sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Toda Samba

bambas na canção
por maneco nascimento

Pensávamos que Ângela Maria nos havia bastado, quando esteve em Teresina para sua noite, em 17 de novembro e fez as suas melhores canções e, ainda dividiu o palco com outra grande artista, que nos proporcionou também em seu repertório belas emoções, a nossa Bebel Martins.

Novembro ficou tatuado em nossas memórias ao inventário do Projeto Seis&Meia. Mas, quando dezembro chegou e dia 17 se instalou, em conspiração para receber, no palco do Theatro 4 de Setembro, a afiada sambista, cantora e compositora nascida em Pilares, mas é também de Madureira, da Vila, da cidade do Rio de Janeiro e, filha do velho Vila, o nosso querido Martinho, então outra felicidade foi gerada.

(o riso do samba/foto Jorge Carlo)

Mart'nália veio, viu e venceu o público, de Teresina, com sua graça de ser mulher, menina, pé de samba e música tarimbada na tradição familiar e heranças da canção brasileira desde que o samba é samba.

(sambas, ritmos e percussão/ft. Jorge Carlo)

Ninguém ficou ser ser contagiado com sua luz e alegria em ser feliz e cantar porque para samba e sambistas ela sabe da ginga e, se samba, fez-se ciranda de roda "De samba, de roda da vida que girou, que gira" Mart'nália na roda de ser sambista é sangue, em trama rendada da ciranda da vida em samba "Que gira e faz girar a roda Da vida que gira Que gira e faz girar a roda Da vida que gira", da Roda Ciranda de Martinho a Mart'nália dá samba.

E, como a noite era de samba, antes Beth Moreno nos devotou paixão, felicidade, orgulho e extrema alegria de estar no palco do Theatro 4 de Setembro, cantar para seu público e do samba e abrir o show de Mart'nália. Quem não iria querer essa honraria de estar e dividir espaço de palco do Seis&Meia e de anteceder Mart'nália.
 (Essa Moreno canta samba/ft Márcia Tajra/Norma Passos)

Beth Moreno, num repertório que foi desde bons e velhos sucessos da canção nacional, a samba autoral homenagem que seu pai, Luiz Santos, compôs ao mais tradicional estilo musical brasileiro que vence gerações e varia sobre a mesma língua e linguagem do samba.

(Beth Moreno cantou o samba/ft Márcia Tajra/Norma Passos)

Seu vozeirão e performance definida de bem cantar o samba da nossa terra, ela garantiu que é + arte que escolheu como carreira e profissão de ser cantora e ser artista e cantar o bom e belo das canções. 

Acompanhada de seu irmão, o diretor musical do show, Luciano Santos; seu filho, o baterista Bruno Moreno e Marcel Régis, em suas cordas deslizadas ao aço sensível, Beth encantou e nos deixou + feliz.

(o samba sempre tem vez/ft Márcia Tajra/Norma Passos)

Depois de Moreno, Mart'nália chegou de mansinho e suave voz característica de afiar sons e melodias do samba, ganhou de pronto a plateia. Bebeu água, brindou ao público. Bebeu cerveja, brindou ao Vinícius, à Marília Pera, e cantou como nunca havia cantado para a cidade de Teresina e para o público que a acolheu com a mesma emoção com que ela se doou em extrema felicidade.

(humor e música imperturbáveis/ft Jorge Carlo)

Performática, uma tranquinas menina mulher que canta, dança, ginga, tira sons percussivos da tabela do samba e vai pra galera com toda felicidade confessada à força da música que a fez sambista nata e cantora, exatamente como quer a tradição renovada na canção brasileira de raiz dos bambas.

(seu público, seu prazer/ft Jorge Carlo)

Beijou a plateia, apresentou os músicos, cada um + refinado ao coletivo musical. Beijou-os. Brincou, bebeu, riu, cantou muito + e parecia que estava num fundo de quintal carioca.

Uma cantora, uma mulher, um erê para todas as rodas, cirandas, sambas, sambas bossa, pagodes e sua musicalidade intrínseca e, expressivamente, intérprete para economias musicais e afinações liberadas que giram, gingam e fazem girar a vida de samba.

Monarca, Dona Ivone Lara e + bambas por seu repertório brilharam e as vozes do samba do papai Martinho, com delicadezas vocais do seu Velho, o chapa, que se lhes fizeram herança perolada e lhe dão um misto de sua melhor identidade musical com o Vila, que não nega o sangue vocal, de suaves e doces melodias em samba tradição.

(é átomo do samba/ft Jorge Carlo)

Mart'nália, se não existisse teria sido inventada mesmo assim, porque já nasceu dona de seu carisma em bem cantar.

O público riu, tocou-a, jogou loas e recebeu respostas e carinhos, abraçou-a quando ela foi pra galera, praticou seus selfies e urdiu material para you tube, cantou com ela, bateu palmas e transversou dengo para suas respostas de cafuné, "porres", disritmia ritimizada e muita alegria contagiante, contagiada pela força e energia luz e cor musical de Mart'nália para piauienses que foram ao Seis&Meia.

Nunca fomos tão felizes em ver, ouvir cantar e recepcionar a arte de ser artista e ser cantora e ser vida dedicada a seu público, e nós éramos seu público da hora, de + de uma hora de show energético, feliz, musical e muito cheio de prazer doados a quem estava, e todo mundo estava, concentrado em Mart'nália.

Foi, é, um furacão silencioso de emoção compartilhada na roda da ciranda do samba, de Mart'nália em samba!

Seis&Meia fechou um ciclo de excelentes edições do Projeto. Como é bom poder estar testemunho da história que irriga a memória da canção brasileira de todas as estações que se instala nesse Projeto.

Para março de 2016, no Dia Internacional da Mulher, divulgou o Secretário de Estado de Cultura, Fábio Novo, a  agenda se confirma para Zizi Possi. Aguardemos ansiosos.

Por hora, regurgitemos o prazer e emoção vividos, na noite de 17 de dezembro, pois de memória ficamos regados do bom samba à força das bambas Beth Moreno e Mart'nália.

Saravá, grandes artistas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário