terça-feira, 9 de outubro de 2012

Para crianças



Para crianças
por maneco nascimento

Maria Clara Machado deu seu ar da graça, no VII SESC Teatro Pipoca com Guaraná, a partir de sua obra que inspirou a montagem “Vassouras, Travessuras e Outras Bruxarias”, do Cabaça Produções, de Parnaíba, com direção de Pedro Belo. O universo infantil esteve recheado de linguagem, fantasia, pequenas "maldades" e as cores do lúdico que atrai a atenção da criança.

Foi uma tarde para deleite do público de pequenos que acompanhou a história de uma bruxa, Ângela, que a despeito de todas as lições de perversidade, sempre seguia na contramão da malvadez escolástica. Na companhia de outras duas bruxas que a rejeitavam por ser “desastrada” e sofrendo “buling” dos mestres de feitiçarias por não alcançar a maldade da pedagogia de bruxas, faz a diferença de humanismo.

A dramaturgia de cena detém fascínio às crianças a partir dos vôos em vassoura, a pesquisa musical que não foge do “script”, as cores de figurino, as bruxas amedrontadoras e pássaros do mau agouro (fantoches), as aulas de “catecismos” às avessas para construir uma nova bruxa e a disputa pelo troféu dos sonhos que seria uma vassoura elétrica, torna o espetáculo uma diversão de gracejo para uma quase comédia de desenredos.

A mocinha, Ângela, tornada presa na torre de piche por ser uma bruxinha boa e salva pelo herói (músico) que obtém o poder de, através da música, defenestrar os vilões. Tudo é elemento rico e inspirado em “A bruxinha que era boa”, de M. C. Machado, a nossa grande autora do teatro infantil que ainda atrai novas leituras e reinvenção de sua literatura dramática.

O elenco que compõe as bruxas está muito à vontade. Salvo alguns exageros, que caricaturizam as performances individuais, no coletivo estão bem. A bruxinha boa tem alguma economia que a torna mais carismática, mesmo já sendo a mocinha revelada. Elas detêm uma “maldade” muito divertida.

O bruxo professor é + exagerado do grupo de feiticeiros e, às vezes, decompõe o que poderia ter a força superior à compreensão da construção de personagem. Gasta uma energia pelo + fácil e de apelo para agradar. Enfraquece o poder de bruxaria do fingimento que poderia ter.

O músico(mocinho) do enredo e príncipe da bruxinha que não é má, enfrenta com timidez o papel que contrapõe as bruxarias e malvadezas. Aprofundar-se no mundo da fantasia e envolver-se + na magia da cena pedida, talvez dê-lhe outro tônus de contraponto da dramaturgia. Já, aliado à bruxinha que é boa, consegue atrair a atenção para reunião carismática de casal a final feliz.

Vassouras, Travessuras e Outras Bruxarias”, com dramaturgia de cena de Pedro Belo está no lucro de teatro direcionado para criança, conteúdo lúdico, busca pela estética de apropriação da cena infantil e humildade do que esteja preparando para informar e formar platéia infante.

Está no caminho dos tijolos amarelos e sem salto alto, porque o fim é uma criança.





Um comentário:

  1. muito bom o espetaculo já assisti aqui em parnaíba...elenco maravilhoso o grupo cabaça sempre faz trabalhos fabulosos.

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