico de tocar em bandas juvenis, no começo de carreira, que reunia, no mesmo círculo de amizade musical, o grande Tim Maia, Roberto, Jorge Ben (só depois acrescentou o Jor), entre outros que marcaram os melhores dias de suas vidas às nossas melhores recepções e memórias inestimáveis.

fotos/imagem: (divulgação)

Amor ao rock, ninguém ficou impune a esse movimento pop mundi que atravessou, também, os mesmos mares, outrora navegados, e aqui aportou para influence jazz, rock, soul, blues, black spiritual, gospel-rock, pop, Jovem Guarda, iêiêiê...+ Bossa Nossa às guitarras selvagens e o matiz diverso da melhor, entre as melhores também, manifestação musical, a velha e doce MPB.

Se forjado um rei da MPB, então logo no calcanhar (falha de Aquiles), ou melhor ao lado, está o Príncipe Tremendão, esse tremendo barato que compôs de tudo e todo um pouco a românticos, ecológicos, rock'n tradição e reinvenção da variação sobre o mesmo tema, deu um Close n'Ela e permanece esse pop art music made in Brazil/Brasil de tantos brasis afora e adentro.

Nesta semana de 12 a 18, o tremendão Erasmo Carlos, em + de 70 bem vividos anos e, muitos deles à canção que avançou sobre os palcos brasileiros, pois à cepa nacional de grande estirpe, está em temporada de shows no Piauí.

fotos/imagem: (ascomSeCult)

12 de junho (Dia dos Namorados) foi brilho no Projeto Seis&Meia Teresina (Theatro 4 de Setembro); dia 13 de junho, marca presença luxuosa no Cine Teatro Oeiras, em Oeiras, ao sul do Piauí.

fotos/imagem: (divulgação)

E, em seguida, dia 14 de junho, é + música no Espaço Cultural Teatro "Maria Bonita", em Floriano, às margens do Velho Monge (o Parnaíba) que banha a Princesinha do Sul. É o Projeto Seis&Meia Interior, em franca expansão da canção brasileira de todas as estações estado adentro.

E, ainda dá as graças rock'n pop musicais, dia 16, no Festival de Inverno de Pedro II (que rola de 15 a 18 de junho), ao norte do estado.

Na cidade de Teresina, 12 de junho, às 18h30, no palco do Theatro 4 de Setembro cumpriu rito e rituais da profissão e repercutiu as memórias da canção e composições que lhe bem cabem. Um bom público, fãs de ontem e de hoje e uma repercussão que não tem faltado a nenhuma agenda do Seis&Meia.

fotos/imagem: (Carlos Anchieta)

Há quem diga que a voz estaria menor. Ninguém tem esse instrumento, natural, de ferro. É mesmo de carne, sangue, membrana, tecido e, envelhece como tudo, inclusive o mundo que, naturalmente, ganha ocaso. Também há os que dizem que foi tudo! Continua o mesmo, com os limites de quem tá pra lá de setenta. Mas um setentão da pesada. Um coroa da pesada pop rock. Morou broto?

Veio. Viu. Venceu + essa, às vezes de JCésar. Mas para que tudo acabasse bem, embora não tenha tão bem começado assim, contrapondo máxima de Shakespeare, houve algumas mudanças que concorrem também ao mundinho show biz.

Definido o artista Erasmo Carlos, depois da saída, pela tangente de Roberta Miranda, antes divulgada para junho, também se definiu a janela de atração local, Os Radiofônicos Broto, dentro, sempre, da linguagem que se aproximasse do artista, seria a Banda escolhida.

Mas houve uma exigência, segundo a coordenação de produção local, de que o artista preferia não ter ninguém tocando antes dele. Ora, pois, pois! Diria um velho e incrédulo português. Mas se o Projeto Seis&Meia, custeado com recursos públicos, seria à guisa de interesses do estado, que realiza as edições dos shows e convida os artistas.

Logo, se alguém tivesse que colocar "boneca", que fosse o estado, não o artista, haja vista poder haver sempre diálogos anteriores para esclarecimento da proposição do Projeto. O Seis&Meia, espelhado no exemplo do Projeto Pixinguinha, à medida que convida artista nacional, também e, especialmente, afirma que um/a local abre a noite, como forma de visibilizar, oportunizar, e vender a matéria nossa, o/a artista que dialoga com a atração nacional.

Sempre funcionou assim, ao longo de toda sua existência, então não se consolida ser diferente a caprichos de deuses, mudar a forma que sempre deu certo no Projeto Seis&Meia. Ruídos na comunicação. 

Depois desse primeiro momento, a permanência de um show, antes do nacional, teria que ser solo. Os Radiofônicos fazendo um solo, seriam um radinho de pilha, sessentão que fosse, fora da realidade artística da Banda local.

Então, para minimizar diálogos insuspeitos, mudou-se a atração local e entrou a Diva voz nova geração da noite musical teresinense, Soraya Castelo Branco.

Ela, a bela da cidade, com histórico de sambas bossa nossa e incursões por pop música, pop orquestra e canções que se nos fazem ser feliz, deu seu recado em cumprimento do papel de bem cantar e encantar, quando se abre show do Príncipe Tremendão, sua majestade Erasmo Carlos.

Tudo lindo, lindo, lindo! + uma etapa vencida e os ruídos da comunicação, poeira ao vento, desaparecem qual efeméride mergulhada na lagoa de Narciso, ou se quiser + licença poética, e continuar nos mitos, sobram insignificantes "(...) grãos de poeira sob as unhas dos deuses." (relembrando texto de Ades, em "Fúria de Titãs"[Clash of the Titans 2010, o filme). Ficam às memórias dos mundos paralelos show business que nada infligem mudanças no tempo dos olímpicos.

Todo mundo volta feliz pra casa. O público, a imprensa, os fãs, os aficionados, os determinantes e os determinados, a produção local, a nacional, a coordenação da produção local e toda as gentes direta, ou indiretamente, envolvidas no evento que marca a cidade e traz muita felicidade, diga-se de passagem, e soletradamente, quase desenhada, para que todos compreendam e não sobrem ruídos na comunicação.

Voltem todos realizados, ao conforto dos ninhos de gatos siameses sem saber onde fica Sião, aos nichos de cobras que engolem o sapo alheio, por diminuta ascendência a Júlio César imperator, aos escritórios de organização das felicidades de que ninguém abriria mão, nem que o sudeste virasse nordeste.

Que lição tirar da lição de casa, quando o assunto é vender melhor a prata da casa e rebrilhar o ouro que não seja de tolo, para nunca esquecer o Profeta e Pai do rock nacional: os mitos envelhecem e, não se estarreçam, morrem também.

A melhor estratégia é sempre descobrir que há + verdade em ser simples mortal pois, segundo a arqueologia cultural, os deuses do Olimpo foram guerreiros/reis/heróis/sangue dominadores que, n'algum momento da epifania, se auto proclamaram deuses a olhar os pares de cima para baixo, mas no fim com as mesmas, ou + agravadas falhas da natureza humana e mortal.

Simples, mas complicado, é ser simples, ser deus é fácil, mas os pés continuam da velha matéria caulim. Barro corroível e feito poeira às vaidades em combustão, sem consequente renovação como no mito de Fênix.

O Projeto Seis&Meia não é SeisÉMeu, SeisÉMeio, SeisÉDeles. É +, é só Seis&Meia. É uma limpeza, em destemida atenção à memória brasis da canção brasileira de todas as estações. É Brasil, gente! E arte não é latifúndio, é refresco e liberdade humanos.

E, quanto ao Seis&Meia, edição junho, mês dos Namorados, não feriu a memória do Projeto, revalidou + ainda essa inciativa que ganha interesse do Governo do Estado e Secretaria de Estado de Cultura do Piauí, em manter chama acesa, feito o fogo de Prometeu apreendido pela humanidade.

Éramos Seis. Erasmo Carlos&Soraya Castelo Branco, éramos + de quinhentos em embalo do rock'n pop do Príncipe Tremendão e das canções da Bela da noite.

Evoé, Projeto Seis&Meia!

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