A
cidade legislativa
por
maneco nascimento
Uma
audiência pública, na Câmara Municipal de Teresina, foi instalada dia 22 de
fevereiro de 2013, a partir das 9h30m da manhã e as conversas, depoimentos e
discussões giraram em torno das condições de funcionamento e proteção contra
acidentes, incêndios em teatros, cinemas, casas de shows, entre outros espaços
de aglomeração de pessoas.
O Presidente
da Casa, Rodrigo Martins, abriu os serviços e passou a palavra à responsável
pelo encontro, a vereadora Teresinha Medeiros. A parlamentar apontou o
propósito de discutir a segurança aos freqüentadores de Casas noturnas e citou
o artigo 47, do código de posturas do município, inciso 4 que trata sobre as
portas de saídas de emergência se abrirem de dentro para fora. A discussão
pública vinha na esteira da tragédia, ocorrida em Santa Maria (RS), na
Boite Kiss. E, como prevenção, evitar algo parecido em Teresina.
Citou
o artigo 61, sobre concessões de alvará de funcionamento de parques de
diversões. Que as formalidades legais passam pelos critérios técnicos de
engenheiros do CREA – PI, quanto à montagem e funcionamento dos serviços
prestados aos usuários. Aberta a palavra à plenária, Antoniel Ribeiro falou dos
investimentos em segurança aplicados ao Theatro 4 de Setembro, onde é diretor.
Serviços, de prevenção contra incêndios, que não haveria em nenhum outro
estabelecimento de entretenimento de Teresina.
As
condições de trabalho, no Corpo de Bombeiros do Estado, o contingente de
militares inferior ao necessário para emergências demandadas, as dificuldades e
demora em se conseguir liberações do Corpo de Bombeiros e ou outros órgãos que
delegariam licença de funcionamento levaria ao fato de que “A ilegalidade está
legal” (ver. Major Paulo Roberto).
Implantar
brigadas de incêndio dentro das Casas de cultura, “uma norma que crie
perspectiva de ter apoio para motivo de incêndios”, vereador Marco Antonio. O
momento é de discutir o problema acerca da proteção aos usuários dos serviços
de diversão e “não de caça as bruxas ou procurar culpados”. Soluções
encontradas e medidas tomadas, uma “saída que não prejudicasse a ninguém” e
mantivesse as casas abertas. (ver. Dudu)
Não
existe serviço especializado contra acidentes de incêndios na cidade. “Buscar
fora pessoas que lidem com as prevenções de incêndios e acidentes. As empresas
precisam de seguro e o seguro precisa de fiscalização pública” e “profissionalizar
a quantidade de casas de espetáculos para oferecer segurança”, (Francisco Alex,
gerente de Operações do Teresina Shopping)
“Buscar
nas casas de shows a adequação arquitetônica à prevenção de acidentes”, que estas
sejam fiscalizadas quanto ao número de freqüentadores e que seja criado um
termo de conduta que abra proteção aos cidadãos. (ver. Norberto). O Theatro 4
de Setembro sofreu adequações às questões de incêndio, as mudanças estariam a
modelo de serviços mais modernos na cidade, “o Theatro 4 de Setembro está dentro
dos padrões exigidos à segurança”, (José Alexandre Filho – Fundac)
Mais
sensibilidade dos técnicos da prefeitura com quem tem um serviço de Casa de
shows e tratamento igual de atendimento, a ricos e pobres. (ver. Antonio José
Lira). “A minha preocupação é, sobretudo, onde há aglomeração de crianças”.
(Professor Leite - associação de pais de alunos)
“Não
se apontar o dedo” a ninguém e que “o problema é nosso, de todos que freqüentam
as Casas”. O caminho seria na buscas de soluções que abracem a todos. (ver.
Edvaldo Marques). Não há fiscalizações eficientes nas casas de shows e,
sobretudo, acerca “das mudanças que hajam, em modificações arquitetônicas”, que
alteram a função fim para qual tenha havido a licença de funcionamento. (Natan
Pinheiro Filho – OAB PI)
“Padronizar
os serviços das SDUs para que se tenham serviços eficientes”. (ver. Paulo
Roberto) “A melhor coisa é o tempo”, dar tempo, prazos para a regularização de
serviços aos pequenos, microempresários. (ver. Antonio Lira) “Não estou para
fechar casas de cultura, mas solicitar iniciativas que resolvam problemas
existentes nas Casas”. (delegado Farias – Delegacia do Silêncio)
“Dar
prazos para que as pessoas se adequem às normas”, (ver. Ricardo Bandeira). “A
audiência não é para conscientizar empresário”, o empresário “já sabe quais são
as normas a seguir e as multas devem ser cumpridas”. (diretor da FECEPI)
Criar
“uma comissão para as discussões, encaminhamentos”, e que haja “maior
fiscalização e adequação das Casas”. (ver. Teresa Brito) “Precisamos ter
consciência de integração do poder público e sociedade organizada”, que “os
músicos sejam fiscalizados enquanto artistas em serviço”, Guido Leônidas –
Sindicato dos Músicos do Piauí.
“A
intenção é proteger o cidadão”, a lei seja cobrada e com direito igual a todos,
“que a lei deve ser respeitada.” (ver. Tiago Vasconcelos) “Não vejo
dificuldades em empresários e prefeitura cumprirem as normas, fiscalizarem os
serviços” (ver. Edivan Silva)
“Não
queria culpar nem bombeiros, nem prefeitura, mas discutir para a prevenção de acidentes”.
A favor da fiscalização, não a abusiva, a tolerância maior tem que estar na
lei, modificada, “se é para mudar a lei que se mude, uma vida só, não tem preço”,
tratar com seriedade o rigor da lei e “favorecer a parte da fiscalização e
cumprimento do código de postura”, Rodrigo Martins.
“Se
não temos estruturas grandes” à prevenção de acidentes que sejam treinadas
“novas pessoas pelo Corpo de Bombeiros e fazer cumprir a lei”. “A delegacia
está a inteiro dispor para trabalhar junto com a fiscalização”. (delegado
Farias)
A
“Prefeitura possa ampliar o quadro de fiscais e ser bastante rígida”, haja
número de pessoas, nos estabelecimentos, à fiscalização. Rigidez na cobrança dos
serviços, solicitar adequação urgente onde não há e que a comissão fiscalize.
(Teresa Brito – encaminhamentos)
“Como entes públicos somos cumpridores da
lei”, tudo no Brasil tem um catalisador e os agentes de fiscalização não acompanham
as irregularidades na lei. No caso das boates, as superintendências criaram um
corpo técnico e estão agilizando, no ponto de vista da legislação, os serviços
de fiscalização em
Teresina. A Prefeitura tem deficiência quanto à fiscalização.
Os mutirões técnicos foram feitos para cobrar a regularidade dos serviços, “os
prazos serão cumpridos, observando a lei” e “cumpriremos rigorosamente o que a lei
exige.” (Marco Antonio Aires – representante do Prefeito)
Nas
considerações finais, Teresinha Medeiros questionou se a PMT e o Corpo de
Bombeiros estariam fiscalizando o que rege o artigo 47, do código de posturas
municipais. Respondeu Antonio Aires que o cronograma de fiscalização foi
acertado para após o carnaval. João de Pádua (SDU Centro Norte) acrescentou que
na região norte, de 118 estabelecimentos, só 18 têm funcionamento legal. “É
importante o registro do Procon, na Comissão de Fiscalização da Câmara, para
acompanhar a lotação das Casas” e “em que horas ocorrem as fiscalizações?” (Teresinha
Medeiros)
“Quem
tem empreendimento, que tem risco, tem que ter responsabilidade. A Prefeitura e
o Corpo de Bombeiros são responsáveis pela fiscalização e não é em benefício do
empresário, mas do freqüentador do espaço.” (Major Veloso. - Corpo de
Bombeiros) “Não há como prevê todas as perspectivas de determinadas situações
que ocorrem no fortuito. Há que os empreendedores fiscalizarem que tipo de
material será usado para prevenir sinistros”, incêndios. (Vicente Moreira –
Semplan - UGP Lagoas do Norte)
Criar
uma comissão de vereadores para aprofundar adequações de normas e propostas que
modifiquem a lei, envolvendo os órgãos públicos, Corpo de Bombeiros e
Prefeitura. Cobrar o cadastramento de estabelecimentos criados em Teresina e
treinamento ao empresário, sem ônus a este, com a participação do estado em
oferecer esse serviço de treinamento. Ampliar o quadro técnico de fiscalização
a estabelecimentos e que sejam cobrados os serviços de adequação, encaminhou
Teresinha Medeiros.
(Palácio Legislativo Municipal/foto: reprodução)
Rodrigo
Martins, encerrando a audiência pública, registrou a presença de 14 vereadores,
deu por aprovados os encaminhamentos e propôs a inclusão na Comissão, a ser
criada, além da PMT, Corpo de Bombeiros, também a OAB e demais órgãos
interessados em discutir o assunto. A cidade legislativa discute e propõe. Que
se faça a lei e a ordem.
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