Mulher é tudo e tanto.
por maneco nascimento
“Ressucita-me/para que a partir
de hoje/A família se transforme./E o pai/Seja pelo menos o
universo/E a mãe/ seja no mínimo a Terra.” (O Amor/Caetano Veloso e Ney Costa Santos para poema
de Maiakovski)
A terra mãe, útero de toda as gentes, é também
território do bicho chamado homem e da mulher, terra prometida aos filhos da
maternidade. Na busca de seu tempo e sua história, a mulher rompeu fronteiras,
abriu porteiras, quebrou barreiras, conquistou o direito natural de livre
arbítrio, de pensamento e das próprias escolhas. Assinou a identidade do ser
mulher, de ser mulher e ser + Ela mesma.
Carlotas, Leopoldinas, Teresas,
Anitas, Jovitas, Zuzus, Coras, Clarices, Cecílias, Rachels, Nélidas, Hildas,
Anas, Zilkas, Elkes, Hebes, Ofélias, Zélias, Clementinas, Menininhas,
Jovelinas, Zezés, Lígias, Pagús, Tarsilas, Vidas, Normas, Leilas, Carlas,
Fernandas, Zicas, Ruths, Léas, Marílias, Bibis, Evas, Elzas, Idas, Cacildas,
Elizeths, Claras, Elis, Marias, Mírians, Dircinas, Glórias, Reginas, Déboras,
Dinahs, Janetes, Ivanis, Adélias, Marinas, Heloisas, Dilmas, Elisas, stelae
reginae seculum.
Não te peço toda presença, te
peço licença para dizer que não há mundo sem mulher. Poderia haver um modo
estranho, obscuro, meio morto, meio solto no mundo sem estribeiras, sem o
encanto, sem o espanto da paixão que pega pelo pé e doma o coração do homem,
esse sim, bicho esquisito, contrariando Rita, a Lee, porque a do Chico levou o
sorriso do amante, o violão, o disco de Noel. Este último, poeta do Morro,
boêmio e apaixonado pela mulher, sempre cortejada e amada em licenças poéticas.
“Eu possa dizer do amor que tive/que não seja
imortal posto que é chama/mas que seja infinito enquanto dure.” (Soneto da
Fidelidade/Vinícius de Moraes) O
poetinha e sua declaração universada de fidelidade à mulher amada.
Erasmo Carlos quebra o mito da mulher sexo frágil e diz, em poesia depoimental, que “eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com Elas (....)” (Mulher/Erasmo Carlos). Rita diz que Ela “(...) é um bicho esquisito, todo mês sangra (...)”, mas sagra também a natureza da renovação genética e fertilizadora do(a)s poetas que lhe rendem poesia e outras loas.
Erasmo Carlos quebra o mito da mulher sexo frágil e diz, em poesia depoimental, que “eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com Elas (....)” (Mulher/Erasmo Carlos). Rita diz que Ela “(...) é um bicho esquisito, todo mês sangra (...)”, mas sagra também a natureza da renovação genética e fertilizadora do(a)s poetas que lhe rendem poesia e outras loas.
Paratodos e paratantos é mãe, mulher, irmã,
confidente, companheira, amante, jardineira fiel da horta escolhida, educadora,
amiga do peito e quando o poeta confessa que “O meu pai era paulista, meu avô
pernambucano, o meu bisavô mineiro, meu tataravô baiano (...)” (Paratodos/
Chico Buarque) também revela, nas entrelinhas antropológicas que não há gênero
masculino que não tenha tido uma amiga do peito, mesmo que ama de leite, sangue
da mulher.
E, aos que ainda prefiram desacreditar na
força dessa Vida que é a mulher, é tudo e tanto, aprendam a cuidar e entender
sem traumas, nem tramas, que Ela é também gênero equilibrado, balança do
equilíbrio ao outro, o masculino. Interface das relações estritas, estreitas,
estáveis ou estradas livres de se reconhecer pelo próprio pertencimento e
identidade.
Com maçã, ou sem serpente, para
anjos e decaídos, simplesmente mulher. Falha, frágil, dócil, agressiva, ativa,
(des)armada, ciência, cultura, biologia, ecologia, terra e mar, céu e outras
plagas de Dante e Elisa.
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