sábado, 7 de fevereiro de 2015

Hoje é dia D


***João Vasconcelos. Hoje se comemora...
por maneco nascimento

O Título de Cidadania Teresinense que recebe.

O homem, o artista, o empreendedor da arte e cultura e da culinária de preservação e sobrevivência diária. É assim que se observa o operário de Espaços culturais e Bares temáticos que marcaram presença no centro de Teresina, nos muito mais de 20 e poucos anos de serviços prestados ao fazer artístico e cultural comprometido com agregação e interação de linguagens.

Nem profecia, nem profeta. Profissão de fé ao fazer cultural da cidade que não tem mais fim. João Batista Vasconcelos. João, das heranças lusitanas que povoaram o continente achado e, colonizado, à marca brasis. Batista, das reminiscências histórico religiosas da Europa católica e cristã, absorvidas na fé instalada. Vasconcelos, que sobrenomeia os variados de identidade civil, representativos dos troncos familiares da construção social brasileira.

É esse João, seu João, como é chamado pelas novas gerações de artistas, que orbitam em torno de iniciativas culturais lançadas por ele, que pesa o nome do ator e produtor cultural, o agregador de fazedores artísticos, que hoje recebe o Título de Cidadão de Teresina.

(o casal cultura 21: Lourdes e João Vasconcelos/imagem face J. Vasconcelos)

Natural de Beneditinos, João Vasconcelos, começou a sinalizar à arte, já nos tempos de escola, em sua terra natal. Nos eventos escolares passou a fundamentar a perspectiva que acabou desempenhando em Teresina, quando veio completar estudos do ensino médio. A ideia de fazer teatro sempre o perseguiu e, na capital, procurou interagir com artistas de teatro e fez as primeiras incursões em oficinas de iniciação teatral.

Foi no Núcleo da Oficina de Teatro do Theatro 4 de Setembro, que funcionava nas dependências da Casa de espetáculos, que Vasconcelos encontrou ecos de iniciação na profissão de ator, com a facilitação de Lorena Campelo. Lorena revela que João Vasconcelos, assim como Antoniel Ribeiro e Cláudia Amorim começaram com ela. No Theatro 4 de Setembro havia duas oficinas, uma ministrada por ela e outra por Arimatan Martins. Esta última foi útero à Oficina Permanente de Teatro “Procópio Ferreira”.
 
(Lorena Campelo, Cláudia Amorim e, João Vasconcelos no início de tudo/imagem face J. Vasconcelos)

Também conta Lorena que, ao final da oficina que ministrou, foram absorvidos João, Antoniel e Claudinha para a montagem de “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado. Desde então, Vasconcelos ingressou de vez na profissão de ator, no Grupo Raizes de Teatro. Na Cia., criada por Aci Campelo, Lorena Campelo, Lili Martins, entre outros, Vasconcelos ainda participou das montagens de “Clube do Pipi” e uma nova leitura para “Arribação”, textos de Aci Campelo e direção de Lorena.

Mas foi a partir do ingresso no Grupo Harém de Teatro que João Vasconcelos sedimentou, de vez, a profissão de atuar, contrarregrar, reforçar as produções executivas que realizava ao teatro, dança, shows musicais e também dirigir espetáculos e shows.

Simultaneamente, o artista trabalhou no comércio, fez produção de eventos a casas noturnas da cidade e cumpriu definitivamente a sina, que carregava consigo, de ser artista da cena cultural da cidade. No ramo de comida, desenvolveu, ao longo de boa parte da vida, o negócio de restaurante e trouxe um diferencial, todas as suas empresas de restaurante também desenvolvem ações artísticas culturais.

Entre seus empreendimentos de equipamentos de cultura e culinária direcionados à manutenção do corpo, bem alimentado, e nutrição do espírito que também urge comida, já que “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”, como bem apregoa os Titãs, seus negócios sempre primaram pela sobrevivência diária de artistas, comerciários e clientela contumaz que o segue, aonde quer que vá, ou plante uma laboratório de reunião e práxis cultural e alimentar.

Café das 6; Em Cena; Bar Elis Regina; Bar do João, Lanchonete Cultural do ADH e Lanchonete do Palácio da Música, entre outros projetos, sempre trouxeram a marca e espaço para as manifestações artísticas, também. Servia refeições e montava um palco para os artistas da cidade aparecerem.

O Bar Elis Regina, por exemplo, criou corredor cultural na David Caldas, funcionando no quintal da Associação Brasileira de Escritores no Piauí – ABE. Ali, quase um Beco das Garrafas foi revisitado. Shows musicais, concursos de teatro, poesia, artes visuais e dança, espetáculos de teatro, cinema, lançamento de livros, entrega de prêmios culturais. Foi o buchicho daquele bom momento do centro da cidade.

Ali também João criou os projetos Elis Vive, em homenagem à data de desaparecimento de Elis Regina, em discurso de que a estrela da cantora nunca apagasse. Mais de dezoito edições do Projeto que reúne grandes cantoras locais, em revisita do repertório da maior cantora do Brasil.

O Bar Elis Regina era frequentado por todas as gerações, tribos, intelectuais, jornalistas, escritores e visitantes, quando hospedados em Teresina. João Vasconcelos confessa que o diretor de teatro e fotógrafo, José da Providência, era frequentador assíduo do local. Nas quartas feiras havia um projeto para shows musicais, Quartas MPB, e reunia muita gente.

Segundo João, o Providência dizia, brincando, “eu vou acabar com esse projeto” e Vasconcelos justifica a brincadeira, atribuindo aproximação com a criação do Projeto Boca da Noite, no Espaço Cultural “Osório Jr.”, dedicado à música local, também nas quartas feiras. "Antes, no centro da cidade, não havia qualquer iniciativa que reunisse espaço para o artista local da música", lembra Vasconcelos.

O Boca da Noite foi implantado, com a restauração do 4 de Setembro e criação do Complexo Cultural Clube dos Diários/Theatro 4 de Setembro e as Quartas MPB, do Elis Regina, se preservaram, enquanto o Bar funcionou. Com o Boca da Noite, rememora Vasconcelos, "o público do projeto oficial acabava migrando ao Elis Regina, já que os shows do Osório Jr. encerravam mais cedo e, no Bar Elis Regina, tudo começava só depois das nove da noite. Um projeto acabou sendo parceiro do outro", aponta o artista. 

Nas segundas feira, do Elis Regina, o tema era teatro e dança, patrocinadas por pequenos empresários de Teresina e o artista ficava em temporada nas quatro segundas do mês. Também fez escola e muita gente boa passou pelo palco do espaço.

Entre outras marcas que ganharam vida longa às ideias originais de Vasconcelos, estão os projetos Mulheres Plurais, shows com as divas da canção de Teresina; Noite dos Desafinados, em que artistas e amantes de Elis Regina podem desafinar e festejar o repertório da cantora; Mostra Cultura The, que reúne todas as linguagens artísticas em quinze dias de música, dança, teatro, artistas plásticas (cartum, exposições pictóricas), cinema, lançamento de livro, poesia, um caldeirão aquecido pela cultura local de todas as estéticas interagidas.

Nos últimos três anos esteve como concessionário do Bar do Clube dos Diários e fez espécie de ocupação do espaço. Criou para as terças feira, o Projeto Eu, Você e o Teatro da Minha Vida, às manifestações das cênicas. Durante a ausência do Boca da Noite, que não funcionou em 2014, João Vasconcelos empreendeu o Quanto Vale o Show?. Bandas se apresentavam no “Osório Jr.”, e rodavam o chapéu. Ocupavam o espaço das quartas feira e mantinham o hábito do público do Boca da Noite, mas com a contribuição facultativa, no chapéu.

O Prêmio Cobra do Ano, uma divertida brincadeira que reúne artistas eleitores e eleitos, também marcou presença. Às sextas feira, o Reggae na Boca atraiu o público ao centro da cidade, no início do fim de semana, e manteve o Bar do Clube dos Diários com programação cultural a todos os gostos.

O agitador cultural também foi produtor de shows em Casas noturnas da zona leste e dirigiu alguns artistas da música. Banda Brigithe Bardot, Vanda Queiroz, Cláudia Simone, Bebel Martins, Wil Silva, Fátima Castelo Branco, Gislene Danielle passaram pelo tino artístico de Vasconcelos.

Realizou o espetáculo Ela. Roteirizou, criou e dirigiu a dramaturgia de cena que homenageava a mulher, desde a pré-história (Luzia) à contemporaneidade (as vítimas de 8 de março em Nova Iorque, a queima dos sutiãs, Elis Regina, Genú Moraes), em espetáculo de dança teatro.

Também produziu o Projeto Roda de Poesia e Tambores, de Élio Ferreira e, no Teatro Estação/Nos Trilhos do Teatro, desenvolveu o Vitrine e Calçada da Fama, em que realizava shows e performances na calçada da estação ferroviária, às margens da avenida Miguel Rosa.

Parceiro em produções executivas do Sesc Regional Piauí contribuiu na execução do Sesc Piauí de Dança e Festival SESC de Teatro Infantil Pipoca com Guaraná e continua atuando, dirigindo, cozinhando uma boa mão de vaca, porque precisa pagar as contas e sobreviver, em paralelo, ao fazer cultural e sempre maquinando novos projetos a serem implementados na cidade.

Foi Presidente do Grupo Harém de Teatro, sendo muito querido pela companhia de teatro. Para Francisco Pellé, o colega de teatro é indispensável à cidade. Está sempre movimentando a cultura local. Agregador com trânsito livre em todas as linguagens artísticas locais. Pronto, a qualquer momento, em parcerizar uma nova ação cultural, João Vasconcelos representa um orgulho.

 (os atores e colegas de cena Francisco Pellé e João Vasconcelos/imagem face J.Vasconcelos)

Sinto muito orgulho de João Vasconcelos ser componente do Grupo Harém de Teatro. É o nosso atual presidente do Grupo e pessoa indispensável às nossas relações de trabalho, porque reúne, agrega, integra, interage o fazer cultural, é criativo e criador e agita a cena cultural local”, diz Pellé.


BOX

Hoje, 05 de dezembro de 2016, Ele, João Vasconcelos, 51 anos de vida bem dedicados aos próprios sonhos e empreendimentos, recebe o Título de Cidadania Teresinense, concedido pela Câmara Municipal de Teresina, por iniciativa do vereador Tiago Vasconcelos. 

A Solenidade de entrega do Título de Cidadão de Teresina acontece às 19 horas, no Theatro 4 de Setembro. E, em seguida, será apresentado o espetáculo musical  #Fama#emtemporeal#, com direção geral de João Vasconcelos e Direção de Cena de Adriano Abreu.

E faz a festa e ajuntará amigos, colegas de profissão, escritores, bailarinos, músicos, artistas visuais, jornalistas com quem manteve ótimas relações de parceria, na divulgação de ações culturais, e os familiares orgulhosos da escolha e trabalho que desenvolve, como ator e produtor cultural, há mais de 30 anos.
 
 (álbum de família: João, Lourdes, Karine e Priscila/imagem face J. Vasconcelos)

Confraterniza com os amigos de relações construídas ao longo de trinta anos e que estão entre as referências de quem responde pelo fazer artístico cultural da cidade e do estado. 

Fará deste encontro a melhor oportunidade de congraçar com quem ocupa tempo e comprometimento com a construção sócio cultural e artística de Teresina. E a festa vai bombar muito, garante, porque uma realização da João Vasconcelos Produções que vingam e Trama Produções.]

***texto, de maneco nascimento (Manoel Da Cruz Do Nascimento Da Cruz Nascimento), originalmente publicado em 07 de fevereiro de 2015, quando do aniversário de 50 anos de Vasconcelos.
Hoje, 05 de dezembro, está atualizado ao contexto de hoje, Dia em que receberá o Título de Cidadania Teresinense.

Um comentário:

  1. Arrasou no texto Maneco, por esses e outros é que sou sua fã, cara, parabéns. Além do mais o João merece todos esses brios... beijos musicais da Fátima Castelo Branco

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