por maneco nascimento
(cenas de A Batalha do Jenipapo - o musical/fotos: divulgação)
Quando entra março e suas águas
fechando verões, com algumas chuvas e outras vezes não, a cidade continua com o
frenético movimento de arte, cultura, sobrevivência, dias quentes e abafados e
luas cálidas com toda a sua influência e carros e ruas e viadutos e praças e
marquises e prédios rumo aos céus e gentes de dentro e das franjas da
mesopotâmia brasileira desse nordeste de meu Deus, a cidade continua pulsante,
porque verde (da pecha do poeta maranhense Coelho Neto) e porque capital desse
lado de cá da linha do equador que nos alinha para geografias e territórios
assimilados na cartografia oficial.
Teresina hospitaleira e de calor
humano que nunca fica a dever a qualquer visitante. E quando o assunto é
movimentar arte e cultura premeditadas, então não está só prosa, está também
poesia, teatro, dança, música e o + que vier ser, porquanto detém vida cultural
e assaz sabe fazer bonito. Aqui onde também poetas fizeram suas entradas em
papéis, esferográficas, linhas e versos e frases de licença poética, o teatro,
a dança e a música estão como quer o artista e seu labor operário de manter a
chama viva.
(Aqueles Dois/foto acervo da Luna Lunera)
Como março é mês “quente”, e
culturalmente presente na pauta artística, abriu portas a visitantes ilustres,
com seus carroções de variedades da arte às platéias desejosas, e foi bem. Lá
para o começo deste, nos dias 1º., 2 e 3, a Cia. de Teatro Luna Lunera brindou
a cidade com “Aqueles Dois” e a 6 Voltz Conective Artístico Independente também
contribuiu com “Masculinity”, dias 9 e 10, ao público da nova dança e curiosos
e afins. As temporadas se deram no Complexo Cultural do Matadouro Teatro do Boi.
(Chris Leuenberger: Masculinity/foto de acervo do artista)
Agora quando chegaram os sinais do
início da primeira quinzena de março, já se tinha rumores artísticos do Artes
de Março, aberto dia 8, lá no Teresina Shopping. Cultura que se segue até dia
18. Mas, voltando à semana de + arte em pauta cheia de amores culturais, essa entrada
de segunda quinzena teve o grande espetáculo, a céu aberto, e já tradicional do
calendário do Piauí. A reprodução da história da Batalha do Jenipapo, guerra de
adesão piauiense à independência do Brasil. Às 18h30m, do dia 13 de março, no
campo de cena do Monumento Heróis do Jenipapo, deu-se A Batalha do Jenipapo – o
musical, dirigida por Franklin Pires, para escrita dramática de Bernardo Aurélio.
+ de 50 atores de Teresina se
deslocaram a Campo Maior para reavivar rito dramático que se repete há mais de
uma década, naquela cidade ao norte do estado. Uma nova roupagem de espetáculo,
tendo como testemunha o céu, o público extraordinário, + autoridades,
convidados e agraciados com medalhas oficiosas. A Batalha do Jenipapo – o musical
cumpriu seu papel e deixou rastro de quero + a quem foi espiar a cena, naquele
13 de março.
Dia 14 era dia da poesia, ou melhor, Dia Nacional da Poesia, data
oficializada também em comemoração ao nascimento de Castro Alves, o “poeta dos
escravos”. Pipocaram notícias na cidade, como
em céu de fogos de artifícios, às homenagens aos poetas e a esse que é o Dia Nacional
da Poesia. No Bar do Clube dos Diários, as loas foram também em homenagens devidas
à poesia de solo nacional e lançamento de um novo artífice das palavras e
artista das novas construções de efeito poéticas.
(Castro Alves/imagem: www.portalsaofrancisco. com.br)
O lançado, às terras
mafrensinas, Rodrigomleite, poeta de olhar urbano ao cotidiano das franjas
sociais teresinenses. Os artistas desse Sarau, Francisco Pellé, Marlenildes Bid
Lima, João Vasconcelos, Cláudia Simone e Anchieta Cardoso, Élio Ferreira,
Nazilene Barbosa, Jesus Viana e Edson Jr., Maneco Nascimento e + o som de batuques
e sonoras licenças poéticas do Coisa de
Nêgo. Estava bem representada a noite do Dia da Poesia, vingou das 19h às
22h30m, na ponte cultural do Bar do Clube dos Diários.
Também nesse dia a VR Produções, vide
Vitorino Rodrigues, dava seu sinal cultural. Iniciava a maratona teatral, instalada
no Complexo Cultural do Matadouro – Teatro do Boi. Teatro para todos os gostos
e público. Comédia e dramas risíveis para jovens e adultos, para crianças e
pais de infantes. E, como era a semana da poesia, não poderia faltar o poeta e
sua obra. Nesse 14, Dia da Poesia, às 20h, a hora e a vez foi de Salgado
Maranhão, grande poeta de nosso quinhão.
(repertório Maratona Teatral/imagem de acervo da VR Produções)
A peça, “Sol Sanguíneo” para obra
homônima. Com desenho de dramaturgia, realizado por Maneco Nascimento, “Sol
Sanguíneo” traz o ator Vitorino Rodrigues interagindo os bilros e riscos
poéticos de Salgado. Foi um ótimo Dia Nacional da Poesia.
A maratona teatral da VR Produções
seguiu, dia 15 de março, às 20h, com “17 Minutos Antes de Você”, direção de Heraldo
Maia e assistência de direção de Elielson Pacheco, no Teatro do Boi. O cotidiano de casal na
terceira idade reflete ternura, estética, plástica cênica e desenvoltura muito
equilibrada de Vitorino Rodrigues e Júnior Marks, como os velhinhos do drama.
Ainda dia 15, pela manhã o Lançamento do projeto "Paixão de Cristo em Bom Jesus", às 10h, no Auditório Francisca Trindade(Assembleia Legislativa do Piauí) com todo o elenco do espetáculo e à noite, às 20h, no Teresina Shopping (Artes de Março 100 Anos de Vinícius de Moraes), Luiza Miranda e Maneco Nascimento viveram o poeta no "Sarau Vinícius Vive", com direção musical de Josué Costa e dramaturgia do Maneco N.
(Luiza Miranda: Sarau Vinícius Vive/foto: Luciano Klaus)
Em 16 de março, às 20h, no Teatro do Boi, o público
integra comunicação com “Um Brasileiro no Céu”, texto de Carlos B. Filho e
direção de Roger Ribeiro. Na cena, a dupla dinâmica Vitorino Rodrigues e Júnior
Marks, disputam poder de persuasão no enredo de um nordestino, no confronto com
um anjo guardador das portas do céu. Comédia livre para todas as idades amantes
do teatro. Já no domingo, dia 17, a hora é de todas as crianças.
O infantil “O Diário da Bruxa” comanda a festa
de fantasias, bruxarias e comédia dos erros. A Fada Açucarada Doce de Mel é o
disfarce (im)perfeito da Bruxa(Vitorino Rodrigues) que perdeu a memória e quer
a todo o custo reaver o diário de bruxarias para realizar feitiços e recuperar
beleza, juventude e maldades de receita. A direção é de Roger Ribeiro e a Bruxa
e outras Fadas e Príncipes encantados ganham a criançada em 50 minutos de
divertido espetáculo. Local das apresentações, CCMTBoi.
Ainda na cidade distendida, O
Núcleo do Dirceu abriu seu laboratório de reinvenções e nos dias 15, 16 e 17 de
março, no Galpão do NDC, o espetáculo “1000 Casas” antecede lançamento do livro
homônimo, com registro de história e memória desse projeto de arte e cultura de
intervenção, inaugurado na periferia de Teresina, na região do grande Dirceu.
(cenário Mil Casas/imagem de acervo do Núcleo do Dirceu)
“1000 Casas foi um projeto de arte e intervenção domiciliar – aberto e em
construção – embrenhado em um bairro periférico de uma cidade periférica do
Nordeste do Brasil. Uma sequência de ações performáticas que aconteceram – de
visita ou “assalto” – em mil casas da região do Grande Dirceu, em Teresina,
Piauí, entre os anos de 2011 e 2012, propostas pelos artistas do Núcleo do
Dirceu.” (informação do NDC)
.(
(post de Janaína Lobo a Projeto de Intervenção Mil Casas/NDC)
Uma semana cheia de vida cultural,
a cidade tem respirado desde 14 até 18 desse março em andamento. Então, atrás
da felicidade em obra e arte conspiradas só não vai quem não entendeu que arte
e cultura estão bem ao lado da humanidade + feliz. A cidade sabe disso e o artista
não perde tempo, faz seu papel e a qualidade quem percebe é quem não perde o
bonde da história de arte e cultura local.
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