quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tolerância não é crime.

Tolerância não é crime.
por maneco nascimento
Das notícias, marcadas nas páginas da história do mundo, uma das que + se caracterizam como graves falhas da humanidade é a da falta de tolerância para com o próximo. Tem sido por intolerância que o homem, algoz da própria espécie, mija no limite alheio, transformando este em seu próprio quintal.
Por pequenez de solidariedade, desrespeito, desamor ao outro, contrariando princípio cristão, e uma série de defesas das próprias atitudes idiossincráticas é que crimes dolosos, às vezes, recebem abrandamento da lei de prática violenta, seja física ou moral, contra negros, gays, prostitutas, índios, idosos e uma infinidade de vítimas mundo a fora.
No mundinho nacional, a discriminação e o preconceito chegam, por vezes, a ganhar “status” de corriqueiro e contumaz ação sobre os “inferiores”. As novas tecnologias e as redes sociais, facas de dois gumes finamente afiadas, são a mão na roda para notícias instantâneas, registros de flagrantes, liberdade de expressão e, por vezes, desvio da tolerância.
Recebi, via e-mail, de um amigo, uma notícia que deve estar ganhando corpo nas redes sociais. Julguei ser assunto não de reforço da intolerância, mas de reflexão acerca do preconceito dedicado ao nordeste e seu povo. Segundo o post, o lide da matéria anuncia que “OAB pede que Sophia Fernandes responda pelo crime”
(foto: reprodução)

[Segundo a OAB, as declarações violam o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Entre as mensagens postadas pela estudante estão: “o twitter ta virando vaso sanitário... muita merda twittando. (Oimacacos) - nordestinos-piauienses-cearenses...”; “Sai do Twitter e vai cortar tua cana pra comprar teu arroz NORDESTINO”; “Tem que usar câmara de gás pra matar teu povo”; “O Nordestino é a própria sujeira”.
 
O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, destacou que o crime de racismo é inafiançável e prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. “Sophia que não conte com a impunidade para esse ato de desatino, próprio de pessoas ignorantes.” ] (postado em www.taregistrado.com/14 de dezembro de 2011, às 08h34)

Até para ser tolerante existem exercícios de aceitação e, especialmente, de princípios de educação que passam pelo esteio familiar para complementarem-se nas sociabilidades futuras de vida escolar e relações outras.
O Presidente da OAB – PE, reforça em texto da matéria: [- Mariano lembrou que, em novembro de 2010, a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo - uma das responsáveis pela onda de manifestações preconceituosas contra nordestinos surgida na internet após o anúncio da vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais -, responde hoje a uma ação penal pública na Justiça Federal de São Paulo, que está em fase de instrução.
 
“Nordestino não é gente, faça um favor a São Paulo, mate um nordestino afogado”, dizia a mensagem postada por Mayara Petruso no Twitter. A OAB-PE ofereceu notícia-crime contra Mayara ao Ministério Público Federal de São Paulo, que a denunciou pelo crime de racismo.] (Idem)
Visitar ou interagir nos canais de rede sociais, de twitter a facebook e alhures, não é só saudável, mas prática de interação e convivências naturais no “overmundo” de tecnologias e novas e ágeis informações em rede. É só compartilhar e, livremente, ser ou não ser um melhor cidadão.
Vive-se uma nova leitura da premissa de Palo Alto que dizia queé impossível não comunicar”. Hoje, talvez em novo redirecionamento, já se queira acreditar que seja impossível comunicar. Talvez sim, talvez não. A comunicação transversal detém ou desdobra os discursos para direitos humanos ou enviesados.
De sorte é que a evasão de privacidade e o simulacro das vidinhas comezinhas ou não, ganham força. E o “mal rapaz” ou a “bad girl” também tomam a forma que melhor lhes aprouver. O compartilhamento de opiniões e nova arma de aproximar intenções e interesses antissociais podem alimentar velhos monstros que achávamos não ser possível haver em terra de Deus brasileiro.
País continental, o Brasil tem sangue para todas as cepas, graças a Deus. Há também espaço para nordestinos, japoneses, ucranianos, alemães, italianos e um saudável encontro de etnias e raças. Gaúcho(a)s e paulistas também têm seu mercado e suas falas e oralidades respeitáveis.
Salvo o desvio que possa haver em qualquer representação de cepa social, tolerância não é crime, é princípio de vida em coletivo e sempre será saudável ser + humano.

2 comentários:

  1. Tolerância é um princípio que deve ser praticado cotidianamente. Afinal, o mundo (as leis naturais ou criadas) não definiu quem estaria em melhores condições.
    Os/as humanos/as sempre viveram e viverão competindo, buscando satisfação (que nunca chega). A natureza humana é insaciável, portanto jamais contentar-se-á.
    A índole é congênita, assim como a ética. Não se aprende na escola, o máxico que pode acontecer é mudarmos, por algum tempo, para satisfazer as nossas conveniências.
    Algumas pessoas acreditam que são superiores, mas as atitudes demonsy
    tram que não passam de pobres mortais.

    ResponderExcluir
  2. nem toda boa atitude é conveniencia, assim como nem todo charuto tragado por freud é retenção da memória e libido do prazer inconsciente do ato de mamar

    ResponderExcluir